Querido Olívio,

Os estudos eram  minha única preocupação,

Mas em uma tarde de chuva e greda

Sua presença trouxe uma doce revelação.

A serendipidade me consumiu como labareda

O goleiro, brincando de apanhador, capturou meu coração

Siga comigo, então, pois sei que encontraremos uma vereda.

.

No fim, fui eu que acabei te escrevendo uma sextilha. Irônico, não é mesmo? Releve meus versos tortos, conhecer uma infinidade de termos rebuscados não faz com que eu saiba realmente empregá-los quando preciso me comunicar. Na verdade, chega a ser irônico que alguém tão bom com palavras seja, ao mesmo tempo, tão ruim com elas.

O que quero dizer é que, quando esse ano começou, eu acreditava que tinha todas as certezas. Isso já não é verdade. Estou perdido e não tenho resposta alguma (e odeio isso mais do que você odeia perder para a Sonserina).

Mas sei que sem você meu mundo é arrefecido (sim, Olívo, eu ainda estou compartilhando minhas palavras especiais. Vá à biblioteca e procure um dicionário, não vou facilitar tanto a sua vida).

Sei também que eu quero você. Hoje. Amanhã. Daqui a dois anos. Ou mais.  Já não tenho medo. Então seja corajoso e me queira também.

Com amor,

Percy.