— Sim! – O senhor continuou a sorrir sozinho. – Minhas memórias as vezes parecem rebotalhos, mas desta vez eu me lembro  muito bem. – Completou.

— Poderia me contar? – Megan se aproximou. – É importante! - Sorriu.

— Claro! – Ele deu de ombros e pegou um banquinho para se sentar. - - Meus joelhos doem. – Ele fez um breve sinal para que Megan se sentasse em um banquinho também.

“Era tarde aquela noite. Eu já devia estar em casa há muito tempo, mas tinha ficado mais um pouco na joalheria porque tinha muito trabalho. De qualquer forma, eu já tinha fechado a loja. Quando olhei meu relógio vi que eram 10:30 p.m. Peguei meu casaco e meu chapéu e saí. Estava fechando a porta quando um homem, correndo, esbaforido atravessou o meu caminho...”

— O senhor disse um homem? – Megan o interrompeu.

— Sim! Sim! – O joalheiro continuou.

“Estava muito frio e escuro aquela noite. Ele estava vestido todo de preto, com luvas e carregava uma sacola, não me lembro do quê.

— Boa noite! – Foi tudo que eu disse.

— Ah, por favor, preciso de seu serviço urgentemente. – Ele respondeu em um tom esbaforido. – Eu pago bem. – Completou por fim.

— Em que posso lhe ajudar? – Perguntei.