Desde que Andrew a tirou da cela e instruiu que deveria dormir no quarto do Conde, o sono de Rubi era inquieto. Isso quando se fazia presente. As lembranças de quando esteve presa não paravam de lhe excruciar, muitas vezes sendo capaz de ouvir o tilintar das correntes ou os passos do Conde. Lembrar do que aquele homem fez, além de impedi-la de dormir, lhe causava náuseas. Tinha dúvidas se algum dia conseguiria esquecer tudo que ele lhe fez.

O nobre insistia para que dormisse em um colchão mais confortável, porém bastava o fato de ser obrigada a dividir quarto com aquele homem desprezível, dividir a cama estava fora de cogitação e o recamier próximo à janela conseguia ser tão confortável quanto sua própria cama fora.

Durante o dia, logo após os treinos com Andrew, era comum Rubi caminhar pelas ruas da região e conversar com os moradores. Ao fim da tarde, observava o Conde no salão principal terminando os assuntos administrativos para então jantarem juntos. Não conseguia imaginar que aquele homem possuía algum parentesco com o Rei, ambos possuíam traços distintos e lembrava-se do olhar gentil e sensato do soberano. O Conde, por outro lado, parecia incapaz de amar.