Quando cheguei, respirei fundo, uma tentativa falha de acalmar.

Acalmar os gritos do meu coração descompassado.

A carta ainda cravada em mim:

“Eu conheci sua história. Conheci a história do coração que agora é meu. Por favor, venha me encontrar. Eu gostaria de conhecê-la.”

Aquelas eram as palavras de um garoto, de coração novo e grato.

O tempo passa numa mistura de ansiedade e impaciência, frio na barriga.

− Você está pronta? – Ele me pergunta, está feliz, esperou por isso ansiosamente.

Não consigo verbalizar, apenas aceno.

Ele apoia o diafragma do estetoscópio em seu peito, em seguida posso ouvir meu som favorito.

Tum. Tum. Tum.

As batidas do coração dela. Cada uma delas.

Meus olhos ardem, sou tomada por uma emoção imensurável.

Era ela quem ouvia corações, não eu, mas agora eu podia ouvir o dela.

Parte dela ainda vivia.

Seu coração batia em outro peito, sem qualquer habena para lhe controlar. Seus olhos ainda viam estrelas por aí. Sua alma sorria, porque mesmo depois do fim, você ainda vivia além do amor em meu coração.

E esta foi a sua história, a história do quanto amei você, cada parte sua, e o quanto isso mudou cada parte minha.