Um coração arrefecido.

Uma promessa que precisa ser cumprida.

Você se fora. Eu ainda permanecia aqui, como um carvalho de raízes fundas.

— O que devo fazer? — pergunto fechando os olhos.

— Vai fazer as malas, seguir em frente. — Sua voz soou risonha. — Por que está com medo?

— Porque devo esquecê-la, e tenho medo de conseguir.

— Não vai me esquecer, mas eu sou apenas uma das estrelas que brilhou em sua constelação, agora você vai abrir os olhos e ver muito mais desse universo.

— Sinto sua falta. — digo esperando uma resposta, mas ela nunca vem.

Abro os olhos  e absorvo a solidão do apartamento.

 E se eu me mudasse?

Será que a presença da sua ausência desapareceria?

E se não fizesse nada e apenas ficasse aqui esperando o tempo passar, esperando ele apagar as feridas?

E se Deus existe, será que ele poderia colar os pedaços que estão se soltando de mim?

Porque sinto como se tudo em mim estivesse rachado, quebrado, partido.

O que o universo quer de mim? Qual deveria ser o acordado selado por nós? Eu faria qualquer coisa para voltar no tempo, ou apenas avançar para o final feliz, mas não vejo um feliz para o meu final.