Até as mais belas flores possuem espinhos, então com a vida não seria diferente. Segundo Shakespeare, choramos ao nascer por nos deparar com um cenário de dementes e, respeitosamente, discordo. Acredito que choramos ao nascer, pois ainda naquele momento mágico onde o cordão umbilical é cortado, percebemos atarantados, que ali já começamos a morrer pouco a pouco. Percebi, entretanto, a minha morte certa numa tarde chuvosa quando não consegui terminar um soneto que exaltava as flores, a primavera e ela - isso, meus caros, para um escritor mesmo que fracassado é o fim. Não ter meios ou criatividade genuína para escrever. Espera-se muito de mim, bons textos e bons sentimentos quando, na verdade, eu poderia mandar todos para o inferno com a certeza de que permaneceria tudo igual. Portanto, não espere grandes coisas além de uma narração sem muita razão de ser, algumas lamúrias e um pouco de romance velado. Afinal, um homem precisa ser romântico ou torna-se uma ilha inabitada. Irei, então, aproveitar o vão entre uma lamentação e outra para declarar a minha paixão platônica pela moça do 406, seu nome eu não sei, mas ela enfeita os meus dias quando nos encontramos no elevador...

À esta altura, esqueceram-se de que tudo é vário. Temporário; efêmero. E cobram de mim coisas que estão além da minha inclinação natural, mas que posso oferecer tal a rosa que não tenho coragem de oferecer para a donzela dona do meu coração. E a cada novo amanhecer, uma palavra nova para a composição de meu desespero. Nada de culpar Astrologia ou lei regente universal pelos meus fracassos, eles são meus. Pois a glória será única e exclusivamente minha, acompanhe.

A receita para o sucesso é saborear o fracasso!

Classificação: 16+
Categorias: Histórias originais
Personagens: Indisponível
Gêneros: Drama, Romance, Humor Negro
Avisos: Linguagem Imprópria

Capítulos: 12 (1.200 palavras) | Terminada: Não
Publicada: 01/10/2017 às 03:37 | Atualizada: 12/10/2017 às 13:14