Retorno para o hotel pensativo com as palavras do velho homem. Eu queria acreditar em Lyrin e segui lá cegamente pelo caminho que acreditava ser o nosso destino, mas era impossível não me tronar arrefecido com tantas duvidas.

— Onde estava?

— Precisamos conversar, estive refletindo e nunca pensou que talvez ajam motivos para que “pessoas” como você fiquem onde estão? Que isso faça parte de um equilíbrio ou de proteção?

— Pessoas como nós Edgar.

— A única coisa que me diferenciava de todos, eram aquelas escamas. Lyrin você pensou o que vai ser quando suas irmãs subirem a superfície? O que passou no circo é apenas uma amostra do que as pessoas fazem quando se deparam com o desconhecido. Podemos ir pra fora do pais, pra uma praia, podemos criar esse filho, mas não posso ajudar nessa sua empreitada. — Desabafo e ela se aproxima e coloca a minha mão sobre seu vente.

— Não somos animais Edgar, somos tao humanas como você porque não merecemos a superfície?

— Nós podemos viver aqui, arranjar identidades novas, nos misturar, mas centenas? Isso mudaria o mundo. Sinto muito, mas não podemos.

— Eu já consegui o que queria de você querido. — Diz e ouço um zumbido agudo, gosto de sangue e tudo se apaga.