Três semanas passaram e agora estávamos na costa, uma pequena proeminência no ventre de Lyrin denunciava que algo crescia e junto com ele, minhas reservas quanto os propósitos daquela jornada. A cada dia, a necessidade dela estar na água diminuía e agora, seu poder de persuasão não se limitava a mim, ela conseguia qualquer coisa, de qualquer pessoa.

Não tinha certeza quanto a minha origem, mas meu faro jornalístico nunca me enganou e precisava mais do que os fatos contados pela encantadora sirena, para chegar a uma conclusão. A deixo dormindo e caminho até o centro, a biblioteca não revelou nada, mas num antiquário, em meio a moedas antigas e guias empoeirados sobre trepanação, um velho senhor me mostra um exemplar sobre criaturas e enquanto folheio as páginas amareladas ele conta o que sabe sobre as sereias.

— As sereias, mantém o equilíbrio e todas as criaturas malignas  presas nas profundezas dos mares. Seus filhos costumavam ajudar nessa tarefa, mas estes eram também humanos e suscetíveis as tentações. E estes, tiveram rebentos tão poderosos quanto as próprias sereias, foi um massacre, mas por fim as sereias venceram e uma lei foi instaurada, nenhum tritão deveria viver. Daria um bom livro não acha?