Crônicas de uma gordinha escrita por Roberta Dias


Capítulo 2
Sobre aquele assunto


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♡



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— Ele é um gato! — Repetiu Ester, pela milésima vez no dia. — E senta do seu lado no ônibus. Devia tentar investir nele. 

 

— Garotos como Nicolas não ficam com garotas como eu — revirei os olhos. — Ele ficaria com garotas do tipo... tipo da Sara. Caras descolados ficam com garotas atléticas. Pessoas como eu ficam... na verdade, essa é uma boa pergunta. E até parece que ele me interessa. 

 

Comecei com um assunto interessante. Finalmente havia decidido o que faria se ganhasse na loteria; depois de dias pensando no assunto, cheguei a conclusão de que compraria a casa de todos os meus vizinhos que não gostava. Qual é, eu jamais faria uma lipoaspiração de verdade. E não teria alguns imóveis: teria um bairro inteiro. Os Morgan tinham um jardim que mais parecia uma floresta, e a floresta deles passavam do muro direto para o meu quintal; Os Fernandes adoravam escutar músicas cafonas o dia todo e aquelas letras horrorosas não saíam da minha cabeça; Os filhos do Russel eram umas pestinhas que tocavam a campainha e saíam correndo, além de outras gracinhas que fariam até um monge perder a cabeça... todos tinham seus defeitos e precisavam sair. Mas além de não gostar deles eu não tinha argumentos para fazê-los ir embora. Nada além da possibilidade de comprar a casa de todos e como eu não tinha dinheiro... não custa nada sonhar. 

 

Mas não. Aparentemente meus dramas pessoais não eram importantes para os meus amigos. O meu companheiro gato de ônibus sim. Nicolas, por alguma razão, continuava a sentar ao meu lado no ônibus. Tinha virado amigo do Erick e membro de seu grupo descolado, mas não foi para o fundão do ônibus como planejado. Continuou se sentando ao meu lado. E como o ônibus não é meu... o mais incrível de tudo era que não me incomodava tanto quanto eu imaginava. Embora a mania de tirar o meu fone de ouvido para avisar que "tinha chegado" me deixesse a ponto de dar um soco no nariz dele. 

 

A escola inteira já havia se rendido aos encantos dele. Um bom atleta, um aluno exemplar, bonito e que tinha pinta de Don Ruan. Até Sara, que só curtia caras bombados e perfeitos, estilo Zac Efron, e não asiáticos descolados. Os dois viraram amigos, por mais incrível que pareça. Existia uma pessoa que podia ser amigo dela e ainda ser meu amigo. Estranho, mas possível. Mas você já entendeu: o novato descolado ainda se sentava ao lado da gordinha sem graça e todo mundo sabia disso. 

 

Pessoas que eu nem conhecia me perguntavam sobre ele e, cara, tudo que eu sempre quis foi ser invisível até o dia em que saísse da escola. E fato de ter uma gordurinha a mais já chamava atenção dos engraçadinhos... então, aparentemente, nada de invisibilidade. 

 

— Por que a Sara teria mais chances do que você? — Daniel me olhou, cético. 

 

Ah, muitos podem até negar, mas se a garota é gordinha o cara não se interessa por ela - a menos que estivesse apaixonado. O mesmo vale para os homens. Já percebi isso. Os outros preferem os magros ou com corpos esculturais, pelo menos os bonitos. O meu destino, por exemplo, devia ser acabar com algum nerd de óculos e aparelho; se não fosse tão bonito, não poderia escolher muito. Além do mais, eu gostava dos nerds. Não sei porque isso repelia alguns homens, afinal não é uma doença contagiosa, mas o fato era que assim funcionava. Não com todos, quero deixar claro. E não era impressão: era a realidade. 

 

Os gordinhos não fazem muito sucesso. Embora a maioria de nós seja lindo. 

 

—  Sinceramente, entre a Sara e eu? — Revirei os olhos. Daniel, Ester e eu caminhávamos pelo corredor com nossa lerdeza habitual. Mais um dia de aulas que chegava ao fim, graças aos céus. Matheus, infelizmente, tinha pegado catapora e só voltaria na próxima semana. Sortudo! Eu se já não tivesse pegado, iria fazer uma visita na casa dele, mas como não iria rolar só iríamos nos ver na próxima semana. — A escolha é óbvia. 

 

— Eu escolheria você, Lizzy. — Daniel disse isso, mas quase quebrou o pescoço quando Angelina Volpe, a italiana da escola, passou. 

 

— A Sara é muito superficial. — Ester riu, mas logo parou. — E isso não é legal. Na verdade, você devia investir no Nicolas.

 

Já vi que esse assunto ia render.

 

— Ester, quer que eu te apresente o Nicolas? Daí você investe nele. — Falei enquanto descia as escadas do portão para fora da escola. Sempre que descia alguma escada me imaginava caindo e rolando degraus a baixo, e na minha imaginação sempre era bem vergonhoso. Por isso sempre prestava muita atenção em escadas. 

 

— Não. Não quero. Ele é gato, mas não rola. Gosto dos nerds, normalmente os mais feinhos. — E era verdade. Ester tinha um gosto... peculiar para o sexo oposto. — Mas assume que ele é bem gatinho, Lizzy... 

 

— Eu nunca disse que não era. 

 

— Mas também nunca disse que era. Então, diga. Vamos lá, não fique tímida. 

 

— Tá bem, Ester! O Nicolas é um verdadeiro gato, assumo isso. Satisfeita? — E no último degrau voltei a olhar para frente. Infelizmente, Nicolas e seus novos amigos descolados estavam apoiados no muro da escola, me olhando com sorrisinhos estranhos. Ah, lixo ao quadrado. — Gato no bom sentido. Não no sentido que eu esteja a fim de você ou coisa do tipo. 

 

— Erick, você escolheria Sara ao invés da Elizabeth? — Peguntou Daniel. 

 

— Mas é claro que não. Elizabeth — Erick bateu no peito, em cima do coração — você mora aqui. 

 

— Ok, se isso era pra ser legal, não deu certo. Até amanhã, Lizzy — Ester me deu um beijo na bochecha. Daniel também. — Boa sorte, com... — Ela apontou indiscretamente com queixo em direção ao Nicolas. Ah, ela ia me sacanear. — Aquele assunto. — Piscou e saiu andando. 

 

Boboca.

 

"Aquele assunto" — Erick e resto da gangue (três garotos que mais pareciam a versão masculina das "Três espiãs demais") soltou risadinhas odiosas em tom de provocação.—  Que tipo de assunto, Lizzy? — E passou o braço pelos ombros de Nicolas, que só balançou a cabeça. 

 

— É que estou perdidamente apaixonada por sua pessoa, mas com a Sara na jogada cheguei a conclusão de que jamais teria chance. — Coloquei a mão no peito e fiz uma carinha abatida, um pouco verossímil. 

 

Nesse momento Sara passou com suas inseparáveis seguidoras. Na verdade não faço ideia de qual seja o nome das outras três, apesar de serem igualmente populares. Ela soltou um "tchauzinho, meninos. Nick" de forma toda enjoada e, para sua vergonha, tropeçou em um buraco na calçada. Virei rapidamente e apertei os lábios para não rir; carreira de modelo, totalmente descartada, minha querida Sara. Se não consegue nem desfilar na frente dos garotos do colégio sem quase beijar o chão, não pode desfilar numa passarela. 

 

— Como posso competir com ela? — Sussurei e joguei os braços para alto, fingindo resignação. Depois fiz um gesto de desdém e fui para o ônibus. 

 

Parecia muita injustiça que Ester, Daniel e Matheus estivessem no mesmo ônibus e eu sozinha, sem amigos. Até tentei mudar de ônibus, mas o deles já estava cheio. E, como você vai descobrir ao longo da história, eles tem muita preguiça; tanta, que nem podem ir a diretoria para tentar mudar isso. Esses são meus maravilhosos amigos. 

 

— Qual é, Elizabeth? — Marcos, a Alex das três espiãs demais, subiu atrás de mim. — Você é muito mais incrível que a Sara. 

 

— Está me dizendo isso porque é meu amigo. 

 

— Não é verdade. 

 

— Aposto que se nós duas fôssemos as últimas mulheres do mundo, você ficaria com ela ao invés de mim — e me sentei no meu lugar. 

 

Marcos apontou para mim e fez uma careta horrorizada. 

 

Blasfêmia

 

— Sabe, bolinha, antigamente, os homens preferiam mulheres que tinham um pouco de carne para apertar. — Erick se inclinou em minha direção, como se fosse me contar um segredo. — Era um sinal de fertilidade. 

 

— Não quero cultivar nada, obrigado. 

 

— Sei que ainda vai cultivar muitos bebês, bolinha. — Erick deu um beijo em minha bochecha e a apertou com força. — Lindos bebês. 

 

Revirei os olhos e os observei irem para o fundão. Todos, menos Nicolas. Ele se sentou ao meu lado e colocou sua bolsa em cima das pernas. Ficamos em silêncio até os últimos alunos chegarem e o ônibus sair. 

 

— Por que não se senta com Erick no fundo? — Perguntei, virando um pouco o corpo em sua direção. Ultimamente temos feito muito isso para facilitar nossas conversas. 

 

— Minha presença te incomoda? — Ele deu um sorriso debochado. E, poxa vida, ele ficava lindo assim. 

 

— Não é isso. É que, sei lá, não entendo porque prefere ficar aqui comigo ao invés de sentar com seus amigos. 

 

— Então minha presença não te incomoda? 

 

— Não.

 

— Ótimo. Vou continuar aqui. — Ele se esticou no banco e ocupou uma boa parte do meu. — Você é muito solitária, precisa de companhia. 

 

— Não sou solitária. 

 

— Aqui no ônibus, você é. 

 

— Mas só fico uns quarenta minutos por dia nesse ônibus. 

 

— Comigo aqui, não são quarenta minutos solitários. 

 

— Você vai acabar sentando com eles. — Revirei os olhos e me virei para janela, empurrando a perna dele de volta para o seu banco. — É difícil me aguentar por muito tempo. 

 

— Você é demais garota! Quando estou perto de você sinto que estou falando com um brother meu. Você é quase um homem — ele colocou o braço em meus ombros e eu não segurei a risada. Certo, conversamos sobre filmes, games, esportes, livros e... nem um assunto que envolvesse algo de garotas. — Não, mas falando sério, eu preferiria você à Sara. 

 

— Você diz isso porque é meu amigo. Já discuti esse tópico com Marcos. 

 

— Não é porque você é minha amiga. Você é uma garota legal... e, convenhamos, a Sara só é um rostinho bonito. 

 

— Há, então, ela é bonita? — Se ele negasse isso seria um belo de um mentiroso; era impossível negar isso. Sara era linda demais, dizer o contrário me faria parecer invejosa. 

 

— Ela é sim. Mas beleza não é tudo. 

 

— Mas ajuda bastante. 

 

Nicolas tinha uma mania muito fofa de baixar a cabeça para rir. E o engraçado era que a risada dele não tinha som. Ele não fazia barulhos constrangedores quando ria, como todo mundo fazia. Minha risada parecia algum barulho que um rato faria, sério. "Hi hi hi". Além disso, depois de um tempo parecia que eu estava com uma crise asmática. Sempre fui um pouco escandalosa. Ou bem escandalosa. Já o Nicolas era perfeito até na risada mais gostosa que dava; ah, era muito gostoso de se ver. O sorriso dele era lindo. 

 

— Até amanhã, Lizzy — ele levantou e colocou a bolsa no ombro quando o ônibus ia parando no ponto em que descia. 

 

— Até segunda. — Dei um tchauzinho animado. Mas ele parou e me olhou, confuso. — Amanhã tenho consulta médica. Exames de rotina. — Dei os ombros. 

 

— Três dias sem a graça da tua presença — ele colocou a mão na testa, fazendo drama ao máximo. — Como vou sobreviver? 

 

— Você pode aguentar. — E joguei um beijo para ele. Trocamos sorrisos e Nicolas desceu do ônibus. 

 

Todo gordinho tem senso de humor, isso é verdade. Embora isso seja meio que uma válvula de escape. Você com certeza já deve ter presenciado a seguinte cena; algum babaca, em uma roda de amigos, faz uma brincadeira com o "cheinho" do grupo e todo mundo dá risada e se diverte, inclusive o próprio alvo da piada. Não que ele tenha achado ser ofendido, mesmo que de brincadeira, divertido. É que não vai adiantar fechar a cara e ficar emburrado, é mais fácil rir junto. Mas não se engane: na maior parte do tempo essas "piadas inocentes" nos deixam bem pra baixo e acabam com nossa autoestima. Não são todos que são fortes como rochas. 

 

Mas tirando situações assim, somos muito felizes, obrigado. Nosso senso de humor é incrível e acabamos imunes a piadas sem graça. Estamos sempre rindo e tentando ver o lado positivo das coisas. Estamos sempre sorrindo... principalmente se tiver comida no meio. É impossível não ser feliz se tiver comida envolvida. 

 

Desci do ônibus e entrei correndo em casa. Estava apertada para ir ao banheiro. Abri a porta e dei de cara com minha mãe, meu irmão e a vizinha, Núbia, na sala, em uma conversa muito animada. Eu não gostava muito dela. Ela era aquele tipo de pessoa. O tipo que ofende na cara dura e nem se preocupa em ser discreta. Há pessoas que tentam, com toda educação possível, me convidar para ir academia, me ensinam dietas maravilhosas ou truques para perder alguns quilinhos. Isso, sem ser indelicados em nenhum momento. Já Núbia, na maior das caras de pau, dizia que eu estava gorda e que tinha que fechar a boca. 

 

Para ilustrar a situação, vou contar o que houve na semana passada. Minha mãe, Tomás e eu fomos ao mercado para fazer as compras do mês. Núbia nos encontrou e disparou a conversar, e nós três, como bons vizinhos, paramos para ouvir toda abobrinha que ela tinha a dizer. Em certo momento uma garota um pouco mais cheinha do que eu passou e estava usando um vestido lindo, e Núbia a olhou como se ela fosse um extraterrestre. Nem esperou a garota ir embora para soltar uma de suas pérolas: 

 

— Caramba, você é gorda, mas nem tanto quanto essa daí. Há pessoas que não tem vergonha mesmo. Será que ela não sabe o papel ridículo que prestando com aquela roupa? 

 

Meu sorriso plastificado vacilou. Uau. Nossa, acho que ela pensava que não tínhamos espelho em casa. E que a garota era surda. Eu sabia que era gorda e a outra garota com certeza também sabia... Não precisávamos que ninguém ficasse nos lembrando disso. 

 

— Mamãe, eu e Liz vamos dar uma voltinha. — Tomás sorriu e passou o braço pelos meus ombros. Quando nos afastamos um pouco, sussurou: — Não liga pra essa velha. 

 

— Mas eu não ligo mesmo! 

 

Tomás e meu pai me viam como uma princesinha, e me tratavam como tal. Quando meu pai morreu ele se tornou o irmão superprotetor que todas as garotas deviam ter. Era ciumento comigo e embora me irritasse muito às vezes, era o melhor irmão do mundo. Ele podia fazer brincadeiras comigo — porque eu sabia que nunca eram verdade — mas outros não. Quando éramos pequenos ele sempre se metia em confusão por me proteger demais. Que nem quando quebrou o nariz de Julian Albuquerque; aquele idiota cantou aquela bendita música: "Gorda, baleia, saco de areia..." para mim na sexta série. Juro que até hoje o nariz daquele cara está torto. 

 

Minha mãe também odiava que falassem dos filhos dela. Sério, ela até podia manter a classe, mas se ficasse irritada de verdade soltaria palavrões que o mundo nunca conheceu. Os filhos dela podiam parecer guaxinins que acabaram de sair de um triturador de carne, que ninguém tinha o direito de falar nada. No dia em questão, ela manteu a classe: 

 

— Sabe, assim como nós aquela garota deve ter muito o que comer em casa. E, ao meu ver, comer deve ser muito mais produtivo do que cuidar da vida dos outros. Não acha, Núbia? 

 

Mas no carro ela soltou os cachorros. 

 

— Olá — sorri e virei em disparada para o corredor. Não estava nem um pouco disposta à ouvir sobre a dieta incrível que a Dona Núbia encontrou no Facebook. 

 

— Lizzy — Tomás correu atrás de mim. — Comprei uma coisa para você. 

 

— Tomás, estou apertada... 

 

— Vai lá, estou te esperando no seu quarto. 

 

Fiz um sinal positivo e entrei no banheiro. Tomás, mesmo não parecendo, era uma pessoa muito responsável. Mesmo que as vezes fosse um mala com todo papo universitário e com aquele visual todo largado — sabe, roupas de um roqueiro que tem preguiça de se arrumar, cabelos que odeiam tesouras e já estavam passando dos ombros...  ele era muito responsável. Quando nosso pai morreu ele imediatamente começou a trabalhar, mesmo que não precisássemos. Sozinho conseguiu financiar seu carro e só parou de trabalhar como garçom porque nossa mãe queria que ele se dedicasse somente a faculdade. Ele seria um cardiologista. 

 

Mas precisava cortar aquele cabelo, na boa. 

 

Achei que você precisasse conhecer um pouco mais sobre ele, por isso uma mini explicação sobre quem era Tomás Alonzo. Sim, temos sangue espanhol, obrigado por perguntar. 

 

Ele estava parado no meio do meu quarto, segurando uma sacola e com um sorriso idiota na cara. Joguei minha bolsa na cama e peguei a sacola. Dentro, estava uma linda calça jeans com detalhes incríveis de rebites, do jeitinho que eu gostava e com dois detalhes rasgados no joelho. Absolutamente linda! No entanto, fiquei imediatamente decepcionada. Estendi a calça de volta para ele. 

 

— Não gostou? Ela é sua cara! — Ele empurrou de volta. 

 

— Não serve em mim. É incrível, mas é pequena. Ela é 42, estou vestindo 44. — A coloquei em sua mão. — Se conseguir trocar... 

 

— Sabe como é difícil encontrar calças maiores que 42? — E como sabia, maninho! Roupas para gordinhos eram difíceis de se achar, e quando achamos geralmente eram feias. Mas fazer o que podemos fazer, não é mesmo? — Amanhã vamos na loja e trocamos. — Ele a jogou em minha cama. — Como foi a aula? 

 

— Chata. Não consigo entender o sentido da matemática em nossa vida — suspirei. Tomás deu um sorrisinho estranho, como se esperasse algo de mim. — O que é? 

 

— Não vai perguntar como foi o meu dia? 

 

— Não. 

 

— A matéria está ficando cada vez mais complicada. A vida de universitário não é fácil, entende? Tenho que ler um livro... 

 

— Saí daqui, agora! — Apontei para porta. — Se eu deixar, você vai ficar aí o dia todo. 

 

— Poxa, Lizzy... 

 

— Você precisa de algo para fazer da vida, urgente. A faculdade está mexendo muito com seus neurônios. 

 

— Que tal se saíssemos para engordar? Vamos ao restaurante de comida chinesa? — Tomás apertou minha barriga. 

 

— Você se livra da nossa amada vizinha e fala com a mamãe, e eu troco de roupa. 

 

— Certo. — Ele foi em direção a porta. — Te amo, bolinha. 

 

— Também te amo, ridículo. 


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