Efeito Borboleta escrita por deboradb


Capítulo 9
Um Eclipse Inesperado.


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal. Desculpem-me pela demora, mas cá estou eu novamente com mais um capítulo quentinho para vocês, espero de coração que gostem =D
Boa leitura...



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— Eu sei que hoje foi difícil para todos, mas me orgulho com a maneira que a Blackwell agiu para salvar a vida de uma jovem. — comenta Snow encarando a paisagem através da janela — E também estou orgulhoso de você, Peeta. — ele se volta para mim — Você foi um herói ao convencer Madge a não se jogar de cima daquele terraço.

Não consigo permanecer com o olhar no seu por muito tempo, por isso abaixo a cabeça e encaro minhas mãos, que estavam um pouco tremulas devido ao nervosismo. Eu não estava nenhum pouco confortável naquela sala, sem contar que não conseguia parar de pensar em Madge. Após o ocorrido desesperador no dormitório feminino, ela havia sido medicada com um calmante e levada para o hospital. Eu estava imensamente feliz por ter impedido que ela tirasse a própria vida, mas permanecia preocupado. Madge era uma pessoa maravilhosa e estava sofrendo com a maldade das pessoas, assim como Katniss estava sofrendo com os acasos da vida.

Depois que a poeira abaixou e os ânimos se acalmaram, Snow mandou chamar-me em sua sala para poder esclarecer algumas coisas. E naquele exato momento eu estava bem ali, sentado a sua frente, na companhia de Gale, Haymitch e Seneca.

— Não fiz nada demais... — as palavras saem baixas de minha boca.

— Você só está sendo modesto. — comenta Seneca atraindo minha atenção — Como um verdadeiro herói. — ele me lança um pequeno sorriso enquanto ajeita os óculos.

— Sim. Um verdadeiro herói. — repete Haymitch com um tom áspero de ironia.

— Como diretor da Academia Blackwell, levo meus deveres muito a sério. E levo o bem-estar de todos os alunos ainda mais a sério. O que aconteceu hoje nunca deveria acontecer em uma instituição de sabedoria e conhecimento. — ele se volta para Haymitch — Sr. Abernathy, como nosso chefe de segurança, as portas para os telhados deveriam estar sempre trancadas. É o procedimento normal, mas elas não estavam. E essa é de fato a sua responsabilidade. Quanto a você Sr. Crane... — ele se volta para Seneca — Sei que não devo esperar que saiba o que se passa com todos os alunos, mas a Madge o ajudou na aula, você deveria ter notado algo estranho. Já você, Sr. Hawthorne... — ele encara Gale enquanto puxa a cadeira para se sentar — Como é o responsável pelas festas do Clube Vortex, e como a Srta. Undersee foi a sua última festa, você terá que responder mais algumas perguntas. — Gale revira os olhos com suas palavras, mas Snow não percebe por estar analisando-me minuciosamente, como se estivesse tentando encontrar respostas em minha postura — Sr. Mellark, por que exatamente você estava no telhado com a Srta. Undersee? Ela contou a você o seu plano? Ou algo do tipo? Por favor, conte-nos tudo. — pede, repousando os cotovelos sobre a mesa e cruzando os dedos em frente ao rosto, encarando-me de um modo intimidador.

Sinto uma gotícula se suor escorrer de minha testa até a lateral de meu rosto. Definitivamente eu não estava nem um pouco confortável com aquela situação. O que eu iria responder? Minha cabeça estava quase explodindo de tanta dor, e graças a isso não estava conseguindo raciocinar direito para poder inventar uma mentira. A situação estava bem complicada, todos naquela sala tinham culpa em relação ao que estava acontecendo com Madge. O primeiro era Gale, por tê-la drogado e feito com quê praticamente a escola inteira fizesse brincadeiras de mau gosto com ela. O segundo era Haymitch, por tê-la acusado de estar envolvida com a parte mais “sombria” da Blackwell. E em terceiro Seneca, que a pesar de ser um excelente professor, havia a abandonado no momento em que ela mais precisou. A situação estava bem delicada.

Senhor, o que eu faço?

— Sr. Mellark? — chama Snow, tirando-me de meus pensamentos — Estamos esperando sua resposta.

Afundo-me mais ainda na poltrona, soltando um longo suspiro antes de finalmente respondê-lo.

— Não. Eu não sabia o que a Madge pretendia fazer... — encaro seus olhos gélidos — Mas vi o Sr. Crane falando com ela logo antes da nossa aula, e em seguida, ela saiu chorando. — confesso, e sinto os olhos de Seneca caírem-se sobre mim.

Eu estava entre a cruz e a espada. Eu não podia contar que Gale havia a drogado na festa do Clube Vortex porque eu não tinha provas, e caso fizesse, com certeza receberia uma suspensão. Assim como também não podia contar que Haymitch a estava perseguindo e acusando, isso só o deixaria mais nervosos e sem sombra de duvidas, ele faria da minha vida um inferno, e isso me impediria de conseguir provas contra Gale. Então só me restava o Seneca. Que de todos ali era o único que parecia gostar de mim, e que saberia se resolver perfeitamente com Snow.

— Hm... Muito bem. – ele se acomoda na cadeira e direciona o olhar para Seneca — Então, Sr. Crane, o que tem a nos dizer? — Snow eleva uma sobrancelha enquanto aguarda uma explicação.

— Madge... Quero dizer... A Srta. Undersee, estava muito introvertida ultimamente. Suponho que esse vídeo horrível tenha sido a causa. Eu odiava ver os alunos rindo dela. — ele suspira — Ela me disse que o Peeta era o único que acreditava nela, o único que realmente a escutava. — o encaro rapidamente — Ela fez muito bem em falar sobre isso... E eu queria ajudá-la, mas acho que já era tarde demais.

— Bem, isso sim é problemático. A publicidade está aumentando e, talvez você não devesse representar a Blackwell na competição “Heróis do Cotidiano” em São Francisco. — decreta Snow e acabo arregalando os olhos surpreso.

— Sério mesmo? — Seneca pergunta incrédulo.

— Sim. Não precisamos de imprensa negativa sobre esse evento. E nós precisamos envolver a Academia em medidas disciplinares possíveis para você.

A culpa começou a me corroer por dentro. Seneca agora estava fora de um dos eventos mais importantes da fotografia por minha causa.

— Eu entendo. — ele respira fundo, um pouco cabisbaixo — Há coisas envolvidas mais importantes do que eu. A vida de uma jovem... Mas que tal investigar outros funcionários? Peeta disse que sabia algo sobre o Sr. Abernathy. — ele solta a bomba fazendo meu coração dar um salto de tanto nervosismo.

É. Talvez eu não devesse sentir culpa em relação a ele.

— Tudo o que foi dito aqui será investigado Sr. Crane, então não se preocupe. — Snow abre uma de suas gavetas e retira uma folha, depositando a mesma em minha frente — Certo Sr. Mellark, assine aqui, por favor, para confirmar o que nos disse. Eu continuarei com a investigação a partir daqui. — ele entrega-me uma caneta. Pego-a sem protestos e assino a declaração — Bem, acho que sabemos menos agora do que quando começamos. Mas ajudaremos a polícia com futuras investigações. — ele se põe de pé — Eu sei que hoje foi um dia estressante e eu queria ter o poder de mudar tudo para melhor, mas não tenho, então... obrigada por virem.

Gale é o primeiro a sair da sala, e nós simplesmente seguimos os seus passos.

[...]

— Não conseguia nem acreditar no que estava acontecendo. — comento baixinho enquanto ando ao lado de Katniss — Eu literalmente estava em câmera lenta enquanto me encaminhava até ela.

— Você a salvou, Peeta. Como um verdadeiro herói. — ela sorri enquanto entrelaça seu braço com o meu.

— Não me sinto um herói. Olhe para mim, eu estou uma droga. — suspiro ao apoiar minha cabeça na sua, que estava repousada em meu ombro.

Nós andávamos tranquilamente pelo Parque de Diversões. Prim caminhava a nossa frente na companhia de sua amiga, Rue. As duas eram somente alegria enquanto admiravam os diversos brinquedos ao nosso redor. Eu ainda não estava me sentindo cem por cento, principalmente depois de todos os acontecimentos. Eu estava bastante nervoso e abalado quando saí da sala de Snow, por isso, após tomar um bom banho eu somente deitei-me em minha cama para relaxar, foi então que comecei a refletir sobre tudo o que estava acontecendo ao meu redor. Principalmente sobre a tentativa de homicídio de Madge e sobre o desaparecimento de Johanna. E se elas estivessem ligadas de algum jeito? Era fato que Madge havia sido drogada pelo Gale, assim como Katniss, mas, e se o mesmo tivesse acontecido com a Johanna? Era somente uma hipótese, mas que naquela altura do campeonato poderia ser bem válida. Sem contar no suposto envolvimento dela com o professor Seneca. Aquilo era bem estranho e levantava muitas teorias, sendo a principal delas que, ele poderia sim estar relacionado ao desaparecimento de Johanna. Assim como estava relacionado ao ocorrido com Madge, que ao que tudo indica, ela havia pedido ajuda a ele, mas o mesmo simplesmente não a ajudou. Eram tantas as perguntas que se formulavam em minha mente que eu já estava começando a enlouquecer, e por mais que eu buscasse, eu não encontrava respostas para elas. Eu estava completamente apavorado, sentindo como se estivesse preso em um quarto escuro, sem conseguir encontrar uma saída, e onde os únicos sons que podiam ser ouvidos eram os de meus pensamentos gritando desesperadamente por respostas. Por isso aceitei de bom grado o convite de Katniss para levar Prim ao Parque. Eu só precisava espairecer um pouco e ver se conseguia por minha mente em ordem. E naquele exato momento estávamos ali, andando por entre as diversas pessoas enquanto conversávamos sobre o ocorrido com Madge.

— Eu não acho que você esteja uma droga. E com certeza você ganhou as suas asas hoje. — ela diz baixinho enquanto mantém sua atenção nas meninas, para não perdê-las de vista.

— Eu ainda estou preocupado com a Mad. Ela realmente tentou se matar, por causa de um vídeo...

— Viral. — Katniss completa — Essa é a palavra certa. Como uma doença. — ela afasta a cabeça de meu ombro e nos faz parar, para poder me olhar nos olhos — Eu sei que foi assustador o que aconteceu Peeta, mas a Madge está bem agora, e rodeada de pessoas que estão cuidando dela.

— Eu sei, mas...

— Nada de “mas”, ok? Tenta relaxar um pouco... você merece, nós merecemos. — ela sorri de forma doce e eu a abraço, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço.

Eu sentia que ali era o meu refujo, o meu porto seguro. Estar em seus braços era como estar de volta a uma casa que há muito tempo eu não visitava. Ali era o meu ponto de paz. Ela intensificou o aperto de seus braços ao redor de meus ombros, e isso bastou para que meu corpo relaxasse.

— Ei vocês dois! — a voz de Prim se fez presente ao nosso lado e nos separamos para poder encará-la — E então, vamos ou não vamos nos divertir?

Katniss e eu nos entreolhamos antes de soltarmos uma leve gargalhada.

— É claro que vamos! — respondo, arrancando um belo sorriso das duas menores.

— É isso aí. Montanha Russa... aí vamos nós. — declara Katniss, fazendo as duas a nossa frente pularem de animação.

— Montanha Russa, sério? — faço uma careta — Não poderia ser... Sei lá... Carrinhos de bate-bate?

— Está com medo, Mellark? — pergunta divertida.

— O quê? Eu? Com medo? É claro que não! — me apresso em dizer — Só acho um pouco... agitado demais. — ela gargalha.

— Agitado, sei. Deixa de ser medroso e vem logo conquistador. — ela sai me arrastando pela mão juntamente com as meninas.

E nós fomos, mesmo com os meus protestos. E não foi somente uma vez, mas sim duas. Eu gritei como nunca havia gritado em toda a minha vida, e sentia como se meu coração fosse sair pela minha boca a qualquer momento, mas valeu a pena só por ver o tamanho do sorriso no rosto das três. Prim estava feliz, brincando como uma criança normal, e era bom ver que mesmo com seus fantasmas, ela permanecia com a sua inocência de criança. Já Rue não desgrudava dela nem por um segundo, e eu tinha que admitir, ela havia me conquistado com sua doçura. Sua pele negra e olhos caramelados tão bem desenhados só a deixava ainda mais adorável. Foi impossível não me apegar a ela.

Após sairmos da turbulenta, porém eufórica Montanha Russa, fomos para o Barco Viking, e logo em seguida par o Twistter. Minha barriga doía conforme as gargalhadas se intensificavam, e naquele momento eu resolvi empurrar para um canto escuro de minha mente todos os medos e perguntas que me afligiam. Resolvi esquecer, nem que fosse somente por algumas horas, todas as loucuras de viagens no tempo. E somente comecei a desfrutar daquele momento tão único e precioso ao lado de pessoas tão importantes para mim.

Depois de muita diversão resolvemos parar em uma barraquinha de lanches. Eu não fazia a menor ideia de que minha fome era tanta até dar a primeira mordida no hambúrguer.

— Meu Deus! Isso aqui está muito bom! — exclama Katniss enquanto se delicia com o seu cachorro-quente — É possível ter um orgasmo alimentício?

— Katniss! — a repreendo com os olhos arregalados.

— O que é um orgasmo? — Rue pergunta com o cenho franzido.

— Bem... É... É uma coisa que... Ahn... — as palavras se embaralham em minha mente e então Katniss começa a rir de meu nervosismo — Será que dá para você me ajudar aqui ao invés de ficar rindo da minha cara? — pergunto, lançando-lhe um olhar desesperado.

— Bem... — ela respira fundo para tentar conter o riso — Orgasmo é uma coisa da qual vocês só saberão o significado quando forem grandes. — responde antes de tomar alguns goles de seu refrigerante.

— Grandes o quanto? — dessa vez quem pergunta é Prim.

— Depois dos trinta! — prontamente respondo.

— Credo, Peeta. — Katniss faz uma careta e solta uma risadinha — Olha meninas, vocês são muito novas para esse assunto, ok? Quando chegarem aos quinze conversamos.

— Quinze? — indago, encarando-a incrédulo.

— Sim, Mellark, quinze. Agora deixa de paranoia. — ela me dá um tapinha no braço e volta a dar atenção ao seu cachorro-quente.

Resmungo algumas palavras incoerentes enquanto coloco algumas batatas em minha boca.

— Niss, podemos comprar algodão doce? — pergunta Prim, após terminar o seu lanche.

— Claro, mas não demorem, está bem? O Parque está muito cheio hoje, então não sumam de vista. — as duas assentem antes de saírem sorridentes.

— Você é maluca, sabia? — comento com um sorriso de lado enquanto balanço a cabeça negativamente.

— Eu sei. E esse é o meu charme. — ela me lança uma piscadela e acabo rindo.

Aos poucos meu riso vai cessando e eu somente fico a encarando. Um sorriso incrivelmente encantador desenhava seus belos lábios, enquanto seus olhos continham um brilho que há muito tempo não via. Ela parecia feliz, enquanto eu me encontrava hipnotizado, admirando sua beleza. Minha respiração começou a falhar enquanto as batidas de meu coração encontravam-se descompassadas. Eu estava parecendo um bobo, mas um bobo perdidamente apaixonado.

— O que foi? Por que está me olhando assim? — pergunta, tirando-me do transe. Pisco algumas vezes meio atordoado.

— Eu... Ahn... — pigarreio antes de beber um gole do meu refrigerante, enquanto tento organizar as palavras em minha mente — Eu só estava observando o quanto você está diferente. Parece mais... feliz.

— Eu realmente estou. — seu sorrio duplica de tamanho e isso me faz arfar — Eu não sei explicar direito o que estou sentindo nesse momento, mas ver a Prim tão bem, se divertindo e brincando... É a melhor coisa que poderia existir. — ela aproxima-se de mim e segura em minha mão — Obrigada por estar aqui.

— Sempre. — sorrio, depositando um beijo em sua testa.

— Voltamos! — anuncia Rue.

— E onde está o algodão doce? — pergunto ao notar que as mãos das duas estavam vazias.

— Ué. Nós comemos. — responde Prim, como se fosse a coisa mais obvia do mundo e acabamos rindo.

— Certo seus gulosas. — Katniss se põe de pé — Agora vamos à roda gigante para encerrar com chave de ouro essa tarde tão divertida.

— Mas já? — Prim faz um biquinho fofo.

— Sim, snowflake. Já está ficando tarde. Outro dia marcamos uma saída tão divertida quanto essa, está bem? — ela assente — Ótimo. Agora vamos que o sol já vai se por, e a vista do entardecer através da roda gigante é espetacular. — digo animado, e então saímos os quatro de mãos dadas em direção à roda gigante.

Cada cabine suportava somente duas pessoas, e embora Katniss e eu tenhamos protestado por meios de segurança, Prim e Rue insistiram em irem juntas.

— Você acha que elas vão ficar bem? — pergunta a morena ao meu lado quando a roda gigante começa a girar.

— Vão sim, não se preocupa. O brinquedo é bem seguro. — sorrio para tranquiliza-la.

— Assim espero. — ela morde o lábio inferior, nervosa, então passo meu braço por seus ombros e a trago para mais perto de mim — Sabe, a Johanna adorava rodas gigantes. Eu queria muito que ela estivesse aqui agora, se divertindo com a gente. — murmura ao apoiar a cabeça em meu ombro.

Fico alguns segundos em silencio enquanto pondero se devo ou não lhe contar minhas teorias, e por fim decido que sim.

— Já que você falou nela. Eu tenho uma coisa para te contar. — ela se afasta um pouco e seus olhos se voltam para os meus.

— O quê? — pergunta curiosa.

— É só uma hipótese, mas... eu acho que a Madge está ligada à Johanna de alguma forma. Assim como também o Gale e o Sr. Crane. — solto e seus olhos se arregalam.

— O quê? Como assim? — pergunta completamente confusa.

— Eu só... estive pensando e me ocorreu algumas teorias. Madge foi drogada pelo Gale, e acabei ouvindo uma conversa dela com o Sr. Crane hoje mais cedo. Pelo que eu entendi, ela o estava pedindo ajuda, contudo, ele não fez absolutamente nada. E quanto a Johanna... Bem... Passou-me pela cabeça que talvez ela também possa ter sido drogada pelo Gale, sem contar que... Não se você sabe, mas... — acabo desviando meus olhos dos seus — Dizem que ela meio que... estava saindo com o Seneca. — as últimas palavras saem baixas de minha boca.

— É. Eu sei sim. Johanna era meio louca às vezes. — ela ri sem humor e eu volto a encara-la, porém seus olhos estão fixos no horizonte a nossa frente, que está se tornando cada vez maior conforme vamos chegando ao topo da roda gigante — Mas, sua teoria até que faz sentindo. Gale é um maníaco e Seneca é bonzinho demais para ser real.

— Então, o que faremos?

— Vamos investigar. Mas por hora, vamos esquecer esse assunto e somente aproveitar esse por do sol magnífico a nossa frente. — ela sorri de lado.

— Como quiser, Srta. Everdeen. — sorrio, voltando a abraça-la pelos ombros, e no mesmo instante a roda gigante para, indicando que já havíamos chegado a seu topo.

O cenário a nossa frente era algo realmente magnífico de se ver. O sol começava a deslizar sobre o horizonte em sua mais alta plenitude, as cores se mesclavam sobre nossas cabeças, tornando o cenário uma pintura real, ao vivo e a cores. Era como absorver uma bela poesia, só que ao invés de utilizar as palavras, era utilizado à imagem esplandeceste do entardecer. Ao longe era possível observar o farol, já apostos para iluminar a noite escura dos viajantes e marinheiros. Katniss acomodou-se mais ainda em meus braços, parecendo tão relaxada quanto eu. Uma brisa reconfortante soprou contra nossos corpos, fazendo-me fechar os olhos para apreciar aquele momento tão único e repleto de paz. Era como se eu estivesse flutuando.

— Mas que porra é essa? — a voz confusa de Katniss soa segundos depois, fazendo com que eu abra os meus olhos rapidamente, só para em seguida arregala-los.

O que antes era um lindo entardecer, agora estava repleto de nuvens escuras. O clima havia mudado drasticamente. A brisa reconfortante havia sido substituída por um vento extremamente gelado, e os meus olhos se arregalaram mais ainda quando parei para analisar o sol.

— Céus! — exclamo assustado — Não tinha nenhum eclipse programado para hoje... Eu saberia se tivesse... Com certeza saberia. — falo com os olhos vidrados no sol, que aos poucos estava sendo coberto pelo eclipse.

As coisas estavam ficando cada vez mais insanas!

— Bom... Apesar de ser bizarro, não deixa de ser bonito. — comenta divertida enquanto se encolhe por conta do frio. Abraço-a mais forte enquanto a roda gigante volta a girar.

— Estou assustado demais para apreciar essa... bizarrice. — ela gargalha alto com o meu comentário, e por fim acabo a acompanhando.

[...]

— Tem certeza de que não quer jantar com a gente? — pergunta parada a minha frente – O senhor sargento pode até protestar, mas a mamãe adoraria sua presença.

— É melhor não, Katniss. Deixa para a próxima. — respondo com um sorriso de lado e ela suspira.

Após o eclipse bizarro que deixou todos de Arcadia assustados, nós fomos embora do Parque, e naquele exato momento estávamos parados em frente à Blackwell. As meninas dormiam tranquilamente no banco traseiro do carro, cansadas demais depois do dia agitado, enquanto Katniss estava tentando me convencer a jantar em sua casa.

— Tudo bem, mas eu vou cobrar, hein?

— Sim, senhora. — faço uma reverencia e a mesma acaba rindo antes de me abraçar apertado.

— Obrigada por passar essa tarde com a gente. Foi inesquecível. — murmura ao pé de meu ouvido, causando-me uma onde de arrepios.

— Eu que agradeço. Não estava me sentindo nada bem e... essa tarde foi como um remédio para a minha alma. — ela se afasta para poder me olhar nos olhos.

— Sempre que precisar, Sr. Mellark. — sorri divertida — Mas agora tenho que ir. Eu te ligo mais tarde, está bem? — assinto.

Ela segura meu rosto por entre suas mãos e deposita um beijo demorado no canto de meus lábios. E aquele pequeno gesto fez com quê algo se revirasse em meu interior, como uma chama que estava queimando meu peito de dentro para fora enquanto o ar estava entrando com dificuldades em meus pulmões.

— Tchau, Peeta. — ela sussurra com um pequeno sorriso antes de se afastar e entrar rapidamente em seu carro, sumindo rua acima. E eu fiquei ali parado, igual a um bobo, sentindo o coração acelerado e um pequeno formigamento no local onde ela havia beijado.

— Você ainda vai me enlouquecer, Everdeen. — murmuro com um sorriso de orelha a orelho — E eu adoro isso.


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Notas finais do capítulo

Que bizarrice, não? É, as coisas estão ficando bem estranhas em Arcadia... Bom, então o que acharam? Espero que tenham gostado. Beijão e obrigada por estarem sempre acompanhando e comentando o que estão achando, isso é muito importante. Beijão e até o próximo ♥



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