Efeito Borboleta escrita por deboradb


Capítulo 7
Consequências.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, volteiiiii =)
Desculpem-me a demora, mas com todo esse lance de Enem, acabei demorando para escrever e revisar o capítulo. Mas agora estou aqui e espero recompensar a demora.

Obrigada a todos pelos comentários que deixaram e sejam muito bem-vindos os novos leitores ; )
E esse capítulo é em especial a querida Jaque (Katyyxliss) pela linda recomendação. Chorei litros quando li, e não estou brincando. Obrigada Mona, te love ♥

Agora chega de enrolação e vamos ao capítulo, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/743262/chapter/7

— Você tem certeza de que está bem? — pergunta Katniss mais uma vez, preocupada, enquanto analisa-me atentamente.

Já fazia alguns minutos que o sangramento em meu nariz havia parado, porém uma dor de cabeça um pouco incomoda persistia.

— Tenho sim, Katniss. — sorrio para tranquiliza-la — Não foi nada demais, eu realmente estou bem. — ela suspira parecendo aliviada.

— Ótimo, porque tem um lugar que eu quero te mostrar. — ela sorri abertamente enquanto se levanta e estende a mão para mim — Vem, vamos a um dos meus esconderijos secretos.

— Certo, “garota maravilha”... Mostre-me o caminho para a sua caverna misteriosa. — rio, pegando em sua mão após depositar o dinheiro sobre a mesa.

[...]

— Seja bem-vindo a American Rust, minha casa longe do inferno. — anuncia, abrindo os braços a minha frente.

Estávamos em uma espécie de ferro velho, próximo à linha do trem. O local ficava situado nos planaltos de Arcadia, e possuía uma vista privilegiada do horizonte. Era um local realmente bonito, apesar dos carros e inúmeros objetos jogados ali já sem utilidades.

— Bruto e destruído. É, combina com você... — comento divertido e ela solta uma gargalhada.

— Obrigada pela parte que me toca. — ela entrelaça seu braço com o meu — Agora vem, vamos nos divertir.

Seguimos para uma área mais aberta em meio ao ferro velho e Katniss se afasta, erguendo a blusa para retirar o revólver do cós da calça. Encaro-a incrédulo.

— Você está brincando? Depois de ontem, já chega de armas, Katniss. — ralho, cruzando os braços — Fico assustado por você ter uma.

— Não confia em mim? — questiona estreitando os olhos em minha direção.

— Claro que eu confio, mas não nessa arma. — ela revira os olhos e me estende sua garrafa de cerveja.

— Quer um pouco, para relaxar? — faço uma careta enquanto nego e ela solta uma risadinha — Você é tão fofo. Não mudou nem um pouco. Mas agora... você pode encontrar cinco garrafas enquanto preparo a estante de tiro?

— Cerveja e armas? Bela combinação. — rio ironicamente.

— Você pode lidar com isso. Agora, encontre cinco garrafas, por favorzinho? — implora fazendo uma carinha pidona.

— Tudo bem. — solto um suspiro derrotado — Você sempre me desarma quando faz essa carinha fofa.

Rimos e me afasto a procura das cinco garrafas. Eu ainda estava relutante quanto aquilo, mas não queria discutir. Encontro à primeira garrafa dentro de um pneu velho, e mais duas próximas aos destroços de um carro. Fico imaginando se a Katniss não pensa no pai quando olha para todos esses carros destruídos. Afinal, se não fosse por aquele maldito acidente, Thomas estaria vivo e as coisas teriam sido completamente diferentes.

Um barulho a minha esquerda acaba me assustando, e quando ergo meus olhos, acabo avistando um cervo.

Ótimo, essa é uma oportunidade fotográfica perfeita!

Sigo seus passos cautelosamente, até ele parar próximo a alguns arbustos. Retiro a câmera da mochila e a posiciono em frente ao meu rosto. A foto é tirada em questão de segundos, e o flash acaba o espantando, fazendo com que o mesmo suma por entre os arbustos. Balanço a fotografia no ar algumas vezes antes de voltar meus olhos para ela, analisando-a atentamente, e os meus olhos acabam se arregalando com o que vejo. Não havia servo algum na fotografia, somente as árvores, os arbustos e as colinas mais ao fundo. Ele havia simplesmente desaparecido da imagem, ou melhor, era como se eu nunca houvesse tirado uma foto dele.

Como isso é possível?

Suspiro pesadamente. Eu já devia ter me acostumado com as loucuras que vinham acontecendo. Respiro fundo enquanto sinto o vento bater contra meu rosto. Os galhos das árvores começam a balançar, espantando os pássaros. Era tão quieto e primitivo ali. Eu sentia como se a floresta estivesse sussurrando algo para mim. Como se Arcadia Bay estivesse tentando me dizer algo. Eu só tinha que decifrar a mensagem. Desperto de meus devaneios e saio à procura das duas últimas garrafas. Acabo encontrando uma espécie de cabana em meio aos entulhos de ferros e madeiras. Adentro a mesma e avisto vários pôsteres de bandas diferentes espelhadas pelas paredes improvisadas, e outras tantas coisas mais espalhadas pelo chão. Estava mais do que na cara que aquele era um lugar de Katniss e Johanna. Fico analisando as coisas por alguns minutos, perdido em meus pensamentos, e então resolvo vasculhar algumas caixas que estavam esquecidas em um canto, finalmente encontrando as últimas duas garrafas.

Volto para o local onde Katniss se encontrava e avisto-a bastante concentrada enquanto empilha alguns pedaços de madeira sobre dois barris. Sorrio. Sinto como se fossemos crianças outra vez, escondendo-nos e planejando nosso futuro. Apesar de todas as besteiras e do caos, eu estava feliz por tê-la novamente em minha vida. Era como se tivéssemos voltado no tempo.

— Aqui estão as garrafas. — aviso, atraindo sua atenção.

— Obrigada, Peeta. — ela sorri enquanto pega as garrafas e as empilha lado a lado sobre a madeira.

— Você vai mesmo fazer isso? — pergunto preocupado.

— Vou. Preciso melhorar minha mira. — ela se posiciona com a arma em mãos, mirando nas garrafas. Suspiro e me ponho ao seu lado.

O primeiro tiro é dado, mas ela acaba errando e isso a faz praguejar baixinho. Ela respira fundo e atira mais uma vez, acertando em cheio a garrafa. Sua alegria é tanta que ela dá alguns pulinhos enquanto grita. Seus próximos tiros também são certeiros, mas quando chega à vez da última garrafa algo inesperado acontece. Um esquilo acaba aparecendo em frente à garrafa, e para não mata-lo, Katniss muda a trajetória do tiro no último segundo. E aquele foi seu grande erro. A bala acabou ricocheteando no para-choque de um fusca que estava logo a nossa frente, e acabou acertando em cheio o estômago de Katniss. Seu grito de dor atingiu os meus ouvidos, fazendo-me sentir como se alguém estivesse dilacerando meu corpo. Ela caiu no chão com as mãos sobre o estômago e eu me agachei ao seu lado, desesperado.

— Katniss! Katniss fala comigo, por favor! — imploro. Seus olhos me encaram marejados, refletindo toda a sua dor e agonia, e então eles se fecham, mostrando-me que já é tarde demais — Eu vou te trazer de volta. Eu prometo. — murmuro com a voz embargada.

Beijo sua testa carinhosamente antes de erguer minha mão. Tento me concentrar ao máximo e isso faz com que a dor em minha cabeça se intensifique, tornando-se quase insuportável. Fecho os olhos com força, sentindo-me enjoado quando o ambiente ao meu redor começa a ficar distorcido. A corrente elétrica trespassa por todo o meu corpo e então abro os olhos, vendo Katniss preparando-se para dar seu último tiro.

— NÃO! — grito em desespero, assustando-a.

— Mas que porra é essa, Mellark?! Quer me deixar surda?! — pragueja irritada.

— Não atira Katniss. Por favor. — imploro, sentindo um nó se formar em minha garganta.

— O quê? Por quê? — me encara confusa, mas então seus olhos se arregalam e ela se aproxima — Você... Aconteceu algo, não foi?

— Sim... Houve um problema e... E então o tiro... O tiro... — as palavras se perdem em minha boca quando sinto minha cabeça latejar. Minhas pernas ficam bambas e acabo cambaleando.

— Peeta? Está tudo bem? — pergunta preocupada, colocando a mão sobre o meu ombro.

— Eu não... Eu não sei. — murmuro me sentindo um pouco tonto.

— Peeta, o seu nariz... Droga! Ele está sangrando novamente. — suas palavras chegam abafadas em meus ouvidos. A tontura aumenta, fazendo minhas pernas fraquejarem.

— Eu... não me sinto... bem... — todo o meu corpo amolece e então sou levado pela escuridão.

[...]

Desperto com uma mão fazendo carinho em meus cabelos, de um modo suave, protetor. É tão bom que permaneço de olhos fechados, apenas apreciando aquele momento de conforto. Sinto uma brisa fresca soprar contra meu corpo, e então uma voz suave e delicada começa a soar, deixando o ambiente bem mais aconchegante.

Can't say how the days will unfold  (Não posso dizer como os dias serão)
Can't change what the future may hold
  (Não posso mudar o que o futuro nos reserva)
But I want you in it 
(Mas eu quero você nele)
Every hour, every minute 
(Cada hora, cada minuto)

Aquela voz me era familiar, eu podia sentir. Só não conseguia me lembrar de onde, mas ela me passava calma e deixava meu coração aquecido.

This world can race by far too fast  (Este mundo pode correr muito rápido)
Hard to see while its all flying past 
(É difícil de ver quando tudo está voando)
But its clear now, when you're standing here now 
(Mas está claro agora, quando você está aqui)
I am meant to be wherever you are next to me 
(Estou destinado a ficar perto de você)

Katniss. Sim, a voz era dela. Fazia muitos anos que não a ouvia cantar, mas sua voz havia ficado gravada tanto em minha mente, como em meu coração.

All I want to do is  (Tudo que eu quero fazer é)
Come running home to you 
(Voltar correndo para casa, para você)
Come running home to you 
(Voltar correndo para casa, para você)
And all my life I promise to 
(Por toda a minha vida eu prometo)
Keep running home to you 
(Continuar correndo para casa, para você)
Keep running home to you 
(Continuar correndo para casa, para você)

Permaneço de olhos fechados, apreciando a suavidade com que as notas saem de sua boca. Eu queria poder congelar aquele momento bem ali, e viver nele por toda a eternidade.

And I could see it right from the start  (Eu podia ver isso desde o início)
Right from the start 
(Desde o início)
That you would be, be my light in the dark 
(Que você seria minha luz na escuridão)
Light in the dark 
(Luz na escuridão)
You gave me no other choice 
(Você não me deu outra escolha)
But to love you 
(A não ser amar você)

All I want to do is  (Tudo que eu quero fazer é)
Come running home to you 
(Voltar correndo para casa, para você)
Come running home to you 
(Voltar correndo para casa, para você)
And all my life I promise to 
(Por toda a minha vida eu prometo)
Keep running home to you 
(Continuar correndo para casa, para você)
Keep running home, home to you 
(Continuar correndo para casa, para você)

Ela para de cantar e sou trazido de volta à realidade. Finalmente abro os olhos, piscando algumas vezes antes de me acostumar com a claridade. Ergo minha cabeça - que estava apoiada em seu colo - e com um pouquinho de esforço consigo me sentar.

— Ei, você me assustou. — seus olhos me encaram cheios de preocupação — Está se sentindo melhor? — pergunta enquanto acaricia minhas costas.

— Um pouco. Obrigada pela ajuda, só... dê-me um minuto. — peço, passando as mãos pelos cabelos. Ainda sinto um pouco de dor de cabeça, mas nada que chegue a incomodar.

— Você realmente me assustou. — sua voz sai baixa e um pouco apavorada — Eu entrei em pânico quando você desmaiou em meus braços.

— Desculpa. Eu não queria te assustar. É só que... esse poder está mexendo muito com a minha cabeça. — suspiro.

— Isso tudo é culpa minha. Se eu não tives...

— Ei, ei. Pode ir parando. — interrompo-a, segurando seu rosto por entre minhas mãos, olhando bem dentro de seus belos olhos — Nada disso é culpa sua, ok? Além do mais, eu estou bem agora. Só preciso descansar um pouco e não forçar muito a minha mente. — sorrio, retirando uma mecha de cabelo da frente de seu rosto.

— Tudo bem. Mas se você sentir qualquer coisa me avisa, está bem? — assinto — Você quer tentar levantar?

— Quero. — ela se põe de pé e estende as mãos para me ajudar. Seguimos em passos lentos até alguns pneus velhos e nos sentamos.

— Você realmente não está sentindo nada? — questiona com apreensão enquanto acaricia minha nuca.

— Só uma dorzinha de cabeça, mas já está quase passando. — ficamos em silencio por alguns segundos, mas então resolvo quebra-lo — Eu gostei muito da música que você cantou. Não fazia ideia que sentia tanta falta da sua voz até aquele momento.

— Você... ouviu? — pergunta hesitante.

— Ouvi, sim. E amei! — suas bochechas atingem uma coloração mais rosada e ela desvia o olhar — Uau! Katniss Everdeen envergonhada? Essa é nova. — gargalho.

— O quê?! — ela se volta para mim, indignada — Eu não estou envergonhada coisa nenhuma. Não sei de onde você tirou isso, Mellark.

— Ok. Vou fingir que acredito.

— Idiota. — resmunga, empurrando meu ombro com o seu e acabamos rindo.

— Olha só o que temos aqui. Se não é a Bonnie e o Clyde. — um cara alto e tatuado aparece em nossa frente cheio de sarcasmo.

— Cai fora daqui, Marvel. — Katniss se põe de pé rapidamente e eu acompanho seu gesto.

Então esse é tal de Marvel?

— Ah, foi mal, Katniss. Não queria atrapalhar o “momento” de vocês. — sorri ironicamente — Mas é que eu ouvi alguns tiros, então resolvi verificar. É fofo saber que você está brincando com armas. Assim como eu na sua idade.

— Não somos nada parecidos. — Katniss rebate secamente. Aproximo-me dela e cuidadosamente retiro a arma de suas costas, sem que o tal de Marvel veja.

— É claro que somos. Nós dois precisamos de dinheiro. Na verdade, você precisa tanto que me deve uma bolada. Não é mesmo?

— Eu vou te pagar.

— Todos dizem isso, mesmo quando estão sem dinheiro e dando uma de fodões. — ele revira os olhos e a maldita arma acaba fazendo barulho em minhas mãos, atraindo seus olhos azuis para mim — O que você está escondendo aí, garoto? Deixe-me ver! — ordena estendendo-me a mão e eu dou um passo para trás, aflito.

— Onde você conseguiu essa pulseira? — questiona Katniss com os olhos presos em seu pulso, analisando atentamente o objeto preso ali.

— De uma amiga. — ele recolhe o braço — E não é da droga do seu interesse! Você é do meu interesse agora e...

— Essa é a pulseira da Johanna! — ela o interrompe perplexa e eu acabo arregalando meu olhos — Por que você está usando a porra da pulseira dela?!

— Acalme-se, beleza? Foi um presente.

— Não, não foi. Você roubou essa porra! Dê ela para mim agora! — exige entre dentes.

— Katniss, fica calma. — peço, pondo a mão sobre o seu ombro.

— Não. Eu não vou me acalmar enquanto esse otário não me der essa pulseira! — ela avança na direção dele, porém o mesmo retira um punhal do bolso e isso a faz recuar.

— É melhor chegar para trás antes que se arrependa, garota! Estou falando sério! Quer levar uma facada, pirralha? — ele aponta o punhal para o rosto de Katniss e eu a puxo para trás.

Seguro firme a arma com as duas mãos e a ergo no ar, direcionando sua mira para o peito de Marvel.

— Chegue para trás. — peço, tentando parecer firme.

— Você está brincando? Abaixe isso, garoto. — pede um pouco assustado, erguendo as mãos em sinal de rendição.

Meu corpo treme levemente, alertando-me de que ainda não estou cem por cento, e nesse meu momento de distração ele se aproxima e retira a arma de minhas mãos.

— Ah, caralho! Vocês estão mais para Abbott e Costello. — ele ri debochadamente.

— Você está bem? — pergunta-me Katniss em um sussurro, segurando em meu braço.

— Estou. — murmuro, respirando fundo.

— Bela arma. Considerarei isso como juros pela sua dívida. Obrigado. — ele se aproxima, parando a centímetros de nós, com os olhos vidrados em Katniss — Você tem até sexta-feira para me pagar, ou eu procurarei você com esses... — ele indica a arma —... Juros. Divirtam-se, crianças. ­— ele nos lança um sorriso de escárnio antes de dar as costas e ir embora.

Katniss bufa ao meu lado, parecendo bastante irritada.

— Desculpa, Katniss. Eu só piorei as coisas, não foi?

— Não. Claro que não. — ela suspira e segura em minha mão — Eu vou dar um jeito de pagar ele e pegar a arma de volta. Agora, é melhor irmos... Meu esconderijo secreto não parece tão secreto hoje. — ela sorri de lado e seguimos pelos trilhos do trem.

— Você realmente não está brava comigo, está? — indago enquanto tento me equilibrar na linha férrea.

— Claro que não. Mas eu gostava de ter aquela arma.

— Agora você tem a mim para protegê-la. — sorrio, entrelaçando nossos dedos.

— E eu estou muito feliz por isso. — sorri abertamente — Vamos dar um tempo aqui. — ela para de andar e nos deitamos nos trilhos.

Ficamos em silencio observando o céu, vendo as nuvens serem levadas pelo vento. Algumas gaivotas sobrevoavam nossas cabeças e o sentimento de paz se apossou de meu interior.

— Parece um mundo diferente, né? — Katniss quebra o silencio — Queria que pudéssemos ficar aqui para sempre.

— Podemos criar outro forte pirata e ficar longe do mundo? — pergunto, lembrando-me da nossa infância e ela ri.

— Talvez. Precisamos mesmo de um novo ponto secreto... Pelo menos um onde o Marvel não nos encontre. — permaneço em silencio e ela ergue a cabeça para me encarar — Você está bem, Peeta?

— Acho que sim... Não sei. Ainda estou assustando com tudo o que aconteceu. São muitas coisas para processar. — admito.

— Eu entendo. Mas agora eu quero saber como o Marvel conseguiu a pulseira da Johanna... — comenta pensativa — O que você acha?

— Acho que temos que tomar cuidado e ficar de olho nesse cara. Temos que ser cautelosos.

— É tão estranho falar sobre essa merda bizarra com você. Não saiamos tanto assim desde pequenos... e parece que o tempo não passou. — ela fica em silencio por alguns segundos — Queria que a Johanna estivesse aqui para você conhecê-la. — suspira.

— Você acha que eu e a Johanna nos daríamos bem?

— Vocês não são tão diferentes assim. Ela tinha... — Katniss pigarreia antes de se corrigir — Tem um ótimo olho para imagens e artes. Além do mais, ela é tão espertinha quanto você. — ela solta uma risadinha — Sem contar que, com esses belos olhos azuis que você tem, com toda certeza ela tentará te seduzir.

— Bom, se ela for tão legal quanto você, quem sabe. — lanço-lhe uma piscadela e ela gargalha alto.

— Meu Deus! Você realmente é um conquistador. — nossas gargalhadas se misturam, e depois de alguns segundos vão cessando lentamente — Trilhos de trem sempre fizeram eu me sentir tão bem... — ela inspira profundamente e solta o ar com leveza — Não faço ideia de o porquê.

— Kerouac sabia. Ele escreveu um romance da viagem e do movimento... O som do apito do trem durante a noite...

— Olhe nosso poeta beat aqui. — ela da um tapinha em minha perna.

— Preferiria ser um bom fotografo. — sorrio enquanto me ponho de pé e estendo minhas mãos para ajuda-la a levantar.

— Você é... Só tem que parar de ter medo. — seus olhos se prendem nos meus — Não está feliz por eu tê-lo trazido a um lugar isolado e quieto?

— Claro que estou. Foi muito legal passar um tempo em seu esconderijo. — rimos — Mas agora temos que voltar para a escola antes do segundo tempo.

— Você e o seu lado nerd. — ela revira os olhos, divertida — Mas já que você é o super-herói... serei a sua motorista fiel.

— Então vou aproveitar o máximo que posso, porque não sei se os meus poderes vão durar muito.

— Não tem problema, porque nós duraremos. Para sempre. — sorrimos.

Levo sua mão até meus lábios e deposito um beijo suave em seu dorso, vendo os seus olhos se revirarem com a minha ação. Passo o braço por seus ombros enquanto ela passa o seu por minha cintura, e seguimos caminho pelos trilhos, abraçados, apenas aproveitando o canto dos pássaros naquela bela e turbulenta manhã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? O capítulo de hoje foi cheio de emoções, não e mesmo? E o Marvel apareceu para tacar fogo na lenha hahaha Kat ta bem ferrada... Bom, espero de coração que tenham gostado, beijão e até a próxima!

Link da música caso vocês queiram ouvir e eu super recomento ;)

*Runnin' Home to You - The Flash
https://www.youtube.com/watch?v=h3m12mVXQe4