Efeito Borboleta escrita por deboradb


Capítulo 5
Mudança Climática.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, olha eu aqui novamente rsrsrs Espero não ter demorado : )
Obrigada a todos os comentários, eu amo muito vocês e me sinto realizada por saber que estão gostando tanto. Então aqui está mais um capítulo quentinho para vocês. Espero que gostem... Beijinho e boa leitura.



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Eu me pergunto, quando foi que me apaixonei? No primeiro olhar? No primeiro sorriso? No primeiro abraço? A verdade é que eu não sei. Só sei que me apaixonei. Essa era a realidade que eu tentava ocultar para mim mesmo. Um dos principais motivos pelos quais não entrei em contato com Katniss foi por conta daquele sentimento tão ardente e avassalador que sentia em relação a ela. Eu tive medo daquela paixão, medo do que aquele sentimento poderia causar. E em todos os anos que passei longe, eu realmente achei que havia conseguido superar, mas a realidade era outra. A paixão nunca havia acabado; somente permaneceu adormecida em meu peito durante todos aqueles anos, mas bastou tê-la novamente em minha vida para que aquele sentimento ardente queimasse em meu peito novamente, desta vez ainda mais forte. A realidade era essa, simples e direta. Quando se passa muito tempo ao lado de uma pessoa, é quase impossível não se apaixonar por seus defeitos e por suas qualidades. E no fim, a amizade se tornou paixão, e a paixão se tornou amor.

Ainda dançávamos sobre a cama, gargalhando dos passos estranhos um do outro. Ela estava leve, sorridente, parecia realmente feliz; bem diferente da pessoa ao qual eu havia encontrado quando cheguei à cidade. E vê-la feliz, me deixou feliz, assim como também me fez aceitar que meus sentimentos por ela iam muito além da amizade.

Katniss, você está aí em cima? — ouço uma voz masculina sobressaltar a melodia agitada da música.

— Ou, desliga, desliga! — pede nervosa. Salto da cama rapidamente e desligo o som.

Quantas vezes já disse para você parar de ouvir essa merda de punk?— a voz sai um pouco abafada por vir do andar de baixo.

— Cara, a música nem está ligada! — Katniss fala alto, quase gritando.

Estou subindo, precisamos conversar!

— Puta que pariu! — ela leva às mãos a cabeça — Você precisa se esconder. Agora! Meu padrasto vai me matar se encontrar você aqui! — ela passa por mim e se posiciona em frente à porta, segurando a fechadura.

— Katniss, o que está acontecendo? Abra essa porta, por favor. — pede, batendo na porta.

— Calma, estou trocando de roupa, entendeu? — Katniss se volta para mim — Peeta, encontre um lugar para se esconder. Agora! — sussurra. Pego minha mochila e escondo-me no armário.

— Não estou de brincadeira, Katniss. Abra esta porta! — Katniss finalmente o permite entrar — O que está acontecendo aqui?

— Caramba, só estou experimentando roupas. Você é tão paranoico. — através das venezianas na porta do armário vejo Katniss cruzar os braços.

— Sim, o combate faz isso com você. — Haymitch começa a andar pelo quarto, enquanto Katniss senta-se na cama — Uma das minhas armas sumiu. Você pegou?

— Caramba, eu não peguei a sua arma idiota. Você sabia que eu acredito em desarmamento?

— Espere um pouco, isso são cigarros? Você estava fumando?! — ele estende o maço que havia encontrado na escrivaninha. Como não vi aquilo?

— Ah, sim, armas, cigarro... Você está viajando! — rebate irritada ao se levantar.

— Estou cansando de você me desrespeitando! Fale a verdade, isso é uma ordem! De quem é isso?! — ele se aproxima de Katniss ameaçadoramente, assim como fez com Madge.

Mas que cara irritante!

— Foi mal... Esse cigarro é meu. — falo ao sair do esconderijo, recebendo o olhar dos dois sobre mim. O de Haymitch contém raiva, já o de Katniss surpresa.

— Ora, ora. Não gosto de estranhos em minha casa. Principalmente fumantes. — ele se aproxima de mim — Você está sempre metido em problemas... Peeta. E agora trás cigarros para minha casa? O que você quer? Fazer com que Katniss fique ainda mais impertinente? Garoto, você está muito ferrado. — ele me empurra pelos ombros e Katniss intervém.

— Saia de perto dele, cara! Pare de ameaçar os meus amigos! — ela se põe a minha frente, fazendo com que Haymitch dê alguns passos para trás.

— Você não tem amigos.

— Como se você soubesse. Você nem é um policial, e sim um segurança de merda! — ela o encara com fúria.

— Eu fui um soldado, Katniss. — ele desvia os olhos dos dela e se volta para mim — E, Peeta, se eu o vir aqui novamente... Você descobrirá o que é problema de verdade. — e então sai, batendo a porta. Katniss se vira para mim e sorri travessa.

— Não liga para ele. Haymitch sempre será um babaca, e por você ter sido tão sinistro, Peeta... Vou te mostrar o meu novo brinquedo. — ela retira algo que estava embaixo da cama e se volta novamente para mim, com as mãos atrás do corpo. Elevo as sobrancelhas, curioso — Meu nome é Everdeen... Katniss Everdeen! Bang! – ela aponta uma arma para mim.

— Caramba! Abaixa essa coisa! — empurro suas mãos, assustado, e ela ri.

— Relaxa cara. Nem está carregada... por enquanto.

— Eu achei que você acreditava em desamamento.

— Sim, eu acredito que tenho que desarmar os outros. Os homens que precisam ser revistados. Você confia no Gale ou no Haymitch? — ela volta a esconder a arma — Obrigada por assumir a culpa, Peeta.

— Não precisa agradecer. Mas e então, esses cigarros são mesmo seus?

— Não. — ela suspira — São da mamãe. Eu os escondo às vezes para Prim não ver que ela está fumando.

— E por que ela simplesmente não para?

— Ela já tentou, mas não deu muito certo. — fico em silencio, sem saber mais o que dizer — Enfim, vamos fugir pela janela... Tem um lugar legal onde podemos ir, é ótimo para conversar.

— Mas e a Prim? — pergunto preocupado.

— Haymitch pode ser um babaca, mas gosta bastante dela.

— Ok. Então vamos.

[...]

— Esse lugar não é demais? Ele me lembra de quando éramos crianças... — comenta, a vários passos de distancia — Vamos logo, seu lerdo!

— Espere um pouco! — falo alto, encantado com a beleza daquele lugar.

O canto de um pássaro me chama a atenção, e o encontro no galho de uma árvore próxima a mim. Retiro minha câmera da mochila e tiro uma foto dele. Mais uma para a coleção. O vento sopra, balançando a copa das árvores e fazendo o pássaro voar para longe.

Não venho aqui há muito tempo... Mas porque sinto que estive aqui agora há pouco?

Dou mais alguns passos pela trilha, enquanto observo atentamente o ambiente a minha volta, e então meus olhos se arregalam. Esse é exatamente o mesmo caminho que fiz durante o meu “sonho” de hoje. Meu coração dispara, e seu ritmo fica ainda mais acelerado quando avisto uma placa indicando o farol. Meus passos se tornam apresados enquanto sigo pela trilha de pedras. Sinto como se estivesse no meu sonho novamente.

Finalmente chego ao topo daquela montanha, e lá está o farol, intacto. Por que eu fui sonhar com aquilo? Avisto Katniss sentada em um banco enquanto observa o entardecer e vou até ela, sentando-me ao seu lado.

— Tem certeza de que não quer ficar sozinha? — pergunto ao notar seu olhar distante.

— Tenho. — afirma, com os olhos ainda vidrados no horizonte.

— É legal estar aqui fora depois de todo esse drama...

— Você ganhou um ponto para a equipe da Katniss. — comenta divertida.

— Não sou tão valente quanto você, Everdeen. E o Haymitch é de fato um “padrasto de merda”. — ela ri de meu comentário.

— Desculpe-me por ter te feito passar por isso de primeira. — seus olhos se voltam para mim cheios de culpa.

— Não tem problema. E além do mais, você mora com ele, não teria como evitar. — sorrio para lhe confortar — Ele sempre foi assim?

— Desde que minha mãe desesperada trouxe esse bundão para nossa casa! Eu nunca confiei no Haymitch. — fala irritada — Mas não posso negar, ele sempre foi um ótimo padrasto para Prim. Pelo menos para cuidar da minha irmã aquele traste serve.

— Ele enlouqueceu com a coitada da Madge Undersee hoje. — comento, acomodando-me melhor no banco.

— Eu a conheço e ela é bem tranquila. Só aquele idiota mexeria com ela.

— Ele tem um plano bem estranho.

— Ele tem vários arquivos secretos. O Rambo ainda acha que está coletando inteligência do inimigo. — diz sarcástica — Você deu uma olhada?

— Bem... sim. Não consegui evitar. — digo sem graça.

— Uma vez curioso; sempre curioso. — sorri divertida — O que você encontrou?

— Fotos bizarras da Madge e de outros alunos da Blackwell.

— Esse cara leva o trabalho muito a sério. Ele ainda acha que está na guerra ou algo assim. — ela revira os olhos — Ele tem um fetiche bizarro por vigilância. Acho que há câmeras espalhadas pela casa.

— E suas suspeitas estão certas, Katniss. Sua casa está sendo vigiada. — revelo.

— Do que você está falando?

— Há câmeras espalhada na casa inteira. Eu vi em uma televisão na garagem.

— Eu Sabia! — ela bate com a mão no banco, enraivecida — Ele é paranoico para caralho. Vou guardar isso como segredo por enquanto.

Ficamos alguns minutos em silêncio.

— Às vezes, a ignorância é uma bênção. — comento em um suspiro.

— Faz sentido eu ser tão triste. Tudo mundo nessa cidade sabe o segredo dos outros. — resmunga e eu me sinto mal por ela.

— E qual é o segredo do Gale? — resolvo perguntar.

 

— Ele é um bundão de elite que vende uma merda com laxante... e ele me dopou com alguma droga no quarto dele. — revela, me fazendo arregalar os olhos.

— O quê?!

— Eu o conheci em um bar sujo da qual não me barraram. Ele era rico demais para o lugar e estava muito louco. E não parava de mexer no dinheiro dele... — ela hesita em continuar e isso me deixa mais apreensivo.

— Apenas conte-me o que aconteceu, Katniss. — seguro em sua mão, encorajando-a.

— Fui uma idiota. Achei que ele estava tão bêbado que seria fácil chantageá-lo... Fomos ao quarto dele na Blackwell. Bebemos e rimos da besteira de riquinho dele. Ele estava um passo à frente e colocou algo na minha cerveja...

— Nossa, Katniss, não acredito nisso... Quero dizer, acredito. — me enrolo com as palavras — E aí?

— Eu sei que desmaiei. Acordei e aquele pervertido estava rindo, andando em minha direção com uma câmera...

— Continue. — peço, mas temo por sua resposta.

— Tudo parecia um borrão. Eu tentei chuta-lo nos países baixos e acabei quebrando um abajur. Ele pirou, então eu consegui correr para a porta e ir embora. — suspiro aliviado por saber que ela conseguiu se livrar dele — Peeta, foi uma loucura. — murmura parecendo angustiada e eu passo meu braço por seus ombros, trazendo-a para mais perto de mim.

— O que você fez depois?

— Eu fiquei em silencio por um tempo, já que não tinha como provar que ele havia me drogado, até descobrir que o mesmo estava traficando para os alunos da Blackwell e... Bem, o resto você já sabe.

— A discussão no banheiro e a arma.

— Esse foi o último erro do Gale... — sua voz sai raivosa. Afasto-me um pouco para poder olha-la nos olhos.

— Ele ainda é perigoso, Katniss. Não só para você. — alerto; meu tom exalando preocupação.

— Ainda bem que você não contou para ninguém. É melhor o Gale Hawthorne ficar atento agora.

— Katniss! Não estarei aqui para salvá-la sempre. — digo sério.

— Eu sei disso. — ela suspira — Mas você esteve hoje, Peeta. Você me salvou! Ainda estou meio atordoada com isso... Estar aqui com você depois de todos esses anos é como...

— Destino? — completo incerto.

Ela desvia o olhar enquanto repousa os cotovelos nos joelhos, parecendo refletir sobre algo. Apoio minha mão direita em seu ombro, acariciando-o, e permanecemos em silencio. Depois de um tempo ela respira fundo e se levanta, caminhando para mais perto da encosta, fazendo com que minha mão caia sobre o banco. Levanto-me e me posiciono ao seu lado, admirando o horizonte que é banhado pelo tom alaranjado do por do sol.

— Se isso for o destino, espero que possamos encontrar a Johanna. Eu sinto falta dela, Peeta. — murmura, atraído meu olhar — Essa merda de lugar levou todos que amo. Eu queria soltar uma bomba em Arcadia Bay e transformar essa cidade em cinzas! — suas palavras saem cheias de raiva e amargura.

De repente sinto uma pontada aguda em meu cérebro, fazendo com que minha visão fique turva. Dou alguns passos para trás e levo minhas mãos à cabeça. Ouço a voz de Katniss me chamar, preocupada, porém a dor se torna mais forte, fazendo-me fechar os olhos. Sua voz vai se tornando cada vez mais distante até ser substituída pelo som de um trovão. Abro os olhos, assustado, dando-me conta de que estava dentro do sonho novamente.

Ah, não. De novo não... Por que isso está acontecendo comigo?  Por que estou aqui novamente?

Avisto um servo a alguns metros de distancia, ele olha para mim atentamente, como se esperasse algo. Um raio cruza o céu e atinge uma árvore próxima a mim, fazendo-me pular de susto. O servo começa a seguir caminho em direção ao farol, e sem saber ao certo o porquê, eu o sigo. Ele para próximo ao banco onde eu estava sentado com Katniss e olha para o tornado, que estava a todo vapor indo em direção à cidade. Em passos rápidos aproximo-me dele, porém o mesmo some como se fosse um fantasma. Olho a minha volta a sua procura, mas a única coisa que encontro é um jornal preso a um arame farpado. Agacho-me para pegá-lo e analiso atentamente a data da matéria.

— 11 de outubro? É nesta sexta-feira! Só faltam quatro dias. — sinto todo o meu corpo tremer, e então o vento leva o jornal de minhas mãos ­— Ah, não... — o desespero me abate quando vejo o tornado começar a destruir a cidade.

Fecho os olhos com força enquanto sinto meu ritmo cardíaco acelerado. Sinto uma mão em meu ombro e quando abro os olhos me deparo com Katniss. Olho a minha volta à procura do tornado, mas não há nada. O céu está limpo e sendo iluminado pelos últimos raios solares. Caio sentado no chão, ofegante.

— Eu voltei. Minha nossa. Isso é real... É real. Ah, cara, mas que merda... — murmuro para mim mesmo. Katniss se agacha a minha frente e me encara preocupada.

— Peeta, o que houve? Você apagou completamente.

— Eu não apaguei... Tive outra visão... A cidade ia ser destruída por um tornado... — as palavras saem apavoradas de minha boca e Katniss segura em minhas mãos.

— Oregon recebe cerca de cinco tornados a cada 20 anos. Você deve ter sonhado ou algo assim.

— Não, não. Eu vi, eu podia sentir a eletricidade no ar. — seguro em seus ombros, desesperado.

— Ei, respira fundo, ok? — pede acariciando meu rosto e assim faço. Respiro profundamente, sentindo meus nervos se acalmarem. Katniss me ajuda a levantar e nos sentamos no banco novamente.

— Katniss, eu não estou maluco, ok? E preciso que você me escute, tenho algo para contar a você. Algo bem... insano.

— Ok, pode falar. — ela me encara atentamente, ainda parecendo preocupada.

— Tive essa visão hoje na aula. E quando acordei, descobri que podia... voltar no tempo.

— Uou! Calma aí. Acho que você está meio chapado, né? — seus olhos me encaram incrédulos. Balanço a cabeça negativamente.

— Katniss, me escuta. Como você acha que a salvei no banheiro?

— Voltando no tempo? Ah, claro. — ela ri ainda sem acreditar.

— Eu vi você sendo baleada, Katniss. Vi você... morrer. — minha voz falha e sinto um nó se formar em minha garganta — Eu consegui voltar no tempo e ativar o alarme de incêndio.

— Ok. Você é um nerd com muita imaginação, mas isso não é um anime e nem um jogo. — fala, se ajeitando no banco para poder ficar de frente para mim — As pessoas não tem esse poder, Peeta.

— Eu não sei o que tenho Katniss. Mas eu tenho. E estou morrendo de medo.

— Você só precisa descansar um pouco. Foi um dia bizarro para caralho. — sorri enquanto afasta algumas mechas loiras de minha testa. Suspiro derrotado e sinto algo gelado entrar em contato com minha pele — O que diabos é isso? — pergunta olhando para os próprios braços.

— São... flocos de neve. — respondo ao analisar as partículas geladas sobre a palma de minha mão.

— Está fazendo tipo uns 25 °C... Como isso é possível? ­— ela franze o cenho em confusão ao levantar-se do banco.

— Mudança climática... — comento me pondo de pé — Ou uma tempestade está vindo. — completo.

Ficamos em silencio por um tempo, apenas observando a neve cair levemente sobre nossos corpos.

— Peeta, comece do início. — pede ao se aproximar, bastante assustada — Conte-me tudo.

E eu contei. Cada mínimo detalhe daquele dia completamente insano.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Parece que as consequências dos poderes do Peeta já estão dando as caras, não é mesmo? hehehe. Só posso adiantar dizendo que no próximo capítulo aparecerá mais consequências que deixará a situação bem... tensa. rsrsrs Espero de coração que tenham gostado : ) E muito obrigada por sempre estarem comentando, vocês são muito especiais para mim.

E antes que eu me esqueça, queria avisar que essa fic agora ganhou um trailer. Todas as minhas fics tem trailers na verdade, e essa não poderia ser diferente. Desde que postei o primeiro capítulo a ideia veio rodando a minha mente, então acabei fazendo e postei no YouTube nessa quinta-feira. Vou deixar o link aqui para vocês assistirem. Realmente espero que gostem = ) Beijão e até o próximo.

https://www.youtube.com/watch?v=CyQi_NoPv6w