Efeito Borboleta escrita por deboradb


Capítulo 3
Uma Antiga Amizade.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo! Demorei? Espero que não kkkkkk
Bom, uma notinha rápida aqui para agradecer aos novos leitores que favoritaram e comentaram, de coração muito obrigada. Sejam muito bem-vindos ♥
Boa leitura!



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Minha história com Katniss vem desde o jardim de infância, e apesar de terem se passado muitos anos, ainda lembro-me perfeitamente de quando nos conhecemos. Todas as crianças estavam brincando no playground e enquanto me balançava, acabei desequilibrando-me e fui de encontro ao chão. Meu joelho acabou ralando com a queda e eu chorei bastante, mas então Katniss apareceu. As bochechas rosadas e os belos cabelos escuros presos por duas tranças. Ela se agachou ao meu lado e sorriu para mim. Seus olhos acinzentados eram tão penetrantes que parei de chorar imediatamente. Ela ajudou-me a levantar e enxugou cada uma de minhas lágrimas, dizendo que estava tudo bem e que logo-logo o machucado iria sarar. Desde então nos tornamos melhores amigos.

O tempo passou, nós crescemos, só não esperávamos que o destino fosse tão cruel. 15 de maio de 2008; parecia ser só uma data qualquer de um dia qualquer, mas não foi bem assim. Aquela data ficou dolorosamente marcada como o dia da morte de Thomas Garik Everdeen. Katniss ficou desolada com a morte do pai, ele era tudo para ela e então se foi, sem ter tempo de dizer adeus. Perdi a conta de quantas noites passei acordado velando seu sono, secando suas lágrimas e dizendo palavras de conforto sempre que um maldito pesadelo vinha para assombra-la. Clara sofreu bastante também, mas fez de tudo para permanecer forte, tanto por Katniss, quanto por Prim, que na época tinha apenas quatro anos. Foram meses bastante dolorosos, e eu também sofri. Foi graças a Thomas que descobri minha paixão pela fotografia, e a ele seria eternamente grato.

Mas as coisas naquele ano só pareciam piorar. Quatro meses após a morte de Thomas tive que me mudar para Seattle com toda minha família. Eu tentei convencer meus pais a não irmos, entretanto, eles não podiam fazer nada já que era por conta do trabalho. Foi tão doloroso ter que dizer adeus a Katniss depois de tudo o que havia acontecido em sua vida. Contudo, eu fui um completo idiota. Antes de ir embora prometi a ela que sempre ligaria ou que mandaria mensagem, porém não o fiz. Como eu disse, fui um completo idiota. A verdade é que eu fiquei com medo. Medo de nunca mais voltar e de ela me odiar por isso. Medo de nossas conversas se tornarem vagas e sem sentido devido a distancia. Medo de não ter respostas para suas perguntas. Medo daquela grandiosidade de sentimentos que eu sentia por ela. Eu não liguei, não mandei mensagem, e nem mesmo um cartão postal de aniversário durante cinco anos, tudo isso por medo. E esse medo agora havia se tornado real. Katniss me odiava, e com razão, porém eu me odiava mais ainda por tê-la abandonado.

Desperto de minhas lembranças quando trombo com alguém, por pouco não caímos no chão.

— Ei! Olha por onde anda. — esbraveja a loira levantando a cabeça. Cashmere.

— Desculpa Cashmere, eu estava distraído e não vi você. — desculpo-me um pouco envergonhado, ela sorri.

— Tudo bem, digamos que não sou uma pessoa muito atenciosa também. Você é o garoto novo, certo? Que está na aula do Seneca? — pergunta e assinto — Ele não é incrível?

— Acho que sim. Temos sorte de ter um professor tão famoso. Eu adoro o trabalho dele. — respondo.

— Eu também. — ela suspira me fazendo rir. Já vi que é mais uma que está caída de amores pelo professor — As galerias pretensiosas devem odiar o fato de Seneca Crane ensinar fotografia para nós, meros caipiras de Blackwell, além disso, ele é muito lindo para um cara mais velho. Se a Glimmer não estivesse tão em cima dele, eu faria algo. — diz sem filtro.

— Acho que... o Seneca não sente nada sentimental por dela. — falo um pouco desconfortável.

— Podes ser, mas não acho que ela tenha desistido. Aliás, ela não é a única jogadora.

— Jogadora? Como assim? — pergunto confuso.

— Seu nome é Peeta, certo? — assinto ­— Muito bem Peeta, você tem muito o que aprender aqui na Blackwell. Johanna Mason com certeza transou com ele. Ouvi isso de uma boa fonte. — explica, atraindo meu interesse.

— Então você conhecia a Johanna? — pergunto. Não podia negar, eu queria muito saber o que havia acontecido com aquela garota.

— Na verdade, não. Eu a vi saindo com outras pessoas “legais” como a Glimmer. Não é o meu tipo de grupo, mas ouvi varias histórias insanas sobre a Johanna. — revela, me deixando ainda mais curioso.

Sinto meu celular vibrar no bolso da calça e o retiro rapidamente para ler a nova mensagem. É Delly, dizendo que estará a minha espera no estacionamento para que eu possa devolver seu pen drive.

— Bem, Cashmere, foi bom conversar com você, mas agora eu tenho que ir. E mais uma vez, desculpa pelo esbarrão.

— Sem problemas Peeta, até depois.

Vou apressadamente em direção ao dormitório para tomar um banho rápido. Eu precisava de uma ducha para clarear a mente, haviam sido muitas coisas para uma só manhã.

Depois de vestido ponho a mochila nas costas e saio do quarto. Mais uma vez sinto meu celular vibrar, porém desta vez não é Delly, e sim minha mãe perguntando se estou bem. Eu havia voltado para Arcadia Bay para concluir meus estudos, e também por conta do curso de fotografia. Seneca era um dos melhores fotógrafos do país e eu não podia perder essa chance, mas acima de tudo, eu havia voltado por Katniss. Já meus pais haviam ficado em Seattle por conta do trabalho que, aliás, era o responsável por ocupar boa parte do tempo deles. Respondo sua mensagem dizendo que está tudo bem e que ela não precisa se preocupar.

Já estava saindo do dormitório quando vejo Haymitch enquadrando Madge. Escondo-me atrás do portão e começo a observa-los.

—... Então não ache que sou cego! Eu vejo tudo aqui na Blackwell! Entende o que estou dizendo? — pergunta de forma intimidadora, fazendo Madge encolher os ombros.

— Não. Deixe-me em paz! — pede, enquanto da alguns passos para trás para se livrar das mãos de Haymitch.

— Ei, porque você não a deixa em paz? v intervenho, indo em direção aos dois.

— Não se meta garoto, isso é um assunto oficial do campus...

— Eu não ligo. Você não deveria gritar com alunos, muito menos intimidá-los. — pontuo, fazendo sua postura de durão ruir.

— Ei, ei, ninguém está intimidando ninguém. Só estou fazendo o meu trabalho. — se defende.

— Não. Não está. — ele analisa-me por alguns instantes.

— Eu me lembrarei dessa conversa garoto, pode ter certeza. — avisa antes de sair pisando duro.

— Ah, Peeta, isso foi ótimo. Acho que você o assustou para valer... Tenho que ir, mas obrigada. Isso significa muito. — Madge abraça-me apertado.

— Não há de quê. — sorrio; feliz por tê-la ajudado.

Apresso meus passos em direção ao estacionamento e ao chegar ao mesmo, avisto Delly a minha espera apoiada em seu velho carro.

— Hey, Peeta, como você está? — pergunta ao me abraçar.

— Bem, e aqui está o seu pen drive. Obrigado.

— Sempre que precisar. — seus olhos me analisam atentamente — Você tem certeza de que está bem? Estou te achando um pouco estranho.

— É que meu dia hoje foi bastante estranho. Mas não é nada que você deva se preocupar, eu realmente estou bem. — tento tranquiliza-la, o que parece ter dado certo já que ela sorriu.

— Se você diz, mas e então, você teve tempo de ver a variedade de filmes no meu pen drive?

— Sim, tinha vários filmes legais, desde “The Last” até “Além da Imaginação”.

— Fico feliz que tenho gostado. — ela aproxima-se mais de mim — E já que você gostou, deveríamos dar uma volta e ver um filme essa semana... — coço a nuca um pouco desconfortável — Ou poderíamos simplesmente conversar de o porquê você parecer tão distraído. — acrescenta, lançando-me um sorriso doce. Suspiro, acomodando-me ao seu lado no capô do carro.

— Eu tive uma experiência incrivelmente bizarra na aula do Sr. Crane hoje... Quero dizer, de mudar a vida. — ela olha-me atentamente — Você já teve um sonho tão real que parecia um filme?

— Bem, eu...

— Você é um dos otários da aula de fotografia do Crane, não é? — Gale aparece a nossa frente, bastante irritado, interrompendo nossa conversa.

— Eu sou um dos alunos dele.

— Foda-se! Sei que você gosta de tirar fotos, especialmente quando está escondido no banheiro. É melhor você contar o que viu. Agora! — ordena.

— Do que você está falando? — me faço de desentendido.

— Sei que você é novo por aqui, mas não seja idiota comigo.

— Não sou novato. — aproximo-me dele desafiadoramente — Morei aqui por anos.

— Então você deve saber que a família Hawthorne é dona desse lugar de merda.

— Então você não precisa se preocupar comigo. Preocupe-se consigo mesmo.

— Não me analise! — ele praticamente grita, pela visão periférica vejo Delly dar alguns passos assustada — Eu pago as pessoas para isso. Preocupe-se consigo mesmo, Peeta Mellark.

Ao dizer essas palavras ele me dá um soco no estomago, dificultando a entrada de ar em meus pulmões e, consequentemente, derrubando-me no chão. Ouço o Grito de Delly, assustada, e a mando sair da li. Levanto-me com certa dificuldade e por sorte consigo desviar do próximo soco. Em um movimento rápido, o atinjo no olho, fazendo o mesmo cair no chão. No mesmo instante um carro para a centímetros de mim.

— Katniss? — pergunto surpreso ao virar-me para a caminhonete e ver quem era o motorista.

— Peeta? — pronuncia confusa.

— Ah, não. Você de novo? — pragueja Gale, levantando-se com a mão no olho. Ele tenta me atingir mais uma vez, porém desvio e o empurro, fazendo o mesmo cair no chão novamente.

— Entra! — Katniss abre a porta da caminhonete para mim e não penso duas vezes antes de entrar. Ela da à partida rapidamente, deixando um Gale furioso para trás.

— Cara, será que o dia nunca acaba? — resmungo enquanto tento acalmar minha respiração.

— “Ah, e obrigado, Katniss!” — ela tenta imitar minha voz, porém com alguns tons de sarcasmo — Depois de cinco anos, você ainda é o Peeta Mellark. — observa, sem tirar os olhos da estrada.

— E você ainda é a Katniss Everdeen. — sorrio, feliz por ela ter me ajudado.

— Talvez sim, talvez não. Muitas coisas mudaram desde que você se foi. — fala em um dar de ombros e meu sorriso cessa — Não faça essa cara de culpado. Pelo menos finja estar feliz por eu ter salvado sua pele.

— E eu estou. Eu realmente estou. — digo com toda sinceridade — E obrigado por ter me ajudado. — seu olhar se volta para mim, e ela me analisa por alguns segundos antes de voltar sua atenção para a estrada.

— É, parece que foi um dia e tanto. O que aquele maldito queria com você? — pergunta, me deixando surpreso.

Aquela era a primeira conversa real que tínhamos sem que ela me xingasse desde que eu havia chegado à cidade.

— Não faço ideia. — minto – Só sei que ele é um Hawthorne.

— Ele é um imbecil. Sem contar que adora criar problemas só porque é riquinho.

— Achei que aqui seria um lugar quieto. É tão estranho estar de volta. — confesso, observando atentamente cada detalhe dela enquanto dirige.

Ela havia ficado ainda mais linda.

— Então Seattle foi uma merda? — pergunta interessada e eu volto a sorrir.

— Não, parecia uma cidade boa para artistas, grande e brilhante. Ótima para tirar fotos. — dou de ombros enquanto acomodo-me mais no assento.

— Deve ser difícil voltar para uma cidade de capitais como Arcadia.

— Não depois de ver você. — respondo de imediato, atraindo seu olhar.

— Por favor, Mellark. Você voltou por causa da Academia Blackwell.

— Isso é um fato. O curso de fotografia daqui é excelente, sem contar que o Sr. Crane é um ótimo professor, ma...

— Então você voltou para Arcadia por causa de um professor, e não pela sua melhor amiga. — interrompe-me, com certa amargura.

— Você não me deixou terminar. Eu voltei pelo curso de fotografia sim, mas o principal motivo foi você. — ela revira os olhos, descrente ­— Não acha que estou feliz em vê-la?

— Não. Você ficou feliz em passar cinco anos sem ligar, nem mesmo mandar uma mensagem. — suas palavras saem cheias de ressentimentos, fazendo-me suspirar.

— Eu sinto muito Katniss, mesmo. — digo com pesar — Sei que as coisas foram difíceis para você quando parti.

— Como você sabe? Nem esteve aqui! — rebate com frieza, fazendo eu me sentir mais culpado.

— Sei que fui um imbecil todo esse tempo, ok? E eu me odeio por isso, Katniss. Você não tem ideia de como eu me odeio, mas não mandei meus pais se mudarem especialmente para ferrar com você. — digo, sentindo o desespero tomar conta de meu corpo.

Eu só queria poder acertar as coisas com ela para que então, pudéssemos voltar a ser os melhores amigos de sempre. Mas eu havia errado, e tinha que arcar com as consequências disso.

— Eu só queria entender porque você me abandonou, Peeta. — sua voz sai baixa e cheia de dor. Aquilo doeu mais do que ter mil facas enfiadas em meu coração.

— Eu só... senti medo. — minha voz sai hesitante — Eu perdi a conta de quantas vezes fiquei com o telefone na mão, em uma luta interna de ligar ou não para você, e no fim, o não sempre venceu. — revelo.

— Medo de quê? — pergunta confusa.

— Medo de... de... — um bolo se forma em minha garganta, impedindo-me de falar. Solto um suspiro frustrado e forço minha voz a sair — É complicado de explicar Katniss, mas eu... só não quero perder você. Não de novo. Sei que você esperava por uma explicação concreta, mas eu infelizmente não tenho, e a única coisa que posso fazer é te pedir perdão por tê-la abandonado em um momento tão difícil. Eu realmente sinto muito. Mas eu estou aqui agora, por você, e não há nada que me faça ir embora.

O silencio paira sobre nós tornando o ar sufocante. Segundos, minutos, ou até mesmo horas. Não sei bem ao certo quanto tempo aquele silencio perdurou, mas Katniss finalmente resolveu quebra-lo.

— É, foi uma explicação bem esfarrapada, mas... — seus olhos encontram os meus — Talvez eu aceite. — sorri de lado. O primeiro sorriso verdadeiro dirigido a mim durante aquelas duas semanas em que eu estava na cidade.

E foi aquele sorriso que fez meu coração dar um solto no peito. Foi aquele sorriso que fez um calor gostoso se alastrar em meu interior. Foi aquele sorriso que me deu a esperança de que em um futuro próximo nossa amizade voltasse a ser como era antes.

Ela volta sua atenção para estrada, enquanto eu abro minha mochila para verificar minha câmera. Merda!

— Quebrada. Ah, cara, é sério isso? — analiso seus pedaços em minhas mãos. Ela deve ter quebrado quando cai no chão com o soco de Gale.

— Nossa, eu não escuto essa há muito tempo. — comenta debochada.

— Nem tudo muda. Exceto minha câmera, que levou um cacete. — ela olha rapidamente para a câmera em minhas mãos.

— O meu padrasto de merda tem muitas ferramentas. Talvez você consiga concertá-la na minha casa.

— Preciso de ferramentas pequenas bem especificas. — aviso.

— Alerta de nerd! — ela ri — Meu padrasto tem uma garagem com um estoque completo. E a ferramenta dele é bem pequena mesmo. — frisa bem a palavra e não consigo conter o riso — Seja bem-vindo, Peeta.

O resto do caminho permanecemos em silencio, apenas apreciando o momento. Katniss estaciona em frente à garagem, descemos da caminhonete e obsevo a casa ao qual havia vivido tantos momentos bons na infância.

— Então, não seja tímido. v diz ao destrancar a porta.

— A casa ainda parece... legal. — comendo ao me aproximar dela.

— Lar, merda de lar. — fala ao entrarmos e seguimos direto para seu quarto.

— Meu quarto está um pouco diferente desde a última vez que você o viu. — comenta jogando-se na cama.

Analiso cada canto minuciosamente, vendo que realmente haviam mudado muitas coisas. O que antes era um quarto cor de rosa de uma garotinha de 13 anos, agora estava repleto por pôsteres de bandas de rock.

— Não tem problema, pelo menos dá para relaxar. — digo, desviando de algumas blusas que estavam espalhadas pelo chão.

— Essa não é exatamente minha “área de relaxamento”... Meu padrasto Führer sempre tenta garantir isso. Feche a porta. — pede e assim faço.

— Onde está Prim?

— Ainda está na escola, daqui a pouco ela chega. Coloque uma música, estou com preguiça de levantar. — sorrio com suas palavras.

Uma vez preguiçosa; sempre preguiçosa.

Aproximo-me do aparelho de som e busco por um CD legal. Entre minha busca acabo encontrando um cartão postal, e quando viro o verso para observar melhor, acabo arregalando os olhos ao ver de quem é o remetente. Johanna Mason. Elas eram amigas? Varias perguntas começam a rondar minha mente, mas as espanto rapidamente. Volto minha busca pelo quarto e acabo avistando uma caixa aberta ao pé da cama. Em seu interior avisto um CD ao qual adorávamos ouvir quando crianças. Ao retirá-lo da caixa uma foto de Katniss fica a mostra. Pego-a com cuidado e quando a desamasso, vejo que na foto na verdade estão Katniss e Johanna, abraçadas, e aquela era a resposta para minhas perguntas. Elas eram amigas.

— Ei, me dê isso! — Katniss retira a foto de minhas mãos, parecendo irritada.

— Desculpa, não queria ser intrometido, só estava procurando um CD e acabei encontrando a foto. — explico e ela solta um suspiro.

— Tudo bem. — murmura cabisbaixa, aproximo-me e sento ao seu lado.

— Essa é Johanna Mason, certo? Os cartazes de pessoa desaparecida estão em toda a Blackwell.

— Sim, eu que coloquei. Ela era como minha luz. Depois que meu pai morreu e você se mudou, eu me senti abandonada. Johanna meio que deu vida aos meus dias. v ela acaricia a foto.

— Eu não... Eu não fazia ideia. — sinto meu coração apertar ao ver que sua dor era muito maior do que eu imaginava.

— Bem, você nunca se esforçou para descobrir. — ela se volta para mim, os olhos marejados e em seus lábios um sorriso triste — Eu tinha 15 anos quando nos conhecemos, e então nos tornamos melhores amigas.

— Eu nunca te esqueci, Katniss, mesmo sendo um idiota e não entrando em contato. — ergo minha mão e enxugo a solitária lágrima que escorreu por sua bochecha — Como era... a amizade de vocês?

— Johanna cuidava de mim. Íamos acabar com o mundo. — ri; talvez de alguma lembrança — Você acharia engraçado como éramos diferentes. Ela queria ser uma estrela.

— Quando ela desapareceu?

— Seis meses atrás. Ela apenas... sumiu de Arcadia. Sem falar nada. — mais lágrimas escorrem por sua face — Como tudo na minha vida. Meu pai, você... e a Johanna. Sumiram.

— Ei, eu estou aqui. Agora. Com você. E não pretendo ir a lugar algum. Sei que errei e que você sofreu por isso, mas não pretendo te abandonar nunca mais, e isso é uma promessa. — ela me encara por alguns segundos antes de se jogar em meus braços, abraçando-me fortemente. Afago seus cabelos tentando lhe passar conforto, enquanto ela chora em meu peito.

— Eu senti tanto a sua falta, Pee. — confessa, me encarando ao conter o choro. Sorrio ao ouvi-la chamar-me pelo apelido de infância.

— Eu também senti sua falta, Niss. — enxugo os vestígios de lágrimas de sua face e beijo sua testa delicadamente, fazendo-a sorrir.

E ali eu soube que o vinculo da nossa amizade estava mais vivo do que nunca.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Espero que sim kkk
Bom, desde já peço perdão caso o próximo capítulo demore um pouco a sair, mas como a contagem regressiva para o Enem já começou, vou ter que dedicar mais o meu tempo com os treinamentos para a redação. Mas prometo não demorar muito, ok? Beijão ♥



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