Efeito Borboleta escrita por deboradb


Capítulo 17
De Volta ao Presente.


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyy olha só quem resolveu aparecer? Siiiii, aquí estoy una vez más!!!
Desculpem pela demora, mas minha mente não anda contribuindo para que eu possa escrever kkkk
Bom, espero que gostem do capítulo. Beijos e boa leitura.



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Algumas decisões jamais seriam fáceis de serem tomadas, principalmente aquelas que envolviam pessoas tão importantes para nós, porém, por mais difíceis que fossem, elas sempre seriam necessárias. Ter que escolher entre a vida de Thomas e a de Katniss fora de longe a decisão mais difícil que eu tive que tomar. Uma parte minha estava devastada, completamente destruída, mas agora, tudo o que eu tinha que fazer era seguir em frente mesmo com o peso dos acontecimentos sobre os meus ombros e tentar ao máximo não olhar para trás. Porque, como dizia Willian Shakespeare, lamentar uma dor passada, no presente, só criaria outra dor e nos faria sofrer novamente. E para ajudar Katniss, eu precisaria estar inteiro, ou pelo menos parte de mim.

Após soltar um longo e sôfrego suspiro senti o compilado de sensações excepcionalmente estranhas darem lugar a leveza e ao relaxamento, dando-me consciência de que aquela conturbada viagem temporal havia chegado ao fim. Eu sentia-me um pouco enjoado, cansado e até mesmo perdido em relação a certos aspectos, mas fora a melodia suave e extremamente agradável de um violão que trouxe o conforto necessário para acalmar meu coração. De forma lenta e preguiçosa abri minhas pálpebras, levando alguns segundos até acostumar-me com a claridade e quando está enfim parou de incomodar, consegui analisar com precisão o ambiente a minha volta. Não foram necessários nem mesmo dois segundos para que eu me desse conta de que estava no quarto de Katniss, e de modo quase que automático, meus pés giraram sobre o piso de madeira e dei de cara com a morena sentada em frente ao computador, balançando a cabeça de um lada a outro, envolta na melodia que emanava da estação de rádio.

— Katniss! Você voltou! — solto, sentindo um imenso alivio tomar conta de meu corpo e sem perder tempo corro em sua direção, abraçando-a por trás de modo bem apertado. Era extremamente boa a sensação de felicidade que percorria cada mínima célula de meu corpo ao tê-la bem ali novamente, viva e bem.

— Uou! Espera aí, conquistador! — ela ri enquanto se levanta, desfazendo o nosso abraço — Você ganha um beijo e já acha que estamos namorando? Que feio, Mellark. — balança a cabeça de modo negativo, porém bem humorada.

— Eu só... só estou... estou muito feliz por você estar aqui! — me amaldiçoo mentalmente por me atrapalhar com as palavras, mas ainda sim sorrio abertamente.

— Você está parecendo um maluco, isso sim... — ela faz uma leve careta — Mas obrigada pelo toque matinal. — sorri, desferindo um pequeno soco em meu peito antes de se afastar para desligar o rádio — Agora, mudando de assunto... Como passamos a noite inteira jogando “CSI: Arcadia Bay”, eu ainda estava viajando aqui, tentando conectar as informações... — eu a encaro de modo confuso e ao perceber isso, Katniss solta uma sonora gargalhada — Peeta, você esqueceu que fizemos isso?

— Bom... Eu... Ahn... — levo uma de minhas mãos até a nuca, me sentindo um tanto quanto desconcertado.

— Espero que não tenha brincado com o tempo enquanto eu dormia. — ela estreita os olhos em minha direção, o que me faz sorrir de modo nervoso.

— Não mais. — murmuro — Só estou... viajando aqui também. — indico minha própria cabeça.

— Ótimo. Mas agora vamos prosseguir com a nossa investigação. — decreta, sentando-se em frente ao computador novamente, enquanto permaneço de pé, apenas a encarando.

Eu estava me sentindo extremamente esgotado e atordoado com tudo o que havia acontecido. Eram muitas ciosas para associar e provavelmente eu nunca contaria o que de fato havia acontecido para Katniss. As consequências dos meus atos já haviam sido pesadas demais, não iria arriscar e por tudo a perder outra vez. Dá-li em diante eu pensaria dez vezes mais antes de dar qualquer passo.

— E então, bonitão? Vai ficar parado aí só me encarando ou vai mexer os dedinhos e por o seu lado detetive para funcionar? — sou tirado de meus pensamentos pelas palavras da morena.

— Como? — indago completamente confuso e a mesma revira os olhos.

— O quadro, Peeta. — aponta para um mural repleto de folhas apoiado em seu guarda-roupa, que até aquele momento eu não havia percebido estar ali — Você está mesmo no mundo da lua hoje, hein? — ela solta uma risadinha e eu lhe acompanho, meio sem graça.

— Talvez... — pondero com um meio sorriso — Bom, então é só olhar para o grande quadro e analisar todas as peças do quebra-cabeça que encontramos até agora?

— Exatamente. E enquanto isso tentarei encontrar mais algumas pistas nesses arquivos aqui... — aponta para a tela do computador — Antes que eu enlouqueça com toda essa merda. — acrescenta com uma careta, o que acaba me arrancando algumas risadas. Era extremamente bom estar de volta.

Sem perder mais tempo sigo até o enorme quadro, vendo que o mesmo na verdade se tratava de um mural onde Katniss e eu – anos atrás – havíamos usado como tela para os nossos rabiscos coloridos. Meu sorriso se tornou mais aberto ao encarar aqueles desenhos, porém deixei aquele momento nostálgico para depois, já que o foco agora se mantinha em nossa investigação. Após passear meus olhos por toda a extensão do quadro, analisando todas as fotos e arquivos que havíamos encontrado tanto no trailer do Marvel, como também na garagem e na sala do Snow, me dei conta de que aquele quebra-cabeça era algo muito difícil de ser desvendado. Precisaríamos de bem mais informações se quiséssemos encaixar todas as peças.

— Tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe... — suspiro pesadamente, sentindo uma leve fisgada em minha cabeça. Havia demorado, mas os efeitos colaterais da viagem no tempo já começavam a se manifestar — Hmm... Ok. Temos que fazer três coisas principais para que consigamos encaixar todas essas informações.

— Certo... E que coisas seriam essas? — pergunta curiosa, virando-se para mim.

— Um, decifrar o livro de registros do Marvel. Dois, conseguir o telefone do Gale para descobrir onde ele esteve durante as festas do Clube Vortex com a Madge e a Johanna. E ver quais são as merdas ocultas que ele tem nas mensagens.

— Três, espancar o padrasto de merda até ele nos contar sobre o Marvel, o Gale e a “sala escura”. — completa — E eu tenho uma arma agora. — acrescenta com um sorriso presunçoso, fazendo-me revirar os olhos.

— Katniss! Eu não vou permitir que você cometa uma loucura, está bem? — repreendo-lhe — E além do mais, temos que fazer isso por conta própria.

— Certo, mas deixe-me pelo menos chutar a bunda dele, depois você volta no tempo e... — ela para de falar quando a encaro de modo sério — Okay. Não está mais aqui quem falou. — ergue as mãos em sinal de rendição.

— Ótimo, mas então, você encontrou algo nos arquivos?

— Não. — ela bufa — Mas vou dar uma investigada na internet, olhar alguns nomes e ver onde eles levam... Você deveria dar mais uma olhada na garagem, talvez encontre algo novo.

— Boa ideia. Farei isso agora. — dou-lhe as costas com o intuito de seguir até a porta, porém sua voz me faz parar no meio do caminho.

— Só... tome cuidado com a besta do Haymitch. Ele está pegando suas tralhas e não será nada amigável com você depois de ter desmascarado ele. — avisa com ar de preocupação.

— Não se preocupe, eu vou ficar bem. — lanço-lhe o meu melhor sorriso antes de sair porta a fora, sentindo-me um pouco mais leve ao ver que as coisas estavam “normais” novamente, mas não menos machucado em relação a tudo.

Desço as escadas rapidamente e quando chego ao último degrau, dou de cara com Haymitch próximo a um mural de fotografias. Sua expressão estava séria e em suas mãos havia uma mala já bem desgastada pelo tempo. Aquilo só poderia ser algum tipo de brincadeira, ou então o universo havia tirado o dia para zoar com a minha cara.

Mas que droga!

— Você enfim venceu a batalha, Peeta. Conseguiu acabar com a minha família... Parabéns. — solta com amargura, depositando um molho de chaves sobre a pequena mesa antes de seguir até a porta.

— Haymitch, espera! — chamo, fazendo o mesmo parar com a mão sobre a maçaneta — Eu não tentei machucá-lo. Nunca seria capaz disso. Mas não deixarei que ninguém magoe a Katniss.

— Já é tarde demais para isso, não? — ele se volta para mim, sua expressão agora demonstrando puro cansaço — Só tome cuidado com ela, Peeta. Não vá pelo mau caminho. — é tudo o que ele diz antes de ir embora.

Solto um suspiro pesado e sigo até a garagem, vendo que a mesma encontra-se praticamente vazia. Dirijo-me até o local onde antes se situava o carro de Haymitch e acabo encontrando um armário um tanto velho e desgastado. Vou até o mesmo e após forçar um pouco consigo abrir uma das portas, deparando-me com diversas pastas e anotações.

Parece que o Haymitch não levou tudo, afinal de contas.

Retiro todas as pastas de dentro do armário e começo a analisar uma a uma. Foi uma tarefa quase que impossível não arregalar os olhos quando me deparei com inúmeros mapas, bilhetes, coordenadas, fotos da Madge, do Gale... Era tudo assustador demais, mas exatamente o que eu estava procurando. Volto para a sala às pressas e encontro Katniss descendo as escadas.

— E então? Encontrou algo? — pergunta ao parar a minha frente.

— Sim. Digamos que eu achei o premio secreto... Mais fotos, bilhetes e coordenadas de alguns lugares. — respondo, entregando-lhe as pastas das quais ela analisa atentamente.

— Você é demais, Peeta! E isso aqui é... Uou! — ela sorri de forma animada — São muitas informações, mas que com certeza nos dará as respostas que tanto buscamos.

— Eu torso para que sim. Mas agora... você poderia me levar até o hospital? — pergunto um pouco sem jeito — Quero muito saber como a Mad está.

— Sim, claro. Deixe-me somente guardar essas pastas em um lugar seguro e logo vamos, está bem? — assinto com um pequeno sorriso e a morena desaparece escada acima.

[...]

O barulho que nossos sapatos faziam ao entrarem em contato com o chão ecoava livremente por entre os corredores do Arcadia Bay Medical Center, onde nos encontrávamos já há alguns minutos a procura da ala hospitalar onde Madge encontrava-se internada.

— Esse é com certeza o andar da Med. — falo quando atravessamos mais uma porta da ala hospitalar.

— Hospitais sempre me dão medo. — revela ao fazer uma leve careta.

— Nem me fale. Mas imagine como a Mad se sente... Estou feliz por poder vê-la novamente. Só espero que não seja estranho demais para ela. — comento, analisando os números nas portas.

— Não, ela ficará feliz em vê-lo. Quem não ficaria? — estanco no lugar e rapidamente viro-me em sua direção, encontrando a mesma a alguns passos de distancia com um pequeno sorriso no rosto.

Eu não sabia ao certo o que exatamente havia mudado, mas após analisar sua expressão por alguns segundos pude me certificar de que algo nela estava diferente. Talvez fosse a pequena mecha azul em seu cabelo que se sobressaia em meio aos seus fios escuros, ou talvez fosse o colar um tanto assustador que ela agora carregava em seu pescoço com o pingente de três balas. Ou então, no melhor dos casos, talvez fosse o brilho vivido e estonteante que seus olhos haviam adquirido. O fato era que ela estava diferente, mas não um diferente ruim, e sim um diferente bom. Era como se ela finalmente estivesse se livrando de toda a raiva que havia a atormentado durante todos aqueles anos, podendo enfim recomeçar, sem as magoas e os sofrimentos do passado.

Ainda com os olhos vidrados nos da morena, retribui o seu pequeno sorriso antes de voltarmos a dar atenção aos números dos quartos, por fim encontrando o dito cujo onde Madge encontrava-se internada.

— É aqui... Estou um pouco nervoso. — confesso ao liberar todo o ar de meus pulmões.

— Você não precisa ficar nervoso, Peeta. Você a salvou, assim como fez comigo, então... apenas entre e seja o amigo dela. — ela sorri de modo encorajador enquanto afaga meu ombro com carinho — Eu vou esperar aqui fora para que vocês possam ficar mais à vontade, está bem? — assinto, e então ela se apoia em meus ombros para depositar um beijo demorado em minha bochecha, se afastando logo depois para acomodar-se em uma das cadeiras do corredor — Ah! E antes que eu me esqueça, diga a ela que eu mandei um “oi”, ok?

— Pode deixar. — sorrio, sentindo o local onde ela havia beijado formigar.

Ela não faz ideia do efeito que tem sobre mim.

Respiro fundo antes de abrir a porta e adentrar o quarto, encontrando Madge sentada próxima à janela rabiscando algo em um caderno. Ao ouvir o barulho da porta se fechando ela ergue o rosto, abrindo um pequeno sorriso em minha direção antes de se levantar para me abraçar de modo apertado.

— Peeta! — ela enterra o rosto na curva de meu pescoço.

— Ah, Med. — intensifico o aperto de meus braços em torno de seu corpo, porém segundos depois ela se afasta para poder me encarar.

— Achei que nunca mais fosse vê-lo novamente. Estou me sentindo tão ridícula... Sinto muito. — fala meio cabisbaixa.

— Hey, você não tem porque lamentar. As outras pessoas é que têm. — sorrio para tranquilizá-la — Não sabe como estou feliz em vê-la. Você está incrível. — afasto algumas mexas loiras da frente de seu rosto — É muito idiota eu perguntar como você está? — indago e a mesma solta uma pequena gargalhada.

— Não, não é idiota. E agora que você está aqui, estou ainda melhor. — ela segura em minhas mãos — Muitíssimo obrigada por subir no telhado e convencer-me a não pular... Eu estava tão perdida e sozinha, mas quando vi o quanto você se importava, o quanto estava tentando... Você fez com que eu percebesse que não estava sozinha. Obrigada, Peeta.

— Eu me sinto extremamente feliz por ter conseguido ajudá-la aquele dia no telhado, mas acima de tudo, estou aliviado por vê-la são e salvo... Existem muitas pessoas que amam você e que só querem o seu bem, Mad.

— Eu sei. Você deveria ver as cartas e os cartões-postais que recebi. — ela sorri de forma animada — Dei a maioria das flores para os outros pacientes porque eles precisavam delas mais do que eu, mas fiquei com os balões... — aponta para as bexigas flutuando próximo à cama — E ainda ganhei uma caneta e um caderno de uma das enfermeiras para que eu pudesse desenhar.

Ela rapidamente pega o caderno para me mostrar seus desenhos. Tratava-se apenas de alguns rabiscos aleatórios de animais e paisagens, mas até que ela levava jeito para as ilustrações, precisava somente de um pouco mais de técnica em relação a alguns traços. Mas no geral, Madge era uma ótima desenhista.

— Eu adorei as suas ilustrações. — comento encantado após analisar cada desenho.

— Elas estiveram um pouco sombrias por um tempo, mas tenho uma ideia para um livro infantil sobre bullying... — revela em um tom baixo, atraindo minha atenção novamente para si — Eu estava pensando em colocar umas fotografias também.

— Espero que seja uma dica sutil de que você me deixará tirar as fotografias para o livro. — sorrio de modo divertido, sentando-me de frente para ela.

— Com certeza. — ela retribui o sorriso, pegando novamente o caderno para dar continuidade aos seus desenhos.

— E então, quanto tempo mais você ficará aqui? — indago, acompanhando com os olhos cada movimento de sua caneta sobre o papel.

— Só mais um dia, até minha família vir me visitar.

— E como... como eles estão tratando você? — pergunto um pouco hesitante, pois a resposta para aquela pergunta poderia muito bem fazer o clima agradável se tornar desconfortável.

— Como se precisassem me proteger para sempre. — ela volta a me encarar, deixando o desenho de lado — Eles estão muito chateados e sei também que se sentem culpados, apesar de não terem feito nada. — ela solta um longo suspiro — Mas apesar de tudo, sinto que as coisas finalmente estão se acertando. Fiquei bastante surpresa com a quantidade de alunos da Blackwell que escreveram para mim. Até a Glimmer escreveu um bilhete gentil, acredita? — meus olhos prontamente se arregalam com tal revelação, o que acaba arrancando boas risadas de Madge — Minha reação foi à mesma que a sua quando li o bilhete. Mas acho que ela foi sincera no que escreveu.

— Glimmer pode ser a rainha das vadias, mas não é tão mal afinal de contas. — decreto com um sorriso de lado e a vejo abafar uma risada, porém eu tomo suas mãos nas minhas, acariciando-as levemente — Eu fico muito, muito feliz mesmo por ver que você está acreditando nas pessoas novamente, sabia?

— Não completamente, mas estou melhorando isso. — ela me lança um pequeno sorriso — Agora, só rezo para fazer esse desenho direito... — não consigo segurar o riso e ela acaba me acompanhando.

— É muito bom estar com você novamente. — falo após cessarmos as risadas — E quero que saiba que, estou bem perto de conseguir todas as informações de que preciso sobre o Gale.

— Ah, Peeta, isso me deixa tão aliviada. Gale tem que pagar pelo que fez. Não podemos permitir que ele machuque mais alguém.

— Por mim ele já estaria expulso da Blackwell.

— Por mim também, mas o pai dele jamais deixaria isso acontecer. — ela solta um suspiro um tanto quanto frustrado — Achei que eu tivesse uma família complicada... O que está acontecendo com ele agora?

— Sinceramente? Eu não sei... — franzo o cenho meio pensativo — Acho que... que a família dele só o está protegendo... ou pior.

— Sabe? Eu nunca disso isso sobre alguém, mas... tem algo ruim com os Hawthorne, Peeta. — revela e seus olhos adquirem um ar amedrontado — Eles têm algo a ver com... morte.

— Eu sei, Mad, mas não se preocupe, está bem? Darei um jeito de expor todos os podres daquela família. — sorrio para tranquilizá-la — Agora eu tenho que ir, dá continuidade a nossa “missão”.

— Obrigada por vir, Peeta, isso significou muito para mim. — ela sorri de forma doce.

— Para mim também. Ver que você está bem foi a melhor recompensa que eu poderia receber. — levanto-me para depositar um beijo demorado em sua testa — Fique bem.

— Vou ficar. Não se preocupe. — ela sorri mais abertamente e após abraçá-la apertado, sigo para fora do quarto, sentindo-me mais leve por saber que ela estava realmente bem. Eu não conhecia Madge há muito tempo, mas ela era como uma irmã para mim e faria sempre o possível para protegê-la.

— E então, como ela está? — Katniss pergunta no exato instante em que fecho a porta do quarto atrás de mim.

— Bom, ela ainda é a Madge Undersee... e é isso que importa. — respondo ao me aproximar da morena que rapidamente se põe de pé.

— Fico feliz por termos vindo visitá-la. — ela me lança um meio sorrio da qual faço questão de retribuir.

— E eu por você ter vindo comigo. Obrigado, Marrentinha. — agradeço, olhando bem dentro de seus olhos, notando que os mesmos possuíam um brilho intenso e encantador.

— Sempre que precisar, Conquistador. — ela me lança uma piscadela antes de entrelaçar o braço com o meu — Agora vamos fazer uma visitinha ao Gale... Cara, ele não ficará nada contente quando nos vir.

— E quem disse que ele precisa? — rebato divertido e ela me encara, soltando um riso debochado logo depois.

— É por isso que eu te amo, Mellark. — declara, depositando um beijo molhado em minha bochecha antes de nos arrastar para fora do hospital.

[...]

— Ei, Peeta, como está? — pergunta Seneca quando nos trombamos na entrada do dormitório masculino. Eu definitivamente não esperava encontrá-lo ali.         

— Ah, olá, Sr. Crane. Estou bem... — forço um sorriso — Ahn... E esta aqui é minha amiga, Katniss. — apresento à morena ao meu lado.

— Oi. — ela acena para ele.

— É um prazer conhecê-la, Katniss. — ele sorri para a morena antes de voltar seus olhos para os meus — Peeta, tem certeza de que está tudo bem?

— Sim. É só que... É estranho estar no campus como se estivesse tudo normal. — respondo ao levar uma de minhas mãos até a nuca, um pouco desconfortável.

— Eu sei. E por pior que isso pareça, a vida tem que seguir. — ele dá um tapinha em meu ombro — Bom, mas mudando de assunto, vou anunciar o vencedor da competição Heróis do Cotidiano hoje à noite na festa, então espero que esteja lá para comemorar... — anuncia enquanto ajeita os óculos em seu rosto — Apesar de eu lamentar por você não ter levado uma fotografia, entendo os seus motivos. Não se pode forçar um artista a trabalhar, não é mesmo?

— Eu sei, e sinto muito por não ter lhe enviado uma foto. Foi uma semana bem complicada e difícil de encontrar inspiração. — solto em um suspiro.

— Eu entendo, e sinto orgulho por você se importar tanto com uma amiga com problemas. — ele sorri de lado — Espero que você tenha tempo suficiente para encontrar o seu caminho, Peeta... Apenas tenha o habito de expor o seu trabalho. — aconselha.

— Obrigado, Sr. Crane. E pode ter certeza de que estarei lá no Vortex hoje à noite. — afirmo com um meio sorriso.

— Eu também. — Katniss se pronuncia, atraindo nossa atenção para si — Tenho um encontro com o Peeta. — revela, pegando-me completamente de surpresa e, consequentemente, deixando meu coração acelerado — Espero que você possa dançar pelo menos uma música com a gente, Sr. Crane.

— Oh! Definitivamente não. Ninguém deveria me ver dançando. — Seneca solta uma sonora gargalhada — Além do mais, vocês não querem ver um velho hipster tentando se enturmar com os adolescentes. Eu tenho um pouco de orgulho, sabe? — ele começa a se afastar, indo em direção à saída do dormitório — Vejo vocês depois. — acena, já nos dando as costas.

— Mal posso esperar. — Katniss sorri de forma maliciosa — Ele é bem gostoso para um professor, hein? — quase engasgo com a minha própria saliva ao ouvir tais palavras saírem dos lábios da morena.

— Céus! Você está completamente maluca! — profiro, entortando os lábios em uma careta descrente.

— Ainda não. Mas me aguarde essa noite. — ela solta com deboche, enquanto seguimos até o campus do dormitório.

— Cala a boca. — empurro-a levemente pelos ombros e a mesma gargalha.

— Hey! Não tenha ciúmes só porque o Seneca Crane acha que sou legal... — provoca, fazendo-me revirar os olhos.

— Vou só ignorar você. — decreto, erguendo as mãos para cima em um claro sinal de rendição.

— Nem vem, Mellark. Eu sei que você me ama. — ela me lança uma piscadela divertida e acabo me entregando as risadas — Bom, agora que estamos aqui, verei se consigo algumas informações com o Finnick antes de darmos continuidade a nossa investigação, está bem? — avisa se pondo a minha frente.

— Isso sim é um bom plano. — constato bem humorado e a morena apenas se afasta com um sorriso zombeteiro, erguendo o dedo do meio para mim — Ai, ai, Marrentinha... — murmuro ao soltar um suspiro apaixonado — Como não amar você, hein?

Rio comigo mesmo, enquanto a observo a distância. O amor só era lindo quando encontrávamos alguém que nos transformasse no melhor que poderíamos ser. E quando eu estava com Katniss, ela sempre despertava a melhor parte de mim.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam do capítulo? Bem mais descontraído, não? Depois de tanto drama achei que seria bom um capítulo mais leve e divertido para diminuir um pouco da intensidade e melancolia que vinha se tornando presente ao longo da história. Realmente espero que tenham gostado :D
Bom, não tenho previsão para quando sairá o próximo capítulo, mas garanto a vocês que ele será incrível! Já tenho boa parte dele escrita e terá MUITOS momentos Peetniss, fofos e apaixonantes rsrsrs
Por hoje é só, pessoal, até a próxima. Beijos ♥



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