Efeito Borboleta escrita por deboradb


Capítulo 10
Invasão.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal, volteeeeiii
Sei que tenho demorado um pouquinho para postar, mas estou tendo que escrever mais de uma história ao mesmo tempo, fora outra que estou revisando, então o tempo está escasso... Enfim, queria agradecer por todos os cometários, você são incríveis!
Beijos e boa leitura ♥



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Meus olhos absorviam rapidamente cada palavra daquele artigo sobre viagem no tempo. Segundo o que estava escrito ali, viajar no tempo realmente era possível, tanto que até foi criado o Grande Colisor de Hadrons, que era o maior acelerador de partículas e o de maior energia existente no mundo. Tratava-se, portanto, de uma espécie de “maquina do tempo” para as pequenas partículas que estavam sendo aceleradas ali dentro, explorando a Teoria da Relatividade Restrita de Einstein. Mas até aquele ponto a viagem no tempo só se aplicava a partículas, pois para que uma pessoa, objeto material ou informação conseguisse se deslocar através do espaço tempo era preciso ser mais rápido do que a velocidade da luz, e aquilo era impossível. Nenhum ser humano ou objeto jamais conseguiria quebrar a barreira do som e correr mais rápido do que a velocidade da luz, a não ser o Flash das histórias em quadrinhos.

Eu estava tão concentrado na pesquisa que, quando o meu celular apitou indicando uma nova mensagem eu acabei dando um pulo de susto. Pus uma mão no coração e com a outra peguei o celular. Analisei as horas no visor, dando-me conta de que já era quase meia-noite, e então desbloqueie a tela para ler a mensagem, que por sinal era de Katniss.

“Tenho que mostrar algo a você. Encontre-me em frente ao campus. Agora!”

Franzi o cenho confuso com sua mensagem, me perguntando o que de tão importante ela tinha para me mostrar tão tarde da noite. Guardei o celular no bolso antes de me levantar, pegar minha mochila e sair do quarto cuidadosamente para não ser pego. Meus olhos já estavam começando a pesarem por conta do sono, desde o momento em que Katniss havia me deixado na Blackwell - como um bobo apaixonado -, eu somente havia tomado um banho, jantado e caído de cara nas pesquisas sobre viagem no tempo. A cada passo que eu dava em direção ao campus, meu corpo reclamava devido ao cansaço. Aquele dia havia sido muito exaustivo para mim. Eu me sentia completamente esgotado devido ao fato de ter usado todo o poder que eu tinha, e o que eu não tinha, para salvar Madge. Minha cabeça ainda doía, mesmo depois dos inúmeros analgésicos que eu havia tomado. Eu estava me sentindo uma droga.

Enquanto saia do dormitório masculino, comecei a refletir. Estava acontecendo tantas coisas que eu quase havia me esquecido do eclipse. Toda aquela ação atmosférica não podia ser coincidência, e tudo aquilo levava à visão do tornado. Eu estava com muito medo. Para falar a verdade, eu estava mesmo era apavorado e me sentindo um inútil por não saber o que fazer em relação a todas aquelas coisas.

Paro de caminhar quando me dou conta de que já estou no campus. Olho ao meu redor a procura de Katniss, contudo, não avisto absolutamente ninguém.

Estranho. Onde diabos ela se meteu?

— Buh! — dou um pulo de susto quanto Katniss surge de surpresa — Entendeu? “Buh”. Como se eu fosse um fantasma assustador. — ela sorri divertida enquanto eu repouso minha mão sobre meu coração, como se aquilo de algum modo fosse impedi-lo de sair do meu peito.

— Muito assustador... e que quase me matou do coração! Você ficou maluca Katniss?! — pergunto irritado — Eu não tive exatamente o melhor dia tentando impedir uma amiga de pular de um telhado. Não acho que preciso de você me pregando peças essa noite, ok? — as palavras saem de minha boca sem a minha permissão, e o arrependimento prontamente me abate ao ver seu olhar divertido ser substituído por um magoado.

Burro! Burro! Você é um burro, Peeta!

— Katniss, eu... — começo na tentativa de me desculpar, mas ela me interrompe.

— Não. Tudo bem, você está certo. Eu sinto muito. — ela abaixa a cabeça e encara os próprios pés.

— Não, Katniss. Eu não estou certo. — falo ao segurar seu queixo delicadamente, fazendo com que ela volte a me encarar — Eu sou um completo imbecil, isso sim. Vivo estragando tudo. Desculpa, de verdade. Eu realmente não queria falar assim com você. É só que... — solto um suspiro frustrado — São tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que já estou ficando maluco! Mas isso não importa agora. O que realmente importa é que essa tarde que passamos juntos foi uma das melhores da minha vida. — sorrio afastando uma mexa escura de cabelo da frente de seu rosto.

— Tudo bem. — ela lança-me um pequeno sorriso — Mas você com certeza salvou a Madge.

— A Mad salvou a si mesma. Eu nem consegui usar o meu poder... Parecia que minha cabeça estava sendo esmagada e eu não tinha ideia do que falar para ela. — passo a mãos por meus cabelos.

— Não seja modesto, Peeta. A Madge está viva por sua casa. Você obviamente falou as coisas certas... e o seu poder sinistro salvará a todos nós... — ela põe as mãos nos bolsos de trás da calça — Só precisamos conectar os jogadores.

— E impedir que o que aconteceu com a Mad aconteça com mais alguém. — acrescento.

— Sim, claro, e de alguma forma impedir aquele tornado de acabar com Arcadia Bay... certo?

— Você não disse que isso tudo era a teoria do caos? — franzo o cenho — Porque eu não vejo controle algum sobre esse caos.

— Exceto pelo sua habilidade de manipular o tempo. — ela retira as mãos dos bolsos e cruza os braços.

— Katniss, eu nem sei direito se minhas escolhas estão certas, inclusive, eu me sinto estranho quanto a algumas delas... — ajeito a alça da mochila em meu ombro — Especialmente depois de ter colocado o Sr. Crane em uma enrascada.

— Você precisa parar de se torturar assim, Peeta. — adverte com um olhar sério — Vamos nos concentrar somente nas pistas, está bem?

— Ok. Mas uma coisa é certa, há muita coincidência entre as pessoas ao redor da Madge e da Johanna.

— Isso é verdade. — ela inclina a cabeça um pouco para a direita, pensativa.

— Bem... e mesmo não conhecendo a Johanna, parece que ela está nos guiando à verdade.

— Sinceramente, por mim que se foda a verdade. Eu só quero encontra-la logo... — ela suspira, descruzando os braços e os deixando cair ao lado de seu corpo — É assustador pensar que... Você acha que ela está... — sua voz falha e suas palavras morrem no ar.

— Mandando ver em Los Angeles? — completo, tentando desviar da palavra de cinco letras tão temida — Essa seria a melhor hipótese. — sorrio para tentar amenizar o clima, mas infelizmente não funciona.

— Eu queria muito acreditar nisso, mas Johanna jamais partiria sem me avisar, ok? E com que frequência meninas desaparecidas aparecem? — pergunta com os olhos marejados. Dou um passo à frente e tomo suas mãos com as minhas.

— Nós vamos encontrá-la, está bem? Prometo que iremos. — acaricio o dorso de suas mãos com meus dedões, no intuito de acalma-la — Agora, como você disse, está na hora de procurar pistas. Então, o que você queria me mostrar? — pergunto e vejo um sorriso travesso surgir aos poucos em seus lábios.

— Que rufem os tambores... — ela separa nossas mãos para retirar algo do bolso do seu casaco — Eu lhe apresento as chaves extras da Blackwell. Obrigada padrasto idiota. — ela balança as chaves no ar e acabo rindo.

— Você é incrível, Katniss! — sorrio abertamente — Eu só não quero que você se meta em mais enrascadas. — ela revira os olhos.

— Olhe para todos esses problemas surgindo em Arcadia Bay. A essa altura, você acha mesmo que eu me importo em ficar encrencada? Estamos aqui para vencer, Peeta. Juntos. — sorrimos e eu passo meu braço por seus ombros.

— Estou tão feliz por você ser a minha parceira do crime. — comento com humor.

— Contanto que você seja meu parceiro do tempo. — rebate no mesmo tom.

Rimos enquanto seguimos caminho pelo campus, indo em direção à entrada do colégio. A noite estava bastante iluminada, tanto pela lua - que parecia ter o dobro do tamanho naquela noite -, como pelas inúmeras constelações. De repente ouvimos algumas vozes e nos escondemos atrás de uma árvore. É quando avistamos Glimmer falando com Seneca em frente à porta de entrada da Academia.

— Obrigada por me ajudar a preparar o portfólio. — agradece à loira, enrolando uma mecha de cabelo com o dedo.

— Espero que o resto da turma siga o seu exemplo. Sinto muito por estar distraído. Como sabe, não foi um bom dia para a Blackwell. — ele se desculpa enquanto ajeita os óculos.

— Eu sei que hoje foi um péssimo dia e você pode falar comigo quando quiser, Sr. Crane. — ela sorri de lado.

— Obrigado, Glimmer. Estou feliz por ter acabado com um final relativamente feliz.

— Não sei o que faria se a Mad tivesse pulado. — ela suspira teatralmente.

— Mas que vadia falsa! — Katniss murmura ao meu lado indignada.

— “Mad”? Eu não fazia ideia de que vocês eram tão próximas... Ela sabia? — Seneca pergunta confuso.

— Bem... Como isso afeta a competição Heróis do Cotidiano? — Glimmer muda completamente de assunto.

— A competição acontecerá, eu só não representarei a Blackwell no evento este ano graças ao Peeta, que disse que deixei o problema da Madge acontecer apenas por escutá-la e não fazer nada. — ele sorri sarcástico.

— E você ainda sente culpa em relação a esse idiota. — resmunga Katniss e eu tapo sua boca antes que eles possam nos escutar.

— Depois você briga comigo. Agora fica quieta! — peço em um sussurro e voltamos nossa atenção para os dois.

— Darei uma dica de uma palavra da fotografia do Peeta: “selfie”. — Glimmer revira os olhos e sinto minhas bochechas arderem de raiva — Escute só, você viu a minha participação, sabe que é melhor do que isso. Não seria legal se saíssemos juntos em São Francisco, Seneca? — ela se aproxima dele.

Ela realmente está dando em cima dele? Céus! Como isso é nojento!

— Continue com o “Sr. Crane”, Glimmer. E eu não vou a São Francisco, lembre-se. — ele vira-se com o intuito de ir embora, porém a loira o segura pelo braço.

— Você já adora o meu trabalho, não é como se estivesse me favorecendo. — argumenta — Imagine se você escolhesse a minha foto, passaríamos bastante tempo juntos. Isso poderia ser... divertido, não acha? — a voz dela sai um tanto quanto sedutora.

— Vou só fingir que você não disse nada disso. — ele fala sério.

— É bom que me escolha, caso contrário, posso contar às pessoas que você ofereceu escolher a minha foto em troca de favores... íntimos. — ela o ameaça.

— Como um favor para o seu futuro, também ignorarei essa ameaça descarada. — fala bravo — Esta conversa está oficialmente acabada, Srta. Rambin. Sugiro que volte para o dormitório agora. — e então ele sai.

— Espere, eu só... — ela solta um suspiro irritado quando não consegue para-lo — Mas que droga! — pragueja antes de seguir caminho em direção ao dormitório feminino.

— Quando eu penso que a Glimmer não pode ser mais sem nação... Puf... Ela vai e me surpreende. — comento quando saímos de nosso esconderijo.

— A situação está prestes a ficar ainda mais séria na Blackwell. — observa Katniss.

— Com certeza. Vem, vamos entrar. — seguro em sua mão e subimos os degraus até a porta de entrada da Blackwell.

Katniss retira as chaves do bolso e em questão de segundos já estamos dentro da escola. Estava tudo muito escuro e não dava para enxergar quase nada, por isso acendemos as lanternas de nossos celulares e começamos a caminha em direção à sala do diretor. Quando chegamos à área da secretaria, senti um arrepio percorrer minha espinha e prontamente finquei meus pés no chão.

— Katniss... — chamo e a mesma se volta para mim, com um olhar interrogativo — Talvez... Talvez fosse melhor voltarmos, já estamos com tantos problemas...

— O quê? — ela faz uma careta — Deixa de ser medroso, Peeta.

— É sério. Não somos mais crianças. Estamos invadindo uma instituição de ensino...

— Se eu tenho a chave, como é que estou invadindo? — ela rebate — Não podem nos acusar de entrar!

— Katniss, é sério... — suspiro — Podemos ser presos.

— Não se eu for parente do chefe de segurança. — ela cantarola enquanto abre a porta da secretaria — O idiota do Haymitch não vai me querer nas mãos da policia local... então é melhor descobrirmos o que tem no escritório do diretor primeiro.

— Você é impossível, sabia? — rio balançando a cabeça negativamente.

— Eu sei que você me ama, Mellark. — ela me lança uma piscadela — Agora vem. Mais uma porta e o nosso trabalho aqui estará pronto.

Entramos na secretaria e seguimos até a porta da diretoria. Katniss começa a inserir as chaves na fechadura, uma a uma, porém nenhuma delas destranca a porta.

— Que porra é essa?! — esbraveja — O chefe de segurança deveria ter a chave do escritório do diretor!

— Ele deve estar escondendo alguma merda. Como todos por aqui.

— Com certeza. Mas agora precisamos abrir essa porta. — ela fica em silencio por alguns segundos, pensativa, mas então seus olhos se iluminam e um largo sorriso surge em seus lábios.

— O que foi? — pergunto curioso.

— Acredite ou não, sei um pouco sobre arrombar portas graças ao Marvel. — ela retira uma das argolas do chaveiro e a abre — Agora, deixe-me testar minhas habilidades de ladra. — ela se agacha e insere as duas pontas metálicas da argola na fechadura.

— E então? — pergunto minutos depois ao vê-la remexer freneticamente as pontas do arame de um lado a outro na fechadura.

— Estou quase lá... e... Voilà! — ela ergue os braços animadamente quando a porta se abre.

— Uau! Cara, você é incrível! — sorrio.

— É claro que eu sou. Você tem os seus truques e eu tenho os meus. — ela sorri jogando os cabelos para trás e eu não consigo conter o riso.

— Certo, agora vamos encontrar o que precisamos e cair fora daqui. — falo, puxando-a para dentro da sala e fechando a porta atrás de mim.

— Nossa. Agora entendo porque o diretor tranca a sala. Arte chique tosca. — ela ri debochada enquanto analisa alguns quadros — Ele deve querer que todos saibam que ele tem dinheiro. Mas gosto que é bom está em falta. — ela faz uma careta diante de uma obra com vários rabiscos aleatórios.

— Não consigo imaginar Snow em uma galeria. — comento enquanto ilumino alguns livros da prateleira com a lanterna do celular.

— Muito menos eu... Puta merda! — fala alto parecendo assustada e prontamente me viro em sua direção.

— O que foi? — pergunto preocupado.

— Eu me assustei com esse troço! — ela aponta para a estátua de um pássaro sobre a mesa, bem macabro por sinal — Como é que se pode confiar em alguém que tem a porra de um pássaro de bronze no escritório?

— Se ao menos fosse um astrolábio.

— Não faço ideia do que seja esse astro... sei lá o quê. — ela ri — Vou dar uma vasculhada nos papeis dessa mesa ridícula. — ela acende o abajur.

— E eu vou vasculhar por aqui. — aviso antes de começar a abrir algumas gavetas, mas não encontro nada de útil.

— Ok, beleza, é ridícula, mas essa cadeira é aconchegante para caralho! — fala animadamente e quando a encaro, avisto a mesma sentada na cadeira de Snow.

— Você não toma jeito, Everdeen. — rio de sua atitude infantil de ficar rodopiando na cadeira.

— Jamais... Espera... Yes! O computador dele não está bloqueado. Hoje é nosso dia de sorte, Sherlock. — ela sorri enquanto se aproxima do monitor — Verei se encontro algumas pistas sobre a Johanna... ou a Madge... ou o Gale... Qualquer pessoa!

— Boa ideia. Então... deixa eu continuar a procurar por aqui. — sorrio e continuo vasculhando por entre as gavetas, até achar uma pasta na qual havia uma ficha com todos os dados de Madge. Ótimo! Guardo-o em minha mochila e sigo até os armários que estavam atrás de Katniss.

Abro algumas gavetas e em uma delas encontro os arquivos de Gale e Glimmer. Franzo o cenho confuso ao ver que o registro dos dois estava absolutamente limpo, sem nenhum tipo de advertência ou suspensão.

Isso sim é estranho. Muito estranho.

Guardo-os dentro da mochila juntamente com os de Madge e permaneço vasculhando por entre os demais arquivos, finalmente encontrando o registro de Johanna. Sorrio ao folhea-lo, ela tinha ótimas notas.

— Peeta, é melhor você ver esses arquivos... — a voz de Katniss ecoa pelo ambiente e me aproximo dela.

— O que você encontrou? — pergunto enquanto inclino meu corpo para frente e estreito os olhos para analisar os diversos arquivos na tela do computador.

— O imbecil do Gale acusou a Johanna de trazer drogas para o campus. E o retardado do Haymitch apoiou porque achava que a Johanna era má influência para mim. — ela bufa irritada.

— Se o Haymitch estiver se juntando ao Gale... Isso é um péssimo sinal.

— Nem me fale, e ainda por cima a família Hawthorne pagou uma fortuna para esconder o arquivo verdadeiro do Gale... Olha. — ela clica em uma pasta onde havia diversos carimbos em tons de vermelho — Parece uma ficha criminal. Péssimas notas, reclamações de professores, punições suspensas em segredo...

— Uau! Mas não me admira em nada, a família Hawthorne sempre usa o dinheiro... Veja só essa anotação... Abra-a. — peço e assim ela o faz.

— É só um desenho maluco... — comenta enquanto analisamos alguns esboços que estavam acompanhados às anotações.

— Não é um desenho... Veja. — aponto para os esboços — “Johanna na sala escura... Johanna na sala escura...” De novo e de novo. É isso.

— Mas... que merda! O que isso significa? — pergunta confusa, mas logo em seguida ela bate a mão fortemente na mesa – Gale é bem psicótico e eu já devia ter imaginado que ele tinha algo haver com o desaparecimento da Johanna. — pragueja.

— Uou, escute isso... — digo enquanto observo mais algumas anotações — “O Haymitch sempre pergunta sobre o que estou pensando... O Haymitch sempre me ajuda a seguir aqueles que ele segue...” Bem obscuro.

— Não, parece que eles formaram um tipo bizarro de equipe. Os super panacas. — ela revira os olhos. 

— Katniss, o Haymitch estava perseguindo a Madge, me ameaçando e agora descobrimos que ele também estava em cima da Johanna... — digo direcionando meus olhos para ela.

— Ah, com certeza vamos ver os arquivos da garagem dele... Além do mais, estou ficando um pouco paranoica aqui. — ela balança a cabeça — Conseguimos as nossas informações, agora vamos embora.

— Certo. — assinto enquanto fecho todos os arquivos no computador e ergo meu corpo.

— Mas... talvez não devêssemos ir embora sem um presente. — ela sorri de forma travessa enquanto se acomoda na cadeira.

— Não, você não vai levar a cadeira aconchegante. — nego prontamente.

— Os seus poderes incluem ler mentes? — pergunta assustada — Ou você só voltou no tempo porque tentei roubar a cadeira? Merda! Estou confusa. — ela faz uma careta engraçada e não consigo conter o riso.

— Não, eu não sei ler mentes e nem voltei no tempo. Esses são somente os poderes da amizade. Eu sei bem como você é... — sorrio de lado — Deveríamos dar o fora daqui. Estamos abusando da nossa sorte.

— Que nada. — ela abre uma das gavetas da mesa e encontra um envelope — Olha só... O que será que tem aqui? — nossos olhos se arregalam quando ela o abre. Havia muito dinheiro ali dentro — Caralho!

— Nossa! Isso é demais para o “fundo de deficientes”.

— Cara, tem cinco mil dólares aqui! Eu poderia pagar o Marvel hoje à noite... Isso vai acalmá-lo depois da exibição com a faca pela manhã.

— Katniss... — coso a nuca um pouco desconfortável.

— O quê? Você vai arranjar problema com isso? Ou vai voltar no tempo e pegar a grana para você? — ela ri sem humor — Espero que faça isso em vez de me dar um sermão. — murmura desviando o olhar.

Paro alguns segundos para analisar a situação. Estava mais do que na cara de que aquele dinheiro tinha vindo dos Hawthorne para encobrir as merdas do Gale. E com certeza aqueles dólares não iriam para um fundo de deficientes, mas sim para o bolso de Snow. Era errado levar o dinheiro, mas o que eles estavam fazendo era muito mais.

— O Marvel sabe coisas sobre a Johanna e talvez fale se for pago... Certo? — pergunto com um pequeno sorriso.

— Você é demais, Peeta! — ela se levanta e me abraça apertado, mas logo se afasta para me olhar nos olhos — Com o que sobrar da grana levarei você para uma viagem há Portland. Vamos gastar com tatuagens, bebidas, rosquinhas... e boates de strip-tease. – arregalo meus olhos — É brincadeira seu bobo. — ela ri da minha cara — Mas nunca se sabe...

— O que eu faço com você, hein? — pergunto brincalhão e ela beija a minha bochecha antes de sair da sala.

Rio enquanto balanço a cabeça negativamente. Apago a luz do abajur e também saio da sala, encontrando-a parada em frente à mesa da secretária.

— Esse seu olhar travesso me assusta. — digo ao me aproximar dela.

— Quer dar um mergulho noturno? A piscina da Blackwell é nossa esta noite.

— Nadar? Quer se arriscar agora?

— Foi uma semana bizarra, merecemos uma diversão descontraída na água... Já acabamos pela noite, estamos ricos e ninguém nos pegou. Então, “splish splash”? — indaga divertida ao segurar em minhas mãos.

— Você tem razão. Merecemos essa porra. Então, “splish splash”! — rimos, e então saímos da secretaria de mãos dadas.

— Você acabou de dizer “porra”? Acho que sou uma boa péssima influencia para você. — ela sorri apoiando a cabeça em meu ombro enquanto seguimos até a área da piscina.

— Com certeza. — sorrio, sentindo-me feliz.

Estar com Katniss Everdeen sempre seria arriscado e infinitamente delicioso.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Peeta e Katniss dando uma de Sherlock Holmes foi bem divertido, não? E essas descobertas sobre Gale, Johanna, Haymitch... bem sinistro, hein?
Espero que tenham prestado bem atenção em certos detalhes, porque, de certa forma foi um pequeno spoiler do que aconteceu com a Johanna e possivelmente onde ela se encontra... Melhor eu ficar quiela hahaha
Beijão e até o próximo =D ♥



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