Simplesmente Acontece escrita por Jenny


Capítulo 8
"Eu não conseguiria dormir se não fizesse isso"


Notas iniciais do capítulo

Hello, minha gente! Falhei com as pastagens de novo, me desculpem. Final de semestre é uma loucura na faculdade, então o tempo tá meio escasso. Entretanto, mais uma semana e então FÉRIAS. Amém!
Até lá em baixo.
Boa leitura!



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Pov's Katniss

"Também estou com saudade! Mamãe disse que nas férias eu vou visitar vocês." ela diz.

"Sim" e uma risada.

"Quer falar com ela?" pergunta e me olha.

"Não, ela não tá ocupada" afirma.

"Tá bem! Tenho uma novidade superlegal vovô." ela começa e já imagino o que vem a seguir.

"Eu conheci meu papai!" conta, animada.

"Verdade mesmo! É tão legal. Ele é muito legal, vovô. E ainda me deu um Olaf de presente." continua.

"Peeta! O senhor e a vovó precisam conhecer ele." e assim se entende um longo papo sobre Peeta. Meia hora depois, ela desligou.

— A vovó não falou com você? - pergunto, notando que o diálogo de Manuela tinha sido todo com meu pai.

— Não! Vovô disse que ela já estava dormindo, porque estava com dor de cabeça. Mas amanhã ela me liga. - explica.

— Ah sim. E o que ele disse sobre seu pai? - questiono. Aposto que ele não ficou nada feliz.

— Ele achou legal. - Manuela responde, agora mais atenta no desenho que passava do que em mim.

É claro, pra  ela meu pai não diria nada. Não expressaria sua fúria. Mas, é óbvio que ele não achou realmente legal! Com toda essa situação do Peeta de volta na cidade, acabei esquecendo do meu pai e da raiva que ele sente por mim. E essa ligação só serviu pra me relembrar! Talvez, vocês pensem, a volta de Peeta possa contribuir de alguma forma na minha relação com meu pai. No entanto, o conheço o suficiente para saber que isso não vai acontecer. E é absurdamente doloroso! A indiferença de  uma das pessoas que eu mais amo na vida por conta de um erro que eu cometi a tantos anos, e ele não foi capaz de perdoar. Meu coração se aperta, e é acometido pela tristeza por pensar nisso! Apesar de tudo, eu ainda prefiro manter a esperança de que, um dia, ele será capaz de me perdoar e me olhar com outros novamente.

***

— Mamãe, anda logo! - Manuela diz, impaciente.

— Calma aí, apressada. Seu pai não vai sair sem você. - digo, terminando de colocar o laço no cabelo dela. Mal termino de por e ela já corre para a sala, onde Peeta esperava calmamente.

— Manuela, não corre nessa escada. - repreendo quando a vejo descer correndo. Ela não responde. Sequer parece ter ouvido.

— Estou pronta. - anuncia, chamando a atenção do loiro.

— Linda! - ele sorri. - Então vamos? - completa.

— Sim! Tchau, mamãe. - a loirinha me abraça.

— Tchau, meu amor. - beijo o topo de sua cabeça.

— Você não quer mesmo vir com a gente, Kat? - Peeta convida. Ele geralmente me  chama para acompanhar ele e Manuela nos passeios. Mas eu nunca aceito. Eu não sei exatamente o porquê! Acho que tenho medo. Medo do que uma maior aproximação entre a gente pode causar.

— Quem sabe na próxima! - respondo. Ultimamente, essa é a frase que eu mais tenho usado.

— Como sempre. - ele revira os olhos, mas sorri. - então, até logo. - ele beija meu rosto, despedindo-se e pegando na mão da minha filha, vão em direção ao carro.

— Divirtam-se! E não comam só porcarias. - aviso, mas agora são dois que me ignoram. Aí Deus, vida de mãe não é fácil, vou te contar.

— Tchau! - os dois acenam, antes de irem.

Apesar de já fazer 2 meses que Peeta definitivamente entrou nas nossas vidas, ainda é meio estranho vê-lo vir levá-la para voltar só a noite. Embora eu já tenha me acostumado a ter a presença dele quase todas as noites na minha casa! Acho que, na verdade, é solitário. Minhas folgas costumavam ser junto com minha filhas, e agora ela saí sem mim. E o pior, por minha culpa, já que eles sempre me convidam para ir junto. Logo, não tenho direito algum para reclamar sobre a solidão. 

Aproveito o resto da tarde para por minhas leituras em dia! Sou uma amante de literatura, desde pequena. Porém, sendo mãe, residente de medicina e dona de casa, eu geralmente não tenho tempo para ler. Acabo me entretendo com aquilo, até ser desperta pelo toque do meu celular. 

Ligação on:

— Mãe? - atendo, confirmando que é mesmo  ela e não meu pai.

— Olá querida, como vão vocês? - ouço  sua voz animada soar do outro lado e sinto um certo alívio por falar com ela. Mesmo que já faz anos que moro na Califórnia, a saudade que sinto da minha mãe ainda é imensurável.

— Estamos bem, e a senhora? - respondo.

— Estou ótima! Onde está a Manu? Não estou ouvindo sinais dela aí. - pergunta. Geralmente, a maior parte das ligações são falando com Manuela.

— Infelizmente, ela não está. Saiu com o Peeta! - explico.

— Ah, que pena. Bom, mas é bom por um lado. Agora podemos falar sobre isso direito. - ela alega. Até hoje minha mãe não teve oportunidade de me perguntar nada sobre Peeta, já que ela normalmente liga em horários que Manuela está junto e nós não falamos sobre isso na frente dela. 

— O que vamos falar sobre isso? - questiono.

— Ué, como você está se sentindo sobre isso? Como foi quando você contou? Vocês se dão bem? Ele é realmente maravilhoso quanto Manuela descreve? Me sinto mal por não estar aí com você, filha. - dona Clara começa com seu questionário desesperado, me fazendo rir.

— Ah, no começo foi difícil. Ele ficou com tanta raiva. Mas foi só momentaneamente. Depois ele me procurou e conversamos com calma, então ficou tudo bem. Nossa relação é ótima. Somos amigos, pode se dizer! E sim, ele é maravilhoso como ela descreve. É um bom homem. Uma ótima pessoa e um pai incrível! Agora tenho certeza que ter contando a ele foi a melhor decisão. Estamos bem, como eu disse! - conto. Não vejo seu rosto, mas imagino que esteja sorrindo.

— Fabuloso! Fico tão feliz por isso, filha. Mas, Infelizmente tem aquela parte que você sabe bem. James não facilita! - meu estômago revira ao ouvir o  nome do meu pai. 

— Falando nisso, o que ele disse sobre isso tudo? - pergunto, curiosa para saber, porém incerta se quero mesmo ouvir a resposta. 

— Sinto muito, meu bem, mas nada mudou! Eu sempre tento falar com ele sobre isso, fazê-lo mudar de ideia. Mas ele é teimoso, você sabe. A diferença é que "Agora sabemos o nome do filho da puta responsável" palavras dele.  - ela suspira. Como eu imaginava.

— Tudo bem, não esperava que fosse diferente, de qualquer forma. - respondo, mesmo que, dessa vez, eu estivesse mentindo até para mim mesma. Eu não esperava isso. Eu imaginei essa reação, sim. Mas eu tinha uma pequenininha esperança que eu estivesse errada!

— Uma hora ou outra as coisas melhoras, filha. De uma forma ou de outra! - outra vez imagino seu sorriso doce dirigido a mim. Permito uma lágrima de saudade escorrer. Ah, como eu gostaria de abraçá-la agora.

— Eu espero. - respondo.

— Bom, preciso desligar. Rachel quer que eu vá ao shopping agora com ela. Inclusive, diga à Johanna para deixar de  ser uma filha desnaturada e ligar para Rach. - minha mãe fala.

— Pode deixar que eu digo. Mande um beijo pra tia Rach, por mim. - peço. Rachel é a mãe de Johanna. Outra maravilhosa que me faz falta.

— Tudo bem! Diga a Manu que ligo amanhã pra falar com ela. Beijos! - se despede.

— OK! Beijo. - desligo.

Ligação off.

— Com quem a senhora estava falando, mamãe? - Manuela que acabara de chegar, pergunta.

— Com a vovó. Ela disse que te liga amanhã. - informo.

— A senhora disse que eu estava com o papai? - pergunta.

— Falei sim. - confirmo.

— Falou pra quem? - Peeta quem pergunta, entrando.

— Pra vovó. Pra minha outra vovó, né. - a loirinha responde, rindo.

— Como foi o dia de vocês? - pergunto, mudando de assunto antes que Manu pergunte sobre meu pai.

— Foi muito legal! Nós fomos no shopping, depois almoçamos no restaurante do tio Finn e fomos no porque tormar sorvete. - ela conta, sorridente.

— Você devia ter ido com a gente. - Peeta comenta.

— Podia mesmo. Lá no shopping tinha uma exposição de livros enorme, a senhora ia amar, mamãe. - Manu comenta.

— Na próxima eu vou! - digo e os dois loiros trocam um olhar suspeito.

— Acho que sei quando pode ser esse dia. - Peeta começa. Levanto uma sobrancelha e Manuela sorri, parecendo ja saber do que ele falava. - Amanhã é aniversário do Finnick. Vamos fazer churrasco na casa dos meu pais, e um almoço. Obviamente, você foi convidada. E meus pais querem muito conhecer você! - ele explica. O quê? Não, não isso não estava nos meus planos. E se eles me odiarem? E se eles me odiarem ágora, mesmo sem me conhecer, e só  querem ver minha cara? Quer dizer, isso é o que meu pai sente por Peeta. E se os pais deles forem iguais? 

— Hã, eu não acho que seja uma boa ideia. - digo.

— Vamos, mamãe. O tio Finn vai ficar chateado se a senhora não for. E a tia Joh disse que vai levar a senhora mesmo se for amarrada. - Manuela ri.

— Quando foi que Johanna disse isso? - pergunto.

— Ela estava no restaurante, com Finnick. - Peeta explica.

— Então, a senhora vai? Tem uma piscina enorme lá. Ainda bem que tá calor. - a loirinha continua.

— Então, Kat?  - Peeta quem questiona, quando nota que eu não disse nada.  Ambos me encaram com um olhar pidão. Céus, não acho que seja uma boa ideia, mas droga, eu não tenho como negar dessa vez.

— Tudo bem! - confirmo. Mas não, não estava tudo bem.

— EBA! - Manu exclama e os dois sorriem, trocando um toque de mãos engraçado inventado por eles mesmos.

Manuela informou que estava com fome e ia tomar banho. Então, convidei Peeta para jantar conosco e pedi pizza. 

— Esse silêncio todo é medo de conhecer meus pais? - ele pergunta, depois de um tempo em que estavamos em um silêncio absoluto, esperando Manuela e a pizza. Na verdade, era. Só não achei que estivesse tão visível.

— Sinceramente, sim! Eu não tenho boas experiência com país. Bom, com o pai, especificamente. - confesso.

— Não me diga que é resultado de um namoro adolescentes em que o pai do garoto não gostava de você? - ele pergunta e eu nego, rindo. - é claro que não. Primeiro, porque eu não acho que existe alguém que não gosta de você. E depois, mesmo se existisse, eu garanto que  meus pais não seriam o caso. Afinal, não somos mais adolescentes. E você é a mãe da minha filha. - ele dá um sorriso fofo e eu preciso me conter para não suspirar.

— Obrigada! E não, não tem nada a ver com ex namorados adolescentes e seus país. É o meu próprio. - dou um sorriso fraco, que provavelmente saiu triste o suficiente para ele notar, já que ele franziu as sobrancelhas me olhando um tanto... Preocupado, eu diria.

— Como assim? - questiona, sem entender.

— Voltei! - Manuela anuncia, descendo as escadas. Correndo! Sinto um certo alívio, afinal não queria ter que explicar isso pra ele agora.

— Manuela, eu já te falei para n-ã-o c-o-r-r-e-r nessa escada! - repreendo, dizendo pausadamente as palavras "não correr". Ela morde o lábio inferior, e me encara com um olhar culpado.

— Desculpa! - diz, se jogando em cima de mim e sorrindo abertamente. Peeta ri.

Passamos o resto da noite comendo pizza e assistindo filme. Mais tarde, Manuela pegou no sono e depois de colocá-la na cama, sobramos só o loiro e eu.

— Ah, qual é. Era muito legal! - Peeta alega, me fazendo gargalhar ainda mais. Estávamos no sofá, falando sobre assuntos diversos, até ele contar sobre uma cueca do piu-piu que ele amava quando era pequeno.

— Que bizarro! - digo, ainda rindo.

— É a melhor cueca boxer que alguém já teve. - afirma.

— Não é nenhum pouco másculo. - implico.

— Eu tinha 6 anos, Katniss! - revira os olhos.

— Certo, vou relevar por isso! - falo.

— Tá bem, sua vez. Conte algo sobre você! - pede. 

— Tipo o que? - pergunto. Não é como se eu tivesse muitas histórias engraçadas.

— Qualquer coisa. - dá de ombros.

— Certo... Bem, quando eu tinha 4 anos, eu tinha um amigo imaginário. Ele era um elefante roxo, com um rabo e bico de ornitorrinco. Mas tinha a tromba, também. - conto e ele gargalha.

— Céus, você era uma criança perturbada ou o quê? - ele diz, sem parar de rir.

— Eu era criativa, oras. E gostava de ornitorrincos e elefantes. - me defendo.

— Meu Deus, você é louca desde pequena! - faz uma falsa cara indignada, como se fosse a coisa mais aterrorizante que ele já descobriu. Mas não dura muito, já que ambos acabamos rindo. Rimos tanto que minha barriga chegou a doer. Parecendo dois idiotas, ou bêbados talvez! Quando finalmente conseguimos para de rir, Peeta continua me olhando sem desmanchar o sorriso. Nossos olhares se mantiam fixos. Nossos rostos perigosamente próximos. Oh Deus, como eu gostaria de beijá-lo.

— Eu acho melhor ir. Está tarde. - ele parece recobrar a consciência, se pondo de pé, pronto para ir. Concordo e o acompanho até a saída.

— Até logo! - digo, quando ele deposita um beijo no meu rosto e vai para o carro. Ele acena, e parte.

Volto para dentro, levo os copos e pratos para a cozinha, e vou em direção a escada pronta para ir dormir. Quando ouço a campainha. Olho no relógio. 00h00. Só 5 minutos desde a saída de Peeta, então deduzi ser ele que talvez tenha esquecido algo.  Confirmou  meu pensamento, quando abri a porta e o encontrei encostado no batente. 

— Hey. - ele parece despertar de um transe, quando chamo.

— Oi. - sorri.

— Esqueceu alguma coisa? - pergunto.

— É, eu meio que esqueci. - ele passa a mão no cabelo, parecendo meio nervoso.

— E o que... - antes que eu pudesse terminar senti os lábios dele chocando contra os meus. Fiquei um tanto surpresa por causa do susto, que permaneci imóvel. Mas, logo senti sua língua pedindo passagem, a qual eu prontamente cedi. Ele agarrou minha cintura firmemente e, automaticamente, passei meus braços ao redor de seu pescoço. Eu não tinha certeza se estava sonhando ou se realmente estava acontecendo, eu só sabia que Peeta estava me beijando, e eu estava correspondendo desesperadamente! Nosso beijo era voraz, quente. Ele me prensou contra a porta e seu corpo, enquanto eu puxava sua nuca em uma tentativa de colar nossas bocas ainda mais, mesmo que não fosse possível. Eu não conseguia pensar e mais nada, eu só queria que aquilo não acabasse. Eu sabia que não era sensato, mas Céus, eu poderia beijá-lo para sempre! Quando o ar se fez necessário, separamos nossos lábios, mas não nos soltamos. Eu não mexi, apenas continue estática, com os olhos fechados, tentando controlar  minha respiração ofegante. Quando senti uma das mãos de Peeta soltar minha cintura e repousar na minha bochecha, acariciando o local, abri os olhos encontrando aquele maravilhoso par de orbes azuis me observando.

— Eu não conseguiria dormir se não fizesse isso! - ele dá um sorriso torto. Não ouso responder. Apenas permaneço encarando-o. - Boa noite, Katniss! - então saí e vai embora, me deixando lá. Ainda fico parada por algum tempo. Minha mente não conseguia assimilar realmente o que acabara de acontecer! Ainda completamente surpresa e com milhões de sensações que eu não ousei tentar entender, fui para cama, e os lábios do loiro dominariam meu pensamento...

 

 


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Notas finais do capítulo

Tchanam! Hahaha.
Comentem, opinem e me deixem feliz! Espero que tenham gostado.
Até o próximo! Beijocas.

PS: perdoem os erros de escrita, porque estou postando pelo celular!



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