Simplesmente Acontece escrita por Jenny


Capítulo 21
Abstinência.


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi gente!
Minha internet está dando problemas, então estou postando pelo 4g. Por isso, infelizmente não consegui responder os comentários. Mas li todos eles! Obrigada, amores ❤.
Vamos ao cap. Boa leitura!



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Pov's Katniss

* Segunda feira de manhã, a caminho do aeroporto *"

"De: Madge                                                            Para: Katniss                                                        Amiga, você prefere rosa ou verde?"

"De: Katniss                                                           Para: Madge                                                         Verde. Por que?"

"De: Madge
           Para: Katniss
           Para os vestidos das minhas madrinhas de casamento! No final de semana, preciso de você e Johanna para experimentar! Ah meu Deus, estou tão empolgada."

Olho para Peeta ao meu lado, que estava concentrado no trânsito. Meus pais já tinham ido de táxi um pouco antes! Manuela estava no banco de trás, penteando o cabelo de uma boneca. Peeta desviou seus olhos para mim por um rápido momento, quando paramos no semáforo, e sorriu. Retribui o sorriso e voltei a encarar o celular na minha mão. Eu me sentia mal! Será que eu sou uma pessoa completamente horrível por sentir uma pontinha de inveja da minha amiga nesse momento? Ela parece tão feliz, tão certa sobre o que está fazendo. As vezes, queria ser menos covarde. Contar ao Mellark meus verdadeiros sentimentos, arriscar. Mas aí penso um pouco sobre isso e qualquer força que começa a me motivar se esvai, dando espaço ao medo e receio de piorar tudo...

***

— Nós? - Peeta levanta uma sobrancelha, talvez pensando no que eu poderia querer. Eu estava nervosa, não sabia como explicar realmente sem me declarar ou algo do tipo. Passei o dia todo pensando sobre isso, mas não consegui formar nenhum discurso convincente na minha cabeça. Então, decidi apenas deixar as palavras fluírem e ver no que dá.

— É! Bem, eu... Eu acho que a gente devia parar com isso! - mordo o lábio inferior outra vez.

— Parar com o quê? Kat, você precisa ser mais específica. - ele pede, confuso.

— Com seja lá o que a gente tá fazendo! Eu gosto do que nós temos, Peeta. Eu realmente gosto! Mas... Eu sou a mãe da sua filha, nós temos uma ótima relação, somos amigos e fazemos sexo. E está tudo bem pra você! E, tudo bem estar tudo bem pra você. Só que, não está pra mim. Eu não sei ser assim. E eu não gosto de ser assim! - dou uma pausa, desvio os olhos para suas mãos inquietas sobre as próprias pernas, então as seguro e volto a encará-lo. - Nós não somos mais adolescentes. E eu não quero algo parecido! Antes, eu não queria me aproximar de você porque eu pensava que qualquer tipo de envolvimento da nossa parte poderia afetar Manuela de alguma forma. Então, depois de tudo eu percebi que não é nada disso. Independente do que aconteça entre nós, eu sei que nenhum de nós dois jamais machucaria nossa filha. O problema não é esse, não é a Manuela. Sou eu! O problema sou eu e meus sentimentos confusos e bobos. - suspiro, dando outra pequena pausa. Peeta apenas me encara, escutando atentamente. - O que eu tô tentando dizer é que, a forma como estamos fazendo isso está me machucando! - concluo ainda sem soltar as mãos do loiro. Ele aperta um pouco mais minhas mãos e fica ainda alguns instantes em silêncio, como se estivesse assimilando tudo que eu dissera.

— Eu... Sinto muito, Katniss! Céus, eu jamais quis te machucar de alguma forma. - declara, com um olhar quase de súplica.

— Não diga isso. Não quero que você se sinta culpado, porque você não tem culpa de nada! Não é como se você tivesse me obrigado a fazer algo que eu não quisesse. Então não se sinta culpado, honey! Eu só acho melhor pararmos por aqui.- digo dando um meio sorriso, em uma tentativa de tranquiliza-lo. 

— Certo, se é o que você quer! - ele concorda. - Mas, nós ainda vamos ser amigos, certo? Isso não mudou? - pergunta, receoso.

— Claro! - rio. Ele assente, então beija o dorso de cada uma das minhas mãos.

— Tudo bem! Então, acho que eu devia ir pra casa agora. - Peeta passa uma mão no cabelo, parecendo meio perdido, mas dá um sorriso de canto. - até amanhã, Kat! - deposita um beijo na minha testa e se dirige para a saída.

— Até amanhã! - o acompanho até a saída, beijo sua bochecha delicadamente e o assisto ir.

Não consigo nem chegar até minha cama antes de me derramar em lágrimas. Eu tomei essa decisão! Eu percebi que continuar como estávamos só estava me machucando, porque meus sentimentos são reais. Porque eu estou claramente apaixonada. E todo esse envolvimento, só me dava falsas esperanças. Esperança sobre um sentimento da parte dele que provavelmente não existe! Eu não sou mais uma garota. Eu não quero agir como uma! Eu não quero sexo casual. Eu quero mais. Eu preciso de mais. E, talvez, Peeta não possa me dar mais.

Contudo, a dor é inegável e inevitável! É claro que eu quero que ele fique. Meu lado irracional, coração, quer desesperadamente ligar pra ele voltar, me jogar nos braços dele e beijá-lo o resto da noite. Quer esquecer todas as coisas sensatas, ignorar os fatos e me entregar a ele! Todavia, eu não posso. A parte racional está no controle e sabe que isso só me causaria mais sofrimento. Sofrimento por tê-lo e ao mesmo tempo ele não ser meu. E, decididamente, essa dor seria muito pior do que simplesmente não tê-lo de nenhuma forma!

"Mamãe, a senhora ama o papai?" a frase de Manuela não sai da minha cabeça desde aquele momento.
Amo.
Inclusive, estou apaixonada!
O amor é complicado.

***

* Sábado, 11h30min. *

— Eu não sei Kat, isso parece meio bobo! - Madge diz, enquanto sentamos em uma mesa na praça de alimentação do shopping.

— Bobo? Isso é o que você tem pra me dizer? - pergunto, indignada. Céus, eu estava mesmo sofrendo com todos esses sentimentos bagunçados e ela me diz que é bobo?

— Não seus sentimentos. O fato de você ter dispensado ele! Amiga, não é ele que você quer? Então qual o sentido de dispensá-lo? - ela soa como se eu fosse completamente maluca.

— Orgulho! - a pessoa que responde não sou eu, é Johanna que acabara de chegar e já se juntava a nós na mesa.

— Não é não! - nego a acusação feita por minha amiga.

— Katniss, pelo amor de Deus! Você terminou com o Peeta porque não consegue assumir que está apaixonada. É orgulho sim! - a morena revira os olhos.

— Eu não "terminei" porque não tinha começado nada pra terminar. Que droga de relação era aquela? Meu pai tinha razão, estávamos agindo como adolescentes de novo! - suspiro, com um sentimento estranho dentro de mim ao admitir que meu pai estava certo sobre algo.

— Niss, você está apaixonada. Peeta é o único que não percebeu ainda, porque é um idiota. Homens são lentos, vocês sabem! E esse é o ponto. Você devia contar pra ele! Abrir seu coração, falar sobre seus sentimentos. Se resolverem. Não guardar tudo pra você e conviver com esse sofrimento! - Joh repete mais uma vez tudo o que dissera ontem, quando liguei para ela pra um desabafo.

— Eu concordo de pés juntos! - Mad agora.

— Porque eu faria isso? Seria pior. Acabaria deixando um clima estranho entre nós. - alego.

— Por que? - Mad levanta uma sobrancelha e Johanna também.

— Porque a droga do sentimento não é recíproco. - retruco.

— Você não sabe! - a morena revida.

— Johanna, Peeta e eu estamos com essa palhaçada há tempo suficiente pra, se ele sentisse algo por mim, já ter vindo a tona! - digo já cansada desse assunto.

— Não necessariamente. Como eu disse, homens são lerdos! Finnick demorou horrores pra sacar que estava apaixonado e me pedir em namoro. Eu quem puxei o assunto, pra falar a verdade. Então resolvemos e estamos muito bem, só pra constar! - ela conta.

— Thresh e eu nunca tivemos esse tipo de problema. Ele é bem sensível e romântico, começamos a namorar alguns encontros depois e agora vamos casar! E, eu sei que vocês me acham louca, mas estou absurdamente feliz. - é a vez de Madge contar sobre seu relacionamento perfeito.

— Tá, tanto faz. Eu tomei uma decisão e ainda acredito que ela é a correta, então chega de falar sobre isso! - declaro.

— Certo! Mas só pra deixar claro, eu acho que você tá perdendo tempo. - Joh aponta, mais uma vez.

— Concordo com ela! - Mad dá de ombros.

Passamos o resto da tarde escolhendo os vestidos que Johanna e eu usaríamos no casamento da loira, tarefa um tanto cansativa e complicada, considerando que minha amiga que é a noiva, é a pessoa mais indecisa que eu conheço!

Depois de horas experimentando inúmeros vestidos, de diferentes modelos e cores, finalmente fomos embora! Cheguei na minha casa por volta das 17:00. Manuela estava com Peeta. Mais uma vez eu estava sozinha! Outrora, eu poderia estar junto com os dois, me divertindo. Se não fosse esse meu medo bobo, essa insegurança!

Todos esses anos estudando, trabalhando como médica. Minha função é "concertar" corações. A parte irônica é que, ainda assim, eu não faço a menor ideia de como curar o meu...

***

Pov's Peeta

— Olá, velha coroca. - dou um beijo no topo da cabeça loira da minha mãe, abraçando-a assim que adentro sua casa.

— Velha coroca é sua vó, moleque. - ela me dá um tapa no braço.

— Aqui, Kat mandou pra senhora! - entrego-lhe a pequena Tupperware.

— Que isso, comida? - meu pai pergunta, aparecendo na sala.

— Pra mim, seu intrometido! - minha mãe retruca.

— Peeta que fez? - ele pergunta, se aproximando interessado na vasilha.

— Não! Minha norinha! - a loira diz, sorrindo e desvia seu olhar para mim. Dou de ombros, ignorando sua frase. "Norinha". Sinto muito, mas acho que não, mãe.

— Katniss é uma puxa saco. - meu pai revira os olhos e "rouba" um pedaço do bolo que estava dentro da vasilha. - E uma boa cozinheira, admito. - completa, deliciando o doce.

— Nossa, está ótimo mesmo! Ela precisa me passar a receita. - é a vez da minha mãe elogiar. Pego um pedaço também, já que eu não tinha comido na casa da morena, quando fui deixar Manu.

— Hm, muito bom mesmo! Será que é do quê? - mordo outro pedaço mas não consigo identificar o sabor exato. Era uma mistura de sabores, só sei que estava realmente gostoso.

— Banana com castanha e canela. - minha mãe diz.

— Como você sabe? - meu pai questiona.

— Porque ela me disse que ia fazer pra eu experimentar, pois eu não conhecia. - explica a loira.

— Bom pessoal, eu só vim pra trazer isso mesmo. Vocês sabem que eu gostaria de ficar mais, só que já está meio tarde. Então vou indo! - me despeço com um beijo no rosto de cada um dos meus pais.

— Diga a Katniss que eu amei o bolo e agradeci. - mamãe diz, me acompanhando até a porta.

— Pode deixar. - confirmo. Aceno mais uma vez, antes de partir.

Depois desse tempo todo, era estranho estar ali no meu apartamento sozinho. Desde que Katniss e eu começamos com seja lá o que havia entre nós, eu me acostumei a estar sempre com elas. Dormia quase todos os dias na sua casa, ou mesmo quando não dormia ficava até bem tarde, depois que Manuela já havia pegado no sono! Eu me desacostumei ficar sozinho. E eu definitivamente não gosto mais de estar sozinho, sem aquelas duas mulheres que tomaram todo meu coração.
Já faz uma semana desde o dia que Kat me disse todas aquelas coisas e terminou o que havia entre nós. Eu não sabia muito bem como lidar com isso. Confesso que não estava esperando ouvir aquelas palavras. Tanto, que nem soube como responder! Tudo que ela disse causou uma confusão de sentimentos ainda maior no meu peito. Eu decidi que era melhor dar espaço a ela, afinal era o que ela queria. E, então percebi que isso também seria bom pra mim, assim eu teria tempo de tentar entender e decifrar essa bagunça dentro de mim! O problema é que, a ausência dela me deixa perdido, me sufoca, me desespera. Eu sinto falta dela o tempo todo. Penso nela o tempo todo. Luto contra meu próprio corpo para impedir o impulso de agarrá-la a cada vez que estamos próximos. Luto para parecer normal, amigo. Para conversar com ela sem ficar olhando diretamente para seus lábios deliciosos, desejando-os.
Sinto coisas que nunca senti antes. Que não compreendo. Sinto como se ela fosse uma droga da qual eu sou absolutamente e inteiramente dependente, e agora que não posso tê-la, estou perdido em uma crise absurda de abstinência.

Depois de muito pensar, chego a uma conclusão! Eu sabia o que aquilo significava. Eu só precisava colocar meus sentimentos em ordem.
Uma ideia me vem em mente.
Então, me dou conta, captando e finalmente entendendo os sinais.
Eu já sei o que fazer...


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Notas finais do capítulo

Sei que esse cap não ficou tão grande, mas achei interessante postar pra vocês entenderem os sentimentos de cada um deles perante a situação! Comentem, opinem, sugiram.

PS: Quero informar vocês que, estamos na reta final. Não sei mais quantos capítulos ainda terão, porque não tenho todos escritos. Mas, não são muitos. Estamos mesmo acabando!
Beijocas e até breve. ❤



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