Simplesmente Acontece escrita por Jenny


Capítulo 13
"Você não tem que explicar coisa alguma..."


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Feliiiiz natal, atrasado. Espero que vocês tenham tido um ótimo natal, e que Jesus tenha renascido mais uma vez nos seus corações, trazendo paz, felicidade e muito amor!
Aproveitei o cap pra dar uma pequena apresentada na "tia chata" que acabou de chegar haha. Espero que gostem. Boa leitura!



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Pov's Katniss

Os dias passaram depressa, mais que o de costume! Ainda é 10h da manhã de sábado. Eu sei que tenho tudo sobre controle. O buffet, os brinquedos, os convidados, a roupa da Manuela e... Droga, o presente! Passei essa semana tão ocupada com os preparativos do aniversário que sequer me lembrei de comprar o presente!

— Peeta! - chamei o loiro que estava esperando o homem terminar de montar o pula-pula.

— Sim? - ele se vira para me olhar e caminha em minha direção. - Você tá meio tensa, Katniss! Relaxa, já está quase tudo pronto. - ele sorri, colocando as duas mãos nos meus ombros, massageando ali. Oh céus, bem que eu adoraria uma massagem agora.

— Eu sei! Mas, preciso sair. Ainda não comprei o presente da Manuela. - conto e ele parece se lembrar desse fato.

— Droga, eu também não! - ele faz uma careta.

— Então vamos logo! A gente volta a tempo de receber o buffet e depois nos arrumarmos. - digo, já o arrastando para fora. Evelyn estava com Manuela na piscina de bolinhas, e se prontificou a cuidar de tudo enquanto estivermos fora.

Depois de andarmos no shopping inteiro, em todas as lojas de brinquedos, finalmente encontrarmos a bendita casa da Barbie. Peeta ia comprar um presente e eu outro, mas depois de descobrirmos a casa optamos por comprá-la juntos. Seria desnecessário dois presentes, já que era isso que ela queria. E a casa era tão grande que quase cabe Manuela dentro.

Voltamos para a casa dos Mellark exatamente as 17h. O buffet estava acabando de desembarcar as coisas. E então, tudo estava finalmente pronto! Voltei pra minha casa para me arrumar. Vesti um vestido longo, preto com detalhes prateados, um tanto simples, mas muito bonito! Limitei a deixar meus cabelos soltos, uma maquiagem não muito extravagante e sem dúvida nada de salto alto. Depois que você vira mãe, principalmente em festa de criança, salto alto é algo quase que 100% abolido da sua vida. Não vou reclamar, considerando que eu nunca fui muito fã de salto mesmo. Me olhei no espelho uma última vez e, modéstia parte, eu estava realmente bonita!
Manuela saiu do banho, colocou seu vestido azul claro e uma sapatilha branca. Prendi seu cabelo loiro em uma trança e então ela estava pronta, caracterizada da princesa preferida dela.

— Estou parecendo a Elsa, mamãe! - Manu rodopiou na frente do espelho, sorridente.

— Você está muito mais linda do que a Elsa! - sorri. - vamos? - estendi a mão para ela, que aceitou animada. Chegamos novamente na casa dos Mellark, agora já estava tudo completamente organizado. Manu, empolgada que estava, saiu correndo na minha frente, indo até os brinquedos.

— Quem é você? - ouvi uma voz desconhecida feminina falando atrás de mim. Olhei para a mulher que mantinha um sorriso estranho nos lábios, olhos azuis e cabelos castanhos. Ela me analisou de cima a baixo, com uma expressão não muito amigável. Mas, antes que eu pudesse responder, Peeta se aproximou, parando ao meu lado. Senti uma de suas mãos rodearem minha cintura, repousando ali em um toque firme.

— Kat, essa é a minha tia Meg, irmã do meu pai! Tia, essa é a Katniss, mãe da minha filha. - Peeta nos apresenta. Apesar da sensação estranha que aquela mulher me transmitiu, resolvi sorrir e cumprimentá-la gentilmente.

— Então é você a putinha aproveitadora? - ela levanta uma sobrancelha, me analisando mais uma vez. Como é? Fico tão chocada e surpresa com sua frase que as palavras me somem. Apenas a encaro, indignada o suficiente para não acreditar que ela realmente me disse isso. Peeta suspira e nega com a cabeça.

— Você não precisa ser um ser humano desprezível o tempo todo, sabia? Educação é o mínimo que você pode oferecer. - ele fala para a mulher e me arrasta para longe dali, antes que eu diga algo.

— Então eu sou uma putinha aproveitadora? - digo, sarcasticamente, quando nos afastamos.

— Me desculpe, Kat. Minha tia é uma pessoa horrível! Devia ter te avisado antes. - o loiro fala.

— Porque ela não gosta de mim? Ainda nem nos conhecemos. - faço uma careta, ele ri.

— Não é você! Ela é uma mal amada e não gosta de ninguém, além de si mesma. Sério, ela é tão insuportável que nem o marido e o filho aguentam! Ela só está aqui porque é da família do meu pai. Infelizmente não posso expulsá-la, então tente manter distância e relevar quando não for possível! - Peeta pede e eu assinto.

— Tudo bem! - concordo.

Um bom tempo depois, todos os convidados já estavam presentes. Além da família da tia mal amada do Peeta, tinha mais um casal desconhecido por mim, que o loiro disse que fazia questão de convidar. Uma mulher loira de olhos azuis e um homem com as mesmas características. Apesar da semelhança, nem um dos dois eram parentes de Evelyn. Os pais de Peeta passaram um longo tempo conversando com esse casal. Finnick parecia ter um carinho especial por eles também, de acordo com Johanna que estava irritada por ele tê-la deixado sozinha para falar com eles, logo dando a chance de Meg apontar o quanto Finn teve mal gosto na escolha da namorada. Por Deus, essa mulher é uma cobra.

Mais tarde, foi a vez de Peeta se juntar a mesa do casal misterioso, se demorando um longo tempo. Até ele me avistar ali perto, conversando com Evelyn.

— Kat, vem aqui! - o loiro chama, e em seguida chama Manuela também.

— Olá! - me aproximo da mesa e sorrio para os outros dois.

— Kat, esses são Effie e Haymitch. Eles são amigos dos meus pais há anos, são da família. E, meus padrinhos! - ele sorri, enquanto apresenta o casal. - Gente, essa é a Katniss e essa a Manuela, as mulheres da minha vida! - ele sorri novamente, colocando Manuela sentada em seu colo.

— É uma prazer conhecê-las! Ouvimos falar muito das duas. - a mulher sorri, pegando minhas mãos.

— É verdade! A família Mellark fala muito de vocês. - o homem quem diz, agora.

— O prazer é meu! Sejam bem vindos. - sorrio educadamente. Diferente da tal Meg, o casal é extremamente simpático e gentil.

— Você é irmã da minha vovó? - Manuela pergunta para Effie, curiosa.

— Não, somos apenas amigas. Por que, meu bem? - responde ela.

— Porque você parece com ela - a pequena ri. - É bonita! - minha filha elogia e a loira sorri mais abertamente.

— Ah, mas você é a criança mais fofa que eu já vi! Obrigada, querida. Você que é linda. - diz, acariciando o rosto de Manu.

Os quatro entram em algum assunto que eu não sei do que se trata, já que a única coisa que rodeia minha mente é a frase do Peeta. "As mulheres da minha vida". Ah, esse loiro infeliz. Por que ele faz isso comigo? Preciso ignorar isso, quando algumas crianças começam a ficar com sono, então preciso reuni-las para o parabéns! Comemos o bolo, Manuela abriu todos os presentes, brincaram mais um pouco. A festa se estendeu por mais várias horas. Ser os donos da festa é particularmente cansativo e, quando os últimos convidados foram embora, já eram quase 3h da manhã. Evelyn e Richard acabaram indo dormir há algum tempo, já que os que restaram por último havia sido apenas Johanna e Finnick, e Madge e Thresh, o novo namorado da loira. Os parentes de Peeta que estavam passando uns dias aqui também foram dormir. Manuela já estava apagada há algumas horas, desde quando já não havia mais nenhuma criança. Então, sobramos apenas Peeta, eu e a bagunça.

— Cansada? - o loiro se joga no sofá ao meu lado, depois de trancar o portão. Eu, depois de muita insistência dos três Mellarks, acabei aceitando dormir aqui, já que é tarde demais para eu ir embora sozinha. Manuela e eu dividiriamos o quarto de hóspedes que estava sobrando, já que a casa era grande o suficiente para acomodar os parentes que estavam de visita e mais alguns. Peeta ficou com o antigo quarto, onde ele dormia antes de comprar o próprio apartamento.

— Exausta! - respondo. 

— Eu também! - ele concorda. - Você está linda! - sorri, me observando.

— Aposto que sim, toda descabelada e com a maquiagem borrada! - reviro os olhos e ele ri.

— Eu queria ter dito quando você chegou, arrumadinha. - ambos rimos. - Mas tudo bem, você fica linda de qualquer jeito. Mesmo descabelada e com a maquiagem borrada. - alega, sorrindo. Balanço a cabeça e acabo rindo.

— Obrigada! - sorrio. Deito a cabeça no encosto do sofá fechando os olhos por um momento. Sinto que poderia dormir ali mesmo, naquela posição. Ficamos algum tempo em um silêncio confortável. Então, apesar de continuar com os olhos fechados, senti Peeta me observando. Senti também quando ele se aproximou, sua respiração cada vez mais próxima de mim. Não me mexi. Ele continuou, até esconder seu rosto na curva do meu pescoço, fazendo um carinho com o nariz naquela área. Suspirei. Minha pele sensível se arrepiou, principalmente depois do beijo que foi depositado ali. Os braços dele rodearam minha cintura, abraçando meu corpo. Ficamos nessa posição por nem sei quanto tempo. Eu não queria admitir, mas a sensação era boa demais. A mesma que senti no dia do por do sol. Eu me sentia segura envolta por seus braços. Me sentia feliz. Sentia meu coração se aquecer, e as famosas "borboletas no estômago". Obviamente, aquilo me fez estremecer. Eu sei o que tudo isso significa. Mas eu não quero que signifique. Eu não quero precisar assumir! Meu corpo estava tão cansado, que decidi parar de pensar em tudo isso. Apenas me permiti continuar com aquilo, por nem sei quanto tempo, até acabar pegando no sono.


***

* 3 dias depois. *

"De: Katniss                                                          Para: Peeta

Peeta, posso deixar a Manu com você amanhã? Surgiu uma emergência no hospital, terei que ir. Greasy foi viajar pra visitar a neta recém-nascida!"

"De: Peeta                                                              Para: Katniss

Óbvio que sim! Que horas eu posso buscá-la?"

"De: Katniss
            Para: Peeta

Eu levo ela quando estiver indo pro hospital. Por volta do meio-dia, ok?"

          "De: Peeta
           Para: Katniss

Claro! Vou ficar esperando então!"

          "De: Katniss
           Para: Peeta

Ok! Boa noite. "

"De: Peeta
            Para: Katniss

Boa noite, morena! "

***

— Olá, Henry! - cumprimento o porteiro do prédio.

— Oi, Henry - Manuela sorri para o homem já de cabeça branca.

— Senhora Everdeen! Manuzinha. - ele sorri gentil.

— Sabe se Peeta está? Falei com ele ontem, sobre deixar a Manu aqui. Mas, não consegui falar com ele hoje pra informar que estávamos vindo. - pergunto.

— Desde o momento que eu tô aqui, não vi ele sair não senhora! - afirma.

— Bom, então o celular dele deve estar descarregado. - constato.

— Claro! Podem subir. - ele abre a porta para entrarmos. Eu já estive aqui várias vezes para trazer Manuela. Ele também vê minha filha com o pai com frequência. Então, nem é mais necessário que peça permissão para nossa entrada, por já nos conhecer. Subimos até o segundo andar, bati na porta do apartamento. Nenhum barulho do outro lado. Bati novamente, alguns segundos depois ouvi passos vindo em direção a porta.

Para a minha surpresa, a porta se abriu mas não era Peeta quem estava atrás dela. Olhei novamente o número do apartamento, confirmando que é a casa do loiro! A mulher loira dos olhos verdes nos encarava com uma sobrancelha levantada. A única peça de roupa que cobria seu corpo era uma camiseta masculina.

— Olá, posso ajudar? - ela pergunta, com uma voz enjoada.

— Eu... Peeta está? - pergunto e ela sorri.

— Sinto muito, meu bem! Ele até está sim. Mas está dormindo ainda. Digamos que a noite ontem foi um tanto cansativa. - seu sorriso se transforma em um sorrisinho malicioso, que me dá vontade de vomitar e socar a cara dela.

— É claro! Voltamos outra hora. - digo e pego na mão da minha filha, já pronta pra ir embora.

— Não quer deixar nenhum recado? Você é o quê, parente dele? - ela olha para mim, depois para Manu e então volta para mim.

— Não! Com licença. - não me dou ao trabalho de responder direito. Não quero ficar por mais tempo olhando para essa mulher. Mas, antes que possamos sair do corredor, ouço a voz de Peeta.

— Katniss! - ele chama. Tento ignorar, fingir que não ouvi. Entretanto, Manuela solta minha mão e volta correndo para trás. O loiro estava com o cabelo bagunçado, representando que havia acabado de acordar. Estava sem camisa e vestia apenas uma bermuda desabotoada, que sou capaz de apostar que ele só vestiu para ir até a porta.

— Papai! - ela exclama sorridente e pula no colo dele. Ele sorri e beija a testa dela.

— Vamos embora, Manuela! - chamo com a voz firme. Ela me olha, confusa.

— Mas a Greasy não vai ficar comigo, mamãe. - ela diz, sem entender o que estava acontecendo. A mulher desconhecida parece surpresa ao ver Manuela chamar Peeta de "papai" e eu de "mamãe".

— Eu sei! Você vai ficar na creche do hospital. Vamos! - chamo novamente, mas ela se recusa a descer do colo do loiro.

— Deixa ela aqui, Kat! - Peeta pede, me encarando com um olhar preocupado.

— Você tá brincando? Claro que não! - respondo, irritada! Idiota! Eu não vou deixar minha filha aqui com essa mulher que eu nem sei quem é.

— Kat, por favor, me deixe explicar. - ele parece meio desesperado, suplicando.

— Você não tem que explicar coisa alguma. Só precisava atender a merda do telefone! Vamos, Manuela. Agora! - falo, nervosa. Sinto vontade de bater nele, e nessa loira oxigenada. Manuela percebe meu tom de voz irritado e não contesta mais, vindo para meu lado com um olhar triste e confuso. Pego na mão dela de novo e volto a andar.

— Katniss, por favor! - Peeta pede mais uma vez, segurando meu braço para me parar.

— Me solta. - falo, com os dentes cerrados, tremendo de raiva. Ele me solta e suspira, passando a mão no cabelo.

— Eu vou ver você mais tarde, tá bem? - agacha para ficar da altura de Manuela e diz para ela, que concorda com a cabeça. Ele beija o topo da cabeça dela e volta a posição normal. Volto a andar e ele não tenta mais impedir.

Entramos no carro, sinto meus olhos marejados! Eu não posso chorar! Repito isso na minha cabeça, até sentir minha face molhada. Droga, eu estou chorando!

— Mamãe? - Manuela chama, me olhando preocupada e coloca as mãoszinhas nos meus ombros.

— Sim? - respondo, tentando conter a voz embargada.

— Por que a senhora tá chorando? - pergunta, acariciando meu rosto.

— Minha cabeça está doendo, meu amor, é por isso. Mas assim que chegarmos no hospital eu vou tomar um remédio e ficar bem, tá bom? - respondo e viro para o banco de trás para olhá-la. Dou um sorriso fraco. Ela sorri e concorda, passando os dedos embaixo dos meus olhos, para limpar as lágrimas que escorriam. Beijo sua testa e volto a olhar pra frente, dando a partida e indo para o hospital...


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Notas finais do capítulo

Não odeiem o Peeta hahahaha!
Comentem, opinem e continuem me deixando feliz. Beijocas e até o próximo ❤



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