3 da Manhã escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Um pequeno conto às 3 da madrugada. Dizem que é o horário do demônio. Nunca durmam nesse horário.



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Termino de digitar minha fanfic que escrevi para o site Nyah Fanfiction. Uma história de aventura, como sempre. E como sempre, termino de escrever madrugada adentro; dessa vez às 3 da manhã. Como meus pais estão viajando a trabalho, fiquei só na minha casa.

Sinto um cansaço, meu ombro dói. Desligo o notebook, guardo-o sobre a cômoda. Minha cama está uma bagunça; sou bagunceiro. Vou até a janela de vidro e vejo o tempo à noite. Ventos fortes, uma chuva fina e a rua logo à frente, um ermo. Coloquei a persiana e fui para a minha cama.

— Boa noite, eu.

Desligo a luz do abajur. Fico incomodado com alguma coisa, não consigo dormir. Maldita insônia!

Ouço um ranger na parede. Sem os meus óculos estou quase cego. Olhei na direção da porta do meu quarto e percebi uma escuridão mais preta que a escuridão do quarto. Logo dou um susto e acendo o abajur. Pego meu óculos e finalmente pude ver que não há nada ali.

— Coisas da minha cabeça. Ótimo.

O que eu poderia fazer num momento desse? Sozinho em casa e de madrugada. Parece até cena de filme de terror. Mesmo assim, não acredito em histórias de fantasmas. Balela! Calço meus chinelos e decido descer à cozinha beber um copo de leite.

Odeio quando os degraus de madeira rangem quando alguém sobe ou desce. Chego ao hall e vou para a cozinha ao fundo. Tudo escuro, um breu. Tento acender o interruptor, mas lembro de que a lâmpada queimara.

Vou até a geladeira e, antes de abrir a porta,sinto um vento gelado nos meus pés. Viro-me. Como pode? A janela estava aberta o tempo todo... entreaberta. Fechei, olhando para a rua. Ainda bem que o bairro onde moro é calmo demais. 

Volto para a geladeira e pego a caixa de leite. Vou à estante e pego um copo. Ponho o leite no copo, guardo a caixa e saio da cozinha. Antes de subir a escada, escorrego em algo viscoso. Olho para o chão e não pude identificar aquilo. Penso ser obra do Beethowen, aquele pastor alemão atrevido. 

Retiro os chinelos e subo descalço para o meu quarto. Escuto um grunhido de cachorro... provavelmente aquele idiota se enfiou debaixo da minha cama.

— Vamos lá, garotão. Faz isso comigo não. Sai.

Olho para debaixo da cama e não há nada lá. Estranho.

Tomo o meu leite e agora sim posso dormir um pouco. Amanhã, ou hoje, postarei um capítulo de mais de 5 mil palavras.

Apago a luz do quarto e do abajur e me cubro. Um frio de 15 graus faz lá fora. Escuto grunhido de cachorro e coloco a minha mão para baixo da cama. Sinto umas lambidas nos meus dedos.

— Tá brincando comigo, não é, amigão? Melhor você dormir, porque vem uma tempestade aí.

Fecho os olhos por um instante. Sinto o cheiro de algo podre, de azedo ou algo assim. São meus dedos que o Beethowen lambeu. Olhei para a direção da porta e vi algo grande, preto e com dois pontos vermelhos me encarando. Fiquei gelado na hora. Um delírio meu? Algo sobrenatural?

A coisa negra caminhou ou andou sem fazer passos, como uma entidade que flutua ao se aproximar. Peguei no botão do abajur e acendi. Nada!

— Merda!

Rapaz, não vou dormir essa noite. Cheiro minha mão, sinto um odor fétido. Levanto-me e vou atrás do cachorro.

— Beethowen, que porcaria cê andou comendo? Cachorro idiota.

Caminho pelo corredor ainda escuro. O banheiro estava aceso esse tempo todo? Não me lembro de tê-lo deixado com a luz acesa. Abro a porta e vejo o horror na minha frente.

— Puta que pariu, quem fez isso?

Meu cachorro... o Beethowen... não sei nem como explicar. Quem fez tamanha atrocidade?

Sinto uma respiração atrás de mim. Algo profundo, como se estivesse doente. Suo frio e viro-me.

O rosto daquela criatura...


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Notas finais do capítulo

Eu tinha um pitbull chamado Beethowen. Ele morreu de velhice mesmo.

Obrigado pela leitura.