Anais de Tëmallön; Os Livros Sagrados escrita por P B Souza


Capítulo 23
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas estou voltando!!!



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Alek retornava junto do sol para sua casa.

Das torres do palácio real pombas saíram voando quando um sino começou a badalar, e logo outros começaram juntos. Alek olhou para a rua, ainda deserta, e então para a porta da sua cada aonde um homem o esperava parado em seus robes verde-esmeralda, mãos nos bolsos e capuz bordado em linho negro.

— Foi uma noite deveras animada. — Gÿrvanza disse, descendo da soleira.

Pararam um frente ao outro.

— Eu sei dos riscos...

— Não há mais riscos. — Gÿrvanza o interrompeu, olhou para os lados e suspirou. — Você foi visto por gente demais para os Carza lhe sequestrarem sem bons motivos. E andar nas ruas de madrugada não é crime, ainda. Seu nome ecoou nas orelhas de homens o bastante para que seu desaparecimento seja um inconveniente e não uma solução. Mandeas não vai lhe matar enquanto dorme, é a vantagem de ser uma figura pública. A desvantagem é que no seu menor deslize, eles lhe levarão a julgamento. Então cuidado.

— Ficou me esperando para desejar cuidado? — Alek perguntou, estava cansado e não queria participar dos jogos de Gÿrvanza. Queria dormir.

— Não, apenas informar. — Gÿrvanza se virou para a rua, havia um gato amarronzado passeando lentamente de um lado para o outro, subindo e descendo das calçadas. — Tenho conhecimento de dezenove dorrens. Oito foram queimados, estão eternamente perdidos. Três deles estão em Alnia-Saar sob a tutela do Sábio Arsal. Um está trancado nos cofres do Rei dos Reis, fora um presente tempos atrás. Um comigo e um com você. Sobra cinco dorrens conhecidos, espalhados entre magos e simples curiosos. Eu pedi para sua mãe que me deixasse ler o livro, foi algo superficial, mas acho que ele não possuí o que eu preciso.

— Que é?

— Estou criando um novo feitiço, Alek. Chamo-o janela do tempo. Vai me permitir ver através das horas, dos dias, dos ciclos. Esperava encontrar no seu dorrem alguma anotação ou algo do tipo, talvez até mesmo de seu pai, sobra dobras dimensionais e retração e contração temporal. Mas seu livro é mais Elemental.

— Eu sei, nunca encontrei muita utilidade para minha irmã nele...

— Depois leia um pouco do meu, o foco é em comportamento humano. — Gÿrvanza disse passando por Alek, foi até o gato e se abaixou, acariciando o animal. — E aprenda, Alek. Pois muito em breve precisará.

— Para quê?

— Para o que considera mais imperativo. — Gÿrvanza se levantou e agitou as mãos, os pelos flutuando no ar, ele então esticou os dedos e todos os pelos foram incinerados com pequenas faíscas, desaparecendo no ar. — Para proteger sua família do que está vindo.

— O que está vindo? — Perguntou, mas o homem em verde saiu andando.

— O Ministro dirá em breve, não é fácil manter um segredo como aquele guardado por muito tempo. — Alek percebeu que Gÿrvanza não falava com ele, mas consigo mesmo.

Era como se Gÿrvanza estivesse delirante. Alek se perguntou o que poderia ser que o líder dos Turmanos havia visto na mente do Ministro para fazê-lo se comportar assim, e todas as ideias lhe davam arrepios.

Mais tarde naquela manhã, quando conseguiu adormecer, Alek teve pesadelos com Tëmallön sendo invadida por hordas de aberrações, experimentos daqueles presos no interior do Pilar. Não podia ver seus rostos, apenas silhuetas, apenas ouvia seus sons de agonia enquanto despedaçavam inocentes lavando as ruas de vermelho, canibalismo e violência desenfreada até que do Pilar o Rei dos Reis, no pesadelo já um homem, usava a Mais Obliterante Chama, e então toda Tëmallön explodia, a terra se erguendo a centenas de metros, os corpos voando ainda mais alto, a luz irradiante como a de mil sois...

Acordou molhado de suor, se sentou na cama, suspirando como se tivesse corrido de Carzanistas para sobreviver. Fechou os olhos e tentou se controlar, mas toda vez que fechava, via as sombras, as silhuetas, os monstros. Estão vindo. Se levantou e foi até o Dorrem de seu pai. Abriu em uma página aleatória, e começou a ler.


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Notas finais do capítulo

Capítulo simples, mas tá valendo. Até o próximo galera :)



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