Anais de Tëmallön; Os Livros Sagrados escrita por P B Souza


Capítulo 21
Parte 03; A Canção de Lady Skylar


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI!!!!
Depois de um tempo sumido né... mas retornei!
Espero que gostem desse capítulo e dessa parte da história.
Como já havia dito, a história provavelmente terminará na parte 4 ou 5 no máximo!
Boa leitura :)



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Usava o capuz negro de couro fino e opaco, a capa de algodão era cinza escura, abotoada com duas presilhas de ferro fundido no gibão também negro. Esperava paciente nas trevas, oculto na sombra do prédio. Sua mãe sabia que estava ali, mas Gÿrvanza não. Não queria alarmas a todos, então apenas pediu para que sua mãe mantivesse segredo e cobrisse por ele caso Gÿrvanza perguntasse algo. Aquela sua atitude, porém, fez Saedra questioná-lo sobre, se realmente confiasse no homem, por que mentir para ele? E Alek àquilo não tinha respostas.

— Levou seu tempo para chegar. — Alek disparou assim que viu a silhueta esquiva surgindo na entrada do beco.

Mas logo atrás dela um homem surgiu. Um homem com uma espada presa à cintura, na bainha. Alek no mesmo instante tirou as mãos do bolso e fechou os punhos.

Lady Skylar olhou para trás, para o homem atrás dela, e este apenas parou de andar e ficou ali, como que de guarda.

Quando olhou para Alek, este tinha tirado o capuz. Ela usava um vestido mais básico, mas ainda assim formoso, com uma estampa mais florida em tons verdes e vermelhos. Estavam dois quarteirões ao lado do Tulipas, no Anel.

— Eu vim esclarecer algo. As coisas que você diz, são devaneios! E se você é um bruxo, que seja, não julgo, mas fazer essas acusações...

— Bruxo? Não...

— Não terminei! — Lady Skylar levantou a mão fazendo sinal para que Alek se calasse. — Você faz ideia do risco que me colocou? A exposição pública que me fez passar? Nem todos são amigos de líderes de ordens que manipulam o povo. Até provar que dois mais dois dá quatro os Carza já teriam me enforcado ou queimado, com toda certeza seria chicoteada. E tudo por acusações infundadas...

— Não! — Alek sobrepôs sua voz então. — Eu senti e sei o que senti. Cada mago, e é isso que eu sou, não um bruxo, tem uma base de habilidade que controla melhor que a outra, e para seu azar ou sorte, a minha é som! — Nisto, Alek ergueu os braços, e foi como se eles mergulhassem em um mundo à parte. Todo e qualquer som externo sumiu, Alek, o homem e Lady Skylar só ouviam uns aos outros, e bem mais alto. — Eu controlo cada variação sonora e entendo cada variação, igual as mudanças na sua corda vocal. Se você não sabia das suas habilidades, eu compreendo, mas agora você sabe, precisa tomar cuidado...

— Continua me acusando, com seus truques acha que prova algo? — Então a bolha de som de Alek se desfez. Ouviam um trem passando lá longe.

— Se não estivesse em duvida, porque vir até aqui?

Lady Skylar então se calou por um momento, curto e quase insignificante enquanto olhava para o chão. Quando levantou a cabeça pareceu cheia de certeza, mas Alek estava aprendendo com Gÿrvanza sobre o controle da mente. Pode ver na expressão carregada de certeza uma fagulha de medo e insegurança.

— Porque você precisa me deixar. Vim esclarecer, não procurar ajuda. Se você contar isso para alguém, por mais lúdico que seja, vai me causar problemas. Eu não lhe fiz nada, peço apenas que não me atrapalhe...

— Jamais o faria! — Alek disparou. — Nunca seria minha intenção, eu sou da Ordem de Hasgyz, meu dever é solene; proteger. Porém sua voz, Skylar, é uma arma fora de controle, você não sabe, nunca soube eu acho... mas quando canta faz os homens a desejarem, não pela beleza de suas canções, mas pela magia que sai de seus lábios, você canta e os encanta ao mesmo tempo, aprenda, mesmo que sozinha, a controlar.

— Agradeço seu conselho, mas não será necessário.

Alek então foi até o lado dela, pois percebera que aquilo não levaria em nada, mas ao mesmo tempo não queria ir embora e deixar todas as portas fechadas, pois sentia em seu amago que Lady Skylar precisaria de ajuda.

— Eu estou no Pilar, na casa de Gÿrvanza, líder dos Turmanos. Se algum dia precisar, sabe onde procurar, se cuide, ainda mais tão perto dos Carza.

Então ela soltou uma gargalhada conforme Alek passava ao seu lado.

— Se fosse esperto saberia que você está ao lado dos Carza mais que eu! — Então abaixou o tom e suspirou. — Só repito o que lhe pedi antes, não conte a ninguém.

— Não irei. Mas da mesma forma que eu descobri, outros podem. Sugiro que repense sua carreira.

Alek disse, então se virou e foi sair do beco, quando lady Skylar, com sua voz angelical, pontuou a última frase;

— O que você mais ama fazer? Conseguiria viver sem fazê-lo?


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