Tendo a Lua escrita por A Louca dos Cavalos


Capítulo 1
Você e Eu


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, depois de anos uma nova oneshot ♥
Finalmente consegui escrever algo de MLP ♥ Aleluia!
E esta fanfic foi inspirada, além da música Tendo a Lua, também pela oneshot criada pela Leoa Santana, na fanfic Casais Im/Possíveis, que eu havia pedido, e eu fiquei encantada por aquela passagem que eu precisei escrever algo, necessitava, então pode se dizer que ambas as oneshots se entrelaçam em dados momentos, no entanto, a da Leoa, se passa um pouco após a minha. ♥
Geralmente, eu já tenho as notas prontas e criadas, mas dessa vez vai ser no improviso.
Escrevi esta oneshot no período de meses que fiquei sem internet, comecei a ficar planejando e elaborando e a mente maravilhosa, não me abandonou naquele período e consegui concluí-la.
Podem ter algumas coisas que vocês não entendam, mas logo serão sanadas.
E esta música que eu inspirei, eu gosto dela de várias maneiras e comecei a divagar na letra e composição, e ficou totalmente entrelaçada com as entrelinhas da oneshot que compunham as mesmas, então quem puder ler ouvindo, seria muito importante.

https://www.youtube.com/watch?v=EFvjK9BYCc8

Contém incesto, então peço que se não gostarem, não leiam e evitem passar raivas.
Boa leitura, desculpem os erros e se envolvam com está história melada. ♥



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Sol e Lua.

 Celeste e natural, bem como o descobrimento da paixão.

 

 Celestia tinha suas responsabilidades e arcava competentemente com elas. Herdou o trono de seus pais, após ambos serem mortos por experimentos com magias, como também se responsabilizou por sua irmã caçula. Adorava sentar no tapete macio de seu quarto e se aprofundar nas leituras de conhecimento, enquanto a irmãzinha adormecia ao seu lado, muitas vezes por suas patas e sobre a crina colorida.

 Responsável pelo nascer do Sol e o despertar de seus súditos, a alicórnio sempre atarefada em assuntos diplomáticos com outros reinos, se encontrava exausta e cansada quando a noite se achegava e como consequência de seus descansos, esquecia de dar atenções à sua irmã.

 Em uma destas noites, quando acordara de madrugada para beber água, estranhou o barulho familiar e se aproximou a trotes silenciados, da porta entreaberta. De costas e deitada em sua cama aveludada, com a cabeça baixa e a crina escura se grudando com as lágrimas, Luna chorava em seu quarto pelos abandonos sofridos pela mais velha.

 Mesmo que brincasse com as servas, jamais seria a mesma coisa de estar com a primogênita, amava passarem os tempos juntas, não importando o que fizessem, arriscava até mesmo tentar ajuda-la com as papeladas, o que acabava dando errado por conta de sua fraca magia.

 A albina entrou no recinto, se assentou junto a morena e acarinhou seu ombro com ternura, temia ser por suas ausências que chorava.

 —Querida... —Alisou a crina, retirando os fios do molhado. —Estou aqui agora, tudo vai passar! —Se lembrava dos constantes pesadelos que a pequena sofria.

 —Pra sempre? Promete? —Olhou-a com suas íris verdes brilhosas de lágrimas.

 —Tem minha palavra, irmãzinha! —Abriu as patas quando ela se achegou e depositou um delicado beijo em sua testa, abaixo do chifre e roçou-os.

 Se acomodaram na espaçosa cama afofada e unidas deitaram e adormeceram. A princesa ultimogênita, tardava a adormecer por sua adoração à luz prateada brilhando por entre as cortinas esvoaçantes, ainda mais com o toque carinhoso do rosto de sua familiar por seu ombro, sorria bobamente.

 Luna gostava de pensar que tinha o Sol para si.

                                                         ♞

 Passando os dias, Celestia se esforçava para cumprir sua promessa de ter mais tempo para a mais nova. Regia seu governo com eterna doçura e sabedoria, também com autoridades quando necessário. E aos poucos fora livrando a irmã do medo que guardava dos tempos passados, em que os pôneis não gostariam dela e a temeriam, fazendo com que a caçula a acompanhasse pelas comitivas e passeios pela capital Canterlot e as cidades de Ponyville, Cloudsdale ou outras. Se divertia com o embaraço, vergonhas e coradas da novata, porquanto desmoronava toda a compostura excessiva que portava.

 Hoje não seria diferente, após muitas pedições de sua mana, a responsável pelo dia acatou e deixou que a acompanhasse, não queria ter a presença da irmã neste momento, planejava fazer umas pesquisas na biblioteca real e se conhecia bem ela, não deixaria que se concentrasse devidamente. No entanto, sempre apreciaria a presença da jovem em quaisquer situações e ocasiões.

 Luna trotava ansiosa pelas ruas, não ficava tão envergonhada quando os súditos mantinham-se longes porém ao se aproximarem, embaraçava-se. Receava quando alguns ainda amedrontados pelo passado, saíam apressados ou correndo. A pata branca reconfortante ao seu ombro lhe acalmava, bem como as íris lilás alegres.

 Todas as construções de Canterlot possuíam o mesmo modelo e a biblioteca não fora diferente, construída de tijolos brancos, os telhados com as telhas escuras e as sacadas detalhadas em pinturas douradas. Eram todas luxuosas e belas, e a livraria portava-se sabiamente no centro da cidade e as portas abertas, convidavam a todos os cidadãos à fazerem um tour pelo conhecimento.

 A adolescente não possuía muitos apreços por livros, mas sentia falta das histórias de terror que o pai lhe contava para que dormisse, e fizeram com que superasse seus medos noturnos, preferindo a noite. Já a juvenil fora mimada pela mãe coruja e apreciou o amanhecer na boa companhia dos livros. Escolheu vir junto para passar mais tempo com ela, tornou-se necessitada desta presença e por isso se comportaria para que a orgulhasse.

 Sendo mais alta, a égua possuidora da Cutie Mark de um Sol radiante, rolava os olhos pelas estantes enormes, organizadas e empanturradas de livros, obras, exemplares e registros de todos os tamanhos e de todas as cores. Por sorte o lugar não estava aglomerado e os trabalhadores dispostos a ajudarem se requeridos, fizeram reverências ao vê-las. Entraram na sessão reservada para os membros reais, e as estantes eram mais amplas e contendo conteúdos adicional.

 Enquanto procurava o assunto de seu interesse movendo-os com sua magia, curiosa a portadora da Cutie Mark de uma Lua crescente caminhou pelos corredores iluminados naturalmente. Deparou-se com os exemplares dos contos infantis folclóricos, mas eles se mantinham nas prateleiras altas e mesmo sabendo voar, preferiu tentar usar sua fraca magia para alcança-los, copiando a mais velha.

 Vários estalidos foram ouvidos e atraíram a atenção da leitora, envolta de sabedorias descritas, que se levantou e foi ver do que se tratava. No corredor sua irmã concentrada e do chifre faíscas azuis claras espalhavam-se, correu para impedi-la, porém um estrondo ecoou e partiu-se as prateleiras derrubando todos os pesos.

 Prostrou-se protetoramente em frente a caçula agachada assustada, e com seu chifre brilhando liberou sua magia amarela que envolveu todas as avalanches que despencariam. No entanto, um grito desesperado irrompeu e o embrulho pequeno se achegou abaixo da irmã, os outros suportes da parte traseira cederam e cairiam por cima delas. Todavia, ao se virar, a defensora fora atingida fortemente por tábuas e livros, fazendo com que aparasse todo o impacto do alude, antes de desmaiar.

                                                      ♞

 No hospital todos se alarmavam, dedicavam e cuidavam das princesas ali situadas. Luna não deixou o quarto da irmã por nada nestes dias, se agora ela estava nessa situação fora por sua culpa irracional. Celestia se recuperava rapidamente e intimamente, achou bom ficar no hospital e um pouco livre das tarefas reais, as vezes era bom ficar sossegada num ambiente público e tranquilo, mesmo que houvesse fraturas, pediu que fosse curada tradicionalmente sem a necessidade de curas mágicas. Sofrera lesões na asa esquerda e na pata traseira direita, a primeira pela queda do corpo e a segunda pelos destroços, mas o mais importante era que sua pequenina se encontrava bem e ilesa, preocupada somente.

 Receberam bastante visitas no quarto pelos súditos esbaforidos e receosos, porém a pônei paciente, possuía o dom de acalmar em quaisquer ocasiões. O dia amanhecia letargicamente por conta da inutilidade devido aos ferimentos, precisou retardar o amanhecer, sua mana não era apita à uma tarefa destas, temia com a confusão que ela poderia agregar e ter a ideia de novamente, Nightmare Moon rondando os céus com sua ambição de fazer a noite ser eterna, não lhe agradava.

 Se revirou inquieta na cama remexendo os lençóis brancos, e observou a caçula sentada na pilha de almofadas, adormecida e ressonando. Não saíra de seu lado e fora a portadora do ocorrido para os cidadãos, ver sua pequena assim, cansada e dormindo merecidamente, aqueceu lhe o peito e desejou nina-la como sempre fizera.

                                                      ♞

 A alteza solar estava próxima a receber alta, após uns exercícios para renovo da asa plainando, bem como trotes e galopes pela área de recuperação, sorria como um novo resplandecer e aquele gesto espelhou na morena que sobrevoou junto e dançaram por entre os abraços. Logo foram interrompidas pela enfermeira que bateu na porta do cômodo, avisando que seis potras aguardavam vê-las, contendo uma unicórnio de crina em pé e uma terrestre rosada tagarela roendo as unhas, quais causavam vexame. Assentiram e ordenaram a visita, Celestia estava feliz pela presença delas, já Luna desgostosa.

 Se tinha um sentimento que a azulada conhecia muito bem, era ciúmes. E o motivo por ele residir mesmo depois da aproximação da familiar, possuía nome e sobrenome: Twilight Sparkle.

 Barulhos apressados de cascos no corredor e um certo encontrão que receberam após freiarem em frente à porta, manifestaram na princesa lunar uma certa postura defensiva e grudara ao lado da cama, imóvel. Adentraram devagar e todas de cabeças baixas, aproximaram do leito, a estudante de magia arroxeada de crina colorida, elevou os olhos marejados para a mestra.

 Revirou seus olhos esverdeados, quando a típica frase de sua irmã foi liberada pelas cordas vocais “Twilight Sparkle, minha mais dedicada aprendiz”, bufou com as narinas dilatadas quando se abraçaram e a aprendiz em lágrimas, admitira que vieram assim que puderam e temeu perde-la. Acariciando a crina com mecha rosa choque, a albina pacificou-a alertando que o ocorrido já estava resolvido, ficaram mais um pouco ali. Flutthershy amedrontada no canto pelo porte intimidador da ultimogênita, Rainbow Dash assegurava que temia demasiado danificar suas asas, Rarity se horrorizava em sofrer lesões nos membros e não poder mais desfilar seus figurinos, Applejack garantia que sua avó teria algum remédio ou chá caseiro de maças para curas, Pinkie Pie também se encontrava inquieta pela presença da outra princesa e Twilight Sparkle se maltratava em imaginar os danos que os livros e a construção sofreram. A caçula sempre projetava a portadora do elemento da magia como ameaça quando o assunto era Celestia, afligia que ela preferisse sua pupila do que seu sangue, após os ocorridos da vilã que lhe possuiu e o incidente na biblioteca, abaixou a face com o peito apertado e as pálpebras queimando.

 Quando as potras se despediram e se encaminharam para ir, a escura levou-as até a porta, agradecendo as presenças e desejando uma viagem tranquila de retorno à Ponyville. Encarou a arroxeada se afastando e respirou fundo, poderia apenas ser o seu temor tomando conta!

 Voltou até perto da cama e deslocou-se para a janela encarar a tarde majestosa, colocou as patas sobre o parapeito e afundou o rosto entre elas.

 —O que te afliges, irmãzinha? —A voz doce parecia ter se derivado das ambrósias dos deuses.

 —A maneira íntima em que se relaciona com sua aluna. —O tom fora abafado mas houve mudanças perceptíveis.

 —Ora, é apenas admiração que sinto por minha pupila. Jamais será tão  íntimo quanto a nossa relação. —Dizia tão mansamente que derreteu o coração da ouvinte e o líquido escorreu pelas bochechas.

 —Temo, pois podem chegar a um nível de intimidade em que jamais poderemos compartilhar... —Seu choro modificara a voz e ao se virar, a primogênita se achegou, ainda sobre a cama, e colocou os cascos sobre a mesinha de fundo. Havia preocupação pelo pranto e temor alheio, mas ela e a potra não possuíam nada que poderia e seria mais íntimo do que o amor que nutria por sua irmã.

 —E que nível seria este? —Acarinhou a crina azul cinzento e esperou, com expectativa nas íris lilás.

 —Como um...—A palavra não lhe saía pelas cordas vocais, tamanho afligimento que causava em imagina-la, tampouco proferi-la. Casal! —...Vou buscar seu almoço.

 Fechou a porta na cara da mais velha e esperou no corredor para ver se ouvia algo, escutou somente o baque do peso se chocando com o colchão e o som de seus próprios batimentos.

                                                    ♞

 No castelo imponente da realeza se encontrava acesso e apagado alguns cômodos, guardas rígidos patrulhavam firmemente a fortaleza, sem jamais cederem ao cansaço. Por detrás da cidade, a lua crescia imensamente em sua apresentação de boas vindas em mais um anoitecer, em que os raios solares se dissiparam e a princesa negra conduzia o satélite magnífico pela plenitude celeste.

 Celestia ressonava em seu quarto por sobre algumas pilhas de pergaminhos e penas que havia se acumulado, não somente seus afazeres como também os pensamentos inquisitores do por que sua irmã havia dito que temia sua relação com Twilight. Não fazia ideia do que poderia ser, jamais seriam íntimas como irmãs, sua intimidade pertencia inteiramente a sua familiar, seu laço mais importante.

 Ouviu os trotes da morena andando pelo corredor e se afastando em direção a cozinha, certamente iria atacar as despensas, a caçula sempre sentia fome após o jantar. Seguiu-a calmamente e na entrada do cômodo, a viu atacar os cupcakes deixados por Pinkie. Não pode deixar de sentir vontade de lamber as coberturas que melaram a boca pequena e a face cheirosa e escura da adolescente, enrubesceu ao se dar conta de seus desejos.

 Aproximou assustando, sem intenção, a jovem que se melecou inteiramente ao ir mordiscar o bolinho, contudo errara e melara o rosto. Perto o suficiente, com sua magia encantou o guardanapo e limpou-a, notando ter ficado uma mancha rosada de chantilly, alinhou as faces e fechando os olhos, lambeu prazerosamente a bochecha atingindo um pouco dos lábios.

 Se tratava de um simples gesto, ora, Luna já havia beijado a irmã, mordiscado e lambido de várias maneiras quando eram menores, então por que desta vez fora diferente e se sentia rígida, acelerada, corada e desejando que não fosse em um canto só do rosto?! Afastando, a albina sorriu amigável e pegando a sobremesa, balançou-a como se pedisse permissão para comê-lo. A família Cake definitivamente entendem de bolos e sobremesas, mal podia conter suas satisfações liberando alguns gemidos extasiados pela gostosura.

 Passado as confusões, a morena retribuiu o riso e afirmou assentindo para que saboreasse e se serviu de mais um. Sendo a mais velha e sabendo dos dizeres “Os mais velhos estragam tudo”, precisou alertar a ultimogênita para que encerrasse a comilança e guardou os restantes cupcakes coloridos, não sem furtar mais um para si.

 Indignada e emburrada com a irmã, a escura parou e canalizou sua magia, lentamente e focando no bolinho que a outra carregava, liberou o jato mágico. Envolvido pela cor azul o alimento começou a flutuar, causando surpresa em ambas. Correu pelo castelo fugindo da irmã que a perseguia, entrando na diversão, afinal era só um cupcake e sua pequena tinha conseguido realizar corretamente o feitiço. Interferiu roubando a comida, que havia se tornado brincadeira para elas, e guiou-se para longe.

 De maneira aperfeiçoada os jatos índigos interrompiam os amarelos e confiscavam o bolinho ligeiramente, para orgulho da esbranquiçada. Com tantas magias recebidas e com fluxo direto, se embaralharam e o barulho espatifado do cupcake ecoou respingando e melando o chão.

 Reprovando com um bufo o ocorrido a morena revirou os olhos para a culpada e mostrou a língua, rindo após. Rapidamente a madura ameaçou jogar cobertura na potra, que saiu à galopes apressados para o quarto e trancou a porta com mágica. Para a princesa solar isto não fizera efeito, voando contornou o recinto e adentrou pelas janelas abertas.

 Se afastando por detrás, abaixada de modo cauteloso e atento as portas, acreditando que a invasora viria pela frente, tropeçou nas pernas alheias e assustada, as íris esverdeadas encontraram a presença albina ilustre, que relinchara gravemente, fazendo-a se arrastar pelo tapete felpudo.

 Fora interrompida pelas patas maiores e o peso regular, que se prostrou acima de si, encarando-a predatória, e depois sorrindo quando viu o medo estampado nas vistas verdejantes. Esfregou os focinhos carinhosamente e batucou os chifres que faiscaram unidos. Lilás certamente é a cor predileta de Luna, pois desde pequena se perdia nos olhos vivos, radiantes e acolhedores da irmã, poderia morrer os encarando. Sorriu acompanhando-a e teve sua crina mordiscada e um terno beijo depositado em sua face.

 —Ainda acha que não somos íntimas o suficiente? Ou que desfruto desta intimidade com Twilight Sparkle? —Inquiriu, finalmente livrando-se desta curiosidade mortal.

 —Não é isso... —Arrastou-se e tentou galopar para fora do quarto, porém fora barrada pelo corpo alvo, que se prostrou diante dela com as patas separadas, e os cascos sem os costumeiros acessórios dourados.

 O olhar firme indicava que havia acabado a diversão e agora exigia respostas da conversa inacabada que tiveram. Flexionou as patas traseiras e esticou as dianteiras, escondendo a cabeça por entre elas e a coroa negra caiu no processo.

 —D-digo...que vocês...possam serem...íntimas de uma maneira em que nunca...seremos... —Fechava os olhos, de modo a impedir que as lágrimas escorressem.

 —De que maneira Luna? —Aproximou receosa para que não a encorajasse, não cogitava a maneira que poderia ter com sua aprendiz, que pudesse ser tão íntimo a ponto de prejudicar sua pequenina.

 Reuniu suas forças, coragem e senso de realidade para revelar esta palavra, mas havia se dado conta de que era necessário essa revelação para ambas. Respirou fundo soltando um fungado que escapara.

 —C-como um casal! —As íris lilás se arregalaram minimamente com a revelação e engoliu em seco, sem saber o que dizer. —E-eu sempre te amei Celestia, desde quando entrei na adolescência e me senti mudar em relação a ti.

 As frases que saíam da boca da caçula chorosa, abalavam a irmã que devagar fora se deitando ao som da voz grave.

 —Por que acha que me transformei em Nightmare Moon?! Obviamente irada e enciumada, por de dia os pôneis brincarem e a noite estarem exaustos e adormecerem mas, também por conta de que não iria suportar conviver com este sentimento por muito mais tempo, sabendo que não nutria paixões por mim. —Respirou fundo, soluçando contidamente. —E-essa é a verdade! Por isso temo sua relação com a potra unicórnio, afinal, não mantêem laços sanguíneos ou algo que possa as amedrontar com a verdade do sentimento.

 Uma pequena poça se formara abaixo do rosto amorenado. Inesperadamente uma gargalhada alta ressoou pelo recinto quieto, onde as lamparinas dançavam juntamente com o gingado das chamas.

 —Luna, você é radical irmãzinha! —As bochechas coradas, os olhos lagrimejados e na face um sorriso pairando sobre os lábios, esticou a pata e acarinhou a crina opaca e enxugou as lágrimas grossas dos olhos verdes, como as gramíneas molhadas do verão. —Eu esperei por tanto tempo as demonstrações de que também sentia algo por mim, além de amor familiar e por não perceber ou não entender suas reações, continuamente por ciúmes excessivos à minha pessoa, foi onde eu havia dado brechas para o surgimento de alguma afeição pelo Rei Sombra, no entanto, novamente unidas, percebemos o quão hostil ele era e o banimos. Sofri demasiado em ter a banida para a Lua por mil anos, e somente eu sei o que encarei e por muito arrependi, e eis que encontro Twilight e sua obsessão por leituras para enxergar algo que eu não mais compreendia, a existência de Nightmare Moon e a esperança em libertar minha caçulinha.

 Desta vez as lágrimas brotavam das pálpebras brancas de cílios alongados e a cada gota, a ouvinte se aboquiava.

 —E agora por meio desta brincadeira noturna boba nos revelamos, sem medo de admitir, falar ou sentir. Jamais seremos um casal, está correta, todavia, sempre seremos um par! —Ao levantar as vistas, lhe teve a visão privada por conta do corpo anil jogado em seu pescoço e fungando desesperada, apertando-a como se pudesse transbordar o coração com sua presença. Relincharam apaixonadamente pelo sentimento recíproco, delicadamente a albina recolocou a coroa negra que a pequena havia perdido. Acalmadas e estabelecidas, encararam-se e mesclando suas íris luminosas, selaram os lábios numa carícia terna e amorosa com os chifres brilhando em conjunto.

 Dormiram abraçadas no tapete afofado e macio do quarto da primogênita e se beijaram durante toda a madrugada, certamente as irmãs tinham muito de se descobrirem na exploração labial.

                                                 ♞

 Passado se os tempos as jovens tornaram-se inseparáveis e dependentes uma da outra, já não apareciam sem estarem na presença uma da outra e os pôneis alegravam-se em vê-las governando juntas como sempre fora e sempre será. Notavam a governante diurna estando mais sonhadora e corada, já a governante noturna menos rígida e mais animada, por tanto não a temiam tanto.

 Com a recuperação total de Celestia e a volta dos afazeres, bem como a majestosidade do governo das irmãs, Canterlot estava em festa e a todos os pôneis foram convidados, terrestres, unicórnios e pegasus. As potras preferidas das princesas com certeza, foram as primeiras convidadas. Pinkie Pie se superara e organizou a melhor festa de todas, Rarity arrasou com seus figurinos e acabou criando vários fãs apreciadores de moda, Applejack se atarefou felizmente ao servir cidras de maças a todos os presentes, Rainbow Dash viera alongando suas assinhas azuis para darem um show a longo prazo, Flutthershy reunira os animaizinhos e teve constantes chantagens de seu coelhinho Angel, por estar tão fascinada por Philomena a fênix de Celestia, e Twilight Sparkle conferia toda a lista enorme de convidados sozinha, pois seu ajudante Spike, estava saboreando de sua deliciosa refeição: as melhores jóias da cidade real, um mimo das realezas.

 Entre todas as festanças e a visita inesperada da princesa Candance, as homenageadas sentiam-se prestigiosas e sob a luz do arco-íris noturno de Rainbow, selaram mais uma vez um beijo com a descoberta recíproca dos sentimentos. Novamente à sacada do Castelo, alegres aguardavam o momento de revelarem-se como um par à Equestria.

                                                   ♞

 Deitada atenta as respirações normalizando de Luna, a albina acariciava a crina da novata que se tornara esvoaçante em tom de azul e roxo brilhantes, sua pequena havia retornado a aparência e ao tamanho normal, agora que recuperou suas magias e forças, antes esgotadas pela vilã que assumira seu corpo. Compartilhavam os quartos e possuíam nova cama, ressonando se remexera no leito, alçando sua cabeça ao ombro companheiro, esticando as patas no processo e bocejara puxando as cobertas, por conta da brisa gelada.

 Apaixonada com feição sonhadora e risos bobos, se lembrava das palavras carinhosas da amada na solidificação carnal que obtiveram alguns minutos antes. Atenciosa, a morena conduzia-as gentilmente enquanto a branca perdia-se, em desentendimentos das ações e cobria-se com os lençóis enquanto fervia suas bochechas e seu ser.

 Envergonhada pelos devaneios enfiou seu rosto na curva do pescoço escuro adormecido, o recinto iluminou pela trovoadas do céu nublado e farfalhado pelas brisas gélidas, adjunto da frente fria. As espessuras das nuvens carregadas de água e negras, impediam todo e qualquer vislumbre da luz prateada do satélite natural.

 Celestia gostava de noites tempestuosas pois ficava tendo a Lua somente para si.

                                                      ♞

             “Tendo a lua, aquela gravidade aonde o homem flutua

                                Merecia a visita não de militares,

                                             Mas de bailarinos

                                               E de você e eu.”


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Notas finais do capítulo

Tenho que agradecer a Leoa Santana por esta oneshot, certamente se não fosse ela ter escrito uma oneshot de PCXPL eu não teria conseguido escrever a minha, uma coisa leva a outra, uma oneshot puxa a outra e cá estamos. Muito obrigada ♥
Meus personagens preferidos em MLP, são a Rainbow Dash, a Applejack, as irmãs e o Discórdia ♥
Primeiramente: Se tem uma coisa que muito assemelho são duas personagens distintas mas no entanto, iguais. A Princesa Celestia de MLP e a Tyrande Murmuréolo de WoW.
Gosto de ter a ideia de que são a mesma personagem em universos e corpos diferentes, mantem muitas coisas em comuns, como a doçura, a dedicação, ambas são governantes de uma "raça" e principalmente, ambas perderam seus amores por uma quantidade indeterminada de tempo e se mantiveram firmes por conta da responsabilidade a cargo, o que não quer dizer que não sofreram caladas.
E eu amo estas duas personagens demais ♥
E esta música Tendo a Lua é perfeita ♥ E ritmou muito com a fanfic, além de só dizer respeito sobre a relação das princesas, como também as entrelinhas sentimentais e realizadas das mesmas.
Se tiverem qualquer dúvida, podem me mandar mensagem privada.
Espero que tenham gostado e shippado esse casal fofo ♥



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