Fighting for Love escrita por ParkLucy


Capítulo 5
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Vooolteeeei, desculpem pela demora :/ minha vida sempre tão corrida. Sempre que posso escrevo, mas prometo me esforçar para postar com mais frequência.

Um capítulo gigante como presente de Natal para minha leitoras maravilhosas ♥ espero que gostem ;)



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O castelo definitivamente era o local mais lindo da cidade, suas paredes  cobertas por um tecido de veludo vermelho e muitas janelas permitindo que o sol iluminasse tudo sempre que era dia, muitos quadros de toda a família real estavam espalhados por todos os lados. Poucas pessoas tiverem a oportunidade de estar ali, Mark era uma delas. Ele cresceu no meio daqueles corredores e nos jardins, mas sempre fica chocado com tamanha beleza.

A mãe de Mark, sempre trabalhou para o castelo, como cozinheira. Quando o garoto completou 2 anos, Sunny foi enviada pelo rei para trabalhar na casa de um dos conselheiros reais, Min Jinhwan, porém passou pouco tempo lá, voltando para o castelo 1 ano depois.

Aos 3 anos Mark conheceu a pequena Nayeon, ainda era um bebê, mas ao entregar o colar de flores feito por sua mãe e as outras criadas no berço da princesa, ele teve certeza que a garota seria especial em sua vida e que nunca a deixaria sozinha. E aos 5 anos começou a sua amizade com a princesa, sempre cuidando dela e fazendo todas as suas vontades. Mark não percebeu quando seu sentimento de fraternidade havia se tornado amor, apenas sentia.

Amor este que está levando o moreno a cometer tal loucura. Onde estava com a cabeça ao concordar em levar a princesa para a cidade? Não achava certo a prisão que a rainha havia imposto, mas não deveria arriscar sua vida dessa forma. A verdade é que não conseguia negar nada a Nayeon, mas no momento que deixou o quarto da princesa, Mark se arrependeu da decisão que havia tomado.

— SANA, me desculpe, estava perdido em pensamentos – Mark fala educadamente ao notar que tinha esbarrado na garota, o que resultou em verduras espalhadas por todo cômodo. Rapidamente o moreno abaixou-se para catá-las.

— Já é a segunda vez que isso acontece comigo hoje. Tudo bem Mark, também estava distraída – Sana fala divertida e sente um frio na barriga ao lembra-se do loiro que tinha esbarrado em si mais cedo. Aquela estranha sensação de familiaridade não tinha passado.

— Sabe onde posso encontrar a Mina? – Ele pergunta após depositar novamente as verduras na cesta. Estava ansioso para encontrar a outra morena, esperava que ela concordasse com o plano dele. Mina sempre foi uma garota difícil de lidar.

— Deve está na cozinha ajudando sua mãe com o almoço – Sana responde rapidamente, achando estranho o interesse do moreno em sua irmã. Sabia que Mina adoraria saber disso, já que a mesma nutria um sentimento escondido pelo mais velho que apenas Sana sabia.

— Obrigado – Mark agradece com um leve sorriso e se curva em sinal de respeito, logo se retira em direção a cozinha. Estava apressado, pois não podia perder tempo, tinha que aproveitar a parte da tarde, pois a Rainha SeonDeok estaria em uma reunião com os conselheiros reais.

O cheiro delicioso anunciava que a cozinha estava perto, a Comida de Sunny era a melhor da cidade. Mark entrou na cozinha e encontrou sua mãe virada para a enorme panela de barro, a mesma estava concentrada preparando a sopa. Olhou em volta e não encontrou Mina, o que deu uma pontada de desespero no moreno.

— Eomeoni, viu a Mina? – Mark fala chamando a atenção da senhora de cabelos claros. O garoto sempre admirou sua mãe, pela sua beleza e força.  - Sim querido, ela foi à dispensa pegar um pouco de arroz para o almoço – Sunny responde e vira-se para encarar o filho, sorrir bondosamente, como sempre – Você já comeu, filho?  - Ainda não Eomeoni, assim que ficar pronto eu como – Mark sorri com a preocupação de sua mãe, dá um beijo na testa da mesma e sai em direção à dispensa.

 Ao abrir a porta, encontra a garota de cabelos longos e pretos enchendo um pequeno saco com arroz. Mark sempre achou Mina muito bonita, apensar de não ter características coreanas. Mina e Sana são japonesas, a mãe delas foi enviada como oferta de paz pelo imperador para o falecido rei. O moreno sempre achou errado trocar mulheres como presentes, após isso, a mãe delas faleceu e sua mãe cuidou das duas irmãs como se fossem suas filhas.

— Mina – A garota leva um pequeno susto, derrubando um pouco do arroz no chão, ao ouvir seu nome ser chamado por Mark. Reconheceria aquela voz em qualquer lugar, sem nem sequer olhar.

Mina vira-se rapidamente para encarar o moreno, com uma expressão curiosa em seu rosto. O que Mark estaria fazendo ali e procurando por ela?

— Oppa, algum problema? – pergunta ao notar a expressão preocupada no rosto do mais velho.

— Preciso que me ajude a levar a princesa até a cidade – Mark resolve ser direto, pois já estava sem tempo. Espera silenciosamente uma resposta da mais nova.

Mina ao escutar o que o moreno falou deixa o saco de arroz em suas mãos cair no chão, pois estava chocada. Mark havia enlouquecido?

— Está louco, Mark? – Ela pergunta, estava furiosa.

— Ela merece, Mi. Nayeon nunca saiu do castelo, veja como um presente de aniversario para ela.

— Está arriscando sua vida, Oppa.

— Nay vale o risco, pelo menos uma vez ela merece sair desse castelo, por favor, preciso de sua ajuda.

A fúria de Mina só aumentou ao ouvir as palavras proferidas pelo moreno, como ele podia amar tanto aquela princesa que nem se quer o via como homem e sim como irmão? Como podia arriscar a própria vida por ela?  Enquanto isso, ela, Mina morria de amores por ele e não suportava pensar em perdê-lo. Como não haveria escapatória, pois sabia que Mark conseguia ser muito determinado quando queria, o jeito era ajudá-lo, até para mentê-lo em segurança.

— Do que precisa Oppa?  - Mina pergunta derrotada, com uma expressão triste no rosto.

— A roupa mais simples que você tiver e que mantenha segredo, Mina. Não pode contar nem para a Sana – Mark sorri satisfeito por Mina ter aceitado ajudá-lo. Agora se sentia mais seguro para realizar seu plano. Nayeon conhecia a cidade naquela tarde.

....

—  Sim... Eu matei Jackson Wang três anos atrás.

 O sorriso de Pepi vai embora imediatamente ao escutar as palavras proferidas pelo chinês, o que também só fez aumentar sua curiosidade a respeito do passado de Jackson. Pepi olha para o mais baixo e nota que as lagrimas do mesmo só aumentaram, coloca sua mão no ombro de Jackson em sinal de apoio e fica esperando em silencio que o mesmo se acalmasse.

— Como assim? O que aconteceu com você, Jackson Wang? – Pepi pergunta decidido ao notar que o chinês tinha se acalmado.

Jackson se arrepia ao escutar seu nome e sobrenome serem ditos por Pepi, fazia tempo que ninguém o chamava assim. Ele precisava contar a alguém, aquilo já vinha o consumindo há muito tempo. O moreno solta um suspiro alto e encara o mais alto.

— Tudo bem, Pepi. Vou te contar o que aconteceu. Foi a três anos, na china...

FLASHBACK

China, três anos atrás.

Wang Ruiji foi o maior general que a china já conheceu. Famoso por possuir muita coragem e lutar em guerras contra os unos, protegendo o imperador e a china com garra e força, dando sua própria vida. O que resultou em um acidente que lhe custou os movimentos da sua perna esquerda.

Wang se viu obrigado a parar com as lutas e acabar com sua vida militar, e no meio desta decisão difícil ele conheceu Zhou Ping, sua esposa, com quem teve dois filhos: Jackson e Mei.

Jackson sempre teve orgulho e admiração pelo pai, seu maior sonho era ser como ele quando crescesse: Forte, corajoso e destemido. Wang treinou o filho para ser um guerreiro como ele foi, sempre confiando que Jackson seria forte na hora certa. Porém, o garoto nunca pode corresponder às expectativas do pai ou realizar o próprio sonho, pois era muito covarde e tinha medo de quase tudo, sempre tentou esconder este defeito de todos.

Naquele dia tudo parecia calmo para Jackson, que tinha acordado e tomado o café da manhã com sua família como de costume. O garoto tinha apenas 17 anos e vivia feliz com sua família, apesar de sua mãe querer lhe arrumar um casamento. Não tinha o que temer, tudo estava bem e seguro.

— Eles estão vindo, estão convocando para guerra contra os unos, logo estarão aqui – Mei entra correndo no jardim, assustando seu pai e Jackson que cuidavam das rosas. Flores tinham se tornado a grande paixão de Wang Ruiji.

— Estamos sendo atacados? – Jackson pergunta assustado.

— Ainda não, mas o imperador recebeu uma ameaça, estão convocando todas as famílias para se juntarem ao exercito – Mei fala tentando manter a calma enquanto encarava o irmão mais velho.

— Filho, é sua grande chance – Wang segura Jackson pelos ombros e fala animado. Finalmente seu filho poderia provar a sua força e coragem, assumindo seu lugar na historia da China. Já Jackson tentou sorrir e se mostrar animado, mas por dentro estava aterrorizado.

— Estão aqui, queridos. – Ping aparece na porta do jardim, chamando atenção do marido e dos filhos. Ela olha para Jackson, em seu olhar podia-se notar medo, medo por seu primogênito ir para guerra e não voltar.

Jackson sente suas pernas tremerem, mas vai até a porta principal da grande casa dos Wang. Lá fora um soldado esperava montado em seu cavalo.

  - Jackson Wang, filho de Wang Ruiji? – O soldado pergunta com uma voz grossa e firme. Jackson rapidamente confirma com um aceno de cabeça e se aproxima um pouco mais do homem fardado em sua frente, admirando a longa capa vermelha que este possuía.

— Você está sendo convocado para juntar-se ao exercito e lutar pelo imperador, deverá está no campo de treinamento amanhã com o nascer do sol – o homem fala e estende um pergaminho a Jackson que o pega prontamente e se curva em sinal de respeito ao soldado que logo vai embora.

Em seu quarto Jackson estava desesperado, o medo o consumia por inteiro e este tremia e suava. Não sabia o que fazer, não poderia fugir disso e decepcionar seu pai. Tinha que ser forte e lutar como homem forte na guerra. Mas ele não era forte e muito menos corajoso como o grande Wang Ruiji.

— Jackson? – O garoto é tirado de seus pensamentos ao ouvir seu pai o chamando e encara o mesmo que estava parado perto da porta. O homem grisalho sorria orgulhoso de seu filho e carregava um bracelete em suas mãos. Sem notar o quanto Jackson tremia, o homem senta-se ao lado do filho na cama e coloca o bracelete no braço de Jackson.

Era o maior símbolo da família Wang, o Bracelete de ouro carregado entre gerações, onde continha o símbolo da família, que só poderia ser carregado pelo Wang que merecesse. Jackson logo sente seu peito apertar, aquele era o maior sinal de confiança que seu pai poderia lhe dar, confiando o bracelete da família a ele.

— É sua vez filho, prove o homem forte e corajoso que você é. Isto pertence a você, prove ser um Wang digno e principalmente volte vivo – ao terminar de falar, o mais velho emocionado puxa o mais novo e o abraça apertado. Jackson retribui o abraço do pai, segurando a vontade de chorar, sua vontade era de correr e fugir pro mais longe possível.

Naquele mesmo dia a noite estava agitada, ventava muito, sinal que uma grande tempestade estava a caminho. Jackson estava inquieto em seu quarto, sem conseguir dormir, encarava aquele bracelete dado por seu pai. Ele não conseguiria fazer isso, morreria no primeiro dia, obviamente Jackson não queria morrer.

Com um suspiro alto em frustração e carregado de dor, o garoto se levanta da cama e pega uma bolsa de pano, onde joga algumas roupas e comida. Logo jogando a bolsa nas costas. Com o coração apertado ele vai até o quarto dos pais e guarda pela ultima vez os rostos de seus pais, assim como o da sua irmã.

— Me perdoe Pai, eu não vou conseguir, sou muito covarde para isso – Jackson fala baixinho enquanto encarava seu pai dormindo e segura firme o bracelete em seu braço. Com o rosto coberto de lagrimas, Jackson sai de sua casa segura em direção a noite fria e sem nenhum rumo de vida. Ele só tinha certeza de duas coisas: Havia deixado o Jackson Wang em casa, com sua família e que seu pai nunca o perdoaria.

FLASHBACK OFF

Jackson solta um longo suspiro e sente os olhos encherem novamente de lagrimas ao lembra-se do passado. Pepi estava chocado com o que acabará de ouvir, olhou com pena para o chinês, não sabia o que dizer, apenas apertou mais o ombro do mesmo como se falasse que estava ali por ele.

— E durante esse tempo, eu sobrevivi vagando de cidade em cidade, jogando cartas para conseguir dinheiro, o que eu sou realmente bom, mas eu não percebi que jogar tinha virado uma compulsão para mim, até que cheguei aqui e o Lee conseguiu ganhar de mim e pegou algo muito importante.

— O bracelete – Pepi falou baixo, finalmente compreendendo tudo – e como explica você ter aparecido sem roupas na floresta? – Pepi sorri um pouco divertido ao lembrar-se da cena.

— Bom... O Lee gosta de humilhar seus adversários, ele me tirou tudo, até as roupas e me mandou embora da cidade, disse que se eu voltasse, seria um homem morto – Jackson se explica e sorri levemente um pouco constrangido.

— Ei, estamos juntos nessa agora. Vamos recuperar o bracelete da sua família e você não vai a lugar algum.– Pepi fala decidido, encarando Jackson que parecia meio incerto com a idéia.

— Eu tenho medo, Pepi, muito medo.

— Não precisa ter medo, você tem a mim, Jae e Jaebum. Falando neles, precisamos achá-los. Vamos sair logo daqui, já deve está no meio da tarde – Pepi logo completa e ajuda o chinês a se levantar.

Ambos se dirigem para fora daquela casa abandonada, que foi o local da grande confissão de Jackson, o moreno se sentia aliviado por finalmente dividir com alguém, agora ele poderia dizer que tem amigos e até, talvez, uma nova família.

— Se quer saber, eu te achei muito corajoso por sair de casa sem rumo, deixando sua família para trás, isto é uma atitude que poucos teriam coragem - Pepi fala quebrando o silêncio enquanto ambos andavam em direção ao mercado a procura de seus amigos.

Jackson sorri com o comentário de Pepi, abriu a boca para responder algumas vezes, mas não sabia o que dizer, apenas deu tapinhas nas costas do maior. Porém aquele clima foi quebrado ao avistarem o Lee e seus capangas um pouco mais a frente, o que fez Pepi e Jackson pararem de andar imediatamente.

— ELES ESTÃO ALI, PEGUEM ELES – Lee grita ao avistar os dois e logo começa a correr em direção a Pepi e Jackson, que rapidamente começam a correr em direção ao mercado, com todas as forças que ainda lhe restam.

Coragem.... coragem..... — Jackson se forçava a pensar enquanto corria, olhou para trás na esperança de não ver o grupo de bandidos, mas tremeu ao constatar que os mesmos estavam cada vez mais perto. Puxou Pepi para que entrassem em um beco lotado de pessoas que era um excelente corta caminho para o mercado, na intenção de despistar Lee novamente.

Pepi se assusta ao sentir Jackson puxar bruscamente seu braço, mas segue o chinês, afinal ele conhecia o local bem melhor. Ficou aliviado ao perceber que conseguiram despistar o grupo de bandidos e respirou aliviado, mas sem deixar de correr.

Ao sair do beco, Pepi fica chocado com a quantidade de barracas e pessoas que havia ali. O mercado parecia realmente movimentado, seria muito difícil encontrar seus amigos ali, não pôde deixar de notar na decoração também, tudo muito colorido, mas por que toda aquilo? Haveria um motivo especial? Perguntaria a Jackson depois.

Enquanto corriam no meio da multidão, Pepi sente o sol forte do meio da tarde incomodar seus olhos o que o deixou meio atordoado, ele fechou os olhos na intenção de parar o incomodo e sentiu algo esbarrando contra si. Abre os olhos assustado ao ponto de ver longos cabelos pretos indo em direção ao chão, Pepi rapidamente segura a moça em que havia esbarrado e fica chocado ao encarar o rosto assustado da garota que estava em seus braços....nunca tinha visto uma garota tão linda em toda sua vida.

....

—MARK, NÃO ACREDITO QUE ESTAMOS AQUI – Nayeon grita animada, fecha os olhos e estica os braços aproveitando o vento em seu rosto e o sentimento de liberdade que estava sentindo. A garota trajava um vestido simples dado por Mina, a irmã de consideração de Mark. Se passando facilmente por uma simples moradora da cidade, o fato de não conhecerem seu rosto ajudava bastante.

Mark abriu um sorriso enquanto observava a princesa aproveitar sua liberdade. Assim que terminou o almoço e a rainha foi se encontrar com os conselheiros, Mark correu no quarto de Nay e a entregou o vestido, logo a tirando de lá com cuidado. Foram bem discretos e saíram pela porta dos funcionários que ficava perto da casa em que Mark morava com sua mãe, Mina e Sana, dentro do castelo.

— Quero te mostrar o mercado, é sempre alegre e bem movimentado lá, e também está todo decorado por causa do seu aniversário – Mark fala, chamando a atenção da princesa para si. Esta o olhou animada, era possível perceber um brilho em seu olhar.

Mark logo puxa a princesa pela mão em direção ao mercado, o moreno queria mantê-la por perto, existiam muitas pessoas perigosas por ali, com Lee, o capanga do conselheiro Min Jinhwan.

Na medida em que se aproximavam do mercado, Nayeon ficava cada vez mais encantada, tudo ali era lindo, as arvores, as pessoas, as cores. Ela se assustou um pouco com a gritaria do local, estava acostumada com o silencio do palácio. Olhou animada para Mark e grudou no braço do amigo, queria aproveitar tudo àquilo com ele. Ficou admirada com a quantidade de bandeiras e balões coloridos no local, tudo era para ela. Podia sentir o carinho que tinham por ela, mesmo sem a conhecerem.

— Olha Mark, vamos ali – Nayeon fala animada e aponta para uma barraca cheia de flores. Se tinha uma coisa que ela amava eram flores, passava horas nos jardins do palácio cuidando de suas flores.

Então, rapidamente ela se solta de Mark e corre em direção a barraca, porém no meio do caminho foi impedida ao sentir um corpo se chocar contra si, Nay perde o equilíbrio com o forte impacto e cai, fecha os olhos e espera o impacto com o chão, o que não aconteceu. Nayeon sente mãos quentes lhe segurarem de forma firme, pensando ser Mark ela abre os olhos ainda assustada, mas acaba encontrando um rosto diferente. Ela fica prensa na profundidade do olhar daquele estranho, que a encara de um jeito como se penetrasse sua alma. O garoto tinha cabelos escuros caindo nos olhos e lindos lábios carnudos na medida certa. A princesa estava perdida, não conseguia parar de encará-lo.

— NAY, VOCÊ ESTÁ BEM? – Mark corre em direção a princesa, com medo que ela tivesse se machucado e um pouco incomodado com aquele estranho a tocando, principalmente pela forma como se olhavam. Percebeu que ele estava acompanhado de outro moreno que acompanhou toda a cena em silencio.

 O estranho, ao notar Mark se aproximar, ajudou Nay a ficar de pé e se afastou da garota, mas sem desviar o olhar do dela. Mark rapidamente alcança a princesa e procura por algum arranhão na mesma.

— Nay – Mark volta a chamá-la, tentando chamar sua atenção  - se machucou?

— Estou bem, Mark – ela responde com a voz doce de sempre, sem conseguir desviar seu olhar do estranho e encarar seu amigo.

— Pepi, precisamos ir – O outro moreno fala rapidamente, interrompendo o clima que havia se instalado ali, parecendo nervoso.

Pepi.... Então esse era o nome dele – Pensa Nayeon, e sorri para Pepi que retribui o sorriso imediatamente. Ela fica triste ao ver o garoto se afastando junto com o amigo. Esperava poder o ver novamente, mesmo sabendo que nunca poderia alimentar uma paixão e que tinha um destino traçado. Nayeon não pode evitar, sentia que seu coração não pertencia mais a ela.

....

O Sol estava franco no céu e logo iria embora, dando lugar a noite estrelada de lua cheia. Jae estava arrependido de ter saído sem avisar os amigos, estava cansado de andar pela cidade e não encontrar o galpão, não fazia idéia de onde estava ou para que lado seguir. Estava cansado dos olhares curiosos para si, tudo isso por causa de seu cabelo diferente?

Jae encontra uma praça, um pouco movimentada, onde uma garota parecia contar uma história. Ela era até bem bonita, com os cabelos castanhos e um sorriso gentil, mas não se comparava a beleza de Sana. O loiro passou o dia todo pensando naquela morena dos olhos gentis. Como estava cansado e com fome, resolveu sentar perto do pequeno grupo e escutar a história da garota.

 O loiro se pegou rindo com a historia que escutava, aquela garota era boa em contar historias. Jae estava distraído até que percebeu um colar no pescoço da contadora de historias. Ele sentiu seu corpo gelar, aquele corar era muito parecido com o colar de Jaebum, na verdade era o mesmo. Será que era a irmã de Jaebum? Precisa encontrar o amigo mais do nunca e dizer que novidade. Então se levantou e saiu em disparada para tentar encontrar novamente o galpão.

....

Um pouco afastado da praça, Jaebum estava irritado com a inconsequência de Jae, como ele podia ter saído sem avisar? Principalmente sem conhecer o local, deveria está perdido por ai, assim como ele estava.

— Desculpe – Jaebum fala imediatamente eu sentir seu corpo esbarrar em outro garoto, este não possuía uma cara muito feliz.

— Olhe por onde anda, camponês – O rapaz responde com autoridade e egocentrismo, deixando Jaebum ainda mais furioso.

— Hoseok, o rapaz já se desculpou, não precisa ser tão rude – Uma garota surge por trás do tal Hoseok, interrompendo a boa resposta que Jaebum daria, mas se calou em respeito à moça, que por sinal era muito bonita.

— Sou Jihyo, e como você se chama? – a garota volta a falar, com simpatia. Na verdade ela tinha achado aquele rapaz simples, que havia esbarrado em seu irmão mais velho, muito bonito.

— JAEBUM – Jaebum é impedido novamente de falar e fica aliviado ao escutar a voz de Jae lhe chamando, olha em direção a voz e ver o loiro correndo em sua direção, rapidamente corre até o amigo e o abraça apertado. O aperto que tinha em seu coração logo foi embora ao escutar a voz de Jae, brigaria com ele mais tarde. O moreno só apertava mais o loiro em seus braços.

— Onde você esteve, garoto? – Ele pergunta preocupado enquanto segura o rosto de Jae e procura por machucados. A relação deles sempre foi assim, Jaebum sempre foi muito mais carinhoso com Jae do que com Pepi, apesar de considerar ambos seus irmãos, Jae era seu irmão mais novo e Jaebum sempre sentiu o deve de cuidar e proteger em relação ao loiro.

Ao perceber que deixou a garota esperando por sua resposta, Jaebum rapidamente se vira em direção a mesma e a encontra lhe encarando com um sorriso nos lábios, o moreno sorrir para a mesma e se curva como se pedisse desculpas silenciosamente.

— Hyung, preciso que venha até a praça comigo, é urgente – Jae fala, ignorando a pergunta anterior de Jaebum e já puxando o mais velho consigo.

— O que está acontecendo, Jae? – JB pergunta preocupado, mas segue o loiro em direção a tal praça.

— Acho que encontrei sua irmã – Jae fala de forma direta.

— O QUE? – Jaebum para no meio do caminho, estava surpreso com a novidade e logo sente seu coração acelerar.

— Ela usava um colar igual ao seu, hyung. Vamos, precisamos nos apressar – Jae fala e volta a puxar o braço de Jaebum ao perceber a noite surgindo, logo a suposta irmã de seu hyung poderia ir embora.

Jaebum seguia o amigo, quase correndo de felicidade, estava ansioso para encontrar a garota. Seu destino nunca esteve tão perto, logo ele estaria feliz com seu pai e sua irmã, e com certeza levaria seus amigos junto, incluindo Jackson. Ele se sentia muito agradecido ao chinês e já o considerava muito.

— Meu Rei, não deveria ter voltado sem um aviso, é perigoso. Muitos podem tentar matá-lo pelo trono – aquela frase fez com quem Jae e Jaebum parecem de andar e encarassem as três pessoas que estavam mais a frente, perto de uma casa simples. Um senhor, de cabelos grisalhos, mas muito bem vestido. Um rapaz de estatura baixa e encapuzado, mas deu para percebeu que possuía cabelos pretos caindo nos olhos e o terceiro fez o coração de Jaebum parar, ele reconheceu aquele homem, o mesmo soldado da rainha que tinha atirado em sua mãe e os perseguido na floresta.

O Clima ficou tenso de repente, Jae sentia que não deveriam está ali. Percebeu que Jaebum estava congelado encarando o soldado mais a frente e este os escarava com ódio no olhar. O loiro segurou a mão do amigo e o puxou para voltarem pelo mesmo caminho que seguiam anteriormente.

— Eles viram o rosto do Rei, Chul! Precisa detê-los – O senhor grisalho fala meio desesperado, se dirigindo ao soldado.

Jaebum ao ouvir a frase proferida pelo senhor, logo volta à realidade e percebe o perigo que ele e Jae corriam, logo puxando o loiro para longe dali. Estava com medo, novamente aquele homem desgraçado o perseguia, querendo machucá-lo. Ele deveria parar e lutar, mas estava com medo por Jae, não poderia ver o loiro machucado. Eles precisavam fugir dali, mas não poderia abandonar Pepi.

— Hyung, o galpão fica naquela direção – Jae fala ofegante pela corrida, estava aliviado por lembrar o caminho, lá eles ficariam seguros. A cidade era perigosa, se o simples fato de ver o rosto do Rei poderia tirar sua vida, Jae não queria pensar nem em coisas piores.

— Vamos, precisamos encontrar Pepi e Jackson e sair daqui. Não é mais seguro, aquele homem é perigoso – Jaebum responde, e puxa o loiro para correr em direção ao galpão, ficou um pouco aliviado por perceber que haviam despistado o tal do Chul.

— Mas e a sua família Hyung? – Jae pergunta com uma tristeza na voz.

— Precisamos nos manter vivos, Jae – Jb responde com um aperto no coração, estava tão perto de encontrar sua irmã.

Logo eles avistam o galpão que passaram a noite e Jae abre a porta bruscamente, fechando assim que Jaebum passa. Jackson e Pepi que estavam lá esperando pelos amigos, levantam assustados com o estrondo da chegada dos dois.

— O que aconteceu? Onde estavam? Por que demoraram tanto? – Pepi logo começa a encher de perguntas, estava assustado com a fisionomia dos amigos e aliviado por eles terem conseguido retornar, depois de tanto procurar ele e Jackson resolveram voltar para o galpão e esperar.

— Nós virmos o Rei sem rosto... Soldado agora quer nos matar... Precisamos ir embora – Jaebum fala entre partes, devido à corrida, estava tentando recuperar o fôlego.

— REI SEM ROSTO? – Jackson exclama assustado, eles realmente tinham se metido em uma grande confusão. Por que o perigo de morte sempre o perseguia?

— Como assim? O rei está muito longe daqui, e sua família JB? – Pepi pergunta, estava confuso com tanta informação, mas se eles realmente viram o rei como Jaebum mencionou, todos corriam serio perigo de vida.

— Eu explico no caminho, precisamos sair da cidade, vamos voltar para a aldeia – Jaebum falou rapidamente e correu para pegar suas coisas, assim como os outros três.

Jackson sentia todo seu corpo tremer, novamente o medo lhe dominava, mas tentava ignorar e ser forte pelo trio, a conversa que tivera com Pepi mais cedo ajudou bastante. Então o chinês abre lentamente a porta do galpão e espia para ver se o caminho está livre, o que para seu alivio estava.

— Vamos – ele fala baixinho e faz sinal para que os outros o seguissem.

 Os quatro andavam cautelosamente pelo meio da escuridão da cidade, não tinha mais toda a movimentação de mais cedo, o que dificultava para se esconderem dos guardas.

— Se escondam – Jae fala baixinho ao perceber guardas vindo em direção a eles, estavam montados em grandes e fortes cavalos. Rapidamente os quatro se escondem atrás de um muro de pedra. Os guardas passam direto, e eles respiram aliviados por terem conseguido escapar. Jackson percebe que estava prendendo a respiração e rapidamente puxa uma grande quantidade de ar, tomando coragem para seguir na frente, visto que ele conhecia o caminho.

Ao avistar os portões da cidade mais a frente, os quatro ficam aliviados por estarem quase a salvo e correm em direção ao mesmo. Jaebum é o primeiro a chegar e logo se desespera ao notar que o portão está trancado.

— ESTÁ TRANCADO – Fala um pouco mais alto do que deveria tomado pelo desespero. Pepi logo puxa o portão, tentando abrir também e solta um suspiro frustrado por não conseguir.

— O que vamos fazer? – Jae pergunta, olhando em volta a procura de uma saída e com medo que os guardas os vissem ali.

— A outra saída fica muito longe e pode ser perigoso, vamos ter que escalar – Jackson fala rapidamente, tomado pelo pingo de coragem de não querer morrer, o chinês começa a escalar o grande portão de ferro, sendo seguido por Pepi, Jaebum e Jae.

— LÁ ESTÃO ELES, NÃO OS DEIXE ESCAPAR, QUERO A CABEÇA DELES – Chul grita, chamando a atenção dos guardas, ao avistar os garotos escalando o portão de saída.

Ao notar que foram descobertos, se apressam para tentar subir o mais rápido possível. Jackson consegue passar e cai do outro lado, em cima de uma moita de folhas, Pepi passa tranquilamente assim como Jaebum, mas Jae tem o mesmo destino de Jackson.

— CORRAM – Jaebum grita desesperado ao notar os portões serem abertos e os guardas passarem em seus cavalos. E lá estava ele novamente correndo pela floresta, fugindo de Chul e tentando salvar sua vida e principalmente a vida de seus amigos.

....

Meu rei tem certeza de que é o certo? – Chin pergunta ao passarem pelo portão da entrada da cidade, que foi fechado imediatamente pelos guardas.

— Sim, Chin! Já está na hora de voltar e assumir meu trono, já estou pronto – Park Jimin responde.

A rainha, sua mãe, o mandou para longe há muito tempo, como forma de protegê-lo. Agora Jimin tem certas duvidas sobre isso, para ele, a rainha quer se apossar do trono, com a sede de poder que ela sempre teve. Estava na hora de acabar com isso, acabar com aquela ditadura imposta pela temida rainha impiedosa.

Chin apenas concorda com o seu rei e o leva até a casa que morava antes de ter que deixar a cidade há muito tempo, para manter o pequeno herdeiro do trono Park Jimin em segurança.

— Meu Rei – Chul faz uma grande reverencia ao ficar cara a cara com o Rei sem rosto. Que agora ele podia ver claramente como era. Park Jimin era jovem, com seus 22 anos, tinha cabelos pretos caindo nos olhos e altura media.

— Este é Chul, majestade. Líder da tropa de sua mãe – Chin apresenta ambos. Jimin o cumprimenta com um aceno de cabeça.  

— Meu Rei, não deveria ter voltado sem um aviso, é perigoso – Chul fala se aproximando do rei, havia recebido ordens claras da rainha para protegê-lo. A Rainha estava furiosa por saber da volta inconseqüente do filho.

 Um barulho chama a atenção dos três e Jimin ver dois garotos parados os encarando, um loiro e outro moreno. Ambos pareciam chocados e sem reação.

— Eles viram o rosto do Rei, Chul! Precisa detê-los – Chin se manifesta e puxa o Rei para tentar escondê-lo, o levando para dentro da casa.

— NÃO! CHIN, ELE VAI MATÁ-LOS, PRECISAMOS IMPEDIR – Jimin se solta das mãos do mais velho e tenta ir até a porta, esmurrando a mesma ao não conseguir abrir.

— Meu rei, é para a sua segurança, não sabemos quem são aqueles rapazes – Chin fala calmamente, puxando o Rei para longe da porta.

Ninguém poderia descobrir que Park Jimin era o Herdeiro do trono, e Chin cuidaria para que isso ficasse em segredo.

 

...

— ONDE ESTÃO JAE E JACKSON? – Pepi pergunta ao notar que os amigos desapareceram. Eles corriam pelo meio da floresta escura, desviando com dificuldade dos galhos e das árvores.

— Devem ter se separado, Jae conhece o caminho para a aldeia. Eles chagarão em segurança – Jaebum responde, estava ofegante pela corrida, mas não pararia até está em segurança. Podia escutar o barulho das patas dos cavalos em choque com o chão, os guardas estavam por perto. Esperava que Jae estivesse seguro.

Pepi e Jaebum, na tentativa de despistar Chul e os guardas, se enfiam no meio de muitas árvores, um local bastante difícil de andar durante a noite, principalmente de correr. Os cavalos se recusaram a adentrar o local, se sentindo ameaçados. Chul rapidamente desce de seu cavalo e entra no local atrás dos morenos. Ele estava determinado a seguir a ordem da rainha e proteger o rei, a todo custo!

Jaebum não podia evitar, enquanto corria lembrava-se do ocorrido com ele e sua mãe, tudo se passava em sua cabeça como flashs. O moreno desperta a tempo de ver um grande tronco de árvore em sua frente e se abaixa, desviando do perigo, continuando a correr.

Pepi só tinha um rosto em sua mente, um rosto que ele nunca mais veria. Daquela moça, a Nay, que havia esbarrado no mercado mais cedo. Como ficou hipnotizado pelos olhos doces e sua beleza. Ele escuta passos e rapidamente olha para trás, temendo encontrar os guardas da rainha. Então sente algo duro se chocar contra sua cabeça, deixando-o tonto. Rapidamente ele perde o equilíbrio e cai no chão, sua cabeça doía muito e o mesmo leva a mão até a testa, vendo que havia sangue no local. Tentou chamar por Jaebum, mas sua voz não saia, apenas a sonolência que o dominava, Pepi sem conseguir mais lutar, se deixou apagar sendo levado pelo vazio.

JB parou de correr ao sentir a ausência de Pepi, logo se virando para procurar o amigo no meio da floresta escura. Ele sente seu coração parar por uns estantes ao perceber o corpo de Pepi estirado no chão mais a frente, notou que havia sangue em sua cabeça, provavelmente ele deve ter batido a cabeça no mesmo tronco que havia desviado há alguns minutos. Não podia deixar Pepi para trás.

Jaebum sem nem pensar duas vezes, corre em direção a Pepi para ajudá-lo, porém quase perto do amigo, ele sente algo pontiagudo perfurando suas costas, causando-lhe uma dor imensa que nunca havia sentido em toda sua existência. Jaebum solta um grito de dor e agonia e logo vai ao chão, sem forças para continuar seu caminho até Pepi. Ele sentia uma pressão em suas costas, o impedindo de respirar corretamente, sabia que teria o mesmo destino de sua mãe e causado pela mesma pessoa.

Jaebum levanta um pouco o rosto e ver Chul parado com um arco e flecha nas mãos a alguns metros dele e de Pepi, o soldado tinha um sorriso maldoso em seus lábios. JB não aguentava mais a dor, sentia um liquido quente em suas costas, sabia que era sangue, mas ainda assim tentou se arrastar até Pepi, falhando miseravelmente. Com um suspiro sofrido, Jaebum desistiu e fechou os olhos, se entregando a escuridão com o único pensamento de que não conseguiria cumprir o seu destino.


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Notas finais do capítulo

E aiii? o que acharam? gostaram? críticas?

Eomeoni é uma maneira formal de se chamar mãe em coreano

até o próximo capítulo, por favor não me matem kkkk prometo que as coisas vão melhorar ♥