Fighting for Love escrita por ParkLucy


Capítulo 4
Primeiro dia turbulento


Notas iniciais do capítulo

Vooolteiiiii, mil desculpas pela demora :S minha vida ta meio complicada nesse fim de ano. Mas eu não esqueci de vocês, inclusive o próximo capítulo já está quase ponto, esse ficaria muito grande então resolvi dividir em dois kkk
vocês estão achando os capítulos muito grandes? se tiver muito grande ou complicado ou chato... sei lá kk avisem, ok?
desculpem pelos erros

Haaaa, pra quem não notou ainda kkk o Jae é o Youngjae do Got7 ♥



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O que eram aqueles sons irritantes que insistiam em tirar seu sono? Pessoas conversam e gritavam umas com as outras, coisas que Jae não conseguia identificar, chegavam apenas como barulhos sem sentido. Detestava o fato de ter sono leve, às vezes acordava até com seus próprios roncos.

O loiro mantinha seus olhos fechados, insistindo em voltar ao seu sono, porém este já havia ido embora tem tempos. Jae virou de um lado para o outro naquela cama improvisada com um colchão velho, dada pela bondosa senhora dona da pensão. Ontem ao chegarem à cidade, Jackson os levou até a pensão da Min Hye Nonna, que gentilmente cedeu o galpão para que os 4 ficassem, lhe entregando colchões velhos e cobertas. Rapidamente todos pegaram no sono devido ao cansaço.

Jae finalmente se rendeu, aceitou que seu sono tinha ido embora e abriu os olhos, o galpão estava escuro, com uma pequena iluminação da luz do sol que entrava pelas brechas da parede. Ele se espreguiçou sentindo todo seu corpo doer devido à grande caminhada que fez no dia anterior, olhou em volta e seus amigos dormiam tranquilamente, inclusive Jaebum. O mais velho nunca falou, mas Jae sabia que ele estava tendo problemas para dormir nas ultimas semanas, sempre acordava pela madrugada e encontrava o amigo deitado na rede olhando a lua pela janela da pequena casa de madeira onde moravam no vilarejo.

Aqueles barulhos voltaram a chamar sua atenção, o loiro estava muito curioso para ver a cidade, aquele outro mundo que não conhecia. Será que deveria sair sem avisar? Ele não queria acordar os amigos, estes mereciam um descanso, uma pequena caminhada não mataria, ele não iria muito longe. Ignorando os pensamentos de acordar os outros, Jae rapidamente levanta e calça as sandálias, saindo do galpão em seguida.

A luz do sol rapidamente incomoda seus olhos, da floresta as arvores não permitiam que o sol ficasse forte a esse ponto. Jae colocou as mãos nos rosto cobrindo os olhos, fazendo uma careta devido ao incomodo. Ao se acostumar com a luz forte, o loiro abre os olhos lentamente e se assusta com o que ver, não era em nada parecido com o que havia imaginado.... era ainda melhor e mais lindo.

Diferente do verde e do marrom que estava acostumado em ver na floresta, a cidade era colorida, parecia o arco Iris que via no céu sempre que chovia. Tinham bandeiras penduradas por toda parte, barracas coloridas, o chão era feito de pequenas pedras que não sabia dizer como se chamavam. E as pessoas.... Jackson não estava brincando quando disse que eles se vestiam bem e exagerados. A maioria dos homens usava kimonos coloridos e muitas jóias, já as mulheres usavam longos vestidos e muitos enfeites no cabelo.

Jae estava encantado, tão encantado que não percebeu o quanto se afastou do galpão, apenas admirava tudo o que via pela frente. Chegou a uma feira, onde todos os comerciantes gritavam tentando vender seus produtos, muitas pessoas andavam por ali, principalmente mulheres. Vendo toda aquela comida, ele sentiu seu estomago reclamar, só então percebeu que não comeu ainda, porém não tinha dinheiro para comprar nada, então apenas tentou ignorar a sensação.

— Me desculpe, me desculpe eu sou muito desastrada mesmo – a garota fala ao esbarrar em Jae e derrubar toda a comida que havia comprado em cima do rapaz. Jae rapidamente esqueceu a fome ao encarar aquela garota que havia esbarrado em si. Ela era a menina mais linda que já virá na vida, seu rosto redondo lhe dava uma característica meiga e seus olhos eram tão calmos que lhe passavam paz e tranqüilidade, aqueles cabelos longos e castanhos que brilhavam com o sol, ela não se vestia de forma extravagante como os outros, suas vestes eram até bem simples.

— Tudo bem, também estava distraído, eu que peço desculpas – Jae fala e rapidamente começa a pegar as verduras que a moça tinha deixado cair.

— Obrigada – a garota agradece um pouco constrangida e pega as verduras das mãos de Jae, fazendo com quem suas mãos se tocassem e um arrepio percorresse seu corpo. Não podia deixar de notar na beleza dele, aqueles lábios carnudos e aquele cabelo diferente o deixavam com uma beleza única, porém este garoto não era a primeira pessoa a ver com aquela cor de cabelo diferente, o que deixou a garota bem intrigada.

— Disponha – Ele faz uma pequena referencia. Jae estava nervoso perto dela, talvez por medo de ser descoberto e ela o dedurar para rainha ou simplesmente pela beleza da garota - eu sou o Jae,  como você se chama?

— Sana – ela responde com um sorriso meigo nos lábios e volta a trilhar o caminho em direção ao palácio, porém sem deixar de pensar na semelhança da cor do cabelo do garoto, não seria possível.

Aquela cidade estava ficando cada vez mais interessante para o Jae. O loiro abriu o maior sorriso de todos enquanto observava a garota se afastar.

—_______________________________

Seja forte filho. Sei que me dará muito orgulho, Jackson...”

Jackson abre os olhos rapidamente, estava ofegante e suado. Não agüentava mais ter o mesmo sonho com o seu pai todas as noites a três anos. Era tortura demais. O chinês passa a mão no rosto numa tentativa de enxugar o suor e respira fundo. Aquele sentimento o dilacerava por dentro, arrependimento, saudades, vergonha.... e nem a ultima lembrança de seu passado ele possuía mais, tinha que recuperar o mais rápido possível.

O moreno levanta-se de sua cama um pouco afastada dos outros e pega um pouco de água, que gentilmente MinHye Nonna deixou para eles. Adorava aquela senhora, ela sempre o ajudou muito desde que chegou a cidade da primeira vez.

— Espera, está muito quieto – Jackson sussurra para si mesmo ao lembrar-se dos roncos de Jae que não o deixaram dormir direito durante a noite. Então olha para cama do loiro e toma um susto, derrubando o copo cheio de água no chão.

— Onde esse garoto se meteu? – perguntou baixinho – vai nos causar problemas, que droga.

Sua busca tinha que ficar para depois, agora precisava encontrar aquele garoto estúpido, com aquela cor de cabelo diferente com certeza chamará atenção de todos na cidade e logo seria descoberto e morto, consequentemente causando o mesmo destino para Jackson, o que o garoto realmente não queria. Morrer não estava nos seus planos, por isso suas ações no passado.

Jackson solta um suspiro alto e vai até a cama de Jaebum, balançando o mesmo com um pouco de força e impaciência. O rapaz acorda assustado e encara o chinês em sua frente, ainda meio grogue pelo sono ele se senta na cama e passa as mãos nos olhos numa tentativa falha de espantar o sono.

— O que foi Jackson? – Jaebum pergunta, encarando o menor.

— Cabelos claros sumiu – ele responde rapidamente, podia-se notar um leve tom de irritação na voz dele.

Cabelos claros.... cabelos claros.... Jaebum processava o que Jackson acabou de dizer e entra em choque ao finalmente entender a informação.

— JAE – JB levanta-se rapidamente quase caindo pela tontura de ter levantado tão rápido – Pra onde ele foi? Tem certeza que não está por aqui?

— Não está, acordei e ele já tinha saído – Jackson responde ao ver o maior olhar em volta do galpão.

O desespero começa a aumentar, Jaebum sente seu coração acelerar, onde aquele garoto se meteu? Não suportava pensar na idéia do loiro ter sido pego e provavelmente morto. Rapidamente corre em direção a porta do galpão na intenção de procurar o amigo.

— O que vai fazer? – Jackson fala um pouco mais alto ao notar a intenção de Jaebum.

— Que gritaria é essa? – Pepi pergunta irritado por ter sido acordado pela conversa dos outros dois.

— Jae sumiu, Jackson acha que ele deve ter saído – JB responde ainda em desespero.

— Aish.... Por que o Jae tem que ser tão curioso? – Pepi estava muito irritado com o loiro,  levanta de sua cama, passando pelo chinês e indo em direção a jaebum perto da porta – vamos procurá-lo, antes que algo ruim aconteça.

Jackson estava chocado com a atitude de Jaebum e Pepi, eles estavam arriscando a própria vida pelo loiro e ele não entendia como uma amizade podia ser tão forte assim, e admirava isso. Enquanto ele pensava em si próprio e na sua sobrevivência, se sentiu mal pelo seu egoísmo, tinha muito que aprender com aqueles três garotos, no fundo se sentia feliz por ter os encontrado. Talvez, bem improvável, mas eles poderiam torná-lo uma pessoa melhor, até trazer o antigo Jackson de volta a vida.

— Você não vem? – Pepi pergunta encarando o chinês que permanecia parado no mesmo lugar de antes.

Jackson acorda com a voz de Pepi e rapidamente concorda com um aceno de cabeça, Jaebum já não estava mais no ambiente, e logo sai atrás de Pepi. O medo logo o atinge, olhava em volta para o rosto de cada pessoa ali, temendo encontrar as pessoas que menos deseja. Quando o expulsaram da cidade, foram bem claros ao dizer que ele não poderia mais voltar ou morreria. Jackson obviamente não queria morrer, até para isso era covarde demais.

— A ótimo, perdemos o Jaebum – Pepi fala com um tom de frustração na voz. Já não bastava o Jae, agora Jaebum também tinha sumido.  Olhava em volta e nada do amigo, apenas pessoas coloridas e extravagantes, nunca viu tanta cor junta na vida – O que vamos fazer? – pergunta ao chinês ao seu lado e percebe que como sempre o rapaz parecia preso em seus pensamentos.

— Seu amigo sabe se cuidar, ele é cauteloso. Vamos procurar o Jae, com ele eu me preocupo – Jackson responde e puxa Pepi para andar em direção a feira, querendo ou não todos os caminhos terminam naquela praça.

O sol estava quente e forte no céu, sinal de que a o inicio da tarde se aproximava, e nada de encontrarem o Jae ou Jaebum. Pepi não podia deixar de notar em cada detalhe daquele lugar, era tudo tão bonito e diferente. Então percebeu um grupo de garotas que berravam pelos homens que jogavam algum tipo de jogo com uma bola, todos bem arrumados e com um porte de nobreza. Será que sua família pertence à nobreza? Se ele tivesse crescido com a família ele seria assim? Estaria ali jogando com aqueles garotos? Tantas perguntas passavam pela cabeça do garoto que ele nem percebeu quando o Jackson parou de andar e esbarrou nas costas do menor.

Jackson estava paralisado, sentia seu corpo inteiro tremer ao encarar aqueles homens em sua frente. Eles bebiam e comiam, pareciam nem ter notado sua presença, o que era um bom sinal, poderia fugir. Logo esquece essa ideia e sente vontade de gritar ao notar a atenção do Lee em si, o homem soltou uma gargalhada divertida e levantou indo em sua direção e de Pepi.

— Vejo que foi corajoso o bastante para voltar, Jackson! Veio atrás disso? – Lee fala com um tom divertido na voz e mostra o braço, onde se encontrava um bracelete dourado com um símbolo chinês.

Pepi não estava entendo o que acontecia, mas percebeu o perigo no ar, principalmente ao notar que Jackson tremia e suava e que aquele homem estranho conhecia o chinês. Será que esse homem foi o responsável pela forma que ele e seus amigos encontraram Jackson na floresta?

— Lee, como é bom revê-lo amigo, estava de passagem à procura de um amigo. Nada de importante, não pretendo incomodar você – Jackson responde, tentando esconder o nervosismo. Porém sentiu seu corpo esquentar de raiva ao encarar seu bracelete no braço daquele homem asqueroso, ele precisava recuperá-lo, aquele era o símbolo da sua família, a única coisa que sobrou como lembrança.

Lee sorri em deboche e se aproxima do chinês, passando sua faca lentamente na bochecha de Jackson, vendo o garoto tremer levemente. Estava se deliciando com o medo do rapaz até sentir um empurrão contra si o que o faz cair no chão. Olhou para o garoto ao lado de Jackson e sentiu ódio, quem ele achava que era? ..... Ambos estariam mortos em alguns minutos.

— Deixa ele em paz – Pepi rapidamente fala depois de empurrar o tal do Lee. Ele estava com raiva daquele homem, da forma como ele tratou o Jackson e principalmente do perigo que ele aparentava. Ao notar que o homem iria se levantar e os seus amigos se aproximavam deles, Pepi agarra o Braço de Jackson, que ainda estava em choque e possuía um leve corte na bochecha, e corre o mais rápido que consegue.

Ótima forma de começar o seu primeiro dia na cidade, arrumando inimigos e encrencas. Sabia que Jackson traria problemas, por que nunca escuta seus instintos? – Pepi pensa, enquanto corria com Jackson, sendo seguido pelo grupo de homens raivosos que acabará de provocar.

—______________________

No Palácio, um pouco antes do inicio da tarde...

Da varanda de seu quarto a princesa conseguia ver toda a cidade e a floresta mais distante. Porém era o mais perto que já havia chegado de tudo. Nayeon nunca saiu do palácio, sua mãe a rainha, nunca permitiu. A garota nunca entendeu os motivos, por mais que entendesse seu dever para com a coroa e sua cidade, não é motivo para mantê-la presa ali por quase 18 anos.

18 anos... Em uma semana ela completaria 18 anos e seu destino estava cada vez mais perto, o que assustava a garota. Ela não estava pronta para assumir todos aqueles deveres e muito menos para se casar com seu próprio irmão, que nem conhecia, pois sua mãe o mandou para longe na intenção de protegê-lo.

Casar com seu irmão parecia doentio para ela, mas tinha que ser feito para manter a linhagem dos ossos sagrados, passará 18 anos escutando isso da rainha. Agora já estava conformada, tinha apenas que seguir seu destino, pois não poderia ter outro nem se quisesse.

Nayeon apoia a cabeça na parede atrás de si e volta a encarar a paisagem, se pudesse sair e passeia na cidade pelo menos uma vez já seria o suficiente para ela, os jardins já não são o suficiente. Necessitava de liberdade, conhecer o local o qual vai governar no futuro, conhecer pessoas novas.

— Entra, está aberta – a princesa fala gentilmente ao ouvir as batidas na porta do seu quarto, nem se vira para encarar quem seria, apenas uma pessoa ia visitá-la todas as manhãs, já sabia quem era, seu único e melhor amigo.

— Princesa, a rainha exige sua presença para o almoço – o garoto fala ao se aproximar da princesa, sempre ficava bobo ao admirá-la. Aqueles cabelos pretos compridos, os olhos amáveis e aquelas bochechas fofas que a deixavam ainda mais perfeita.

— Mark, já disse para não me chamar de princesa, somos amigos há 16 anos – Nayeon fala divertida e se joga nos braços do rapaz, o abraçando apertado.

Mark era o tipo de garoto que deixava qualquer mulher aos seus pés, 21 anos, cabelos castanhos bem escuros caindo no rosto, os traços do rosto finos e lábios carnudos que tentaria qualquer uma, e seu jeito amável e educado. Porém para a princesa Nayeon, Mark era o melhor amigo e até mesmo o irmão que a tirou do tédio e a fez companhia durante todos esses anos.

— Desculpa, Nay. Força do hábito – Mark fala sorrindo e aperta a garota em seus braços. Como ele amava aquela princesa, mesmo sabendo que seria algo impossível. Seu coração o trai e sempre dispara ao sentir o toque dela – tem alguém que vai ficar velhinha em alguns dias, 18 anos que idosa.

Nay sorri com a piada do amigo e lhe dá um leve tapa no ombro, soltando o mesmo e voltando a sacada de sua varanda, sendo seguida por Mark que se apoio nos braços e também passou a encarar a paisagem, por mais difícil que fosse olhar para outro lugar que não fosse a garota do seu lado.

O rosto da princesa se ilumina e um sorriso enorme aparece em seus lábios, ela se vira em direção ao amigo e o agarra pelo ombro, assustando o rapaz.

— Mark, você faria uma coisa por mim? É algo que me deixaria muito feliz, seria o melhor presente de aniversário.

— Faria qualquer coisa pra te ver feliz, Nay – Mark responde meio receoso com o pedido dela, mas não poderia negar nada a ela e nem conseguiria.

— eu não agüento mais ver a cidade daqui, Mark. Por favor, me leva até lá, só por um dia – Nayeon fala com um brilho nos olhos, ansiosa pela reposta do amigo.

O Corpo de Mark gela ao ouvir o pedido dela, será que ela tem noção dos riscos, das conseqüências? A rainha mandaria cortar sua cabeça fora por ajudar a princesa a fugir para cidade, mesmo que fosse por um dia. Mas também não poderia lhe negar esse pedido, ela merecia conhecer o mundo lá fora, sair um pouco da prisão que a rainha impôs desde que a garota nasceu.

— Tudo bem, eu levo! Mas você precisa ser discreta e não podemos demorar muito.

— Muuuuuito obrigada, Mark. Eu te amo muito! – novamente Nayeon pula nos braços do mais alto e o abraça com lagrimas nos olhos. Finalmente sairia daquela prisão.

Mark sorrir ao escutar as palavras dela, seu coração o trai novamente e começa a bater acelarado, talvez por um pingo de esperança. Rapidamente o moreno retribui o abraço da menor e a aperta com carinho.

— Eu também te amo, pequena. Você vai adorar a cidade, está tudo enfeitado por causa do seu aniversario.  

— Eles enfeitaram por causa de mim? Mesmo sem me conhecerem?

— Você é a princesa deles e futuramente a rainha, todos tem carinho por você. Agora precisamos te arrumar roupas simples para ninguém desconfiar, vou pedir a Mina. E você precisa ir almoçar com sua mãe, a rainha não pode descobrir essa saída ou eu sou um homem morto.

— nada aconteceria com você, eu nunca permitiria  - Nayeon fala, um pouco assustada com a ideia da rainha fazer algum mal ao garoto, o que ela sabe que sua mãe faria sem hesitar.

—_________________

 O sol quente do meio da tarde queimava a pele dos garotos que corriam feito loucos para salvarem suas vidas. O calor estava insuportável, mas nada os impediam, nem mesmo os obstáculos no meio do caminho. Os moradores estavam assustados com aquela perseguição e corriam para sair do meio dos garotos.

— Corre mais rápido, Jackson. Eles estão quase nos alcançando – Pepi grita meio desesperado, deveria ter pensado duas vezes antes de provocar a fera. O moreno pula por cima de uma barraca que Jackson sem querer derrubou, espalhando as frutas para todo lado.

Pepi e Jackson continuavam correndo do grupo de capangas, jogavam tudo que encontravam pela frente, na intenção de atrasar os homens. Jackson se lembra de um local onde poderiam se esconder e puxa o mais alto para dentro de uma casa abandonada, cheia de panos pendurados pelo teto e teias de aranha por toda parte. O grupo passa direto e os dois respiram aliviados por terem conseguido despistá-los.

Pepi encosta-se a uma parede podre afastado da porta, ofegante pela corrida e Jackson apoia as mãos nos joelhos respirando fundo tentando se acalmar, sentia sua bochecha arder no local onde Lee cortará antes.

— Obrigado, Pepi! Por ter nos tirado de lá, me salvado – Jackson agradece encarando o garoto ofegante em sua frente, não imaginaria nunca que Pepi o defenderia, principalmente pela desconfiança que o garoto tinha dele.

— Obrigado? Eu quero respostas Jackson, quem são aquelas caras? O que aconteceu entre vocês? O que aquele bracelete significa? Já chega de segredos e mistérios, estou cansado disso – Pepi fala com raiva e empurra Jackson contra a parede.

O mais baixo arregala os olhos devido à reação do mais alto e faz um careta ao sentir a dor por causa da colisão com a parede. Pepi tinha o salvado, merecia saber. Mas Jackson não estava pronto para dividir, não faria diferença para Pepi saber de seu passado vergonhoso.

 - Contar o que aconteceu não vai mudar em nada – Jackson fala e suspira, na verdade o moreno não queria que Pepi soubesse do fracasso que ele era.

                Pepi solta um suspiro em frustração pela resposta do menor e tenta controlar sua raiva. Então ele nota que a bochecha de Jackson ainda está sangrando, rapidamente arranca um pedaço de pano da sua própria roupa e se aproxima do chinês, segurando o queixo do mesmo e começa a limpar o sangue de sua bochecha.

Jackson fecha os olhos ao ver Pepi se aproximar, estava esperando levar um soco no rosto, mas não foi isso que aconteceu. O garoto abre os olhos em choque e se depara com o mais alto limpando seu machucado. Ninguém nunca fez aquilo por ele, nesses três anos que esteve sozinho, ninguém havia cuidado dele. Pepi era o mais próximo de amigo que ele podia ter. Alias Pepi, Jae e Jaebum eram pessoas incríveis e Jackson estava com medo de envolvê-los nas confusões que ele arrumou, precisava se afastar para protegê-los.

— Eu vou embora, Pepi. Cumpri o que prometi e trouxe vocês em segurança para cá, agora preciso partir novamente – Jackson fala com um peso no coração, mas estava fazendo a coisa certa. Ele não podia se dá o luxo de ter amigos.

Pepi arregala os olhos ao ouvir as palavras do chinês, não imaginava que ele iria embora, estava se acostumando com a presença de Jackson.

— E pra onde você vai? Vagar pelas florestas novamente? Essa não é a solução para esse problema, ei... – Pepi segura o rosto de Jackson e o faz olhar para si – Você pode lutar contra esses homens, eu posso ajudar você a sair dessa, não está mais sozinho.

— Eu não posso, Pepi. Não posso lutar, tenho medo demais para isso.

— Não precisa ter medo. Acha que eu não tenho medo? Eu quase morri de medo hoje, assim como estava com medo ontem, de deixar minha casa e minha vida confortável para ir atrás de algo que era incerto, mas eu sei que sempre posso contar com o Jae e o Jaebum. E agora você também pode, você tem amigos, Jackson!

— Vocês não vão querer ser meus amigos, acredite – Jackson não pode negar que estava emocionado com as palavras do rapaz em sua frente, a possibilidade de se encaixar numa nova família o deixava muito tentado, mas não podia, porque assim que eles soubessem do que ele era, logo o deixariam.

— E por que não? – Pepi questiona o menor e se afasta, jogando o tecido azul melado de sangue no canto da parede e se senta ao lado de Jackson encarando o mesmo pelo canto do olho, aguardando sua resposta em silêncio.

— Porque eu sou um homem sem honra – Jackson responde de forma simples e encosta a cabeça na parede, sentindo seu peito aperta com a dor do passado. Logo uma lagrima escorre pelo seu rosto e Jackson a limpa rapidamente.

— Você matou alguém por acaso? – Pepi pergunta num tom de brincadeira ao notar que o chinês estava chorando.

                Matar.... Jackson nunca tinha pensado em seu passado com aquela palavra, mas ela se adequava perfeitamente com o que tinha acontecido.

— Sim... Eu matei Jackson Wang três anos atrás.

 


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Notas finais do capítulo

E aii, o que acharam? alguma opinião? críticas? comentem please. Quem escreve sabe o quanto comentários é importante, ajuda muuuuito na hora de escrever e é sempre bom interagir com os leitores.
Fiquei triste que no capítulo passado só teve um comentário, poxa :/

enfim, espero que tenham gostado. Logo logo sai o próximo.