Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 4
Capítulo 4 - Penélope


Notas iniciais do capítulo

Não ia postar hoje, mas, o capítulo está pronto mesmo...kkkkk então...

Ois meninas. estou amando as colaborações de vcs, muito obrigada. Miss, Anninha, Evans, Gabi.

Dean e Penélope estão medindo forças e as vezes aquele que parecer ser mais forte nem sempre sai vencedor... acho q Dean vai padecer um pouquinho... o q acham? BJOOOO



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PENÉLOPE

 

— O que tem feito Penny?

Minha tia perguntou com aquele tom metódico inquisitivo de sempre.

— Estudado bastante. - respondi com um peso na consciência, eu não costumava omitir fatos dela. Mas não contara sobre as aulas para o quarteto do futebol. Pois no momento em que soubesse do acontecimento Victória exigira que eu desse um fim ao trato. E eu ficaria sem os livros... apesar de que, agora, não seria apenas sem isso que ficaria.

— Nada de festas espero...– ela me tirou dos devaneios com as eternas questões das distrações desnecessárias: passeios, festas, encontros, namoros nem se fala. Como se esta última opção fosse realmente viável.

Respondi com a verdade:

— Nada de festas tia.

Ouvi o suspiro satisfeito dela do outro lado da linha.

— Então... você vem para o feriado? Vou mandar o dinheiro para a passagem pela sua conta.

— Ok. Tenho certeza de que estarei liberada com antecipação. Minha notas garantem isso.

— Essa é a minha menina! - ela soltou satisfeita.

— De resto tudo igual? Sua colega de quarto ainda a perturba?

— Menos agora. Ela sai bastante, adora festas... mas quando está no quarto sempre arruma um jeito de me perturbar.

— Vou falar com alguém, tentar uma mudança de dormitório ainda este semestre.

— Acho que não será possível. - eu já havia tentado, ninguém me ouviu. As vezes acho que se você não é uma representante gostosona de fraternidade ou filha de alguém importante, não consegue nada por aqui. Mas jamais falaria isso para minha tia. - É política da universidade fazer alterações apenas no começo do ano escolar. - esta última frase era realidade. Fora assim que acabara como colega de Josy. Trocando de dormitório. O bom nisso tudo é que em breve serei veterana e aí os quartos são individuais. Graças aos céus.

Novo suspiro do outro lado da linha. Só que desta vez irritado. Tratei de desfazer a zanga dela antes que titia arrumasse a mala, para resolver o problema pessoalmente, assim que desligasse o telefone.

— Mas está tudo bem. Sempre que preciso estudar ou fazer um trabalho há a biblioteca, e também a lanchonete. Ou a cafeteria em último caso.

— Esses não lugares propícios para estudar.

— São sim, se você for nos horários certos. - expliquei. - Além do mais, durante a semana uso a biblioteca, lá é ótimo!

Ela custou um pouco a responder e eu até achei que estava se preparando para dizer que viria para me ver. Mas, no fim, deu mais algumas recomendações e se despediu. Afinal, nos veríamos em pouco mais de duas semanas para o feriado.

 

******************

 

As aulas com os garotos estava normal. Com exceção é claro das liberdades irritantes que passaram a ter comigo. Beijos na cabeça. Braços que circulavam meus ombros inesperadamente. Brincadeiras e gozações como se eu tivesse me transformado no quinto elemento daquele grupo.

Algumas horas, não posso negar, até sentia falta deles. Eram os primeiros amigos de verdade que fiz na vida. Na escola era aturada pelos alunos colegas que sempre precisavam de ajuda com trabalhos ou apresentações. Nunca fui na casa de ninguém. E ninguém nunca foi na minha. Também estava longe de ser popular ou atraente. Sem falar na titia com aquela reação negativa a relacionamentos. Me incentivando a evitá-los. E agora... eu estava praticamente em um relacionamento de amizade com o quarteto mais inusitado do planeta.

Se ela soubesse?!

Chega a ser engraçado.

Porém, eu sabia muito bem, era bom não acostumar. Essa camaradagem não duraria muito. O próximo trabalho estava marcado para depois do feriado. E com certeza eles não voltariam a me procurar depois disso. Pois as notas, se estavam baixas, voariam para o máximo, tenho certeza. Se acontecer diferente, juro, deixo de me chamar Penélope...

Era quarta-feira, em silêncio o grupo masculino concluía a tarefa que passei enquanto eu pensava: teríamos apenas mais duas aulas antes do bendito dia de Ações de Graças. E eu estava dando aleluias por poder sair um pouco daquele lugar e seguir para casa. Matar a saudade da minha tia, do meu gato e também dos meus livros. Trouxe alguns comigo, os mais importantes, mas foi apenas um quarto do total. E ainda há muitos guardados na estante de casa que eu gostaria de reler.

De repente Dean, eternamente sentado ao meu lado, ergueu os olhos e me encarou sem realmente me ver. Mesmo assim senti aquele leve estremecimento no peito. Uma sensação gostosa, uma quentura boa que venho sentindo desde nossa conversa sobre a Penélope Charmosa.

Grande, gigantesca estupidez. Me permitir admirar e ser seduzida pela beleza dele. Periga acabar me interessando por esse idiota que nunca vai me olhar como olha para qualquer outra. E eu vou sofrer como já sofri um dia.

Bati com a caneta na mesa, zangada comigo mesma por ter aceitado esta loucura. Ele desviou os olhos, e pareceu sair do transe. Certo que o cérebro dele estava longe, pensando em algo enquanto sua mão erguida esperava pelo comando a fim de continuar a escrever.

— Esta agitada hoje Penélope...

Falou entre sorridente e debochado.

— Engano seu... estou muito calma até.

Ele sorriu abertamente e voltou a observar suas anotações. Fugindo para longe de mim novamente.

Aquilo se estendeu por quase dez minutos. Os minutos finais da nossa aula. Depois, nós conversamos um pouco sobre o assunto. Mais eles falaram do que eu falei. Minhas considerações já não eram necessárias. Claro que eles estavam mais do que prontos para o trabalho.

— Vocês não precisam mais de mim. - falei enquanto saíamos todos da biblioteca – Já conseguem se organizar perfeitamente, formular as ideias e debatê-las sem a minha interferência.

— Isso que não! - Gregory saltou diante de mim, caminhando de costas. - Você vai permanecer com a gente no mínimo até o próximo trabalho... e aí, se tudo for como eu espero que seja, te liberamos.

— Se não for...? - perguntei sabendo que essa hipótese seria improvável.

— Você fica com a gente mais um tempo. - Dean falou passando aquele maldito braço sobre os meus ombros.

Com um movimento me afastei do toque quente e pesado. Ele me olhou firme.

— Calma Penny, não vou agarrar você. - logo reclamou, e o tom parecia mesmo incomodado.

— Vocês tem uma mania chata de ficarem se agarrando e acham que eu gosto de ser agarrada também. - expliquei colocando minha bolsa para a frente, entre nós dois.

Dean me olhava sério.

— Você é a única garota que reclama. - insistiu.

— E você é o único que ainda não percebeu que ela não gosta. - Gregory me ajudou.

Mostrei ao garoto moreno diante de mim, através de um sorriso, que ele nunca sairia vencedor de nossos embates.

Um arremedo de sorriso se estendeu nos lábios dele.

— Aposto que não gosta de beijos também. - provocou.

— Gosto de beijos sim... - isso se contar um único beijo roubado no jogo verdade ou consequência, do qual eu nem participava - mas dispenso os seus.

A risada do trio soou forte pela calçada praticamente vazia e o provocante Dean silenciou. Estávamos chegando a bifurcação que separava os caminhos. Eu ia em frente e estava dando graças aos céus por deixar Dean, seus braços e beijos para trás quando Brendan falou:

— Encontro vocês depois, tenho um negócio importante para fazer agora.

Todos vimos quando ele virou as costas e seguiu para os prédios onde ficam os dormitórios dos veteranos. Mas ninguém perguntou nada. Na minha cabeça estava claro que os garotos sabiam de que se tratava, apenas estavam respeitando Brendan. Ele é tipo o paizão da gangue ninguém o contesta.

— Também tenho que ir... um jogo me espera na fraternidade do pessoal do hóquei. - Alan informou e logo Gregory se prontificou a ir com ele.

Viciados! Pensei vendo o grupo se dissipar. Dean e eu ficamos parados no mesmo lugar. Me voltei para ele, pronta a dar tchau, mas fiquei absolutamente em silêncio diante da imagem, o sol fraco do início da manhã batia contra os cabelos dele dando um tom ainda mais bonito para a pele bronzeada. Ele era lindo de tirar o fôlego. Meu coração acelerou. Ele me olhou. Estreitou os olhos.

— O que foi? - perguntou em tom maroto.

— O quê? - repeti.

— Você está me olhando...

— Não posso olhar pra você? - perguntei remexendo na alça da bolsa tentando disfarçar.

— Estou no mundo para ser admirado. - Dean disse abrindo os braços e eu fingi ânsia de vômito.

— Você adora desfazer de mim.

Não havia reclamação naquela voz.

— Você é chato e presunçoso. - rebati.

— Além de lindo e gostoso. - um erguer de sobrancelhas bobo - Vai Penny, admite que você gostaria de...

— Não gostaria de nada. - emendei o mais rápido que pude antes que mais besteiras escapassem daqueles lábios.

Ele passou o braço pelos meus ombros novamente falando:

— As garotas adoram quando eu faço isso.

— Só que eu não sou como as “outras” garotas.

— Não é mesmo! - ele tirou o braço sozinho, antes que eu tivesse a oportunidade de me afastar – Acho até que você nunca foi beijada.

De novo o assunto do beijo.

— Por quê? - aquele comentário realmente me incomodava. Não posso negar. Mesmo que fosse praticamente verdade, eu não estava gostando de Dean matar a charada tão facilmente.

— Do jeito que você é arredia!? Duvido que algum cara tenha chegado em você. - e me olhou de alto a baixo. Como se me examinasse. Foi como se eu estivesse nua. Minhas bochechas coraram. Meu coração disparou. E eu o detestei por isso.

Coloquei as mãos na cintura e falei:

— Pois eu já fui beijada sim! - rebati mesmo sabendo que era uma meia verdade. Mas, não poderia deixá-lo ganhar aquela.

Dean me olhou com o canto do olho. Nem precisou falar. Eu já sabia que ele não acreditava em mim.

— Jacob Sander. No oitavo ano. - falei séria com as mãos na cintura em tom de desafio.

— Ih! Nem era ensino médio. - ele tinha que achar um comentário que desmerecesse o meu para fazer.

— E daí? - perguntei como se isso não tivesse importância.

— Alguém mais? - ele perguntou parando bem na minha frente. Estava tão irritada que nem percebi que estávamos a poucos centímetros um do outro.

— Não... - falei baixo desviando o olhar. No segundo seguinte mãos grandes e ásperas seguraram meu rosto erguendo-o, lábios quentes, macios, e sedosos tocaram os meus. O choque foi tão grande que quase caí para trás. Dean desceu as mãos para os braços e aprofundou o beijo. De repente eu não estava mais na calçada, meu corpo se deslocou do chão, meu cérebro foi parar na estratosfera. O coração saltou. As pernas bambearam. O sangue ferveu. Mas não de raiva. De uma emoção qualquer, dolorida e desconhecida que se fixava entre as coxas e subia em direção ao peito.

Ele me largou. Abri os olhos e encarei o rosto bonito com aquele sorriso vitorioso estampado nos lábios. Nem pensei, o estalo da minha mão na bochecha dele ecoando pela rua vazia, e a marca dos dedos ficando vermelhas na face bronzeada era a última coisa que eu lembrava de ter visto antes de sair correndo em direção ao meu dormitório.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo dele.
Está quase pronto, mas ainda preciso acomodar algumas coisas, então, acho q domingo ele está por aqui, pois tbm preciso arrumar A Bela e a Fera.

BJOOOOOOOOOOOOOOOOO a todas q estão aqui, lendo e acompanhando esses dois.