Tudo por você escrita por Lilissantana1


Capítulo 17
Capítulo 17 - Dean e Penélope


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas. Espero que esteja bom.
Um obrigada super especial para as meninas que deixaram seu review no último capítulo, Carina, Miss, Miss A, Anna, rosas, Gih. E a Anna que me ofertou com uma maravilhosa recomendação. Este capítulo é pra vc! Obrigada, vc fez uma escritora amadora muiiiiiiiiiiiiiiiiito feliz. BJO em todas



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742830/chapter/17

 

DEAN

 

Nos últimos dias, nossa fraternidade passou a ser frequentada com mais assiduidade pelo sexo feminino. Não que a gente não trouxessem garotas de vez em quando, mas eram sempre diferentes, um rosto e corpo novo a cada dia. E agora, tínhamos namoradas fixas, a Lissa. E pseudo namoradas, a Josy transitando direto por todos os ambientes.

Não sei se gosto dessa novidade.

Lissa é legal, algumas vezes cozinha pra nós quatro. Josy é divertida e agora tem passado muito tempo jogando com o Alan o que quer dizer que acabou ingressando no grupo de vez. Só que algumas vezes me incomodo com certas coisas. Tipo você está se trocando e alguém simplesmente entra no seu quarto sem bater. Nem preciso dizer quem é a campeã nesse quesito. Josy. Outras vezes quero ficar quieto no meu canto e Brendan aparece para saber se está tudo bem. Eu sei quem manda. É a Lissa. Se ele é paizão, ela é mãezona.

Como se isso não bastasse, ainda tem a insistência irritante do meu pai para que eu vá pra casa dele no Natal. Não estou nem um pouco a fim disso. A cada dia a situação se torna mais e mais chata porque não consigo descobrir um único motivo para não ir. E ele tem conhecimento desse fato, por isso continua insistindo.

Mas, de tudo, o que mais me incomoda é o fato de Penélope agora me tratar com uma cortesia irritante. A mudança de comportamento está simplesmente me azucrinando mais do que quando me ignorava ou me olhava zangada.

Mesmo assim, depois da festa nós nos falamos pouco. Ela tem passado muito tempo com o tal amigo. Que agora eu sei o nome, Róger. Josy foi muito clara em confirmar que ela está saindo direto com ele. E mesmo que a colega dela não tivesse falado, já os vi juntos por diversas vezes. Nunca presenciei um beijo, mas com certeza que eles acontecem porque ninguém passa tanto tempo assim apenas se “conhecendo”.

Faltava apenas uma semana para o feriadão de Natal e Ano Novo quando Alan resolveu reunir o pessoal para a festa na fraternidade dos jogadores de hóquei. Não vou muito com a cara deles. Geralmente são agressivos e autoritários, mas como não tinha mais nada para fazer resolvi aceitar o convite. O que acabou se mostrando uma péssima decisão. Mal ficamos lá por uma hora. O clima era péssimo. Eles nos olhavam atravessado e a mulherada que corre atrás deles simplesmente nos ignora. Então. Saímos do prédio bem antes do previsto, sem opções de o que fazer em uma sexta-feira a noite.

Das alternativas que lentamente surgiram enquanto estávamos parados no frio da calçada, uma delas foi logo aceita. Seguir para a lanchonete mais próxima do campus. A fome era grande. O ambiente era legal. E geralmente havia muitas garotas por lá. Mesmo que dois membros do nosso grupo estivessem acompanhados, Greg e eu ainda mantemos a solteirice.

Só que, se uma situação está ruim, você pode ter certeza de que há grandes possibilidades de ficar pior. Quem estava lá? Penny e seu amigo. Sentados numa mesa do canto, no mesmo banco, conversando muito próximos. Assim que os viu, Josy teve a péssima ideia de sugerir nos juntarmos aos dois. Pensei em recusar a opção, mas sabia que seria voto vencido, além de atrair a atenção para o motivo dessa recusa. Um motivo que nem mesmo eu gostaria de admitir que existia. Estou a fim dessa garota esquisita. Não sou estúpido a ponto de fingir que não notei um fato tão claro. Ela me atrai, mas acima de tudo eu gosto dela. Do jeito dela, do sorriso dela. De tudo que seja relacionado com ela.

Porém mantive a descoberta em sigilo, ninguém além de mim sabe disso. E cá estamos, Greg e eu guardando segredos dos nossos amigos. Um belo tapa na cara isso, pois cheguei a condená-lo por não admitir que gosta das gordinhas.

Estava distraído conjecturando como agir, quando o pessoal tomou a direção da dupla. Fui obrigado a me aproximar também, a bancar o cortês, a aceitar as apresentações como se a situação não me perturbasse. E olha que me perturbava.

Penny me olhou com aquele jeito amigável e indiferente que tem usado nos últimos dias. O cara também me encarou. Estava me reconhecendo. Assim como eu o reconheceria em qualquer lugar. Nos cumprimentamos de longe, sem grande entusiamo, percebendo que ali não havia lugar para todos nós.

Então, como que caído do inferno, Alan, se portando como o sem noção de sempre, fez a bendita sugestão:

— O que acham de mudar de lugar? Assim podemos ficar todos juntos.

Greg, que como eu estava sozinho, foi logo achando a ideia muito boa. Encarei todos, ia mesmo ser voto sem valor. Melhor aceitar de primeira, não dar margem para desconfianças e torcer para que Penny e o cara recusassem.

Porém, eles aceitaram e nós tratados de encontrar um lugar para nos acomodar juntos. Fiquei quase de frente para o casalzinho. Notei quando Róger, ao sentar, passou o braço sobre o encosto da cadeira de Peeny num claro indicativo de intimidade. Depois a mão tocou o ombro dela num movimento ainda mais intimo.

Ali estava a prova de que eles estavam mesmo ficando. Me ergui da cadeira. Precisava de ar puro.

— Onde você vai Dean? - Alan perguntou me encarando.

— Atender uma ligação... - falei erguendo o telefone, mentindo descaradamente. Minha sorte foi que o negócio estava no silencioso. Ou o engodo não se completaria. Porém, antes de que tivesse atingido a porta de vidro, senti mesmo o maldito celular vibrar, encarei o visor, era o meu pai. Puxei o ar com força. Hora imprópria para ligar. Meu humor não estava dos melhores.

— Oi pai... - falei quando atingi o lado de fora.

— Dean! Finalmente... - merda, eu não gostava de fazer isso com ele - Está complicado falar com você. - reclamou imediatamente me fazendo sentir ainda mais culpado.

— Ando ocupado. - justifiquei sem justificar realmente - Muitas coisas para fazer. - menti, estava praticamente tudo pronto para o feriado.

— E então? Chega quando?

Bati com a ponta do pé na parede. Querendo escapar daquela conversa.

— Pai... - falei baixo desejando ter algo seguro para lhe dizer.

Ele insistiu:

— Estou a sua espera. Sua última visita tem mais de seis meses.

— Sim, eu sei. - passei as mãos pelos cabelos, zangado comigo mesmo por agir dessa forma com ele.

— E aí? Pego você no aeroporto quando?

— Para o Ano Novo. - falei sério.

Que merda! Se iria, seria por um ou dois dias no máximo. Nada mais do que isso.

— Você não vai passar o Ano Novo com a sua mãe? - ele questionou de imediato.

— Mudança de planos... - menti e investi pesado na mentira – Michelle vai fazer uma apresentação especial de Natal e me implorou para ir ver. - ele sabe que eu largo tudo por ela.

Ele suspirou do outro lado e eu me senti pesado de culpa. Mas quando falou parecia em tom de brincadeira. Andrew não leva nada a sério nunca.

— Vou falar com a Samantha e arrumar um irmãozinho pra você. Vai ser mais fácil trazê-lo para cá.

Fingi que estava rindo da brincadeira. Ele jamais teria outro filho. Mesmo que me amasse e fosse o pai tipo amigão companheiro de festa e bagunça. Que gosta de tudo que você gosta. Que se veste como você se veste. Eu era fruto do deslize de dois jovens. No momento em que Andrew achou que estava cansado de brincar de marido e pai, Diana assumiu tudo. Já com Samantha, seria o contrário da minha mãe. Aquela garota, quase da minha idade, bronzeada e sarada não era exatamente do tipo materno. Será que ele não percebe isso?

Sem falar no fato de que o namoro deles mal tinha um ano. Quanto tempo mais ainda ficariam juntos? Para os padrões de Andrew talvez um ou dois anos. Se fosse tudo muito bem, uns quatro. Depois disso, ele cansa e acabou-se. E aí? O que faria com a criança? Mandaria para a Diana criar como ela fez comigo? Sim, porque a Samantha jamais faria tal coisa. E ele, apesar de cobrar minhas visitas, não seria capaz de aturar um filho vinte e quatro horas por dia. Trezentos e sessenta e cinco dias por ano.

— Ok Andrew... faz isso! - concordei - E não precisa me pegar no aeroporto. – era capaz de ficar surfando e mandar a Samantha - Dou um jeito de chegar aí. - não passaria praticamente uma hora dentro do mesmo carro sozinho com aquela garota desmiolada.

— Tem certeza? - ele ainda insistiu, agora com menos ênfase, eu já dissera que iria.

— Sim, tenho. Tá tranquilo. Até lá... te amo...

— Te amo! - ele rebateu lá do outro lado. E eu sei que ele me ama. Do jeito dele, mas ama.

As luzes de um carro que estacionava quase na minha frente praticamente me cegou. Dele desceram algumas garotas. Uma delas eu conhecia, já tinha ficado com ela numa festa. Assim que me viu a dita cuja sorriu, se aproximou e enquanto soltava beijinhos estalados na minha bochecha falou:

— Tudo bem Dean? Não tenho te visto nas festas ultimamente.

Ela lembrava o meu nome? Já eu não lembrava o dela. Azar.

— Ocupado. - falei sério colocando o celular no bolso depois que Andrew se despediu.

Duas garotas pararam ao nosso lado, me olhando daquele jeito que já conheço bem.

— Estas são minhas amigas. Lorayne e Debra...

A motorista sem nome apresentou.

— Oi garotas. - respondi antes de receber os mesmos beijinhos da dupla.

— Tá sozinho? - elas perguntaram ainda me olhando daquele jeito e falando miado.

— Estou com alguns amigos. - respondi apontando para o lado de dentro.

Elas observaram o lugar para onde apontei.

— Que pena! - Debra ou Lorayne miou perto do meu rosto. - Nós estamos indo para a festa da turma do hóquei.

Não tinha nada a dizer quanto a isso. Apenas fingi um movimento em concordância.

— Quer vir com a gente? - a garota sem nome perguntou.

Por mais que eu quisesse fugir dali, não, a resposta era não.

— Não vai dar...

— Ah! - Debra ou Lorayne tocou no meu ombro se recostando no meu corpo.

Dei um passo para o lado. Me afastando.

— Hoje não será possível. - fui muito direto - Mas a gente se vê por aí garotas.

Beijei o grupo todo e saí de fininho. Mesmo contrariado, voltaria para o meu lugar, quase de frente para Penélope e seu provável namorado. Testar meus limites ao aturar a imagem de alguém que eu estava a fim ficando com outra pessoa.

 

******************

 

Dean sentou no mesmo lugar. Vi uma breve expressão de irritação no rosto dele. E essa expressão agora era quase constante. Não sei a que se refere, o que o incomoda, porém, ele age com a mesma naturalidade de sempre. Brincando e rindo. Debochando e ironizando tudo. Não deve ser nada sério.

De repente senti a mão de Róger no meu ombro. Desviando meus pensamentos do jogador sentado quase diante de mim. Ele estava sendo gentil em me apoiar.

Engraçada a vida. Quando você gosta de alguém, você simplesmente gosta e nada há que fazer em contrário. Não há como fugir disso por mais que tente. E nós tentamos... como tentamos! Através de conversas, muitos passeios e um derradeiro beijo. Um beijo que poderia ser o começo de uma relação legal, e que acabou se transformando no ponto final dessa mesma hipotética e utópica relação. Descobrimos que apesar de termos tudo a ver. Apesar de nos darmos bem. Das nossas semelhanças e compatibilidades, ele ainda gosta de Anabelle e eu... eu estou apaixonada por Dean.

Foi dolorido admitir que estava novamente numa situação sem futuro tal qual foi com Taylor anos atrás. Pois assim como minha paixonite de escola, Dean jamais olharia para mim com outros olhos que não fosse de amizade. E me enganar acreditando que um dia isso possa mudar não faz meu feitio. Na época de Taylor, era diferente eu era uma boboca ingênua, mas não posso continuar a ser agora. Não tenho mais catorze anos para manter um amor platônico por um cara que nunca vai gostar de mim.

Dean está sempre rodeado de mulheres. Mulheres iguais aquelas que desceram do carro há poucos minutos e que o cercaram na entrada. Até achei que ele não voltaria para a mesa conosco. Afinal era mulher demais para dispensar.

Entretanto ali estava ele. Na minha frente, com ar de poucos amigos e sem falar muito. Vi o jogador pegar o telefone novamente, os olhos se apertaram um pouco. Meu peito se corroeu de curiosidade. Dei uma espiada em volta, ninguém mais parecia ter percebido o movimento ou o jeito dele. Nem mesmo os amigos.

Róger, alguns minutos após, também recebeu uma ligação. Quando conferiu quem era, pediu licença e se afastou. Pouco depois Greg sentou ao meu lado. Parecia curioso. Me olhou com aquele jeito, de lado, sorrindo malandro.

— E aí Penny...

— E aí? - rebati devolvendo o sorriso brincalhão.

Ele me encarou de lado.

— O que foi? - perguntei tentando não me perturbar com a sensação de que Dean me olhava.

O jogador cruzou os braços sobre o peito. Fingindo se sentir ofendido. Acho que já conheço os trejeitos de cada um.

— Nem pra contar pra gente que estava namorando...

Um arrepio deslizou pela minha pele.

— Mas não estou namorando. - falei a verdade.

— Como não? - ele retrucou mais alto - E esse cara aí? Não é o tal com quem você vive saindo?

Arregalei os olhos e encarei o rosto divertido. Foi um segundo apenas sem compreender, mas logo percebi como ele podia saber o que acontecera. Josy contara. Ela sabia que eu estava saindo com alguém.

— Sim. - confirmei - Mas ele é apenas meu amigo.

A risada de Greg soou debochada.

— Conta outra Penélope.

Bateu com a mão na mesa e eu olhei em volta. Parecia que todos me olhavam a espera de uma resposta. Mesmo que eu quisesse dizer que sim, seria uma mentira.

— É verdade Greg... você não acredita em mim?

Ele ladeou o rosto. Apertou a testa. Ainda não acreditava.

— Se você não acredita, pergunte ao Róger... - falei por fim.

Vimos Róger se aproximar da mesa. Greg se ergueu do lugar e voltou para o dele. Meu amigo não chegou a sentar. Em pé ao meu lado falou que recebeu uma ligação importante e que precisava ir embora. Me olhou, eu soube o que era. Anabelle e ele estavam se falando com mais frequência novamente. Será que ela resolvera aceitar o convite dele para passarem o Natal juntos? Ele sorriu de uma forma clara. Devolvi o gesto. Fiquei em pé para poder conversar melhor.

— Tudo certo?

O modo como me olhava já confirmava, mesmo assim ele disse:

— Sim. Tudo certo. Nos vemos amanhã? Ou você me liga... pode ser?

— Claro! - confirmei.

Ele beijou meu rosto carinhosamente.

— Boa sorte. - cochichei no ouvido dele.

— Desculpa deixar você aí.

Tratei de tranquilizá-lo.

— Tá tudo bem. Tem muita gente aqui.

Segundos depois Róger se foi. E eu voltei a sentar. Desta vez com um espaço vazio ao lado. Lá do canto dele Greg me olhou desconfiado. Quase imediatamente vi Dean se erguer e vir para o meu lado. Meu coração disparou. Ele se aproximou do meu lugar como nunca esperei que acontecesse naquela noite.

— Posso sentar aqui Penny? - perguntou antes de puxar a cadeira.

— Claro Dean... - estava agindo com ele como fazia com os outros. Ou ao menos tentando. Seguindo o conselho de Róger e me comportando como se não me importasse com nada que viesse dele.

— Pronta para o feriado? - ele perguntou de repente com ar tranquilo. Ainda bem que não viera para fazer as mesmas perguntas que Greg fizera.

— Sim. Pronta. E você?

Ele suspirou.

— Me preparando.

Tentei sorrir e agir normalmente. Nós temos conversado amenidades ultimamente, mas sempre parece que há um clima pesado entre nós. Talvez resquício dos acontecimentos anteriores ou então, do que eu sei que sinto por ele.

— Como assim preparando? - questionei esquecendo que havia um grupo de pessoas a nossa volta - Greg comentou que vocês estão super bem de notas... é algum problema com o futebol?

Ele negou com a cabeça.

— Nada demais. Apenas me organizando para tentar agradar meus pais passando um período com cada um. - ele falou por fim, remexendo no paliteiro.

— Seus pais são separados? - tentei não parecer intrometida. Ele nunca falava na família exceto na irmã caçula que adora a Penélope Charmosa.

— Sim. E não moram perto. Mas nesses períodos os dois exigem minha presença.

— Deve ser bom e ao mesmo tempo complicado tentar agradar aos pais. - falei tentando não parecer autopiedosa.

Ele me encarou.

— Não quis bancar o reclamão ingrato... especialmente com você... - falou parecendo sincero.

— Eu sei. Nem eu quis parecer alguém que fica choramingando a ausência dos pais. Victória foi tudo o que uma criança poderia querer na vida.

— Você e sua tia se dão bem?

Ele lembrava?

— Sim. Somos bem amigas. Você não se dá bem com seus pais?

— Tudo tranquilo entre eles e eu. Diana é mais normal, do tipo mãe que cuida, coloca limites, ajuda nas tarefas e trata dos machucados. Já o Andrew é mais amigão, ele não tem perfil de pai. Mas é bem companheiro.

Sorri. Pareciam legais. Não faço nem ideia de como os meus seriam. Mas de uma coisa tenho certeza, não seriam como Victória.

— Acho que você deve se parecer com seu pai. - comentei sem querer.

Dean se virou parcialmente para mim e nossas pernas se chocaram sob a mesa. Automaticamente me afastei. Ele pareceu notar o movimento e se afastou também.

— De temperamento quero dizer... - emendei insegura de como continuar a agir com naturalidade.

— Em alguns aspectos sim, - ele ladeou o rosto – em outros somos opostos.

Gostaria de perguntar sobre as semelhanças ou diferenças, mas acabei tomando um novo rumo.

— E sua irmã? Quantos anos tem?

Uma onda de alegria cruzou pelo rosto dele.

— Michelle tem cinco anos... - ele abriu mais o sorriso e se aproximou levemente inclinando o corpo para a frente - ela perguntou por você no feriado de Ações de Graças. Achou que iria comigo.

— Eu? - questionei espalmando a mão sobre o peito. - Por quê?

— Porque eu contei a ela que conheci a Penélope Charmosa...

— Sim, você me disse...

Comentei lembrando da nossa conversa no parque.

— Pois é isso... ela estava certa de que você iria para casa comigo no feriado. Coisas de Michelle. - ele sorriu de uma maneira leve ao falar da irmã, era claro que a amava – Ela formula teorias naquela cabecinha e acredita nelas... minha mãe diz que é coisa da idade.

Neguei.

— Não é não... eu ainda faço isso e não sou mais criança.

Ele sorriu e me olhou detidamente.

— Que tipo de teorias você formula Penélope?

— Todo tipo. - falei encabulada com o suposto interesse dele.

— Que teorias você formulou sobre mim por exemplo?

Droga!

— Sobre você? - bati com a mão na mesa esperando que alguém me salvasse daquela saia justa e sem saída.

— É. Sobre mim. - Dean insistiu.

— Acho que não formulei teoria, já tinha ouvido falar de todos vocês. Então, talvez eu tenha acreditado nas coisas que me contaram e não foi necessário formular alguma teoria.

Ele me olhou com um que decepcionado.

— Com certeza você ouviu coisas boas.

Fingi uma careta, ele sorriu antes de dizer:

— Quer dizer que você acreditou em tudo que ouviu. Nos pré julgou e condenou? Isso não é justo!

Fez um movimento com os lábios e sua perna roçou a minha novamente. Desta vez não me afastei. Dean também não se moveu.

— Não condenei ninguém... - falei baixo. Havia um milhão de agulhas pinicando meu corpo. - Só pensei a verdade. Aquilo que vocês são...

— E o que nós somos? - ele insistiu.

— Jogadores de futebol.

— E o que mais.

— Falantes, descolados, divertidos...

— Sério que você pensa isso de nós?

Ele perguntou e senti uma mão no encosto da cadeira bater no meu ombro de leve.

— Engraçado... - rebati - Você fica ai perguntando o que eu pensei sobre vocês... e o que vocês pensaram de mim? Garanto que me acharam esquisita. - falei séria.

— Culpado! - ele falou erguendo a mão que estava sobre a mesa me surpreendendo.

Sorri. Aquela confissão milagrosamente não me irritou. Estava acontecendo algo ali. Algo estranhamente diferente. Algo que eu nunca vivi. Mas que fazia meus sentidos aflorarem e se amplificarem.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será q desta vez vai?
Espero q sim kkkkkkkkkkkkkk
nos vemos no próximo capítulo amadas!!!!