She's Such An Actress escrita por Cherry Pitch


Capítulo 9
Entre Melhoras e Sessões de Terapia


Notas iniciais do capítulo

Não lembro se revisei esse capítulo, mas eu tô ansiosa pra postar, então, caso eu não tenha revisado, faço isso depois. Espero que gostem! :)



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Alice, Marlene e Dorcas já tinham saído há algum tempo, e Frank estava arrumando o apartamento, enquanto conversava com Lily. A conversa era rasa e boba, Lily falando sobre as besteiras que ela e as meninas falaram durante a tarde, comentando sobre o filme que assistiram, e as músicas que ouviram e dançaram. Era boba, mas era boa; o tipo de conversa que se tem com seu melhor amigo. Mas Frank não correspondia tanto assim. Claro, ele adorava conversar com Lily, mas o que Alice dissera martelava em sua cabeça. Até que Lily percebeu que o amigo não estava atento ao que falava.

— Frank? — Lily chama a atenção dele. — Você parece estar em outro planeta. Aconteceu alguma coisa?

Lily se ajeita na cadeira, enquanto Frank continua calado. O Longbottom estava agitado: seu olhar não parava em um lugar só e suas mãos brincavam uma com a outra, com a roupa, batucavam na bancada…

— Frank, você sabe que você pode me contar o que quiser, não sabe? Sabe que pode confiar em mim. — Lily estava séria e com o olhar fixo em Frank.

— Eu… Alice me contou. — ele diz. — Sobre… Hum…

— Os cortes. — Lily diz, após assentir e engolir em seco.

— Sim. — responde Frank, e, daquela vez ele olhava para Lily; o olhar dela estava inseguro, e isso deixou o Longbottom um tanto pior: será que ela achava que não poderia confiar nele para isso? — Eu… eu posso ver?

Lily assente com a cabeça e estende ambos braços, deixando-os ao alcance de Frank, que, cautelosamente, ergue as mangas compridas da camisa. Os olhos do Longbottom imediatamente se enchem de dor ao ver com os próprios olhos. Não que duvidasse da sinceridade de Alice, é claro, mas… era chocante, de alguma forma. Os riscos avermelhados no braço de sua melhor amiga, a imagem que não conseguiria tirar de sua cabeça: as mãos pálidas dela segurando uma faca com força e passando por ali, o sangue saindo. Aquela imagem era uma que ele não conseguiria tirar, juntamente à de Severus estuprando-a.

Severus. Aquele desgraçado. Naquele momento, Frank apenas queria fazer com que ele sentisse toda a dor que Lily sentiu, e que ele próprio também. Toda a desestabilidade emocional de Lily, tudo aquilo, tudo era por causa daquele filho da puta. Os punhos de Frank se fecham com força, mas ele os solta rapidamente. Não era o momento para raiva. Lily precisava dele. Frank respira fundo e, juntando todo o autocontrole que ainda possuía, a puxa para um abraço.

— Lily, eu… — uma lágrima escorre dos olhos de Frank, e ele sabia que outras viriam logo depois. — Por que você não me contou? Eu poderia…

Frank sente a respiração de Lily acelerar. Os dois se separam do abraço, e os lábios de Lily tremiam.

— Não é fácil, Frankie. — Lily diz, e deixa a sombra de um sorriso transparecer, por ter usado o apelido de Frank. — Não é fácil falar, não é fácil pedir ajuda. Eu… eu não conseguia, Frankie. Ontem eu… eu mostraria pra você, mas teve que ser para Alice, porque… — Lily respira fundo. — Porque se eu deixasse para pedir ajuda a alguém depois, eu não teria coragem.

— Ok, está tudo bem, Lils. — Frank responde e volta a abraçar a melhor amiga. — Está tudo bem. 

[...]

— Você tem certeza, Frank? — pergunta Lily, incerta. O Longbottom já tinha comentado sobre ela fazer terapia anteriormente, e, naquela hora, ele tinha retornado àquele assunto; tinha encontrado uma psicóloga muito conceituada, cujo consultório era perto dali, no centro, e, aparentemente, era indicada por outros artistas que indicavam e se consultavam com a mesma.

— Tenho, Lily. É uma chance de você conseguir aguentar… isso tudo. É uma chance de acabar. É uma chance, e, se eu fosse você, seguraria nela com todas as forças que eu conseguisse. — Frank para de falar por alguns segundos, enquanto encara Lily. — Pouca coisa pode ser pior do que apodrecer aos poucos.

Lily pisca repetidas vezes, como se tentasse controlar as lágrimas. Era verdade. Pouca coisa era pior do que o que ela estava passando naquele momento. E, se havia uma chance de melhorar… se havia uma chance daquilo tudo acabar…

— Tudo bem. — Lily responde, finalmente. — Eu… eu vou me consultar com a…

— Mary. — Frank responde, ao perceber que Lily esperava que ele o fizesse. — O nome dela é Mary MacDonald.

Lily assente com a cabeça.

— Eu vou fazer isso. — Lily respira fundo com os olhos fechados, e algumas lágrimas escapam dos seus olhos. Mas um sorriso se forma, acompanhando o ato anterior. — Eu vou fazer isso. Isso tudo vai acabar, Frank!

Lily abraça o melhor amigo, se sentindo esperançosa. Por mais simples que fosse o ato de escolher fazer terapia, era… libertador. Lily nem mesmo tinha visto ou falado com a tal de Mary, mas saber que havia alguém no mundo que poderia ajudá-la, que poderia mostrar a ela as ferramentas que poderia usar para sair daquela situação… só isso já era o suficiente para que Lily se sentisse melhor, pelo menos um pouco, pelo menos de alguma forma.

[...]

Lily estava na primeira sessão de terapia, e Frank estava consideravelmente nervoso. Ele a tinha acompanhado até o consultório, e até mesmo cumprimentado Mary, a terapeuta, mas, como era necessário, teve que se separar da melhor amiga quando esta entrou na sala. Frank saiu do consultório e se sentou num bar ali por perto, e até mesmo ligou para Alice querendo conversar com a namorada para que se distraísse.

Ainda assim, aqueles foram alguns dos cinquenta minutos mais longos de sua vida. Aquilo era necessário para Lily, e ele sabia que Mary provavelmente não faria nada de ruim para com a sua melhor amiga, mas saber que ela estava em um momento tão… sensível assim fazia com que ele se remoesse de preocupação.

Frank confere o horário em seu relógio pela quinquagésima vez desde que deixou Lily no consultório e, ao perceber que faltavam, exatamente, sete minutos para o fim da sessão, se levanta imediatamente do bar e caminha até o prédio onde ficava o consultório de Mary, e chega lá um ou dois minutos após o horário que tinha sido estipulado para o final da sessão. Ele toca a campainha e a porta logo se abre, mostrando que Mary provavelmente já estava perto da porta.

— Hum… bom dia, Mary, a Lily está aí, certo? — Frank diz, um tanto perdido, já que nunca tinha acompanhado ninguém numa sessão de terapia (e também nunca havia sido cliente também).

— Sim, ela está no banheiro. Quer entrar para esperar? Ela já deve estar acabando.

Frank assente com a cabeça e se senta no pequeno divã que havia na sala de espera do consultório. Lily demorou alguns minutos para sair do banheiro, e todos esse tempo Frank gastou batucando os dedos em seu joelho.

— Frank, você já chegou! Eu não demorei muito aqui, certo?

Frank cogita dizer que, para ele, tinham passado milênios, mas achou melhor não fazê-lo.

— Nah. — Frank responde, simplesmente, após um meneio de cabeça em negação.

— Vamos? — Lily pergunta, e Frank assente com a cabeça. — Tchau, Mary. Nos vemos semana que vem, certo?

— Isso. Até!

Frank e Lily saem do consultório de Mary e caminham pelo corredor do prédio em direção ao elevador.

— Como foi a sessão? — Frank pergunta.

— Foi boa! — Lily responde, sorrindo levemente para o amigo. — Eu estou me sentindo melhor. Eu ainda não estou bem… — ela completa, respirando fundo. — Bem, não. Mas melhor do que antes. Acho que isso é bom… não é?

— Claro. — responde Frank, abraçando Lily. — Isso é muito bom, Lils.

[...]

Lily já tinha passado por algumas sessões de terapia. Desde a primeira semana, também já tinha apresentado algumas melhoras — leves, até porque esse era um processo lento, ainda mais tamanho trauma ela teve que enfrentar.

Apesar disso, os avanços de Lily eram perceptíveis: ela já almoçava fora de casa, mesmo que ainda não conseguisse fazê-lo sem Frank ao seu lado, e, de vez em quando, até mesmo visitava alguma livraria no centro. Ainda havia o medo de encontrar com Snape, é claro, isso provavelmente demoraria a passar, mas, naquele momento, Lily já conseguia se esquecer disso por alguns minutos. Se esquecer da situação. E, mesmo que alguns minutos fosse pouco, era obviamente melhor do que pensar nisso todo o tempo.

— Lily, o que você acha de dar uma saída com as meninas? — Frank pergunta. — Alice e as outras duas amigas, Marlene e Dorcas, não é isso? — Lily assente com a cabeça em concordância. — Eu tenho que conversar com os produtores do filme sobre quando você vai voltar a filmar. Parece que as cenas que você não aparece já foram quase todas filmadas, e eu acho que você já consegue ir até lá… mas acho que não… não com…

— Com James lá numa reunião. — Lily interrompe. — É isso, não é? Não precisa ficar nervoso quando fala o nome dele, Frank. E é claro que eu posso sair com as meninas! Eu prefiro ficar em casa, honestamente, mas eu posso sair também. Deve ser legal, e eu nunca… bem, fiz isso com elas.

Frank concorda com a cabeça, e um sorriso logo surge em seu rosto.

— Fico feliz que você esteja se dando bem com Alice. — ele diz, e Lily sorri também, acompanhando-o.

— Eu estou. Vocês dois são adoráveis juntos.

— Obrigado. — Frank responde, com as feições vermelhas.

— A propósito, preciso ter aquela conversa com Alice. Aquela conversa sobre: se ela quebrar o seu coração, eu ir atrás dela com um assassino de aluguel, e depois vender os órgãos dela no mercado negro.

— Lily! — Frank exclama, mas, ao mesmo tempo, gargalhava. — Eu pensei que você gostasse da Alice!

— E eu gosto! Por isso mesmo que eu vou fazer a gentileza de avisar o que eu vou fazer se ela te magoar!

— Bom, eu não quero os órgãos da Alice no mercado negro. — Frank ri após dizer isso, ao perceber o quão irreal e bizarra aquela frase tinha ficado. — Esquece isso! — ele diz, ainda rindo. — Eu vou me arrumar para ir à reunião, e você se arruma depois de mim, certo?

Lily concorda, assentindo com a cabeça.

— Tudo bem, eu esqueço! — Lily ergue as mãos, como se estivesse se dando por vencida. — Mas é bom que ela não te machuque!

Frank ri, e observa a amiga andar, confiante e sorridente pelas ruas, e aquela imagem faz dele o homem mais sortudo do mundo: sua melhor amiga finalmente estava melhorando, e agora se sentia confiante o suficiente para andar na rua. Além disso, ainda tinha uma namorada maravilhosa que também estava ajudando ele e Lily a saírem dos dias ruins.

É. Para Frank, era inegável que ele era o homem mais sortudo do mundo naquele momento. 


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? ♥



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