She's Such An Actress escrita por Cherry Pitch


Capítulo 7
Entre Lágrimas e Recaídas


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!! Eu fiz uma playlist da fanfic no Spotify! Confiram lá: https://open.spotify.com/user/cherrypitch/playlist/2dcU1wXFFiWzm32YrSpIMW?si=a8DU82W4

Espero que gostem do capítulo e da playlist. :)



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— Olá, Lily. — Severus diz, e ergue uma sobrancelha logo depois, mas permanece sorrindo. — E James Potter.

Lily está paralisada. Não conseguia dizer nada, nem fazer nada além de balançar a cabeça em negação. Aquilo não podia estar acontecendo. Severus a encarava, como se esperasse uma resposta. Uma resposta que ela não conseguiria dar.

Lily começa a correr. Alguma força tinha surgido de dentro dela, mas aquela força não seria usada contra Severus. Ela sabia que não era capaz de tanto, que não conseguiria — e nem queria — enfrentá-lo sozinha. No fundo, Lily só queria que ele a deixasse em paz. Só queria perder o medo. E, além disso, ainda havia outro sentimento dentro dela. James não havia a chamado, e nem ido atrás dela. E ela sabia o porquê. Severus, com sua influência e seu dinheiro, tinha convencido toda a mídia e quase todos os envolvidos no caso a ficarem calados. Ninguém sabia de nada. Para praticamente todos, a relação de Severus e Lily não havia dado certo “por questões internas que o casal não queria levar ao público”. Era isso que James sabia naquele momento, e Lily sabia que, se fosse ele, também não ficaria ali: Lily não tinha retornado à ligação que ele pedira e, mesmo isso não sendo tão importante, sua explicação tinha sido rasa, e Lily provavelmente parecia estar escondendo algo. E, algumas horas depois dessa explicação rasa (e um dia depois da ausência da ligação), um ex-namorado aparece na porta do estúdio em que vocês trabalham. Era como se alguém estivesse trabalhando arduamente para que as coisas não dessem certo, sem que nenhum dos dois — nem James, nem Lily — tivessem feito algo de fato errado.

Lily atravessa o estúdio desesperada, sem ao menos olhar para ninguém. Tudo que ela queria era seu camarim, onde poderia chorar em paz. “Em paz”. Era irônico Lily pedir por aquilo, principalmente por ser algo que ela com certeza não teria naquele momento.

Lily chega ao camarote e, no exato momento em que fecha a porta, desaba. Seu corpo cai no chão, suas pernas não encontram mais força, e as lágrimas começam a escorrer. Seu estômago dói tamanha era a força que a ruiva havia feito para impedir que aquilo acontecesse antes que estivesse só. Sua maquiagem já estava totalmente borrada, seus olhos já estavam totalmente inchados, e Lily não conseguia nem mesmo mover seus membros. Sua energia tinha se esvaído por completo. Não havia mais nada. Era como se o corpo de Lily estivesse sem vida, como se tudo que conseguisse fazer fosse chorar, gritar e sentir dor.

Ninguém estava ali, nem mesmo James. Ninguém. As suas lágrimas escorriam e seu coração, ficava cada vez mais apertado. Totalmente sozinha.

Era irônico que Lily se sentisse apertada, como se andando na direção contrária da multidão, quando, na verdade, ela estava sozinha, num camarim enorme. Era irônico que a reação que teve quanto a estar sozinha fosse a sensação de estar se afogando no meio de multidão.

De tão perdida na própria dor, Lily nem mesmo percebe que Frank entrou em seu camarim — tamanha tinha sido sua afobação ao entrar, ela nem mesmo lembrou de trancar a porta —, e só se deu conta da presença deste quando suas mãos encostaram em suas costas.

— Lils? — Lily percebe a insegurança presente na voz de Frank ao chamá-la.

— Frankie! — Lily não consegue controlar a exclamação ao ver o amigo ali, ajoelhado ao seu lado. Este a puxa contra o próprio corpo, apertando-a de tal forma que a fazia ficar abafada (de uma maneira boa, ao contrário do que Lily sentia antes).

— Lils, o que aconteceu? — Frank pergunta, ainda sem soltar o corpo de Lily.

— Severus. — Lily responde, com a voz embargada, e as lágrimas voltam a escorrer. — Estava tudo tão bem, Frankie… Eu… Eu estava voltando com James. Do restaurante. Nós estávamos rindo tanto e… Até que nós chegamos aqui, no portão do estúdio e… Lá estava ele. Severus. Eu não consegui, saí correndo. Agora eu nem sei o que o James deve pensar de mim, e eu não liguei pra ele avisando que cheguei em casa ontem, por estar preocupada demais com o envelope, e agora ele deve achar que eu estava com Severus!

O choro de Lily volta a ficar intenso, e Frank a abraça ainda mais forte. Tudo que ele queria saber era como acabar com a dor da sua melhor amiga, mas — que merda! — ele não conseguia pensar em nada! Frank consegue sentir o corpo pequeno de Lily grudado ao seu, tremendo. Ela estava tão indefesa, e Frank odiava vê-la assim. Justo ela, que era sempre tão forte, tão corajosa e tão cheia de vida.

— Ei, Lily. — Frank afrouxa um pouco o abraço, para que esta pudesse encará-lo. — Vamos para casa. Você não tem condições de continuar as filmagens assim.

— Você vai me deixar sozinha? — Lily diz, com a voz fraca e os lábios tremendo.

— Não — Frank responde. Eu não seria capaz de deixá-la sozinha nesse estado, ele completa mentalmente. — Eu não vou sair de perto, Lily.

Lily assente, e procura uma das cadeiras do camarim à procura de apoio para poder se levantar. Assim que o faz, se acomoda nos braços de Frank, que digitava de forma ágil em seu aparelho celular — provavelmente avisando a alguém da equipe que Lily não voltaria ao trabalho aquele dia.



[...]

 

 

Frank e Lily chegam ao apartamento desta última, e a primeira coisa que ela faz — depois de jogar a bolsa em cima da mesa — é abrir o armário da cozinha e pegar a primeira garrafa de bebida que vê pela frente — que veio a ser de uísque.

Lily abre a garrafa rapidamente, logo dando o primeiro grande gole.

— Eu, como melhor amigo, deveria te dizer para não beber tanto álcool, certo? — Frank pergunta e Lily assente com a cabeça, sem parar de beber. — Ok. Lils, acho que você não deveria beber tanto assim.

Lily sorri, parando de beber, mas não solta a garrafa.

— Obrigada por ser um melhor amigo foda, Frankie. Por… estar aqui, sabe? — Lily já estava com alguns efeitos do álcool, mas seu olhar mostrava que a sua parte que falava aquilo era a sóbria. Frank sorri e se aproxima da amiga, abraçando-a.

— Por nada, Lils. É isso que amigos fazem, certo? Eu sei que você faria a mesma coisa.

Lily sorri e empurra Frank levemente.

— É bom que saiba mesmo, Longbottom! — exclama Lily, fazendo Frank gargalhar. — Eu quero me distrair, vamos lá! Me fale sobre a sua vida! Como vai aquela garota que você estava gostando? Amanda?

Frank sorri.

— Alice, na verdade. — Lily assente e toma outro gole do uísque, apesar deste não ter sido tão longo quanto os outros. — Estamos bem. Não estamos nos vendo muito pessoalmente, já que estou mais com você nos últimos dias, mas nos falamos por mensagem quase todo dia.

Lily concorda com a cabeça.

— Me conte sobre ela. — Lily diz, se ajeitando no sofá. Ela coloca suas pernas para cima, apoiando a bebida no apoio de copo do sofá. Frank parece pensar sobre o que falar.

— Bom, ela tem cabelo castanho curto, e é… pequena. — Frank sorri, seu olhar brilhando ao falar dela. — E com pequena não só a altura; ela é magra, tem pés e mãos pequenos, o rosto pequeno… e delicada. Alice é adorável! Você ia adorar ela. Na verdade, todo mundo iria adorar ela!

Lily sorri ao ver a empolgação do amigo ao falar da garota: ele gesticulava, seus olhos brilhavam… Frank estava óbvia e inegavelmente apaixonado por Alice. Ela parecia fazê-lo feliz, e apaixonado. O amigo, por si só, já era cheio de paixão: ele se doava por inteiro em tudo que fazia, mas Lily nunca o tinha visto do jeito que estava. Era como se ele estivesse com o nível de paixão normal dele multiplicado por mil. E, por isso, Lily desejou, do fundo do seu ser, que a tal Alice fosse, de fato, tudo que Frank falava. Porque Lily não estaria no seu próprio juízo caso alguém quebrasse o coração do seu melhor amigo.

Percebendo o olhar perdido de Lily, Frank para de falar e a chama de volta à realidade:

— Ei, Lily? Está me ouvindo? — Lily assente com a cabeça, voltando a sorrir.

— Sim. Fico feliz por você, Frankie. De verdade. Você merece.

Frank, ao ver que o sorriso de Lily era o mais verdadeiro e sincero que ela poderia dar naquele momento, naquela situação, faz o mesmo.

— Obrigado, Lils. — Frank a abraça e beija o topo de sua cabeça.

E, assim, Lily e Frank foram jogando conversa fora. Lily, dando vários goles na garrafa de bebida e falando besteiras com Frank, conseguiu, por alguns intervalos de tempo, se esquecer dos próprios problemas que a atormentavam. E conseguir aquilo era algo que a deixava realmente impressionada, de uma maneira positiva.  



[...]

Lily sai de casa no dia seguinte, embrulhada dentro dos braços de Frank, como se tentasse se esconder do resto do mundo. O clima estava ruim — céu cinza que parecia dizer que logo choveria, e um vento gélido que dava a Lily a sensação de atravessar sua alma —, e combinava com seu humor nos últimos dias: ficava cada vez pior. Ao chegarem no estúdio, todos cumprimentam Lily — que, daquela vez, os cumprimenta de volta, ao contrário do dia anterior —, exceto James. Este a tinha encarado profundamente quando ela chegara, de um jeito que parecia que ele tentava perfurá-la, mas, após aquilo, pareceu evitar qualquer troca de olhar — ou melhor, parecia fingir que não notar a existência dela.

E isso destruía Lily cada vez mais. A cada vez que James a ignorava, um pedaço dela ia embora, quebrado. O autor, que antes parecia venerá-la, nem mesmo a olhava mais. E a grande questão era: Lily entendia perfeitamente. James não sabia da maior parte do que tinha acontecido de verdade, só sabia das mentiras inventadas pela mídia e, de fato, as informações mostradas pela mídia e as que James tinha, se juntas, faziam com que Lily parecesse um monstro.

No dia seguinte, James faltou. E isso plantou uma dúvida — ou várias — na cabeça de Lily. Uma parte da ruiva pensava que ele tinha faltado por sua causa. Mas, a outra — e a maior — parte se negava a acreditar naquilo. Do jeito que o autor a havia ignorado no dia anterior, ele apenas a havia apagado de vez. Para James, Lily provavelmente não era mais importante. Não tão importante à ponto de fazê-lo faltar um dia do trabalho. Deveria ter sido por outro motivo. Mas, ainda assim… Havia uma dúvida que corroía Lily por dentro, juntamente à certeza de que ele a odiava.

Peter interrompe o fluxo de pensamentos de Lily para perguntar se ela queria almoçar com ele e alguns outros membros da produção, e Lily responde que não, lançando ao companheiro de trabalho um sorriso amarelo. Ela não estava se dando ao luxo de sair do estúdio antes do fim das filmagens do dia, e muito menos sem Frank. A possibilidade de encontrar Severus novamente a aterrorizava de formas que ela pensava que poucas pessoas entenderiam.

Algum tempo depois, Frank aparece, com uma embalagem de comida que ele comprara lá fora para ela, tal como havia feito no dia anterior. Mas, naquele dia especificamente, Lily desaba com Frank dentro do camarim. Lágrimas escorriam pelos olhos da ruiva, e ela não conseguia parar de falar. Como sempre acontecia, Frank a tinha abraçado e ouvido tudo, até a última palavra, e depois dito palavras tranquilizadoras que a acalmariam momentaneamente. E depois… depois, os fantasmas voltariam.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? ♥



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