She's Such An Actress escrita por Cherry Pitch


Capítulo 5
Entre Fantasmas e Um Nome


Notas iniciais do capítulo

Vocês sentiram cheiro de att dupla?? Sim, eu também senti!! Espero que gostem!! :)



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Quando Lily abre os olhos pela manhã, um clarão de luz faz seus olhos arderem. A ruiva os deixa um pouco abertos para que consiga identificar de onde vinha aquela claridade toda. Finalmente conseguiu ver que eram os raios de sol atravessando a fina cortina de seu quarto.

Lily suspira e levanta da cama, sentindo todo seu corpo doer, inclusive sua cabeça. Ela cambaleava até a cozinha. A ruiva pega uma tigela no armário e enche de leite e cereal. Logo depois, senta no sofá e encara a televisão desligada. Há algum tempo, naquele mesmo lugar, Lily tinha ouvido James Potter dizer, ao vivo, que queria que ela interpretasse Eleanor na adaptação cinematográfica dos seus livros. Há algum tempo, ela tinha quase engasgado com o cereal e ficado encarando aquela mesma televisão, em choque, antes de sair pulando e dançando pela casa e ligar pra Frank.

Já faziam alguns meses desde essa situação, e várias coisas tinham acontecido. Vários encontros entre Lily e James, vários beijos, vários flertes e ciúme mútuo — apesar de ser impossível negar o fato de que o Potter tinha essa característica um pouco a mais do que a ruiva. Lily sinceramente nunca teria imaginado que aquelas coisas eram possíveis algum tempo antes daquela entrevista. Se alguém dissesse, ela provavelmente diria que estava falando besteira, e que aquilo parecia mais um plot para fanfic do que qualquer outra coisa.

Mas todas aquelas surpresas eram boas; podiam tirar o ar de Lily por alguns segundos, ou deixar seu estômago se revirando, ou até a fazendo ficar tonta e com as pernas bambas, mas, por mais estranho que aquilo pudesse parecer para outras pessoas, a sensação sempre era boa.

Mas a surpresa que tinha tido no dia anterior era tudo menos boa. Era como se estivessem esmagando seu coração, mas sem matá-la; era como se estivessem batendo um martelo em sua cabeça ao mesmo tempo que a influenciavam em pensar sobre o quão horrível era aquilo. O quão horrível era lembrar, e o quão horrível era o maior pesadelo dela ter voltado.

Lily começa a se sentir enjoada, e percebe que, se comesse aquele cereal, vomitaria na mesma hora, por isso resolveu que era melhor tentar aguentar com fome. A ruiva coloca a tigela em cima da mesa de centro e se recosta no sofá, massageando as têmporas e deixando as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

A ironia anormal de Frank, as perguntas do mesmo, o envelope e seu conteúdo… O corpo inteiro de Lily tremia amedrontado com a simples volta de Severus. Aquilo era impossível, ele não poderia ter voltado, pensava. Ela ainda lembrava da sensação, ainda lembrava do toque e de como seus lábios e pernas começavam a tremer com a sua presença ou a menção de seu nome.

Severus Snape. Lily nunca esqueceria da tortura que vivera, sempre lembraria como se tivesse ocorrido no dia anterior. Além de ter que enfrentá-lo mais uma vez, Lily ainda teria que explicar a James. Ele sabia o que a mídia havia dito. Mas será que ele a culparia? Será que a julgaria por algo que não teve culpa? Será que a deixaria?

As lágrimas passaram a escorrer de forma mais rápida e agressiva, e Lily cerra os punhos. O terror tinha voltado junto ao nome de Severus Snape. Apesar de todos os esforços de Lily para que nunca voltasse a ouvir aquele nome em sua vida, tinha acontecido. Ela tinha ouvido. E agora os fantasmas tinham voltado.

 

[...]

 

Lily chorava, deitada em sua cama, com os braços envolvendo seus joelhos. Seus cabelos estavam despenteados, e a ruiva estava com medo. Ela esperava Frank em seu apartamento, enquanto seu corpo tremia. Lily ainda sentia as mãos de Severus pelo seu corpo, ainda conseguia sentir a dor em sua garganta de tanto que havia pedido para que ele parasse, enquanto este apenas ignorava os seus pedidos incessantes. Lily se sentia uma tola por não ter percebido antes que nada naquele relacionamento estava certo. Severus sempre tinha agido como se fosse dono de Lily, como se pudesse mandar nela, talvez por ser diretor do filme em que ela atuava, por ser mais velho ou por estar há mais tempo no ramo do cinema, consequentemente tendo mais credibilidade e um salário absurdamente maior que uma jovem iniciante.

Mas Lily nunca pensou que Severus chegaria àquele ponto. Lágrimas escorriam pelo rosto da ruiva, enquanto ela refletia sobre tudo aquilo. Seu sonho sempre tinha sido estar nas telonas, ver pessoas aplaudindo-a e admirando-a, ser conhecida mundialmente como atriz. Sempre tinha pensado naquela como a melhor profissão mundo, com as melhores sensações do mundo: cartas de fãs, estar debaixo dos holofotes e, principalmente, poder ser o que quiser. Mas Lily tinha cometido um erro que a maior parte das pessoas cometia: tinha pensado que tudo aquilo seria um mar de rosas; que todas aquelas vantagens e alegrias vinham sem que um preço fosse pago.

Lily estava com os olhos fechados, deixando as lágrimas escorrerem, quando ouve o barulho da porta se abrindo. O corpo da ruiva treme completamente de susto, fazendo com que ela abra os olhos rapidamente.

— Calma, Lily. Sou apenas eu. — em alguns segundos, Frank já estava sentado ao lado de Lily no sofá, abraçando-a e sentindo as lágrimas da melhor amiga encharcarem sua camiseta. Vários minutos se passaram com os dois assim. Lily chorando sua dor para fora e Frank ali, servindo-lhe como apoio. Porque não havia nada que a ruiva precisasse mais naquele momento do que apoio. — Hey… — Frank diz, finalmente, tirando o rosto de Lily delicadamente de seu ombro, fazendo com que ela o encarasse. — O que ele fez com você, Lils? — um gemido doloroso sai dos lábios de Lily, e as lágrimas desta voltam a escorrer rápido. — Shh… Fica calma, Lils. Eu estou aqui, e não vou deixar ninguém te fazer mal algum. Se quiser me contar depois, eu vou continuar aqui. Não vou sair daqui. Mas eu preciso saber. Você sabe disso.

Lily morde os lábios enquanto aperta os olhos e assoa o nariz algumas vezes antes de abrir os olhos novamente e encarar Frank. Seus olhos estavam cinzentos, carregados de dor, e Frank não conseguia deixar de pensar que uma parte da vivacidade que Lily antes possuía tinha ido embora. Parte daquela ingenuidade e daquela alegria. E essa parte nunca mais voltaria para a jovem. Sempre haveria uma sombra, ali, substituindo a antiga parte feliz.

— Ele… Ele me… — algumas lágrimas voltam a escorrer, e Lily aperta os olhos de novo, e sua expressão revelava que aquelas palavras eram amargas o suficiente para que a ruiva não se sentisse à vontade ao pronunciá-las. Frank segura a mão da amiga, mostrando que estava ali. — Ele me estuprou, Frank.  


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? ♥



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