Os Filhos da Lua escrita por Lua Chan


Capítulo 6
Os Axel


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Antes de começar o cap, gostaria de compartilhar com vcs o meu dream cast pra essa história. De qualquer maneira, sintam-se livres para imaginá-los como quiserem ^^

DANIEL SHARMAN como AMUR
BRITT ROBERTSON como SUMMER
BLAKE STEVEN como THOMAS
JAMIE CAMPBELL BOWER como YAKOB
TOM HOLLAND como ERIK
CRYSTAL REED como CRYSTAL
MICHAEL FASSBENDER como BERTRAM (personagem novo desse cap)

Bem... é isso. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742760/chapter/6

Eu nem sabia o que dizer, mas assim que Erik me puxou, retesei. Ele ficou estático, olhando-me com um jeito brincalhão e nervoso ao mesmo tempo. O garoto virou a cabeça para o lado, como se fosse um cachorro curioso e eu forcei para não rir daquilo.

 — Qual é o problema, Summer Grant? 

 — Só Summer, por favor. — corrijo, sentindo a tensão só por me chamar pelo nome completo. Já era um grande incômodo Amur me chamar daquela forma — E talvez eu esteja com medo.

 — Do quê? Somos lobos, não monstros.

Então era real. Não sei por que a ficha só resolveu cair agora, mas meu cérebro recusava a acreditar em tudo o que eu vi. Até agora. Erik contrai os músculos com certo constrangimento e coça a nuca.

 — Você também teria medo de ficar em meio a caçadores. Eu não serei bem-vinda, Erik.

 — Ricky, se preferir. — tudo bem. Agora já estávamos no nível dos apelidos. Não sabia se isso era bom — E confie em mim. Ninguém vai te atingir sem passar por mim.
 
Eu estava quase decidida em relação a isso: eu diria adeus aos dois lobos e voltaria pra minha vida ordinária nesse novo lugar, mas um grande peso se instalou em minha consciência. Eu sentia que precisava falar com Amur antes de ir embora, então prometi pra Ricky que iria com ele até sua alcateia, mas voltaria pra casa assim que tudo pudesse ser resolvido. 

Erik apoiou Amur em seu ombro e seguimos até um rio, pelo qual deveríamos atravessar. Não era muito extenso, mas a ideia de a água gelada alcançar minhas pernas me importunava. Continuamos o curso mesmo assim. Erik foi até paciente e seguiu meu ritmo — que por sinal, era muito lento. Até que enfim, chegamos do outro lado.

 — Pra alguém que está aterrorizada, você até que é corajosa. — diz ele, enquanto eu modestamente sorrio.

 — Pra um garoto da sua idade, até que você é bem forte.

Nós dois rimos e eu agradeço internamente por ele me fazer sorrir. Já estava apavorada só de chegar em casa e explicar minha demora ao meu pai e mais ainda por visitar a alcateia de Amur.

Após mais alguns minutos andando, chegamos numa espécie de acampamento no meio da floresta. A entrada era repleta de ornamentos com formato das diversas faces da lua e várias trepadeiras se fixavam na madeira da cerca que contornava o local. Pra animais como eles, até que a alcateia era organizada. Havia uma placa com o dizer "AXL", o L estava quase apagado. Fiquei tentada a perguntar o que significava, mas não falei nada. 

 — Summer, fique parada. — Ricky me parou no meio do caminho e farejou o ar. Sua expressão preocupada me deixou nervosa e confusa. O medo se alastrou em meu peito — Alguém está vindo.

Era verdade. Tinha um lobo cinza do outro lado do acampamento e ele estava vindo em nossa direção. Ele rosnava ferozmente para nós e, em resposta, Erik o afastou com seu rugido. Mesmo assumindo a forma humana, o garoto exercia poder sobre o pobre lobo, que recuou imediatamente.

 — Me acompanhe. — Ricky me chamou, segurando minha mão com força — Estamos perto da tenda do nosso pai.

Continuamos a caminhar até chegar no local prometido. A tenda que Erik falara não era tão vistosa, mas talvez, era a melhor locação dentre as outras. O lugar possuía as mesmas decorações que nós vimos na entrada do acampamento, com alguns outros símbolos, cujos significados gostaria de saber futuramente. Erik olhou para mim uma última vez antes de abrir a porta e entrou logo, dando de cara com um homem bem esbelto. Apesar de ter uns 40 e poucos anos, sua aparência estava incrivelmente conservada. Ele se acomodava numa mesa repleta de livros de capa dura, que supus serem antigos. Ah, o que eu não daria para ter uma biblioteca em casa como a dele.

 — Erik, o que houve? — pergunta ele ao notar o lobo apoiado nos ombros do garoto. Ricky descansou Amur no chão e voltou a atenção a seu pai.

 — Amur foi atacado por um caçador, pai. — Erik pronunciou-se com uma leve falha em sua voz. Estava, de fato, preocupado — Um daqueles... dardos tranquilizantes o atingiu e ele esteve assim por uns 20 minutos.

De repente, por uma estranha e até compreensível razão, o homem voltou sua atenção para mim. Ele provou um pouco do ar, que penetrou em suas narinas com ferocidade. O homem se aproximou de mim, até que eu me encostei na parede da tenda. Ele estava analisando meu rosto cuidadosamente, eu mal consegui respirar.

 — Erik. — disse ele tranquilamente, apesar de haver uma mínima alteração em sua voz — O que uma humana está fazendo aqui?

Fechei os olhos, já que não aguentava a pressão. Eu sabia que eu iria me ferrar! Nem sei por que aceitei o convite de visitar um acampamento de lobos ferozes e famintos. Erik envolveu suas gélidas mãos nas minhas pela segunda vez e me transmitiu uma sensação entorpecente de segurança. Eu queria mais daquilo.

 — Ela salvou os seus filhos, pai. — Erik protestou de uma forma mais branda e corajosa — Esta humana, Summer Grant, me tirou de uma armadilha e se posicionou na frente do caçador, mesmo sabendo que poderia ser morta.

Bem... na realidade, não era bem assim, pensei, sem sentir a necessidade de dizer em voz alta Eu apenas sabia que a arma do caçador estava repleta de tranquilizantes.

 — Isso é verdade? — não sabia para quem ele estava perguntando, mas mesmo assim balancei a cabeça afirmativamente — Sendo assim, obrigado. Eu, alfa da Alcateia dos Axel, fico eternamente grato por seus esforços. Como prova, vou garantir sua eterna proteção, enquanto puder nos visitar.

Epa, epa, pera aí! Alfa? Quer dizer que o homem à minha frente é o ilustre líder da alcateia de Amur? E ele... me deixou visitá-los mais vezes? Não podia ser! Mal consegui evitar um suspiro de surpresa e logo Erik sorriu para mim. O pai dele fez o mesmo, só que mais discretamente. Um rubor se formou em minhas bochechas.

 — Erik! Você não me falou que seu pai era o alfa!

O garoto deu de ombros, como quem dissesse "fazer o quê".

 — Faria diferença?

Pensei na pergunta, mas preferi não responder. Eu poderia dizer uma coisa idiota para o alfa e com certeza essa era a última coisa que eu deveria fazer. Bem, pelo menos eu ganhei seu respeito e "eterna segurança" — e um acesso VIP à alcateia.

 — Uhm... — pigarreei nervosamente, desejando mudar de assunto — Como acordaremos Amur? 

 — Vou providenciar um curandeiro para ele. — o alfa responde — Kotesh virá em pouco tempo. Enquanto isso, gostaria de dizer como a senhorita chegou aqui?

Mesmo com muito medo e nervosismo, falei o que podia ao alfa. Disse como eu havia seguido Amur até a floresta, até o momento em que o caçador apontou uma arma para o garoto. Omiti a parte em que eu salvara Erik, já que não queria dar uma de heroína, mas o garoto resolveu  contar de qualquer jeito. Em troca dos meus informativos, o alfa revelou seu nome e eu disse o meu. Bertram parecia bem satisfeito por eu ter compartilhado algumas coisas com ele.

 — Você é uma garota corajosa, srta. Grant. — disse ele, como um pai orgulhoso após ver as notas do filho no boletim escolar — Tem o espírito de um lobo.

Corei e xinguei internamente em polonês por causa disso. Quando eu estava prestes a agradecer a Bertram por ter confiado em mim, somos interrompidos por uma figura que abriu a porta tão ferozmente, que me assustou. Por uma fração de segundo, pensei que fosse Kotesh, o curandeiro, mas a silhueta que se formava com o contraste da luz do lado de fora da cabana pertencia a uma mulher. Fiquei estática, diferentemente de Erik, que quebrou o silêncio.

 — Crystal? O que você está fazendo aqui?

A garota não respondeu, mas seus olhos diziam tudo: ela estava furiosa e toda sua ira se voltou contra mim. Antes que alguém pudesse dizer algo, "Crystal" corre em minha direção e me ataca furiosamente, derrubando-me no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Filhos da Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.