Nosso anjo escrita por Natália


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olá abiguinhos! Essa é a minha primeira fanfic aqui! ^^ Espero que gostem!



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Larissa nada mais era do que uma simples professora na vasta escola Divino Amor. Ela tinha 23 anos, um coração partido e um rosto banhado em lágrimas. Era seu último dia ali. Ao passar pela sala um, sorriu. Fora ali que conheceu seu anjo da guarda.

Bom dia, meninos! Onde estão meus alunos queridos?

Aqui, professora Larissa! As criancinhas gritaram animadas.

Que bom, meus amores. Alguém poderia dizer-me onde está...

Com licença? Um jovem alto e bonito entrou, com uma criancinha nos braços. Minha filha se atrasou, ela poderia entrar?

Claro senhor...

Sem essa de senhor, professora. Pode chamar-me de João Guilherme. Ele sorriu, depositando um beijo na testa da filha e a colocando no chão. Boa aula, Giovanna. despediu-se.

Passando mais duas salas, uma lhe fez chorar ainda mais.

Matheus, não há como nós continuarmos juntos.

Claro que tem como a gente continuar! Nós somos perfeitos!

Nunca seremos perfeitos, Matheus! Eu estou te dizendo que nós não estamos juntos. Para sempre.

Cala essa sua boca, sua vadia! Então Matheus deu um tapa muito forte em Larissa. A moça caiu no chão tamanha força tivera a agressão.

Como você tem coragem de bater nela? João apareceu, o tirando dali. Isso é uma escola! Há bebês aqui! Saia daqui antes que eu perca a cabeça! Ele o empurrou para uma portinha e o trancou. Você está bem?

Mais ou menos. Obrigada. Ela sorriu, sendo abraçada pelo moreno. Foi quando viu que uma faca tinha sido atravessada no corpo de João Guilherme. MEU DEUS! SEU MALUCO! Então, Matheus se jogou da sacada da sala e deixou Larissa ali, chorando.

Giovanna, a filha de quatro anos de João Guilherme, havia faltado no dia. O homem foi à escola para avisar que sua filha estava doente. Porém, ao ouvir os gritos na sala vazia, foi ajudar a moça. O problema é que acabou morrendo ali mesmo. Larissa ficou sem chão na época. Mas quatro anos se passaram, e quem sabe isso tudo não se resolveu?

Giovanna já estava com oito anos. Era linda. Ainda não entendia muito bem a morte de seu pai, porém bem mais do que há quatro anos. 

— Mamãe! — A lourinha se agarrou nas pernas de Larissa. — Por que você está chorando?

— A mamãe vai embora da escola, princesa. Nós duas vamos. — Ela se agachou na altura da pequena.

— Por quê?

— Sua avó me disse, uma vez, que seu pai não gostava de ficar preso a lugares onde acontecimentos tristes haviam sido realizados. Não foi por isso que você saiu do Rio de Janeiro?

— Sim. A minha mãe verdadeira virou uma estrela e foi para o céu, não é? — Larissa assentiu. — Ela deve estar com meu papai agora. — O coração de Larissa apertou ao ouvir aquilo. Ele está lá por minha causa. Como devo dizer isso a ela?

— Sim, minha pequena. Vamos? Temos que arrumar nossas coisas. — Larissa pegou Giovanna no colo, e saiu da escola, não sem antes olhá-la pela última vez. Não se preocupe, João. Eu e a Giovanna vamos ser felizes. Em sua memória, por você!

                                           ***

Nunca tinha sido tão difícil cuidar de Giovanna. Agora, a menina já estava na pré-adolescência. Giovanna soube o porquê da morte de seu pai e culpava Larissa a cada minuto por isso.

— Eu sei por que você odeia tocar nesse assunto. Você matou o meu pai! — Giovanna repetia isso a cada discussão das duas.

— Eu não tive culpa! Eu já lhe expliquei o que aconteceu!

— Na sua versão! Quem sabe não foi você que matou o seu namorado e o meu pai apenas para ganhar o dinheiro deles e sair como coitadinha? — Larissa começou a chorar descontroladamente. Ela vinha escutando essas palavras cruéis há muito tempo.

— Quer saber? Eu tenho a fita. A fita da câmera de segurança da sala onde tudo aconteceu. Você quer ver? Quer ver seu pai sendo esfaqueado, uma pessoa se jogando da janela e eu chorando tentando acordar seu pai? Veja. Mas no momento em que você perceber que o seu pai só quis fazer o bem, me ajudar, não venha me procurar. Ele foi meu anjo, me protegeu. Não faça isso contigo, Giovanna! Ele me fez prometer que eu cuidaria de você. Eu não quero descumprir minha promessa. — E saiu da sala, subindo as escadas e deixando uma menina loira chorosa e assustada.

Eu só o queria aqui... Só isso.

                                ***

Giovanna estava no segundo mês da gestação quando resolveu ir ao cemitério. Ela foi acompanhada de Larissa.

— Oi, pai. Pois é. Eu estou grávida. Aos dezoito anos. Tive que trancar a faculdade, abrir mão da minha pequena empresa que o senhor deixou para eu cuidar e ainda deixei meu namorado desempregado. Estamos sozinhos no mundo, pai! Estamos dependendo da minha herança para sobrevivermos. Eu me recusei a morar com a Lari. É muita coisa o que ela faz por nós; eu não quero sobrecarregá-la. Esse pingo de gente que cresce dentro de mim, é o fruto do meu amor com o Gabriel. É um menino! E vai se chamar João Guilherme, em sua homenagem. — Ela acariciou a barriga, sentada na grama à frente do túmulo do seu pai.

— João, eu sei que você está aqui comigo... Aí de cima, eu sei que você nos protege; cuida-nos, nos guia. Você estava tão feliz naquele dia, João... — A essa altura, as duas já choravam. — Você me ajudou muito, querido. Eu não tenho como lhe agradecer...

                                             ***

Giovanna segurava os bebês Heitor e João Guilherme nos braços, radiante e emocionada. Havia sido uma surpresa ela ter gêmeos. E agora, ela estava com seus pequenos. Gabriel estava preparando o almoço enquanto Larissa e Giovanna cuidavam dos bebês.

— Eles são tão lindos, Giovanna. — Larissa suspirou encantada. — O Heitor é a sua cara.

— E o João é uma mistura minha, do Gabriel e do meu pai. Os nossos pequenos milagres.

— Por que milagres, Giovanna?

—Eles nasceram em meio à dor, sofrimento e angústia. Eles estão nos deixando mais leves, mais felizes... — Giovanna sorriu, olhando para os filhos. — Eles são os meus tesouros, Larissa. Nossos tesouros. Será que meu pai está feliz, Lari?

—Não só está feliz como em paz, querida. Ele cuidou de você durante certo tempo e depois repassou essa missão para mim! E eu a cumpri. Agora, você tem que cumprir a sua: ensinar o mundo para seus filhos. O João é o nosso anjo da guarda! E olha por nós lá de cima.

 O que importa quando se perde alguém, é como você vai aceitar sua partida. Giovanna aceitou a perda do pai, Larissa superou a partida do seu anjo. Mas nada iria preencher o lugar dele. Ninguém imaginaria o que as duas passaram sem ele. Sem seu anjo.


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Notas finais do capítulo

Bem dramático, não? Mas a Natália é assim... Drama faz parte da vida dela! E aí, o que acharam?



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