A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 8
Capítulo 07 - Um almoço, mil descobertas


Notas iniciais do capítulo

Talvez o próximo capítulo demore um pouco a sair.



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IVO

—Porque você não pega uma fantasia de vampira também? – sugeri

—Eu não combino com coisa assim. – Ela analisou a fantasia que eu mostrei

—Porque não?

—Sei la… - ela se virou para mim – o que acha?

—Acho que vai ficar incrível – torci para não ter soado exagerado

Saímos da loja com nossas fantasias de vampiros nas sacolas que eu carreguei até o restaurante que decidimos ir. Estava tudo muito estranho. Eu não sabia o que estávamos fazendo exatamente, aquilo soava como um encontro, mas éramos nós dois: Ivo e Pietra. Ao mesmo tempo que pareceria um encontro para qualquer desconhecido, pra gente eu não sei exatamente o que éramos ou o que estávamos fazendo afinal.  Pedimos algumas coisas e nosso assunto se resumia a como estava o dia e sobre a planta que ela havia encomendado e queria que chegasse logo. Depois começamos a falar sobre a festa a noite, mas eram realmente sempre assuntos banais. Ainda martelava na minha cabeça sobre ela achar que eu me escondia atras de um papel de garoto infantil só para não demonstrar meus sentimentos, naqueles minutos me analisando eu conclui que talvez por isso ela nunca tivesse notado nada.

—Pietra… - tentei começar sem parecer nervoso

—Sim? – Ela parecia distraída olhando para a TV do local que mostrava videoclipes

—Eu tenho sentimentos sim – isso pareceu chamar a atenção dela – eu amo meus pais e amo sempre que podemos estar os três juntos. Amo coisas em família, não sou uma pessoa bruta como as vezes demonstro. Eu também amo animais – o que eu estava tentando provar?- tenho cachorros e gatos em casa , além de um coelho, eles são meu mundo – os olhos dela se arregalaram levemente em surpresa – eu amo o fato do Quirino ser meu único e verdadeiro amigo, porque eu valorizo muito as amizades, talvez por isso eu faça poucas. E…

—E? – ela parecia curiosa e isso me deixou mais nervoso

—Eu já me apaixonei uma vez, não sou um coração de pedra que você acha, eu só realmente não gosto de demonstrar

—Você se apaixonou? – Ela juntou a cadeira para mais perto da mesa – Me conta!

— Ela me deu um fora. – ela fez cara de decepção – Relaxa, eu tinha 8 anos – eu ri

—E nunca mais se apaixonou?

—Nunca mais, ela foi a única. Sei que foi quando eu era criança, mas desde aquele dia eu mudei meu comportamento. Decidi que não ia mais demonstrar sentimentos. Pode parecer ridículo, mas agora que cresci, é difícil mudar velhos hábitos.

—Mas porque ela te deu o fora? Como que uma criança pode dar fora em alguém? – ela riu

—Bom… - caramba como eu queria não ter começado esse assunto – acontece.

—Espero que ela tenha levado um também, pra ver como dói – ela ainda estava rindo e levando na brincadeira

—Na verdade acho que ela nunca deve ter passado por isso – falei pensativo e achando graça

—Então vocês ainda tem contato? – Ela pareceu interessada demais – Ainda se falam? Se veem?

—Sim, quase todo dia – porque não me aproveitar da situação? Ri internamente – Ela é uma garota e tanto.

—Ainda está apaixonado por ela?

—Eu nunca deixei de gostar dela

Ela não estava mais rindo.

PIETRA

—E ela gosta de você ? – meu coração estava disparado

—Impossível saber, ela é muito estranha. Você fala que eu escondo meus sentimentos mas tinha que ver ela – ele riu

Ri junto pois não queria demonstrar como eu estava frustrada por ter por alguns segundos achado que ele poderia sentir algo por mim.

—E você? Já se apaixonou? – Ele me pegou de surpresa

—Bom…nunca.

—Nunca? – Ele arregalou os olhos – Mas e o Igor?

—Eu não me apaixonei por ele. Era um cara bonitão e mais velho que sabia mexer comigo, mas não senti nada por ele além de…desejo eu acho.

—Eca – ele fez cara de nojo – Você não combina com ele.

—Com quem combino então?

—Sei lá… mas tem outros caras interessados em você que você deveria reparar mais

—Outros…caras? – Essa conversa estava indo por um caminho que eu não sabia se conseguiria controlar – que outros caras?

—Outro, na verdade. No singular. – Ele respirou fundo – O Felipe contou pro Quirino que gosta de você.

—O Felipe?? – eu sorri, aquilo foi uma surpresa e tanto – Que mentira!

—Pois é… - ele encarou a TV que continuava passando videoclipes – o que acha dele?

Que tipo de pergunta era essa? Não interessava o que eu achava do Felipe. Na verdade nunca parei pra pensar sobre o Felipe,nunca fomos muito próximos apesar de eu sempre ter conversado com ele numa boa.

—Não sei…ele é legal – pensei a respeito rapidamente – ele tem boas notas..

—E isso que você repara em um cara? – ele pareceu abismado

—Não…não sei. Podemos mudar de assunto, por favor?

—É melhor!

—E a Jemima? Qual a relação de vocês exatamente? – eu sempre quis entender e essa era a oportunidade

—Bem, a gente sempre foi amigo por causa do Quirino na verdade, ela era interessada nele. Mas aí pediu pra eu ajudar ela a fazer ciúmes nele e acabou…não sei. Ela diz ser apaixonada por mim mas também por ele. Não da pra entender. Começamos a sair juntos mas aí ela sempre me dava uma dor de cabeça diferente. Uma vez fomos ao cinema e ela desapareceu no meio do filme, depois encontrei ela lá fora ficando com um cara… - segurei a risada – pode rir, eu sei que você quer

—Desculpa – eu disse – mas sério, ela é doida.

—Doida? É uma piranha isso sim.

Aquele almoço rendeu muita conversa e eu nunca achei que conheceria lados tão profundos do Ivo nem que também me abriria tanto para ele. Era quase duas da tarde quando fomos embora do restaurante sem nem notar o tempo que havia passado. Pegamos um táxi e fomos para o hotel. Eu mal havia descido do carro quando recebi uma mensagem assustadora com uma foto.

“Você se entrega e ela pode ter a chance de sobreviver. Na minha casa a meia noite e se envolver polícia ou qualquer autoridade, matamos ela e caçamos suas amigas sereias.”

Abri o anexo com o coração quase saindo pela boca e vi uma foto da Pâmela amarrada em uma cadeira e totalmente suja e com as roupas rasgadas, ela estava com cara de quem havia chorado bastante antes da foto. Ivo me viu parada com a mão na boca e o celular na mão e veio ao meu encontro ver o que estava acontecendo.

—O que nós vamos fazer? – eu guardei o celular quando ele terminou de ler e ficou com a mesma cara que eu.


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Notas finais do capítulo

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