A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 6
Capítulo 05 – Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora para o novo capítulo mas aqui está ele.



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PIETRA

Andei durante mais de uma hora até conseguir chamar um táxi . Eu estava gelada, o clima estava frio e eu sentia o corpo tremer. Meus pensamentos estavam distantes, encostei a cabeça na janela e vi os primeiros pingos começarem a cair.

Senti uma lágrima escorrendo. Que vida que eu estava levando? Essas férias eram para ser incríveis, eram para ser de descanso, de paz, era para se tratar de amigos e diversão. Agora era tudo uma grande bola de neve, sereias, sequestro, doenças trágicas e…o Ivo.

O táxi parou de repente me assustando e me acordando de meus pensamentos.

—Chegamos, senhorita.

Desci pedindo para que esperasse eu ir buscar o dinheiro e me deparei com Ivo em pé em frente ao hotel muito concentrado em uma conversa no telefone.

IVO

—Sim, já faz praticamente 24h desde que ela sumiu. Ela é uma garota extremamente responsavel, chega a irritar, ela não sumiria assim de propósito.

—Ivo… - Aquela voz inconfundível me paralisou

Olhei para trás e me deparei com Pietra com uma bermuda e camisa masculina, descalça e descabelada.

—Pietra? – Me atentei ao telefone – Eu a encontrei, ela está aqui. – Guardei o celular no bolso e  corri ao enconto dela, parecia ter chorado.

—Oi -  ela me abraçou assim que me aproximei e começou (ou recomeçou) a chorar.

Ficamos assim algum tempo, quando eu não soube como agir diante da situação. Não ouvi a porta do hotel ser aberta e nem percebi que havia gente se aproximando até que fui assustado pela voz de Fabrício.

—Pietra??

 

PIETRA

O abraço do Ivo apesar de molhado pela chuva parecia estranhamente quente, eu não pude deixar de notar. Seu coração batia acelerado e eu recomecei a chorar de alivio por ter saído de uma situação que achei que nunca mais sairia. Não sei por quanto tempo permanecemos abraçados mas fui despertada pela voz do Fabrício me chamando assustado.

Corri em direção a ele ainda chorando e o abracei apertado. O que eu diria para todos eles sobre meu sumiço? Acreditava ser a hora de contar a verdade mas não fazia ideia de por onde eu deveria começar a explicar tudo e como eu faria para acreditarem em mim ou não contarem isso a inguém. Zilhões de pensamentos desse tipo passaram na minha cabeça naquele momento enquanto diminuía o choro e era afastada por ele com cara de assustado.

—Vamos, as meninas estão no quarto, você precisa subir lá sem levantar suspeitas.

—Eu distraio a recepcionista, vou chama-la pra cozinha. – Ivo se adiantou já entrando no hotel

—Todo mundo já subiu então não vai ter problema – Ele olhava pela porta de vidro enquanto me escondia atrás dele

Precisava contar tudo mas eu não havia pensado em como fazer isso até então, aproveitei o momento para planejar o começo da história mas sabia que na hora que entrasse no quarto eu não saberia novamente por onde começar.

Fabrício me puxou pelo braço e entramos correndo no saguão deixando tudo molhado. Subimos pelas escadas e rapidamente já estávamos na porta do meu quarto com ele segurando meu braço e batendo desesperado na porta.

—Que desespero é esse? – Eliana abriu a porta e arregalou os olhos ao me ver encharcada e com cara de choro – Meu Deus! Entrem!

Ela fechou a porta assim que entramos e correu para pegar uma toalha enquanto as outras meninas se levantavam vindo em minha direção correndo.

—Vou chamar o Heitor – Fabricio saiu correndo

Eliana me enrolou em uma toalha e me abraçou em seguida e pude ver Greta e Ingrid vindo me abraçar com olhos chorosos.

—Como você esta?

A pergunta me surpreendeu já que eu esperava que fosse levar gritos ou que os questionamentos tivessem mais a ver com onde eu estava .

—Preciso tomar um banho – falei tremendo e me afastando. Peguei uma roupa e fui para o banheiro antes que os meninos aparecessem. Eu precisava de tempo para pensar.

IVO

Depois de pagar o táxi de Pietra subi correndo as escadas de dois em dois degraus e bati na porta do quarto das meninas olhando para os lados com medo que algum professor aparecesse e entrei assim que abriram.

—Onde ela estava? – Heitor sussurrou

—Eu não sei – olhei em volta – cade ela?

—Foi tomar banho – Eliana sussurrou de volta – Como encontrou ela?

—Eu estava lá fora quando ela apareceu descendo de um táxi. Já perguntaram algo pra ela?

—Nada. Ela foi direto pro banho.

Continuamos em sussurros tentando entrar em acordo sobre quem falaria com ela primeiro e como falaríamos, mas não chegávamos a um acordo.

PIETRA

 Depois do banho e de me trocar ainda enrolei um tempão até decidir sair do banheiro decidida a contar que fui sequestrada e só depois explicar como tudo começou. Estavam todos sentados na cama quando saí do banho sentados um do lado do outro me esperando em silencio. A cena parecia muito assustadora para mim e travei parada na porta olhando para eles.

—Eles sabem de tudo.

Ivo soltou a frase e pela cara de todos eles haviam conversado sobre isso antes de eu entrar.

—Tudo…? – Eu achei que ele pudesse ter criado alguma história diferente e eu queria estar por dentro do que é que ele contou

—Sereias e tudo o mais – Heitor falou sorridente o que me fez soltar a respiração aliviada por ver que a  situação seria bem menos séria do que eu imaginava.

A conversa durou horas e já era noite quando decidimos sair para contar para todos que eu estava “melhor” da minha febre coisa e tal. Meus amigos pareciam bem mais unidos depois do meu sumiço e apesar de alguns estarem apreensivos sobre toda a história e sobre o fato de eu ser metade sereia, também estavam mega empolgados com tudo isso.

Subimos depois de muito tempo conversando lá em baixo sobre minha suposta fase doente trancada no quarto. Assim que subimos o Ivo me pediu para esperar um pouco porque queria falar comigo. Vi os olhares das meninas enquanto disfarçavam os risos e entravam no quarto. Já os meninos nem sequer repararam na gente ficando para trás.

IVO

Me arrependi no segundo seguinte de ter pedido para a Pietra esperar pois queria falar com ela. Afinal, o que eu queria falar com ela? Eu não faço ideia do motivo de ter pedido para ela ficar sendo que eu não tinha nada pra falar. Ou talvez até tivesse mas não queria falar nada.

—Como você está? – tentei começar uma conversa

—Bom…acho que bem. Ainda meio assustada mas… - ela parecia pensativa

—Achei que você estivesse morta

—Bem positivo, você – ela riu – Mas eu também achei que fosse morrer. Nem acredito que isso aconteceu.

—Ah, e desculpa por ter contado para eles, não tive muita escolha.

—Relaxa, no final deu tudo certo.

—Mas ainda não é o fim…é? – Eu sabia que aquilo estava longe de acabar, só não sabia o que viria a seguir e nem QUANDO viria

—É…eu prefiro não pensar nisso agora. – Ela respirou fundo – vou deitar, quero poder aproveitar bem o dia de amanhã

—É, também preciso dormir…

Ficamos calados alguns segundos até ela só dar um tchauzinho e sair desejando boa noite.

—Boa noite, Pietra.

Fiquei parado esperando ela entrar no quarto e ainda assim continuei parado ali por vários minutos depois que ela entrou.


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Notas finais do capítulo

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