A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 4
Capítulo 03 - Encontro em alto mar


Notas iniciais do capítulo

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PIETRA

Quando começamos a mergulhar, eu sabia que não aguentaria muito tempo como humana, mas me segurei o máximo que pude. Descemos rapidamente e pude ver aonde me levava. Era um grande barco naufragado a muito tempo. Everton começou a espalhar pequenas câmeras e Igor me levar a um ponto específico. Eu já não aguentava mais segurar a respiração e então deixei que a minha cauda surgisse. Quando a água em minha volta começou a se agitar, os dois olharam ansiosos. E se encararam satisfeitos quando a cauda surgiu.

Quando finalmente eles haviam terminado de me acomodar em minha prisão, foram embora, simplesmente. E eu fiquei ali. Parada, flutuando na escuridão sem poder me mover direito.

—SOCOOORRO!

Gritei a primeira vez em desespero que alguém me encontrasse, para que eu fosse liberta. Mas eu só via plantas e caranguejos por ali. Então fechei meus olhos devagar e comecei a tentar maneiras de me desacorrentar.

IVO

Havíamos voltado ao lugar sinistro aonde Pietra havia me levado uma vez, paramos de correr finalmente, minha boca estava seca e minhas pernas doíam. Meu coração parecia que iria sai pela boca, e então em virei para conferir se todos estavam bem. Todos estava tão ofegantes quanto eu, tão assustados quanto eu mas estavam muito mais confusos do que eu.

—O que merda foi aquilo¿ - Heitor se aproximou agressivamente – Porque estavam nos perseguindo e porque esses piraram quando falamos de Pietra¿ O que vocês aprontaram¿

—Não aprontamos nada – me sentei no chão, o que eu faria agora¿ - Eu não posso falar muita coisa, mas a Pietra esta em perigo.

—Como asism não pode¿ - Eliana parecia que ia me bater a qualquer segundo – Ela é nossa amiga, você precisa nos contar. Acha mesmo que você é mais amigo dela do que a gente¿ FALA!

—Não me acho mais amigo do que vocês – agora eu quem havia me irritado – mas se ela achasse mesmo que vocês entenderiam, ela não teria escondido isso de vocês. Se ela não quis contar, eu também não vou. Mas vocês também não acreditariam, então vamos apenas focar em encontra-la. – Respirei fundo – Por favor!

—Já chega! – Fabricio começou a andar de volta por onde viemos – Vou avisar a policia e aos professores.

—Não! – Gritei! – Não faça isso.

Mas ele não me ouviu. E nem ninguém, Apenas o seguiram, dispostos todos a irem a delegacia. Pensei rápido: Mostrar uma sereia a eles e ver eles pirando, mas provavelmente me ajudariam a achar a Pietra e então ela me odiaria por ter contado isso a eles, ou deixar a policia investigar, descobrir o que ela era e então começar o inferno na vida dela...

—Eu conto a vocês! – eu os alcancei e os fiz parar – Eu conto a vocês, mostro porque não podia falar e ainda consigo ajuda para procura-la com pessoas confiáveis.

Continuavam todos me encarando, esperando para o que viria em seguida.

—Mas preciso levar vocês a um lugar, só assim acreditarão em mim. Vocês precisam vir comigo!

PIETRA

Eu já estava ali a alguns longos minutos quando Vi Ivan chegando. Ele havia descido com uma pedra grande para chegar ao fundo mais rápido, assim como os outros dois fizeram quando desceram comigo, e usava apenas uma máscara. Veio até mim soltando a pedra e me entregou sardinhas. Em seguida mostrou que era pra eu come-las. Ele me observou come-las com cara de nojo e fez a cara de nojo também. Mas ainda bem que ele havia trazido, eu estava morta de fome. Agradecida a ele apenas movimentando a boca com a palavra “obrigada” e ele fez um sinal de “Joia” pra mim. Ficou um tempão encarando a minha cauda e então parou seu olhar na corrente presa em minha cintura. Tentei pedir que ele em solta-se , mas ele provavelmente havia entendido a minha intenção e apenas nadou de volta para cima, me deixando novamente sozinha.

IVO

Foi muita sorte encontrar canoas ali, apesar de as meninas estarem com medo, estavam ainda mais preocupadas, e decidiram aceitar entrar nelas. Passamos alguns minutos decidindo como iríamos nos dividir e no fim das contas decidimos que iria um garoto em cada canoa. Na minha, vieram as loiras. Na canoa em que Heitor estava, Eliana foi, e na de Fabrício, Kamila. Remamos apressadamente e tentei não errar o caminho para onde deveríamos ir. Depois de meia hora remando sem parar, com os braços doloridos e ouvindo reclamações de todos, paramos no meio do nada. Eu não tinha certeza se era ali que deveríamos estar, mas eu reconhecia a pedra pela qual havíamos passado a alguns minutos. Cruzei os dedos. Esperava que Perola ou Nixxie estivessem por ali.

—Nos perdemos¿

—Aonde exatamente, estamos indo¿

—Porque paramos¿

—Você por acaso sabe onde está indo¿

—Não vejo nada além de mar. E meus braços doem.

—SHIII! – eu falei irritado –  Precisam fazer silencio – sussurrei.

—Porque¿ - Heitor sussurrou de volta

—Ivo, estamos de canoa, CANOA , em alto mar. Tem ideia da loucura¿ - Fabricio resmungou

—Façam silencio, por favor. – pedi novamente – eu vou entrar na agua e quero que me esperem

—O que¿ - Falaram todos

—SHIU! – falei e entrei devagar na agua para a canoa não virar

—Mais essa agora... – foi a ultima coisa que ouvi antes de mergulhar tremendo de frio e medo.

Nadei o mais rápido possível pra baixo e observei todos os lados. Eu precisava achar alguma sereia. Na verdade Nixxie ou Pérola, porque qualquer outra me ignoraria, na verdade fugiria.

Subi novamente para pegar ar e percebi que eu já estava longe das canoas, naquela escuridão, eles sequer me viram emergir ao longe. Dava para ouvir que sussurravam algo. Respirei fundo e mergulhei novamente. Assim que mergulhei, dei de cara com Nixxie. Gritei e me engasguei com a água, subi e tossi. Dessa vez chamei a atenção deles que começaram a perguntar se estava tudo bem, tentei mandar fazerem silencio mas eu ainda estava tossindo. Então Nixxie apareceu e mostrou os dentes afiados.

—Trouxe humanos aqui¿

Antes que ela sumisse de vista eu soltei a frase que talvez despertaria o interesse dela.

—Pietra desapareceu e acho que foi sequestrada pelos que estão atrás das sereias.

Voltei a tossir algumas vezes e ela continuava me encarando escondida atrás de meu corpo para que os outros não a vissem, não que pudessem ver muita coisa naquela distancia.

Contei resumidamente a ela o que houvera naquela noite , que me escutou atenta mas com a mesma cara de raiva de sempre.

—Vou buscar Pérola. Aguarde com seus amigos em silêncio e sem acender nenhuma vela ou lanterna ou as coisas que vocês usam para iluminar, para não chamar a atenção de nada e de ninguém. - Ela nem me deu tempo de responder e desapareceu de vista.

Depois de nadar de volta para onde estavam os outros, comecei a ser bombardeado de perguntas, subi com dificuldade na canoa e pedi para aguardarem.

—Façam silencio – sussurrei – e aguardem. Já já vocês irão conhecer alguém.

—Ivo, é sério, eu estou perdendo a paciência – Eliana bufou – estamos no MEIO DO NADA!

—Confiem em mim – implorei – pelo menos uma vez na vida, confiem em mim.

Todos pareceram surpresos, e apesar de estar estampado em seus rostos que estavam achando que eu era louco, fizeram silencio e esperaram.


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Notas finais do capítulo

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