A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 23
Capítulo 22 - Botando as cartas na mesa


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai ser um pouquinho curto pois ele precisava ser assim.
Mas acho que você vai amar.



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IVO

Não havia anda de animador em voltar para aquela mansão. Andei cabisbaixo em direção á porta gigante da entrada da minha casa e parei vendo a empregada que eu nunca lembrava o nome me olhou com um sorriso escancarado.

—Bem vindo de volta patrãozinho - ela sempre em chamara assim mesmo desde bebe

—Ola - olhei o seu crachá no peito - tudo bem, Mauricélia?

—Estávamos com saudades - ela caminhava lento atrás de mim - Seu pai tem estado muito cabisbaixo e tristonho desde a sua partida.

—Duvido - falei mais para mim do que para ela

—Patrãozinho - ela falou receosa

—O que foi? -  me virei e fiquei encarando-a em silencio

—Bom...alguém veio te ver.

—Alguém quem, Mauricélia? Alguém tem que ter um nome, não tem como eu adivinhar quem é "alguém".  - falei sentindo raiva de meu pai ter contado pra alguem que eu estava voltando

Ela apenas fez sinal para que eu à seguisse até a sala e eu entrei já reconhecendo o cabelo cor de fogo de quem estava sentada de costas para mim. Fiz sinal para que Mauricélia saísse e ela fechou a porta assim que saiu, me deixando à sós com Pietra. Sentia um misto de vontade de correr e abraça-la e de correr e dar uma voadora na cabeça dela.

—O que esta fazendo aqui? - perguntei sem sair do lugar

Ela continuou imóvel e em silencio e eu comecei a andar impaciente até ela.

—Te falei que não queria ter nada a ver com seus problemas e você tem a audácia de vir ate a minha casa me procurar?

Ela continuou calada e olhei para ela enfurecido. Mas a minha fúria sumiu no instante em que olhei para ela. A cabeça pendia pra o lado e e ela estava com os olhos fechados e a boca semi aberta. Corri em desespero até ela e chacoalhei Pietra pelos ombros.

—PIETRA! - gritei assustado e ela deu um grito fino, alto e longo abrindo os olhos desesperada . Nos encaramos assustados, eu ainda segurando ela pelos ombros sem saber exatamente o que estava acontecendo.

—O que está fazendo? - ela parecia tão assustada quanto eu

—Você...estava dormindo? - falei entendendo finalmente a situação

—Eu... - ela parecia confusa - acho que sim - olhou em volta se endireitando no sofá e eu soltei seus ombros. De repente ela olhou rápido para mim - Achou que eu estava morta?

—Sim - agora parecia ridículo - Você estava parecendo uma morta - tentei me justificar - você tava de boca aberta

—Eu não durmo de boca aberta - ela fez cara feia

—Dorme sim. Se é que não babou no sofá do meu pai.

Ela fechou a cara.

—Era só observar que meu peito se movia com a respiração - ela tentou me atingir como se eu fosse burro. Em outros tempos essa discussão teria se estendido até muito tarde

—O que veio fazer aqui afinal?

—Precisava falar com você.

—O que? - Por favor, Pietra nao me decepcione.

—Bom... - ela parecia hesitar

 

PIETRA

—Primeiro quero te pedir desculpa, você sabe...por tudo - pausei esperando alguma resposta mas nada veio então eu continuei - Eu fingia que nada acontecia entre a gente, mesmo sabendo que acontecia sim.E não, não foi por maldade. Eu só estava com medo do que sentia por você.

— E o que você sentia por mim?

—Sinceramente? Eu não sei. Eu não sei se estava apaixonada por você ou se só estava empolgada com a ideia de estar. Eu não sei se você me entende...

—E não se sente mais assim? - a expressão dele não me deixava saber o que estava sentindo ou pensando

—Não...- hesitei - Não sei. Preciso te contar algo - falei rápido antes que desistisse - estou namorando

O semblante dele mudou de inexpressivo par surpresa e senti um leve toque de decepção, apesar de não ter certeza se eu imaginava coisas.

—Você? Namorando? Quem?

—Não vem ao caso. Eu só quero dizer que eu realmente sinto muito que eu fui tão idiota e infantil, eu ia dormir todos os dias sem saber como lidar com aquele sentimento. Era algo muito novo para mim, e eu que sempre me considerei tão madura me vi como uma criança incapaz de entender o que se passava...acabei não pensando em como aquilo poderia machucar não só à mim mas à você também...

—Esta perdoada - ele me interrompeu - Esta tudo bem.

Eu não sabia se ele estava brincando ou não, mas ele continuou à falar.

—Eu também não fui perfeito. Pressionei e fui infantil em alguns momentos. E somos muito jovens, não somos obrigados a saber lidar com toda e qualquer situação nova que nos aparecer. E... - ele abriu um sorriso malicioso - você me ama.

—O que? - eu gelei

—Você me ama e isso que importa. - ele sorria alegremente - Uma hora você desistir desse seu namorado e voltar correndo para mim.

Senti meu rosto ficando quente e fechei a a cara pegando a minha bolsa no sofá e me dirigindo para a porta da sala que levava ao hall de entrada.

—Não da para ter uma conversa madura com você - reclamei alto abrindo a porta e dando de cara com três empregados e o pai do Ivo encostados à porta com cara de assustados

—Fofoqueiros! - Ivo resmungou ainda sorrindo

Eu me sentia dez vezes mais constrangida ao saber que estavam escutando atrás da porta e passei por eles sem me despedir saindo da casa o mais rápido possível.

—EU TE AMO!

Ouvi a voz de Ivo gritando lá da porta da casa enquanto eu andava sem olhar para trás sentindo um sorriso se formando no canto de minha boca.


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Notas finais do capítulo

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