A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 18
Capítulo 17 - Encontros




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742746/chapter/18

Depois que eu soube que Ivo havia ido embora, ainda demorei uma semana para ter coragem de enviar uma mensagem. Mas ele nunca respondeu. Duas semanas após a notícia eu decidi ligar para o pai dele mas descobri que ele havia proibido o pai de passar o novo numero dele para qualquer pessoa. Diante dessa situação entendi uma coisa: Para Ivo eu não passei de uma brincadeira nas férias. Eu sabia desde o início mas cometi a burrada de me apaixonar e esquecer deste pequeno detalhe.

Fevereiro passou voando. Tudo estava completamente diferente esse ano. Fabricio estava em outra turma então nos afastamos mais ainda do que já estávamos nos afastando nas férias. Fora o fato de que namorar fazia ele ficar mais distante. Eliana ficava sempre com Heitor e vice-versa ou com os novos amigos deles na nova escola. Greta parecia ter feito amizade com Renata e Wanessa e por algum motivo ela e Ingrid estavam brigadas.

Acabei ficando muito mais próxima de Ingrid e nós duas nos aproximamos mais de Abner e Felipe e consequentemente de Diego e Erick apesar de eles nao estudarem na mesma escola que a gente. Porém saíamos sempre juntos principalmente para vermos os meninos andar de skate.

Já estávamos em Março e quem quer que nos visse alí que não nos conhecesse, certamente veria apenas jovens felizes. Estávamos todos disfarçando bem a dor das férias que ainda não havia desaparecido e nem iria tão cedo.

Em uma dessas nossas saídas eu aproveitei um momento a sós com a Ingrid e perguntei algo que me deixava curiosa havia semanas.

—Ingrid, você ainda está com o Marcelo?

Ela foi pega de surpresa como eu queria e tentou disfarçar falhando miseravelmente.

— Não conta pra ninguém.

Tentei parecer indiferente mas era óbvio que eu não aprovava um homem adulto namorando a minha amiga de quinze anos.

—Foi por isso que você e a Greta brigaram?

Ela apenas confirmou com a cabeça e mantivemos o silencio por um tempo enquanto assistíamos aos meninos fazer manobras.

—E você e o Felipe? - ela falou sorrindo

—O que tem?

—Eu vejo como ele te trata e te baba...da uma chance...

—Ele é legal.

Foi meu único comentário e o nosso diálogo acabou ali.

 

Os dias pareciam passar correndo e quando Abril começou eu percebi que eu podia SIM dar uma chance ao Felipe depois de várias investidas fofas dele. Afinal, eu não havia estado com Ivo, mas mesmo assim eu agia como se houvesse tido um fim de um namoro quando ele foi embora.

Certa tarde Felipe decidiu me ensinar a andar de skate e eu aceitei empolgada. Acho que foi naquele dia no mês de Abril que eu me lembrei de que havia sim um mundo após Ivo, para mim. Ivo foi a minha primeira paixão mas eu não deixaria que fosse a última. E a nossa história não havia nem se concretizado para que eu estivesse me mantendo afastada romanticamente de garotos como eu estava fazendo. E por mais que a menos de um ano eu tenha dito que não queria um namorado tão cedo, acho que agora era justamente o que eu queria.

Os dias foram passando romanticamente. Começou com a gente saindo em grupo ainda. Sorvetes, me ensinando a andar de skate. Nos ajudando em matérias com grupo de estudo,cinema...Depois os outros começaram a sempre ter uma desculpa para não poder ir. Obviamente para nos deixar sozinhos. Em uma determinada sexta feira a noite nós decidimos ir em um teatro ver um musical. A peça era completamente tosca e nós riamos baixo todo o tempo, recebendo olhares de reprovação de todos por perto. Acabamos saindo antes da peça acabar e para a minha surpresa e gelo na barriga, ele segurou a minha mão enquanto caminhávamos pelas ruas conversando.

 

Eu me sentia totalmente livre para o que quisesse, não me sentia nervosa ou preocupada. Não tinha mais aquele medo do primeiro beijo com antes e nem o medo do primeiro amor. Porque aquilo não era amor. Era só a sensação boa de se estar com alguém legal e divertido, alguém que me fazia sorrir e não chorar. Alguém que fazia eu ter os sentimentos esclarecidos e não ficar me sentindo confusa e atormentada por pensamentos à todo instante.

Felipe sempre me respeitou ao extremo. Na verdade sempre respeito muito todas as meninas apesar das brincadeiras em geral. E eu sempre admirei muito isso nele. Eu sabia que se eu não tomasse uma atitude, ele não tomaria, então eu o beijei naquele dia quando ele me deixou no portão de casa.

 

Eu nunca tive um relacionamento então quando eu beijei o Felipe, não sabia o que viria em seguida. A gente estava namorando? Ficando? Eu deveria mandar uma mensagem? Mas seria muito estranho mandar uma mensagem assim que entrei em casa sabendo que ele ainda estava ali perto. No fim das contas decidi não fazer nada e esperar. Depois de ter tomado banho, jantado, escovado os dentes, foi que fui conferir meu celular e haviam duas mensagens dele. Em uma ele agradecia imensamente pela noite e falava o quanto havia amado cada segundo, e na segunda perguntava se eu não gostaria de sair com ele...um encontro. Hesitei por cinco segundos mas aceitei em seguida me sentindo empolgada com tudo aquilo. Fui dormir com a cabeça nas nuvens.

No fim das contas um encontro nao era tão assustador como eu achava ser. Nos filmes fazia parecer que eu ficaria tremendo de nervoso, suando frio e trocando de roupa pelo menos 3 vezes antes de decidir a ideal, mas nao foi nada assim. Eu estava animada por vê-lo e vi de cara um vestidinho meigo que decidi usar com uma sapatilha.

A conversa com ele fluía facilmente e o assunto não acabava. Eu ja sabia disso porque sempre me dei bem com ele, mas dessa vez ele parecia mais tímido, coisa que ele nunca foi. Estranhamente a timidez dele me passava mas segurança em mim.

 

Uma semana passou voando e eu fui abordada dezenas de vezes nas aulas  e intervalos para saberem o que estava rolando entre eu e o Felipe e a minha resposta era sempre apenas um riso malicioso. Minha empolgação demorou apenas uma semana daquele jeito e logo me surpreendi com um pedido de namoro, ainda bem que não um escandaloso.

Talvez aquilo devesse ter sido o que me fez mais feliz, mas eu nao me sentia apaixonada pelo Felipe então aquilo me surpreendeu mais do que ele imaginou.

Eu aceitei.

Passei a noite toda naquele restaurante com ele falando sobre mil coisas e percebi que talvez meu susto com o pedido fosse apenas porque aquilo era  definitivamente a maior novidade da minha vida. Era meu primeiro namorado.

Levei outro susto na manhã seguinte quando ele me enviou uma mensagem pedido para eu ir jantar na casa dele naquela noite porque ele queria me apresentar oficialmente para os pais dele como sua namorada. Gelei.

 

Quando Maio chegou eu tive a surpresa mais estranha e avassaladora. Pérola bateu em minha porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpa se esta acontecendo muita coisa ao mesmo tempo, mas preciso adiantar alguns meses e isso precisava acontecer assim até aqui. Mas agora juro que vou voltar com a normalidade kk



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A ilha - Livro 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.