A ilha - Livro 2 escrita por Letícia Pontes


Capítulo 15
Capítulo 14 - Precisamos de um plano


Notas iniciais do capítulo

Estou tentando postar sempre



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PIETRA

Acordei no domingo com tontura e enjoo e corri para o banheiro para pro para fora tudo o que havia no estômago. Minha irmã entrou no meu quarto e veio segurar meu cabelo comprido enquanto eu respirava fundo.

—O que houve nessa viagem¿ - Luna tentava parecer desinteressada, mas eu sabia que estava se coçando para me forçar a falar.

—Morreram duas colegas minhas, caso você não tenha notado – falei rispidamente, nunca fomos grandes amigas

—Pietra! – Ela bufou - Você está gravida¿

Demorei alguns segundos para cair a ficha do que aquela frase significava

—Esta maluca¿ - falei em levantando do chão e indo lavar a minha boca – É óbvio que não – era impossível

—Você sabe que pode confiar em mim – ela falou baixo como se compartilhássemos um segredo

Sentei na minha cama e respirei fundo algumas vezes. Liguei a TV do meu quarto e dei de cara com a  foto do Igor estampada na tela de .um noticiário.

—...a garota foi levada de volta para a cidade junto com a turma de quase 30 alunos do colégio Elite Mangata. Os pais alegam que a justiça será feita e começaram com um processo que foi aberto contra a escola. O diretor Lucas Andrade Boaventura preferiu não se pronunciar sobre o assunto.” – a repórter encerrou

Outro repórter apareceu na tela e desta vez o ambiente era uma delegacia de polícia.

“Dois jovens foram pegos em flagrante na cena do crime, inclusive a casa onde a jovem estava era de um deles. Igor Marcelino Ferraz Mendes se entregou sem dificuldades para a polícia e pode ficar de 10 a 15 anos preso. O irmão mais novo do rapaz será interrogado e mandado para um reformatório. Igor não quis falar com nenhum reportes em nenhuma das tentativas e a polícia nos disse que nem mesmo com eles ele tem falado muita coisa”

Desliguei a TV e fiquei paralisada olhando a tela. Levantei da cama alguns segundos depois e me vi no espelho. Meu cabelo estava sujo, olheiras, roupas coladas ao corpo devido ao suor e olhos inchados de tanto chorar. Decidi que precisava estar apresentável. Tomei um banho e  vesti uma roupa confortável quando ouvi o interfone tocar lá em baixo.

IVO

Os policiais entraram em nossa sala e pediram a presença de meus pais, expliquei que meu pai estava porem minha mãe provavelmente estava caída bêbada em algum lugar da cidade. Eles se entreolharam e o maior deles pigarreou antes de voltar a falar comigo.

— Pode chamar seu pai então¿

—E eu tenho escolha¿ PAI! A polícia está aqui. – Eu estava de frente para a TV aonde havia acabado de ver uma notícia sobre o desgraçado do Igor, porem ela agora se mantinha no mudo enquanto passavam propagandas.

—O que ela fez agora¿ - meu pai descia as escadas já mencionando a minha mãe. – Bom dia... – ele tentou ver o nome do policial em sua farda

—Oficial Juan. Bom dia senhor. Viemos aqui á respeito do ocorrido com a aluna Pamela.

—Por acaso suspeitam do meu filho¿ - meu pai falou sem surpresa e eu o encarei incrédulo

—Não há suspeitas. O assassino se entregou. Porem muitas peças não se encaixam e por isso é necessário um interrogatório com todos os presentes e próximos da garota. Hoje já temos cinco alunos na delegacia sendo interrogados, porem amanha queremos mais  cinco com seus respectivos advogados para os interrogarmos.

Quando os policiais foram embora o meu pai se voltou para mim com uma feição estranha e depois voltou para o seu escritório enquanto eu ligava o videogame.

PIETRA

Criei um grupo no WhatsApp e mandei uma mensagem para todos assim que os policiais saíram da minha casa.

 

GRUPO

Você criou grupo “Grupo”

Você adicionou Ivo
Você adicionou Eliana
Você adicionou Fabrício
Você adicionou Heitor
Você adicionou Greta
Você adicionou Ingrid
Você adicionou Kamila

Heitor
Que isso¿

Você
Podemos todos nos encontrarmos na praça da Liberdade daqui 30 minutos¿

Ivo
Ok

Eliana
ta tudo bem¿ posso sim.

Fabricio
Estou a Kamila, vamos sim.

Greta
Sim senhorita.

Ingrid
Sim senhorita.

Ingrid
Falamos ao mesmo tempo!

Greta
S2

Heitor
Blz flw


—_______________________________________________________

Nos encontramos no local marcado e pela primeira vez na ida eu vi todo mundo chegar na hora certa.

—Precisamos conversar sobre o que nós NÃO vamos falar para a polícia.

—Polícia? – Heitor se endireitou no chão – Porque vamos falar com a polícia¿

—Eles estão interrogando todo mundo – Fabricio falou devagar – Kamila foi interrogada ontem

—Já¿ - falei com certo desespero – conte detalhes do que conversaram com você por favor

—Pra ser sincera – ela falou tranquilamente – Foram apenas perguntas bobas sobre o quanto eu conheci ela e se sabia de alguém que não gostava dela. Como não tenho nenhuma proximidade, ou melhor...não tinha, então sai da sala em menos de dez minutos .

—Kamila acha que vai ser assim com todos nós – Fabrício completou – já que não tínhamos intimidade com ela

—E se perguntarem aonde nós estávamos¿

—Como assim, Pietra. Nós estávamos em tantos lugares. – Heitor reclamou

—Mas e se vacilarmos e descobrirem que sou uma aberração de merda¿ Tem noção de no que eu vou me meter¿

—Nós não vamos deixar nada acontecer – Ivo se manifestou pela primeira vez – Eles não vão saber.

Ivo me olhava com firmeza mas mesmo assim eu não conseguia me sentir segura daquilo. Era a minha vida que estava em jogo agora.

— A família da Helena esta indo embora pra Europa morar com o filho mais velho, souberam¿ - Greta mudou de assunto – Eles vão embora de vez mesmo.

O silencio continuava mesmo com alguns balançando a cabeça para dizer que havia entendido o que ela falou.

—Bom...vou indo então. – Heitor falou e levantando

—A polícia ainda precisa descobrir quem ligou para eles. E nós também. – Falei pensativa

—Porque precisamos descobrir isso¿ - Heitor tirava a terra da roupa

—Porque seja la quem foi, Heitor – falei irritada – sabe de alguma coisa sobre a gente, e também é a provável pessoa responsável pela morte de Helena, já que o combinado com eles era NÃO falar com a polícia ou ela morreria.

Heitor me encarou por alguns segundos e saiu parecendo chateado por eu ter gritado com ele. Eliana nos deu um tchau com a mao e saiu atrás dele correndo par alcança-lo. Ficamos nós seis sentados ali por longos minutos tediosos.

—Vocês podem ir se quiser. Não tenho mais nada para falar.

Greta e Ingrid levantaram sem hesitar e me deram um abraço antes e irem embora.

IVO

Fiz sinal com a cabeça para Fabrício, eu queria falar com Pietra mas queria que eles fossem embora. Ele pareceu relutante mas aceitou afinal. Levantou-se e abraçou a amiga sendo seguido por Kamila.

—Não se preocupe, eu te defenderei com unhas e dentes.

Eu não sabia exatamente como começar a falar, nem se era o momento adequado falar da gente, mas eu precisava. Levantei de onde estava e me sentei ao lado dela em silencio. Fiquei bons minutos assim e ela encostou a cabeça no meu ombro. 

— Eu não deveria ter ido nessa viagem.

—Se você não tivesse ido, nós não teríamos nos aproximado.

—Se eu não tivesse ido, Pamela não teria morrido.

—Não pense assim. Não é culpa sua a maldade do homem. Eu amei estar com você nessas férias – tentei voltar ao assunto NÓS

—Eu preciso ir – ela parecia ter entendido aonde eu queria chegar

—Pietra...

—Preciso ir! – ela falou firme

—Podemos conversar sobre nós pelo menos um instante¿

—Não existe nós, Ivo. Nunca existiu. Eu não estou pronta para ter essa conversa e muito menos para ter um “nós”.

Ela virou as costas e me deixou parado no meio da praça no sol quente me perguntando porque eu estava aceitando ser tratado assim.


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Notas finais do capítulo

A partir do próximo capítulo você terá algumas perspectivas da história diferentes.



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