Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 7
Não quero falar sobre isso


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente! Mais um capítulo, espero que gostem. ♡.

obs.: Avisozinho lá no final.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742650/chapter/7

POV. Bella Swan

Acordei na manhã seguinte me sentindo horrível, era como se eu tivesse sido atropelada por um trem, minha cabeça doía como o inferno, mas eu sabia que isso era apenas a carga emocional dos últimos acontecimentos aliada a noite mal dormida, uma receita infalível para me deixar de mal humor pelo resto do dia. Suspirei saindo da cama e deixando o desenho de Edward no criado mudo, precisava me arrumar para o longo dia que eu teria que enfrentar.

Revirei a mala em busca de uma roupa, resmungando uma vez ou outra por conta da bagunça, odiava ver as minhas coisas desorganizadas, mas ainda não tivera tempo para arrumá-las, teria que fazer isso o mais breve possível. Peguei uma calça jeans justa, uma regata preta que colava ao meu corpo e tinha o decote em formato de coração e um casaquinho também preto; me arrumei rapidamente calçando as mesmas sapatilhas azuis, peguei apenas o meu celular, já que a minha mochila ainda estava no carro, e desci.

—Bom dia. -Cumprimentei ao adentrar a cozinha, Charlie estava à mesa com uma tigela de cereais e leite. -Não temos café hoje? -Ele riu.

—Bom dia, decidi não me arriscar; sabe como é, não quero ser acusado por tentativa de homicídio. -Eu ri.

—Muito inteligente. -Comentei me dirigindo até o armário, eu não queria comer, não sentia ânimo para isso, mas o meu estômago parecia não pensar da mesma forma. -Você não deveria já está na delegacia? -Questionei pegando uma tigela e uma colher.

—Não, ainda está cedo. -Respondeu com uma leve acusação em sua voz. -Como passou a noite? -Dei de ombros me sentindo incomodada com a sua análise minuciosa.

—Eu estou bem. -Charlie bufou.

—Você está acabada.

—Obrigada. -Comentei com uma risada amarga.

—Você não precisa ir hoje, querida.

—Eu já disse que estou bem, Swan. -Rebati de forma agressiva, Charlie apertou os lábios em uma linha firme. -Desculpe.

—Tá tudo bem. -Mas eu sabia que não estava tudo bem, eu havia conseguido magoá-lo. Suspirei voltando a comer em silêncio, Charlie terminou o seu café e lavou a louça. -Eu estou indo. -Assenti, também terminando de comer.

—Me desculpe, Charlie. -Murmurei quando ele já se preparava para deixar a cozinha.

—Não se preocupe. Eu preciso ir. -Assenti novamente.

Charlie saiu me deixando para trás, suspirei me erguendo da cadeira e me dirigindo até a pia para lavar a minha louça, guardei a caixa de cereal e o leite e voltei a me sentar me permitindo chorar mais um pouco. Eu não sabia mais o que fazer, eu já estava tão exausta...

Depois de algum tempo, suspirei enxugando as lágrimas, precisava continuar avançando. Caminhei para fora de casa com um semblante abatido.

A manhã arrastou-se lentamente, eu estava ansiosa para vê-lo, tinha esperanças que Rosálie tivesse se enganado; assim que adentrei o refeitório meus olhos se direcionaram imediatamente para a mesa onde eles estiveram ontem, ele não estava lá, meu semblante desmoronou e uma dor em meu peito me fez arfar; meus olhos encontraram por um breve momento os de Alice, ela parecia triste, mas não me permiti pensar muito sobre isso. Segurei as lágrimas com certa dificuldade e segui Jessica até a mesma mesa de ontem, que por incrível que pareça estava ainda mais cheia do que antes, ignorei a todos e me concentrei em minha bandeja intocada, quando o  almoço terminou Mike me seguiu até a aula de biologia como um bom cão de guarda, revirei os olhos impaciente com o seu tagarelar, ele falava algo sobre uma visita a praia que aconteceria em breve, mas o ignorei completamente, eu estava concentrada nos batimentos descompassados do meu coração, novamente ansiosa, eu esperava que ele estivesse ali, apesar de não ter aparecido durante todo o almoço; parei na porta respirando fundo e entrei, mas nossa mesa estava vazia, Rosálie estava certa, Edward realmente partira e provavelmente eu nunca mais o veria. Segui para o meu lugar de cabeça baixa, talvez fosse melhor assim.

As últimas aulas passou rapidamente, pelo simples fato que eu estava distraída, meus pensamentos estavam concentrados nele, em como ele estava se sentindo ou onde estaria agora e o que estaria fazendo... acertei a bola na cabeça da minha colega ao tentar fazer um saque na aula de Educação física, a garota me lançou um olhar assassino e embora isso não tivesse me assustado, eu corei envergonhada. Saí correndo assim que o último sinal tocou, eu precisava dar o fora dali antes que eu matasse alguém com a minha falta de atenção.

Eu ainda precisava comprar as coisas para o jantar, então não poderia ir para casa ainda. Dei a partida no carro dirigindo até o Thriftway, a loja não ficava longe da escola, ficava algumas ruas mais ao sul fora da estrada e era grande o suficiente para abafar a chuva no telhado e esquecê-la.

Quando cheguei em casa descarreguei as compras e enfiei elas em qualquer espaço vazio que consegui encontrar, acho que Charlie não se importaria. Embrulhei as batatas em papel alumínio e coloquei no forno para assar, coloquei os bifes para marinar em uma frigideira e equilibrei-os em cima de uma caixa de ovos. Quando terminei, subi com a minha mochila.

Antes de começar a fazer o meu dever de casa eu tomei um banho longo e vesti uma roupa mais confortável, um shorts com uma regata verde oliva, deixei os cabelos molhados soltos e me joguei na cama preparada para recomeçar a ler "O Morro dos Ventos Uivantes", o romance que estávamos estudando na aula de inglês e que eu já havia lido um milhão de vezes, mas antes que eu pudesse pegar o livro em minhas mãos o meu celular tocou, bufei jogando a cabeça para trás, será que eu não poderia ter apenas alguns minutos de paz? Atendi a contra gosto.

—O que é?

—Ih rapaz, estamos de mal humor hoje? -Fred perguntou risonho, revirei os olhos irritada.

—Vai se ferrar.

—Pelo visto é alerta vermelho.

—Frederico! Você pode, por favor, parar de gracinha? -Pedi séria, ele imediatamente parou de rir.

—Perdão, eu só queria descontrair, não pensei que fosse irritá-la. O que foi que aconteceu? -Questionou preocupado, suspirei.

—Não é nada.

—Isso não me parece não ser nada, meu bem. -Engoli o nó que se formou em minha garganta, eu não ia chorar, não agora.

—Eu não quero falar sobre isso, estou cansada.

—Você está me preocupando Bella, me diz o que está acontecendo, por favor.

—Eu já disse que não quero falar sobre isso, Fred. -Rebati irritada, me levantei da cama com o celular na orelha e segui até a janela que dava para entrada principal, ainda chovia bastante lá fora.

—Mas você está estranha, Bell. Por favor, fale comigo. -Suplicou angustiado, senti os meus olhos arderem, eu queria lhe dizer o que estava acontecendo, mas as palavras ficaram presas em minha garganta e em vez disso outras deixaram os meus lábios.

—Odeio quando você e Tony ficam xeretando a minha vida. -Acusei.

—Eu não fico xeretando a sua vida. —Revirei os olhos.

—Sério?

—Está bem, talvez só um pouco. Mas eu estou preocupado. -Suspirei.

—Eu sei, só que você não precisa se preocupar comigo, eu estou bem.

—É difícil fazer o que está me pedindo. Você é muito importante para mim, Bell. Eu morreria se acontecesse algo com você.

—Nada vai acontecer, ok? Eu só preciso de um tempo para absorver as novas informações.

—Que informações? É sobre Virgíny? -Esfreguei a testa nervosa, eu havia falado demais.

—Não, não é sobre Virgíny. Por favor, Fred, apenas me dê um tempo.

—Eu vou perguntar a Lexi o que está acontecendo.

—Não vai perguntar nada a ninguém, Frederico. E vamos mudar de assunto agora mesmo se não quiser que conte algumas coisinhas suas para um certo alguém. -Ameacei irritada, ele engasgou.

—Você não faria isso...

—Você quer apostar com isso? -Fred soltou um riso nervoso.

—Isso é golpe baixo, Isabella.

—Foi você quem buscou. -Acusei voltando para a cama, me sentei com o travesseiro em minhas costas.

—Tudo bem. -Suspirou. -Você venceu, não precisa dizer nada agora.

—Que bom que chegamos a um acordo. Mas agora… onde é que você está? Não está em Hogwarts. -Mudei de assunto.

—Estou em casa. Precisava saber como você estava, você sabe... depois da viagem. -Explicou.

—Não gosto que fique saindo da escola assim, pode ser perigoso. -Repreendi-o.

—Eu só dei uma escapulida.

—Isso pra mim se chama fugir. -Ele riu.

—Chame como quiser, Baby. Ei…! Não…! Samantha, sua pestinha, larga isso. Eu vou contar para sua mãe. -Fred reclamou, sua voz se distanciando em direção a garotinha que era a cópia fiel do pai. -Não, só quando ela chegar. -Consegui ouvir um lamento baixo, mas não consegui compreender o que era. -Por favor, não complique mais as coisas. Por que não vai ver TV? -Fez-se um breve silêncio do outro lado da linha. -Droga, hoje eu mato a Alexia. -Ri.

—Operação babá?

—Uhum... Não sei onde essa menina encontra tanta bateria. -Reclamou.

—Você era do mesmo jeito, meu bem.

—Eu não era nada. -Contrapôs; eu ri, mas decidi não argumentar.

—E como vai a escola? -Fred começou a tagarelar animadamente, ele estava ansioso para a festa na mansão de Camilly Hunter no verão, ele ia levar a namorada e quem sabe pedi-la em casamento. -Não acha que está muito cedo para isso, Fred? -Indaguei em dúvida.

—Claro que não Bell, nós estamos juntos a dois anos e eu amo ela mais do que tudo nessa vida. -Falou apaixonado.

—E eu? Você não me ama mais? -Me fiz de ofendida, ele gargalhou estrondosamente.

—É claro que amo sua boba, mas é um amor diferente, você é a minha irmã favorita.

—Eu sou sua única irmã, gênio. -Falei revirando os olhos, ele riu. -Falando sério, Fred; vocês são tão jovens.

—Eu sei Bella, mas não é como se fossemos nos casar amanhã.

—Mas você é bem capaz de arrastá-la para o cartório mais próximo amanhã mesmo.

—Não sou, não. -Falou indignado, sorri.

—É claro que é, mas tenho certeza de que minha cunhadinha é inteligente o suficiente para resistir aos seus encantos. Ela não nos privaria de organizar uma festa.

—Você é muito chata, sabia?

—E você me ama mesmo assim.

—Quanta modéstia. -Eu ri.

—Sabe que terá que enfrentar a fera depois que fizer o pedido, não sabe? Você não vai poder escapar, Frederico. -Ele bufou frustrado.

—É, eu sei; eu provavelmente vou morrer antes do altar.

—É, você provavelmente tem razão, seu sogro vai te matar por corromper a filhinha dele.

—Eu não corrompi ninguém. -Murmurou envergonhado, explodi em uma risada estrondosa. -Pare com isso, Isabella. -Falou irritado, mas tudo que eu consegui fazer foi me curvar apertando a barriga com força. -Eu vou desligar. -Ameaçou emburrado.

—Tá... ok... eu... já parei. -Falei enxugando as lágrimas, mas uma última risada escapou sem que eu conseguisse segurá-la, Fred bufou irritado, resmungando algo como 'atitude infantil', mas eu simplesmente o ignorei. -Eu preciso desligar agora príncipe apaixonado. Charlie acabou de chegar. -Falei ao ouvir a viatura entrar na garagem, havia perdido a hora conversando com Fred e esquecera as batatas no forno, mas eu me sentia bem agora. -Espero que esteja preparado para levar um tiro. -Provoquei com uma risada.

—Vá pro inferno, Bella. -Resmungou irritado, sorri com o seu mal humor, era só tocar nesse assunto que ele ficava nervoso, na minha opinião, desnecessariamente, porque eu acreditava que o indivíduo já sabia de tudo, mas eu não iria dizer nada a ele, Frederico precisava deixar de ser covarde.

—Eu também te amo, maninho. Tchau. -Falei desligando sem lhe dar a oportunidade de se despedir, saí do quarto fechando a porta delicadamente.

—Bella? -Charlie perguntou ao me ouvir nas escadas.

—Não, é o gasparzinho. -Falei com um sorriso sarcástico, ele revirou os olhos.

—Muito engraçadinha. -Sorri entrando na cozinha às pressas, Charlie ficou para trás tirando o colete com a arma e as botas, e logo estava comigo. -O que temos para o jantar? -Me perguntou interessado. Sorri enquanto tirava as batatas do forno, graças a Deus não havia queimado.

—Bife com batatas. -Coloquei a carne para grelhar e fiz uma salada colocando à mesa, Charlie me observava encostado no batente da porta.

—Como foi a escola? -A pergunta parecia inocente para qualquer outra pessoa, mas eu sabia qual era a real informação que Charlie queria.

—Ele não foi. -Respondi me virando de costas para ele e seguindo em direção ao armário.

—Eles são uma família bem unida Bella, Edward não vai aguentar muito tempo longe.

—Hum... -Murmurei pegando os pratos para pôr sobre a mesa. Charlie suspirou e sem dizer mais nada deu as costas para sair da cozinha; ótimo, eu havia o magoado mais uma vez. -Charlie?

—Quê?

—Me desculpe e obrigada. -Ele deu um sorriso torto.

—Não por isso, querida. -Charlie saiu em direção a sala para assistir TV; arrumei o resto da mesa e quando terminei o jantar o chamei para comer. -O cheiro é bom, Bells. -Falou animado.

—Obrigada. -Charlie e eu comemos em meio a uma conversa animada, ele me contou sobre o seu dia na delegacia e evitou o assunto proibido que tinha nome e sobrenome, Edward Cullen; quando terminamos, Charlie insistiu para que deixasse a louça com ele, não me opus, estava cansada tanto física quanto mentalmente, mas apesar disso eu ainda tinha a atividade de álgebra e embora eu quisesse deixar o dever de lado a minha parte responsável e nerd não me permitiu. Terminei a tarefa em menos de cinco minutos e logo eu estava envolta em meus lençóis, mas ao contrário do que eu queria o sono não veio, em vez disso as lágrimas retornaram e se fizeram presentes durante boa parte da noite, foi só por volta das duas da manhã que eu finalmente consegui pegar no sono, agarrada novamente ao desenho de Edward.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey, gente! Como isso foi? Espero que tenham gostado.

Antes de vocês irem eu quero deixar um aviso rápido, isso é para aquelas pessoas que tem acompanhado a história desde o início, de antes de eu começa-la a reescrevê-la, eu quero avisar que o próximo capítulo é uma surpresa e eu tenho certeza que vocês vão amar isso. Mas então o que vocês acham que vai ser?

Bem... é isso. Vejo vocês no próximo, my Stars. Tenham uma semana maravilhosa, adoro vocês. ♡.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estrela da Alva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.