Estrela da Alva escrita por Princesa Dia


Capítulo 10
Fugindo


Notas iniciais do capítulo

Hey, gente!!! Td bem com vocês?

Antes de começarmos, eu quero conversar com vocês sobre algo.
Uma leitora me pediu que aumentasse a frequência das postagens, e eu quero saber o que vocês acham disso, se nós tivermos dez comentários concordando eu vou começar a postar duas vezes por semana, ok?

Bem... é isso... espero que vocês gostem do capítulo de hj.

!!! Capítulo grande, sorry. ♡.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/742650/chapter/10

POV. Edward Cullen

Minha vida era um tédio, esta era uma ótima definição. Se a escola já era o inferno na terra para adolescentes normais, imagine para mim que já repetiu esse processo várias e várias vezes. Mas tínhamos que fazer o maldito sacrifício se realmente queríamos conviver com os humanos.

Hoje, no entanto, seria um dia diferente, teríamos uma nova atração, Isabella Swan a filha do Chefe de polícia da cidade que decidiu ter novas experiências nesse fim de mundo, ela nem imaginava o que a estava esperando; a chegada dela era esperada por quase todos nessa cidade, todos ansiosos para conhecê-la, até mesmo Alice estava curiosa, tentou de todas as formas bisbilhotar a vida da garota, mas não conseguiu nada além de uma dor de cabeça e um mal humor dos infernos, confesso que fiquei um pouco intrigado por ela não conseguir ver o futuro da garota, mas isso não foi o suficiente para aguçar a minha curiosidade.

—E então Edward, ela já chegou? -A duendezinha me perguntou assim que chegamos no estacionamento, revirei os olhos, mas tentei descobrir o que ela queria; vasculhei todas as mentes, mas ninguém a havia visto ainda.

—Eu acho que ainda não. -Alice fez um muxoxo de descontentamento.

—Ah... eu queria tanto vê-la. -Resmungou fazendo um biquinho contrariada, sorri balançando a cabeça.

—Você terá tempo para vê-la Alice. -Ela deu de ombros.

—Eu queria encontrar com ela logo, mas pelo visto terei que esperar. -Falou com birra arrastando Jasper para dentro da escola, revirei os olhos mais uma vez.

—Não sei por que tanta ansiedade.

—E nem eu. O que ela quer com essa humana? Ser amiga dela? -Rosálie perguntou sarcástica, mas apesar do seu tom de voz eu pude perceber certa curiosidade; sorri com isso, Rosalie fazia um bom trabalho fingindo para os outros a sua futilidade, mas apenas eu que conhecia todos os seus pensamentos sabia a dimensão da sua verdadeira personalidade. Ela seguiu Alice e Jasper para dentro da escola e Emmett e eu fomos logo atrás.

A manhã seguiu lentamente e todos os assuntos e pensamentos estavam voltados para a aluna nova. Os adolescentes eram todos iguais, a ala masculina já fantasiava com a novata, já se imaginavam namorando ela sendo que a maioria nem a viu ainda e a feminina já estava com inveja, sempre egoístas. Os que a viram afirmavam que a garota era bonita, tanto quanto nós, eu tive que rir com isso, como se a beleza humana fosse comparada à beleza imortal de um vampiro.

—E então Edward, você a viu? -Alice me perguntou antes que eu pudesse falar qualquer coisa. Estava na hora do almoço e havíamos nos encontrado do lado de fora do refeitório, a baixinha como se ainda fosse possível, estava mais elétrica o que deixava Jasper ainda mais agoniado do que normalmente já era.

—Vai com calma, tampinha. -Respondi rindo, Emmett me acompanhou, mas os outros observaram cuidadosamente uma Alice estreitar os olhos.

—Tampinha é a sua avó. Dá pra responder a porra da pergunta e parar de gracinha? -Rebateu irritada, as pessoas que passavam a caminho do refeitório nos encaravam assustadas.

—Claro, duende. Se quer saber se ela está na escola, pode ficar tranquila. -Jasper e Rosalie tentaram segurar a risada, mas Emmett não teve a mesma sensibilidade.

—Eu te corto em pedaços se vier com esse apelidinho tosco mais uma vez. -Não era uma ameaça em vão como as pessoas estavam pensando, mas eu gostava de atormentá-la. Dei de ombros, cruzando os braços para enfatizar desinteresse, Alice é claro estreitou ainda mais os olhos. -Você é um idiota, pode ter certeza que isso não fica assim. -Encarei Alice desconfiado, com certeza ela ia aprontar alguma, mas antes que eu pudesse descobrir seus planos ela começou a cantar o hino da Bélgica. -Edward seu besta, que ela está na escola isso todo mundo já sabe. O que eu quero saber é se você a viu, como ela é? Ela é bonita? Ela é legal. -Encarei Alice indignado, Rosalie bufou incrédula.

—É por isso que está tão ansiosa?

—É... não... não sei. Droga, dá pra parar de me confundir e responder a porcaria da pergunta. -Rebateu irritada, antes que eu pudesse responder Rosalie se pronunciou.

—Se vocês vão entrar nessa conversa, com licença. -Respondeu arrastando Emmett para a porta, qual era dessas duas de arrastarem as pessoas? -Como se ela fosse mais bonita do que eu. -Murmurou entrando no refeitório.

—E então? -Alice pressionou, suspirei exasperado.

—Eu sei lá Alli, eu não a encontrei ainda, mas ela se parece com qualquer outra adolescente. -Alice me encarou desgostosa.

—Mas vocês homens são todos uns idiotas mesmo. -Resmungou arrastando Jasper para o refeitório, que me encarou assustado, eu também estava do mesmo jeito, não conseguia compreender o que dera nela. Balancei a cabeça os seguindo.

Assim que entrei meus olhos recaíram sobre a mesa em que ela estava, cercada por idiotas que queriam apenas aproveitar a breve popularidade. A garota parecia surpresa e olhava meus irmãos com uma curiosidade intensa, será que ela estaria interessada em Jasper? Se fosse isso mesmo, meu irmão que se cuide. Assim que passei por ela seus olhos se arregalaram e ela levou a mão ao cordão em seu pescoço, sua atitude me deixou bastante confuso, nossos olhos se encontraram e uma sensação estranha invadiu meu peito, quase de... reconhecimento? Ignorei isso e passei reto seguindo direto para a mesa.

"Eu acho que a conheço Edward." Alice pensou antes mesmo que eu me sentasse, a encarei sério.

—Eu acho que não Alice.

—Eu estou falando sério. -Sibilou irritada, tenho certeza que se não estivéssemos em um refeitório lotado ela teria gritado.

—Eu também estou.

—Cara, eu odeio quando eles começam a conversar assim. -Emmett resmungou frustrado, mas ninguém lhe deu atenção.

—O que foi, amor? -Jasper perguntou preocupado, mas ela apenas virou o rosto cruzando os braços e fazendo um bico, quanta maturidade...

—Alice acha que conhece a humana. -Respondi já que ela não fez menção de fazê-lo.

—Acho que não, querida. -o loiro comentou cauteloso, Alice bufou contrariada, mas não disse nada.

"Por que ela quer saber do Edward? Se pensa que vai conseguir conquistá-lo, ela está muito enganada." Jessica pensou debochada e meus olhos brilharam com irritação, essa garota tinha que ser tão venenosa?

—Aquele? É Edward Cullen. Lindo, não é? Mas não perca seu tempo, é o único que não namora, ao que parece nenhuma garota nessa escola é suficientemente boa para ele. -Respondeu amarga, Jessica se lembrou das vezes em que eu a rejeitei, um sorriso torto apareceu em meus lábios.

—Eu nem pensei nisso. -Sua voz era doce e melodiosa, teria prendido a minha atenção se não fosse as suas palavras, o sorriso morreu em meu rosto, tudo bem que eu era um vampiro e que a tendência dos humanos era nos repelir, mas eu não era de se jogar fora, né? Emmett gargalhou alto como se o que a garota acabara de dizer fosse algo realmente muito engraçado; imbecil.

Encarei a garota com interesse, nossos olhos se encontraram e eu tentei ler a sua mente, mas ela estava muda, franzi a testa frustrado, eu queria saber por que ela me rejeitara, ela desviou o olhos e eu tentei novamente, dessa vez com mais cuidado, mas ainda assim não consegui encontrar a sua voz.

—Pelo visto Edward acabara de levar um toco. -A anta do Emmett riu chamando a minha atenção, o encarei irritado.

—Vai à merda idiota. -Ele  riu ainda mais. Revirei os olhos, Emmett era infantil demais para reconhecer o perigo. 

—Ela já está com medo de nós? -Perguntou esfregando as mãos com ansiedade.

—Eu não sei. -Todos na mesa me encararam confusos.

—Como assim não sabe? -Jasper se pronunciou preocupado, dei de ombros.

—Eu não consigo ler os pensamentos dela.

—Não consegue? -Rosalie indagou franzindo as sobrancelhas, balancei a cabeça negando.

—Cara, a garota conseguiu driblar o Edward? Já comecei a gostar dela. -Emmett falou eufórico.

—Talvez os pensamentos dos outros estejam te confundindo. -Jasper sugeriu o ignorando.

—Talvez... -Eu estava meio incerto quanto a isso.

"Eu sinto muito te decepcionar Edward, mas acho que não seja esse o caso, afinal eu também não posso vê-la." Alice me encarava intensamente enquanto eu lia os seus pensamentos, e de certa forma eu sabia que ela estava certa, havia algo de muito estranho nessa garota, mas eu não conseguia identificar o que era.

Antes do horário de almoço acabar, Alice nos avisou que o sinal ia tocar, então nos levantamos e saímos; minha próxima aula seria biologia e eu a fazia sozinho, o que me poupava de ter que manter um diálogo amistoso com outras pessoas.

 Fui o primeiro a chegar à sala, então me sentei no meu lugar olhando a janela, as pessoas começaram a entrar conversando animadamente, mas eu me desliguei de suas vozes. Ouvi o professor chamando a aluna nova e olhei para a porta a encontrando de olhos arregalados, um sorriso quase se formou em seus lábios, mas ela conseguiu contê-lo; garota doida, deveria está preocupada em se sentar ao meu lado, afinal era o único lugar vago, e não ficar contente por isso.

Ela caminhou em direção ao Sr. Banner e o seu cheiro invadiu o ambiente me atingindo como uma bola de chamas ardente em minha garganta, o monstro acordou dentro de mim e ansiou por aquele sangue tão... apetitoso...

"Edward não!" Alice falou em minha mente, na verdade gritou; despertei no segundo seguinte prendendo a respiração, me amaldiçoei internamente por ter pensado em matá-la. Apertei a beirada da mesa tentando reprimir o impulso de pular em seu pescoço, ela entregou ao professor a caderneta e ele assinou indicando para ela a cadeira ao meu lado.

"Droga, droga, droga, droga..." entoei mentalmente ao vê-la se aproximar. Inesperadamente a garota começou a ficar nervosa e como se fosse o limite de passos que daria tropeçou em uma mochila no chão e se apoiou na beirada da nossa mesa para não cair de cara. A turma toda explodiu em risadas e eu teria feito o mesmo se ela não tivesse corado miseravelmente, travei a mandíbula ao sentir seu perfume concentrado, eu queria matá-la, mas a imagem de Carlisle invadiu a minha mente e eu perdi a coragem, eu não podia fazer isso, não podia acabar com o trabalho dele; senti um imenso ódio por essa garota, por me fazer desejar tanto o seu sangue, por ter aparecido para atormentar a minha vida, por ser o meu demônio particular. Nossos olhos se encontraram e ela ajeitou a postura automaticamente.

Essa foi a hora mais longa da minha existência, me mantive o tempo todo sentado na beira da cadeira, rígido como uma pedra e com o rosto voltado para longe, mas a idiota da garota não colaborava, ela não parava de se mexer e espalhar seu cheiro doce, várias formas de acabar com a sua vida vinham em minha mente, mas eu afastava essas ideias antes que eu fizesse realmente uma grande besteira. Olhei de esguelha em sua direção e me arrependi amargamente por isso, ela estava ereta, tensa pela aproximação com um monstro e inconscientemente afastou os lindos cabelos castanhos do ombro expondo o seu pescoço, meus olhos se fixaram em sua carótida, sua pulsação me deixando louco, como será o gosto do seu sangue? Provavelmente ainda mais delicioso que o cheiro, acho que eu daria conta, era apenas uma sala, eu poderia me livrar de todos antes que qualquer um gritasse, então ela estaria em minhas mãos.

"Cinco minutos, Edward." Alice gritou desesperada, pisquei atordoado, eu quase cedera novamente, trinquei os dentes tentando controlar meus instintos. Esses cinco minutos demoraram uma eternidade.

"Vai tocar." Antes mesmo que tocasse eu já estava fora da sala, mas ainda bem que ninguém percebera, tudo que eu precisava agora é dar o fora dali o mais rápido possível.

Saí no estacionamento respirando fundo para que o ar puro invadisse meus pulmões.

"Edward, você está bem? Eu vou até aí." Alice pensou desesperada.

"Não, Alice, não venha. Eu preciso ficar sozinho." Tomei a decisão de falar, mas eu sabia que ela já havia previsto isso então desisti, esfreguei o rosto tentando controlar o nervosismo, tudo que eu não precisava agora era de Alice me enchendo os ouvidos. Ouvi o sinal tocar novamente, mas eu não tinha condições nenhuma para assistir a próxima aula, então segui direto para o carro, liguei o som e a melodia de Clair de Lune invadiu o ambiente, essa música sempre foi capaz de me tranquilizar seja qual fosse os momentos, mas hoje ela não estava surtindo o efeito esperado. Desliguei o som e tentei afastar os pensamentos homicidas, mas estar em um ambiente fechado só tornava a lembrança do seu cheiro ainda mais intenso e tentador. Pulei no banco ao ouvir o último sinal tocar; droga, isso nunca tinha acontecido, essa garota estava me deixando louco, mas uma coisa eu sabia, não poderia voltar naquela aula, eu poderia não ser forte o suficiente da próxima vez que nos encontrássemos e eu sabia exatamente o que eu precisava fazer agora.

Saí do carro e segui em direção a secretária. Assim que entrei a Sra. Cope me encarou de olhos arregalados, sorri para ela o que a deixou desconcertada. "Boba, ele é quase novo o suficiente para ser seu filho, novo demais para pensar nele desse jeito..." Pensou ao ver  eu me aproximar.

—Olá, Edward. O que eu posso fazer por você? -Perguntou, o que para ela parecia ser sedutora.

—Eu estava me perguntando se você poderia me ajudar com os meus horários. -Respondi com a voz suave, eu ouvi o ritmo do seu coração acelerar.

 -É claro, Edward. Como eu posso te ajudar? -"Jovem demais, jovem demais."  Errada é claro, eu era mais velho que o avô dela. Mas de acordo com a minha carteira de motorista, ela estava certa.

—Eu estava imaginando se eu poderia trocar a minha aula de biologia para o nível mais alto de ciências. Física, talvez? -A mulher piscou confusa.

—Algum problema com o Sr. Banner, Edward?

—Não, não. É só que… eu já estudei esse material...

—Naquela escola acelerada que você estudou no Alasca, certo? -Os lábios finos dela se torceu enquanto ela considerava isso.

"Eles todos já deveriam estar na faculdade. Eu já ouvi todos os professores reclamando. Notas perfeitas, nunca hesitam na hora de responder, nunca respondiam errado num teste, como se eles encontrassem uma forma de colar em todos os assuntos. O Sr. Varrer preferiria admitir que tem alguém colando do que dizer que existe alguém mais inteligente do que ele... eu aposto que a mãe deles os instruí..." Divagou e eu me mantive calado enquanto ela considerava.

—Na verdade, Edward, a aula de física já está muito cheia agora. O Sr. Banner odeia ter mais de vinte e cinco alunos na sala de aula. -Eu sabia que nunca era tão fácil, mas eu não desistiria na primeira.

—Eu não daria nenhum problema.

"É claro que não, não um Cullen perfeito."

—Eu sei disso, Edward. Mas simplesmente não há lugares o suficiente...

—Não existe outra turma? -Perguntei esperançoso.

—Não.

—Tem certeza? -Perguntei dando o meu melhor sorriso, a mulher em minha frente piscou confusa.

—Hãn..? -Ela nem conseguia mais se lembrar qual o teor da nossa conversa, bem… eu teria que dar uma ajudinha então, não poderia perder essa oportunidade.

—Tem que  me ajudar, qualquer outra turma menos biologia. -Falei ansioso, ela me olhou por um segundo sem entender o que eu estava dizendo, mas logo a lucidez voltou aos seus pensamentos.

—Eu sinto muito Edward, mas todas as outras turmas estão lotadas. -Eu estava pronto para uma segunda tentativa, quando uma brisa trouxe aquele cheiro até mim, meus músculos se contraíram automaticamente. Ela estava ali, eu não sabia a quanto tempo ou como ela entrara sem que eu percebesse, mas isso não me importava no momento, tudo que eu queria era o seu sangue e poder acabar finalmente com o meu tormento. Me virei para encará-la, seus olhos chocolates refletiam o medo e principalmente o monstro que eu era, mas isso não iria me impedir. A garota que entrou seguiu até o balcão deixando um papel ali, ela logo ia sair e só sobraria mais uma única pessoa além de Isabella Swan, eu poderia muito bem me livrar da mulher e ter a garota só pra mim; ouvi Alice gritar em meus pensamentos, mas dessa vez eu não lhe dei ouvidos. A garota abriu a porta para sair e uma rajada de vento limpo veio até mim trazendo clareza aos meus pensamentos, me odiei por ter quase perdido o controle outra vez; prendi a respiração assim que a porta se fechou.

—Então, deixe pra lá. Vejo que você não pode me ajudar mesmo, obrigado. -Respondi sem nem olhar para a mulher direito, eu fui até um pouco ríspido, mas ela nem percebeu. Saí dali quase correndo e segui direto para o estacionamento, meus irmãos já estavam me esperando e Alice assim como Jasper pareciam bem nervosos.

"O que aconteceu?" Jasper questionou preocupado, eu apenas o ignorei me dirigindo para o lado do motorista.

—Entrem no carro. -Os quatro se entreolharam, mas não saíram do lugar. -AGORA! -Gritei e todos no estacionamento me encararam assustados. Entrei no carro batendo a porta, os quatro entraram logo em seguida e eu dei a partida cantando pneu para fora dali, não podia correr o risco de esbarrar com ela outra vez.

"Você está bem?" Alice perguntou preocupada.

—Eu pareço bem, Alice? -Perguntei seco, Rosalie engasgou.

—Que diabos deu em você, Edward? Alice só está preocupada, como todos nós, te custa ser mais educado?

—Não se mete Jasper, me deixem em paz. -Falei apertando o volante com força.

—Deixa, querido. Ele está nervoso. -Alice tentou acalmar o marido quando percebeu que ele começava a se irritar, não sei se por minhas palavras ou pelo meu próprio humor. 

"Eu hein, o que foi que deu nele?" Rosálie se questionou preocupada, embora não fossemos muito próximos Rosálie se preocupava com a família.

"Pra mim isso é falta de mulher." Se você pensou que foi o imbecil do Emmett que falou essa asneira você está totalmente certo, soltei um rosnado baixo que acabou assustando os outros três e o paspalho deu uma risadinha. "Eu não disse?" Rebateu cruzando os braços como se o que ele acabara de pensar fosse a coisa mais inteligente do mundo; revirei os olhos decidido a ignorá-lo, Emmett era uma criança grande que só sabia fazer piada nos momentos inapropriados e eu já tinha um problema enorme, chamado Isabella Swan, para ter que dar atenção a ele.

Me perdi em pensamentos, eu precisava decidir o que fazer agora que o meu primeiro plano não tivera sucesso, mas por mais que eu me esforçasse eu não conseguia chegar a uma solução.

"Você não pode fazer isso." Alice gritou em minha cabeça me assustando, olhei para ela ao meu lado. Ela parecia com raiva, mas por que? Revirei a sua mente em busca da resposta, recebendo a solução para o meu problema, inconscientemente eu já havia tomado a minha decisão.

—Não tem outra saída, Alice. -Respondi desviando a minha atenção para a estrada.

—Sempre existe uma saída, Edward.

—Não dessa vez. -Ela suspirou irritada.

—Você está indo embora? -Por incrível que pareça foi Emmett o primeiro a entender o que estava acontecendo. Parei o carro na entrada do caminho de terra.

—Estou.

—Por quê? -Rosalie indagou histérica, ela estava pensando em Esme, em como ela reagiria a notícia, e digamos que não eram reações muito boas, isso quase me fez desistir, mas foi quase, eu tinha esperanças que pudesse entender.

—Alice vai lhes explicar quando chegarem em casa. -Respondi sem encarar nenhum deles, Alice bufou.

—Está bem Edward, se você quer ir eu não vou te impedir, mas fale com Carlisle antes. -Assenti e eles desceram. -E Edward...? -Alice me chamou já do lado de fora.

—O quê?

—Você estará de volta antes mesmo do que imagina.

—Eu não vou voltar, Alice.-Respondi já cansado daquela conversa, ela abriu um sorriso travesso.

—Você vai ver que eu tenho razão. -E saiu antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa, suspirei dirigindo de volta para a cidade, assim que eu cheguei no hospital meu pai já estava me esperando.

—Filho, aconteceu alguma coisa? Alice me ligou dizendo que você precisava falar comigo. -É claro que ela teria ligado. Expliquei a Carlisle tudo que aconteceu e como eu imaginava ele me apoiou em minha decisão. -Leve o meu carro filho, está com o tanque cheio, assim não vai ser preciso você parar. -Assenti concordando, Carlisle sorriu colocando a mão em meu ombro. -Eu estou orgulhoso de você meu filho, por se propor a fazer o que é o certo.

—Obrigado, pai. -Carlisle abriu um sorriso torto e assentiu.

—Agora vai, fique o tempo que precisar e depois volte para casa. -Concordei não querendo lhe dizer que talvez eu não voltasse. Saí dali deixando as chaves do meu Volvo com ele e pegando a do Mercedes. Deixar a minha família foi difícil, eu tive vontade de desistir, mas eu sabia que não poderia fazer isso.

Dirigi o dia e a noite toda, mas pra mim isso não era um problema já que eu não me cansava. Os Denali se surpreenderam com a minha chegada repentina, mas me receberam de braços abertos e sem me cobrar qualquer tipo de explicação, o que foi ótimo.

Os dias no Alasca passaram-se monótonos, como sempre, com a diferença que eu não tinha a minha família por perto, até das brincadeiras estúpidas do Emmett eu sentia falta. Longe de todos e respirando esse ar puro eu percebi o quanto eu fui idiota, eu não precisava ter fugido, tudo bem que eu quase matei a garota, mas isso era por que eu estava com sede, tenho certeza que eu era perfeitamente capaz de resistir a ela, Isabella não seria a responsável por me afastar da minha família, decidi então que voltaria.

Comuniquei aos Denali a minha decisão e agradeci a hospedagem, quem não ficou muito feliz com a notícia foi Tanya que queria aproveitar a minha estadia aqui para mais uma vez tentar me seduzir, pena que isso não fosse possível, meu coração, se é que se pudesse chamar assim, estava fechado para qualquer mulher, seja ela vampira ou humana, por algum motivo eu sentia que um relacionamento seria uma traição.

Dirigi de volta para casa parando algumas vezes para caçar, não queria correr o risco de estar com sede ao encontrá-la de novo. Quando cheguei em casa todos estavam ali me esperando, provavelmente Alice lhes informou da minha decisão.

—Santo Deus, Edward. Nunca mais faça isso comigo, entendeu? -Esme falou se jogando em mim, sorri a envolvendo em meus braços.

"Pode dizer." Alice exigiu ansiosa, revirei os olhos divertido.

—Você sempre tem razão, Alice.

—Yes! Eu disse, eu disse. -Cantarolou saltitando pela sala, todos na sala riram.

—Agora a gnomozinha vai ficar se achando. -Emmett zombou e Alice o encarou furiosa.

—Cale a boca, imbecil. -Gritou e Emmett colocou a mão no peito rindo.

—Ui, essa doeu.

—Crianças! -Esme repreendeu se afastando do meu abraço, Alice virou a cara, fazendo um bico e cruzando os braços contrariada; sorri ao ver a cena, era tão bom está de volta em casa. -E como foi a viagem, querido? -Esme perguntou por educação, ela não queria saber como foi a viagem, na verdade ela queria mesmo era me dar uma bronca.

—Foi bem. Me desculpe, Esme; por ter ido embora sem me despedir e a vocês por ter sido grosso. -Pedi um pouco envergonhado.

—Sem problemas, sabemos que você estava nervoso. -Jasper respondeu com um sorriso torto. -E bem vindo de volta mano.

—Obrigado, Jasper. Estou feliz de estar em casa.

—Também estamos felizes de você estar aqui, mas não faça mais isso. Você me magoou, Edward. -Ela respondeu chorosa, dei um sorriso torto.

—Eu sei Esme, mas se eu tivesse vindo me despedir, você teria me deixado ir? -Perguntei com a sobrancelha erguida, ela sorriu.

—É claro que não, eu provavelmente teria te amarrado com uma corrente no pé da mesa. -Sorri a abraçando novamente.

"Como é bom vê-la sorrindo depois de ter passado a semana inteira naquele quarto." Carlisle pensou carinhosamente, olhei para ele rapidamente e depois afastei Esme apenas o suficiente para olhar em seus olhos.

—Você se trancou no quarto novamente? Prometeu que não faria mais isso, mãe. -A repreendi ela se afastou mais ainda, desconfortável com o rumo da conversa.

—Eu estava triste. -Respondeu como se isso fosse explicação suficiente. Suspirei cansado, desde que Esme entrou para a família, logo após a mim, ela frequentemente tinhas esses surtos de tristeza, e passava dias ou até semanas enfiada em seu quarto, no início eu pensava que a sua melancolia se devia a morte do filho poucos dias depois de nascer, mas com o tempo descobri que havia algo mais, algo que nem Carlisle sabia e que eu nunca consegui descobrir, mas que a consumia ao longo dos anos e preocupava a todos nós.

—Está bem, a culpa foi minha. Eu sinto muito por isso, não vai mais se repetir.

—Espero mesmo. -Decretou sorrindo mais relaxada.

"Merda, eu espero que Edward não preste atenção em nós, se ele descobrir o que Rose fez, ela está ferrada." Emmett pensou nervoso e isso acabou atiçando minha curiosidade, encarei Rosálie sério.

—O que você fez? -Ela ficou nervosa instantaneamente comprovando que havia alguma coisa.

—Nada.

—Tem certeza? -"Droga, eu vou matar o Emmett." Pensou irritada, mas seu semblante continuou indiferente.

—Tenho.

—Então por que está pensando em matar o Emmett? —"Ferrou." Eu o ouvi pensar engolindo em seco. Rosalie, nervosa, deixou a barreira cair revelando o que ela escondeu por uma semana inteira.

—Você fez o quê? -Gritei exaltado, Esme se encolheu.

—Ah quer saber? Falei mesmo, ela não tinha o direito de vir nos perturbar em nossa casa, eu a coloquei no lugar dela. -Respondeu irritada demais para se conter.

—Explicações, por favor. -Alice resmungou fazendo um gesto com a mão.

—A aluna nova esteve aqui no dia em que Edward foi embora e Rose gritou com ela. -Emmett despejou finalmente aliviado por poder falar sobre isso.

—Obrigada, Emmett. -Rosálie respondeu sarcástica e ele a encarou confuso.

—O quê? Você já não ia dizer mesmo? -Ela se limitou apenas em lhe lançar um olhar assassino.

—Que coisa feia, Rosalie; a garota deve pensar que somos uns selvagens. -Esme falou decepcionada, Rosálie olhou para o chão envergonhada.

—Me desculpe, Esme.

—Ela queria falar com a Alice também. -Emmett falou eufórico.

—Emmett, sua anta. -Rosálie gritou exasperada.

—Ops... -O silêncio reinou na sala por poucos segundos antes que o grito de Alice ecoasse no ambiente.

—Rosalie, eu vou te matar. -Rose engoliu em seco, ela sabia que não devia irritar a baixinha.

—Olha eu só não queria que ela ficasse bisbilhotando a nossa vida. -Tentou se defender, mas Alice a ignorou.

—Era por isso que você fugia sempre que tentávamos conversar com você? -Jasper indagou sorrindo, ele estava se perguntando como Emmett conseguiu esconder essa história por tanto tempo. Emmett deu de ombros. -Você até que demorou a abrir a boca. -Concluiu se jogando no sofá, gargalhando.

—Digamos que ele teve um incentivo. -Respondi, não foi preciso dizer mais nada, Alice bufou batendo o pé.

—Você é cruel Rosalie, é por isso que ela foge toda vez que eu me aproximo. -Alice choramingou, encarei ela curioso.

—Você tentou falar com ela? -Ela deu de ombros.

—Alice ainda está com a ideia fixa de que a conhece. -Jasper comentou. Franzi a testa preocupado, Alice não era de insistir muito em uma ideia.

—Eu não duvido de nada. -Emmett resmungou baixo e todos na sala o encararam confusos.

—Por quê diz isso, filho? -Carlisle indagou interessado, ele se aproximou de Esme a envolvendo em um abraço.

—A garota veio aqui sem carro e quando Rose a mandou embora ela simplesmente desapareceu no ar, Puff! -Resmungou fazendo um gesto com as mãos; as imagens passaram rapidamente pela sua mente e eu me espantei, de fato a garota desaparecera como fumaça e isso não era coisa de uma humana ordinária.

—Será que ela é uma vampira com talentos? -Carlisle questionou preocupado, balancei a cabeça.

—Acho que não, ela parece humana. -Ele assentiu pensativo.

—Acho que ela é uma bruxa. -Emmett falou animado, Rosálie bufou e Esme se retesou nos braços do marido, mas não falou nada.

—De novo essa história, Emmett? -Rose reclamou.

—Você tem uma teoria melhor?

—Pode ser verdade...- Carlisle comentou quando Rosálie abriu a boca para rebater. -Eu já ouvi falar de bruxos, mas eu nunca conheci um.

—Mamãe, você está bem? -Jasper indagou chamando a nossa atenção para Esme. Ela parecia nervosa, mas Esme parecia não pensar em nada.

—Estou. -Falou rapidamente. -É que agora estou ansiosa para conhecer essa garota.

—Você acha que consegue? -Carlisle perguntou preocupado, assenti embora ainda duvidasse do meu controle. -Eu tenho que ir para o hospital agora. -Anunciou dando um selinho na esposa.

—Bom trabalho, amor. -Esme falou com um sorriso delicado.

—Tchau, pai. -Todos nós falamos ao mesmo tempo.

—Tchau e se comportem crianças. -Respondeu divertido, ouvi alguns bufar e outros reviraram os olhos. Carlisle pegou a maleta e saiu.

—Bem, acho que eu vou descansar um pouco. -Falei dando um beijo na testa da minha mãe.

—Vai, querido. Descanse.

—Obrigado. -Subi as escadas em direção ao meu quarto, a conversa com a minha família conseguiu despertar a minha curiosidade, Isabella não era normal, isso já deu pra perceber, mas o que ela era então? Eu queria descobrir mais sobre ela, conhecer os seus pensamentos; pela primeira vez em minha existência eu estava ansioso para a escola na manhã seguinte, e tudo o que eu não queria naquele momento era fugir dela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bye Bye, gente. Espero que tenham gostado, vejo vocês no próximo.

!!! Não esqueçam de comentar.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estrela da Alva" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.