- Isabella, acorda. – ouvi minha mãe chamar.

- Hm? Deixa eu dormir mais um pouquinho... Vai se deitar vai!

- Isabella! Acorda! Você já ta atrasada, e a sua prima Isadora já vai chegar!

- O que? – Não. Eu odeio ela!

- É isso mesmo. Agora acorda.

- Eu já acordei mãe ¬¬

- Então levanta logo dessa cama! – disse ela me puxando pra ficar sentada na cama.

Eu levantei e ela saiu, me arrumei e desci.

E lá estava ela, Isadora. A minha prima tão odiada, conversando animadamente com o Justin. Eu fuzilava os dois com os olhos, só faltava agora ela roubar outro namorado meu!

Pigarreei e os dois me olharam sorrindo.

- Oi Bells. – Justin disse vindo em minha direção, me abraçou de lado e sussurrou no meu ouvido: - Essa sua prima é uma chata, ela só fala de mim ¬¬

Eu ri.

- Oi! Eu to aqui, sabia?  - Isadora falou, com a voz mais irritante do mundo. – Vou deixar o casal aí e vou lá conhecer meu quarto, essa casa é bem chique hein...

- É, perto da vila que você mora, isso é uma evolução pra você mesmo. – falei, debochada.

- Eu não moro na vila, ok? Eu só disse que essa casa é bem legal. – fazendo cara de demente.

- Então tá, Isa. Vai pro seu quarto. – Justin falou, opa! Ele chamou ela de Isa?

- Tchau Isabella, tchau Jus!

¬¬ mais um dia com ela aqui e ela morre, vou ligar pro meu abiguinho Osama Bin Laden, e a Isinha some rapidinho.

- Bells? Você tá bem?

- To sim, Jus. Eu só não suporto ela. – falei, bufando.

Ele riu.

- Ela disse que não te suporta também.

- E você? Xingou ela, não é?

- Eu disse apenas que ela não te conhecia direito, que você a pessoa mais maravilhosa desse mundo. – disse, sorrindo bobo.

- Own *-* Que fofo, Jus.

- Eu sei, eu sei... Eu sou muito fofo, irresistível! – falou, jogando o cabelo pro lado.

- Para de fazer isso! – disse, indignada.

- O que? – falou ele, jogando outra vez o cabelo.

- Para de fazer isso com o cabelo! Comigo não funciona!

- Ah não funciona? – falou ele, me olhando interrogativamente.

- Não. – falei, olhando séria pra ele.

Ele jogou o cabelo pro lado e deu AQUELE sorriso, e eu fiquei sorrindo feito uma boba. Ele era tão, tão... lindo!

Ele riu. E eu saí do transe.

- Ok, eu acho que agora funcionou.

- É o efeito Bieber.

- Idiota – dei um tapa nele.

  - Vamos, você tá atrasada, sabia?

- Ah, é verdade. – falei, meio sem noção.

- Então, vamos. – falou, óbvio.

O caminho foi silencioso. Justin ouvia Never Say Never no rádio e cantava junto.

- Faz a parte do Jaden!

- Ah, não Justin! Eu nem sei cantar!

- Ah sabe sim.

- Como você sabe, hein?

- Na verdade eu não sei, mas eu só queria te ouvir cantando, só isso.

- Hmm. – ele fez aquela carinha de cachorro sem dono que me deu uma peninha.

- Ai, Jus! Para com isso!

- Para com o que?

- De fazer essa cara, eu não vou cantar! – falei.

- Então tá. Vai deixar o melhor namorado do mundo triste, muito triste, a ponto de se jogar de um penhasco gigante e morrer, morrer de amor. Mas fazer o que? – isso que ele falou foi a coisa mais idiota que eu já ouvi na minha vida, e olha que eu já ouvi muita coisa nesse mundo K . Ele é tão dramático.

- Justin, pára. ¬¬ Tá ficando ridículo.

- AH! Agora a música acabou! Viu? Sua culpa!

- Eu? Ah, é bem eu mesmo. Foi você que começou com esse negócio de cantar.

- É tão difícil pra você cantar? Mostrar sua voz?

- Sim! Pra mim é, eu não tenho a sua voz, que é afinada, eu sou muito, mas muito, desafinada.

- Nada a ver, você está exagerando. Sua mãe me mostrou uns vídeos caseiros seus, você cantando na igreja. Você cantava bem.

- O que? – ah, mas eu mato a minha mãe! – Poisé, Justin. Tem razão.

- Viu? – falou, exibido – eu sempre tenho razão.

- É, eu CANTAVA bem, não canto mais.

Ele me olhou com uma cara de ¬¬ Eu adorava essa cara de tédio dele.

- Mas me conta, que mais vídeos ela te mostrou? Porque se eu souber que ela mostrou aquele vídeo em que eu...

- Chegamos – murmurou ele, cortando totalmente o assunto.

- Então tá. Você me busca?

- Busco sim. – ele sorriu fraco.

Estranho, ele estava muito estranho.

Eu desci do carro e as pessoas não paravam de me olhar. Estranho.

Quando entrava no ginásio principal alguém me cutuca.

- Isabella? – uma menina loira, falou.

- A própria. – sorri pra ela, que devolveu o sorriso.

- Olha... Eu não quero dar uma de fofoqueira nem nada, mas eu me senti mal por você. Porque se fosse comigo...

- Ok, qual o seu nome?

- Lindsay.

- Ok, Lindsay, me fala logo. Não enrola muito, ok? Eu já estou ficando nervosa.

- ONicktátetraindo.

- Hãn? O Nick o que?

- Ele deu uma festa ontem, só para os mais chegados dele. Incluindo o meu namorado que é do time de futebol. Eles não beberam nem nada, só que o Nick... Bom... Ele agarrou a Kate na frente de todos. A festa continuou e só hoje de manhã que a história vazou, e metade do time do futebol tá contra ele.

- Ele quem?

- O Nick.

- Por quê?

- Os garotos são muito apegados a você. E como tá todo mundo te chamando de chifruda – ela me olhou confusa. - ... eles ficaram meio bravos, e... 

- E...

- Deram uma surra no Nick.

- Meu Deus! Porque?

Ela me olhou confusa.

- Olha Lindsay, eu fiz muito pior com ele. – sorri amarelo.

- Nossa, - ela sorriu surpresa. – vocês são todos iguais.

- Como assim?

- Traem uns aos outros, só pensam em si mesmos. Típico de um casal popular.

- Olha, não é bem assim.

- É sim. Você namorou o Bieber, o Nick, e vocês terminaram em menos de 4 meses.

- Eu e o Justin voltamos. – falei, seca. Ela não sabe da minha vida, não pode sair assim falando de mim. 

- Sério? Por que não é o que parece. Ou o que tá escrito aqui pelo menos. – falou, puxando uma revista de fofoca da mochila.

JASMINE V E BIEBER PEGOS AOS BEIJOS HOJE Á MANHÃ.

Fontes misteriosas dizem que Bieber levou a suposta namorada ao estúdio de gravação hoje bem cedinho e depois voltou pro condomínio pra onde se mudou recentemente.

Aquilo não podia ter acontecido. Porque o Justin fez isso? Já não bastava o Nick? Legal, agora eu tenho chifres maiores ainda.

Como ele tinha coragem de fazer isso comigo? Não, não pode...

Eu fechei os olhos tentando assimilar aquilo. Mas quando eu fechei, parecia que não ia mais abrir. Então eu me deixei levar, não pensei em mais nada. Foi bom até. Por alguns minutos eu me esqueci do mundo.

***************************

- Bella? Você tá bem?

- Bells, fala comigo.

Aquelas vozes... Conhecidas...

- Cala boca biba. – olha o que você fez.

- E olha o que você fez, deixou a Bells com fama de chifruda. E eu não sou biba.

- Eu já tinha levado chifres quando fiz isso. Pior é o que você fez. Quem você acha que ela vai perdoar?  Você? Que só promete e não cumpre. Que vive fazendo coisas erradas. Ou eu? Que fui traído também. É só eu pedir desculpas e dizer que fiquei sabendo de vocês dois, fiquei mal e beijei outra. Simples.

- Cala essa boca, idiota. Ela me ama.

- Não Justin Biba, a Bella me ama só que ainda não sabe.

-  Shh! Quieto os dois, ela está se mexendo. – outra voz conhecida. Scooter talvez. - Se ela acordar a culpa é dos dois.

Foi nessa hora que eu acordei. Abri os olhos e sentei. Lugar estranho, ou não tanto. A casa dele, do Justin.

Com a pior visão que eu já podia ter visto na vida.

Mamãe do meu lado. Jasmine vaca Villegas um pouco mais afastada, ouvindo A bronca de Pattie. Que quando viu que eu olhava sorriu torto pra mim. Justin, que estava quase colado em mim, me afastei um pouco dele, que me olhou triste, o que fez que Nick que estava do meu outro lado, sorrisse.  Kenny mexendo no notebook. Scooter sentado no sofá, ora olhava pra TV, ora olhava pra mim. E Usher sentado também, que quando me olhou sorriu.

- Bells, tá bem? – Justin perguntou, sorrindo pra mim. – Quer alguma coisa?

- De você não. – falei, grossa.

Ele me olhou triste.

- Oi tia Pattie, Scott, Kenny, mamãe, Ush.

Eles me cumprimentaram de volta.

Dei uma olhada pro Nick, olhei feio pra ele. Pro Justin e pra Jasmine também.

- Mãe, eu quero ir pra casa. Eu to meio cansada.

Ela me olhou feio.

- Não vai cumprimentar o Nicholas, o Justin e a Jasmine? Que falta de educação é essa, Isabella? Não foi assim que eu te ensinei.

- Mãaae. – falei baixinho, com um bico no rosto.

- Oi pra vocês também.

Eles sorriram pra mim.

Me levantei, me despedi do geral e quase arrastei minha mãe pra casa.

- Que coisa infantil, Isabella. – ela dizia enquanto nós íamos pra casa.

- Mãe, já pensou se fosse com você? Eu não sou obrigada a cumprimentar quem eu quero.

- Mas você poderia ter o mínimo de educação?

- Não. Eu não ia cumprimentar a Jasmeleca.

- Jasmeleca? – ela parou no meio da rua.

- É, mãe.

- De onde você tirou isso?

- Ah, a Marie fala isso.

- Hm... Eu nunca gostei muito dessa menina.

- Mãe ¬¬

- Tá, eu paro. – e continuou a andar.

Nós chegamos em casa e eu me tranquei no quarto. Amanhã era feriado, pra minha sorte. Podia chorar minhas mágoas á vontade. Podia xingar muito o Justin pro nada.

- Bella. – alguém chamou da porta, eu não consegui identificar a voz.

- Hãn? – falei, chorosa.

Eu chorava já fazia uma meia hora.

- Deixa eu entrar.

- Quem é?

- Sou eu.

- Eu quem?

- O Justin.

- Sai daqui, Justin.

- Não vou sair até você me ouvir.

- Coitado, vai ficar um bom tempo aí.

- Não faz isso. Deixa eu entrar. Ou eu vou ter que apelar.

Eu ri alto, pra que ele percebesse que eu não estava nem aí. Mas eu estava. O que essa peste vai fazer?

Passou um tempo. E por um momento eu me arrependi de não ter aberto a porta pra ele. Então eu dormi.

Eu não sonhei dessa vez, acho que estava muito perturbada. Por isso.

- Será que eu te perdi, Jus? Pra aquelazinha? Eu não consigo mesmo ficar com raiva de você. – sussurrei pro nada.

- Eu fico feliz de saber isso.

Dei um pulo da cama. Essa voz, Justin!

Ele estava deitado do meu lado, mas como? Olhei pra ele, que sorriu e apontou pra janela. Que estava totalmente aberta.

- Você! – apontei pra ele. – é louco!

Ele riu.

- Por você sim. – falou, saindo da cama e vindo em minha direção.

- Para com isso.

Ele ficou na minha frente e pegou a minha mão. Quando eu fiz força pra soltar, ele segurou mais forte.

- Deixa eu me explicar, por favor. – falou, suplicante.

- Dois minutos, no máximo.

- Então tá. Vamos lá. – ele sorriu, jogou o cabelo pro lado.

- 1 minuto e 50 segundos.

- A Jasmine me ligou hoje de manhã pra deixar ela na gravadora, já que o pai dela não estava em casa. Ela me pediu pra descer, eu disse que não. Por que queria chegar a tempo de te levar pra escola, e depois minha professora particular ia chegar. Mas ela disse que o Ush tava lá e queria falar comigo. Eu suspeitei, mas desci. Aí, ela me puxou e me beijou. É claro que os paparazzi cortaram a parte que eu empurrei ela. Porque eles foram contratados por ela. Você me entende? Eu nunca ia fazer uma coisa dessas com você!

- Por isso, você estava meio tenso hoje no carro...

- Sim! Eu não ia conseguir manter isso em segredo por muito tempo, logo ia te contar. Eu não pensei direito a aula inteira. E quando sua mãe chegou ali em casa pedindo ajuda pra alguém, já que o seu carro foi pro espaço... E -

- O meu carro foi pro espaço? Como assim?

- Sua mãe bateu ele vindo te buscar na escola, ela largou o carro no meio da estrada e foi correndo pedir pro Usher ir lá te buscar. Eu quis ir, mas o Scott chegou com a revista e tudo melou. Eu expliquei a história, então minha mãe ligou pra Jasmine. Quando você chegou, com aquela revista na mão, com o Nicholas do lado, eu já fiquei desesperado.

“ O Nicholas também contou sobre ele, deixando sua mãe louca. E o Kenny melou tudo quando disse ‘Ih, menina chifruda’. Sua mãe ficou uma fera. E a Jasmine, minha mãe já deu a bronca necessária nela. E então?”

Ele parou pra respirar, e me olhava como se esperava alguma coisa.

- Me perdoa? – perguntou.

- Eu não sei Justin... Foi muita coisa em pouco tempo! E eu não consigo acreditar nessa sua história! Me desculpa, mas eu já sofri demais por causa de você.

-Bella, não faz isso! Pergunta pro Kenny, o Ush, o Scott!

- Eles não viram nada.

- Por isso mesmo! Eu nunca menti pra eles!

- Você já mentiu sim! – gritei. – Mentiu aquela vez de nós dois e agora mentiu outra vez, você mentiu sim pra eles.

Ele olhou pra baixo, derrotado.

- Sabe, eu larguei. Desisto. – falou, levantou as mãos pra cima. – Você tá certa, foi muita coisa em pouco. Eu me precipitei demais. Eu paguei meus pecados com você. Me desculpa, mas é isso. Mesmo eu te amando, não dá mais. Eu sou famoso, você é normal. É já de uma grande ajuda sair o meu beijo e o da Jas nas revistas, eu vou dar umas enroladas nela. Famoso com famoso, é assim que tem que ser. Eu não sei o que me deu em ter visto alguma coisa em você. Era só uma fã. E por nada ainda é, e só ficou comigo por causa da minha fama.

Eu comecei a chorar. Como ele podia me dizer algo daquilo?

- Eu nunca fiquei com você por causa da fama! Eu mal ligava pra isso, e achava que você era diferente. Agora eu descobri, o príncipe virou sapo, caiu a máscara, você não é aquele Justin sensível. É rude, cruel! Isso é o que você é. – gritei.

- Fica quieta! Você não sabe de nada! – e saiu dali. Destrancando a minha porta, e saindo bufando dali.

- Eu é que sei, Justin. Eu é que sei...