Laços Perigosos escrita por MariaClara


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Não tenho a menor ideia se os links do cap. anterior funcionaram, caso não tenham, sorry!



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Hoje já é o segundo dia de aula, acho que consegui uma amiga, foi impossível mandá-la se afastar, fora isso continua tudo na mesma. Essa noite tive o mesmo pesadelo de sempre, mas dessa vez eu matava um casal, tenho medo de perder o controle sobre meu corpo, minha mãe disse que isso é apenas uma questão de tempo, que varia de pessoa pra pessoa, mas tenho certeza de que não é isso, minha mãe foi transformada pelo meu pai pouco depois de eu ter nascido, ela me diz que foi um período difícil na vida dela, descobrir que meu pai era um vampiro e depois disso ser transformada, anos depois quando eu tinha 17 meu namorado me transformou também, ele achava que eu o traía com meu melhor amigo, isso não era verdade, mas mesmo assim ele não acreditou e matou meu amigo na minha frente e disse que não me mataria, mas então falou que eu iria sofrer eternamente, agora tenho 17 anos desde 1867, têm sido horrível para mim, o que ele falou era verdade, vou sofrer eternamente, meu pai depois de me ver chegando em casa devastada me perguntou o que aconteceu, expliquei tudo, então meu pai arrancou o coração dele e colocou em um vidro com formol, ele diz que é pra lembrar que ninguém nunca vai poder me machucar...

 

— Filha se você não descer logo vou sem você - Gritou meu pai, ele é o tipo de cara que não gosta de atrasos, eu não sou de me atrasar mas naquele dia eu tinha demorado um pouco mais.

— Já vou - Guardei meu diário dentro do baú que ficava em frente a minha cama e saí em disparada para o andar de baixo, meu pai com certeza iria sem mim se eu demorasse um pouco mais.

— Finalmente bela adormecida - Meu pai tem a mania de me zoar quando eu me atraso, fica me chamando de bela adormecida ou falando que eu estava sonhando com o príncipe encantado, coisa que nunca aconteceu.

— Hahaha, muito engraçado pai.

— Desculpe atrapalhar seu sonho com o príncipe encantado.

— Vamos logo.

— Não precisa esconder.

— Não tenho nada a esconder.

— Se você diz.

Despois dessa conversa totalmente sem noção com meu pai fomos em direção ao carro e quando parou em frente o colégio ele simplesmente não me deixou sair.

— Eu e sua mãe estamos preocupados, sabemos que você mente sobre ter amigas, sobre ser convidada para festas, você vivia muito bem antes de ser transformada.

— Você acha que vou ser uma adolescente normal depois de tudo isso ter acontecido? Eu fui morta pelo meu próprio namorado, e agora virei uma sanguessuga, estou sempre com medo de machucar as pessoas ao meu redor, como você quer que eu aja normalmente? - Após essas palavras meus olhos já estavam cheios de lágrimas, eu realmente não conseguia suportar o fato de meus pais me pressionarem para ser "normal".

— Desculpe filha, eu não sabia que isso te afetava tanto.

— Agora que sabe tente não tocar mais nesse assunto, não consigo e nunca conseguirei lidar com isso - Então eu saí do carro e ele não tentou me impedir.

As pessoas me olhavam de um jeito estranho, eu provavelmente estava vermelha, mas então Natalie começou a assenar pra mim, mas ela não estava sozinha, tinha um garoto do lado dela, não consegui ver o rosto dele, já que estava de costas pra mim e de frente pra ela.

— Oi Natalie - Nesse momento ele olhou pra mim, ele era extremamente bonito, seus olhos eram castanho escuro da mesma cor dos seus cabelos.

— Oie, esse aqui é meu tio James, James essa é Elizabeth.

— Oi.

— Oi - Notei que ele não era tão falante como a sobrinha, o que era bom, menos gente pra desconfiar da minha vida, se é que ele vai falar comigo alguma outra vez.

— Ele vai estudar com agente.

Depois tivemos que entrar, era aula de biologia e estava uma chatice, mas então uma bolinha de papel me acertou bem na cabeça, e uns meninos começaram a rir bem baixinho, me virei apenas para confirmar o que já desconfiava, era Simon e sua turminha, eles estavam me zoando desde ontem por eu estar sempre sozinha, eu já estava ficando irritada, tinha que me controlar para não fazer nenhuma burrada, da última vez que fiquei com raiva de uma menina eu me alimentei dela, até a última gota, mas não queria fazer isso com ele.

— Ei, esquisita - Ele gritou lá do fundo, mas ignorei.

— Vai encher outro seu babaca - Natalie me defendeu.

Após todo esse teatro, a aula correu normalmente, eu já era a última a ficar na sala pois todos já tinham ido embora, ao me levantar para ir a porta se abriu e James entrou por ela, me assustei quando ele me colocou contra a parede e disse:

— Eu sei o que você é, fica longe da Natalie - Ele me segurava muito forte impedindo minha saída, mas como assim sabe o que eu sou?

— Não se preocupe irei manter distância.

— Bom - Ao falar isso ele me soltou, peguei minhas coisas e fui em direção ao refeitório ao chegar lá Natalie ficou me chamando mas eu apenas a ignorei, James tinha razão eu e ela não deveríamos mais ser amigas, afinal eu poderia machuca-la e isso era o que eu menos queria.

A próxima aula seria a de literatura, Natalie não estava nessa mas ele sim, cada vez que eu olhava para o lado ele estava me encarando descaradamente e mesmo vendo que eu tinha notado o que estava fazendo continuava me encarando, já estava ficando constrangedor.

O dia todo foi assim, mas enfim a última aula chegou e seria de história, ótimo teria aquele trabalho para fazer, a professora nos mandou sentar com as nossas duplas, e eu no caso iria com a Natalie.

— Professora eu vou ter que fazer o trabalho sozinho - James disse chamando a atenção de todos.

— Você pode fazer com agente não pode Liz? - Perguntou Natalie, eu realmente fiquei com medo dele.

— Acho que sim...

— Legal, vem logo James.

— Tá, já vou.

Assim que ele chegou o único lugar sobrando era ao meu lado, já que eu estava no meio.

— Natalie você não quer trocar de lugar comigo pra ficar perto do seu tio? - Nesse momento ela olhou pra mim com as sombrancelhas arqueadas como que achando estranho eu derrepente falar com ela por conta própria.

— Não, estou bem aqui e não precisa ficar chamando ele de "meu tio", James tem a nossa idade - Nesse momento ele me olhou, mas não foi um olhar muito legal. Tudo ocorreu normalmente, decidimos que terminaríamos de fazer tudo naquela mesma noite na casa deles, eu protestei dizendo que poderíamos fazer em outro lugar que não fosse na casa de ninguém, mas Natalie disse que ela que mandava e que já estava decidido, James pelo visto não tinha gostado da ideia tanto quanto eu, mas contrariar ela seria perda de tempo.

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Já era final da tarde e eu já estava indo em direção á casa deles, que por acaso era do outro lado da cidade, no percurso fui ouvindo musicas. Assim que Close acabou o meu pai estava estacionando em frente a casa dos Turner, era como as outras daquela rua enquanto a minha era toda rústica e escura, não pude deixar de comparar, eram realmente muito diferentes. Logo toquei a campainha e fiquei esperando do lado de fora durante uns dois minutos, quando eu já estava indo em direção á calçada a porta foi aberta revelando um James sem camisa e me chamando para entrar, acho que fiquei encarando um pouco demais, porque ele perguntou:

— Vai ficar aí parada ou vai entrar?

Assim fiz, por dentro era tudo ainda mais bonito, mas fiz questão de disfarçar fingindo que nem estava ligando.

— Ela logo vai descer, sente-se - Ele disse apontando para o sofá atrás de mim, então me sentei e ele ao meu lado, mas então comecei a ficar nervosa, como é que eu deveria agir já que estávamos sozinhos, sendo que ele me odiava? Ele também deveria estar nervoso ou estava fazendo exercícios porque estava suando e com a respiração pesada.

— Como descobriu o que sou? - Falei resolvendo matar minha curiosidade e o silêncio constrangedor que havia se instalado ali.

— Sei de mais coisas sobre sua família do que imagina.

— Tipo?

— Tipo, não te interessa.

— Se é da minha família é do meu interesse sim.

— Mas eu não vou te dizer.

— Porque?

Quando ele ia responder Natalie desceu correndo se desculpando pela demora, fomos para a biblioteca situada no final de um extenso corredor e lá começamos a fazer as coisas, mas então Natalie começou a dizer que as informações que ele tinha pego estavam todas erradas e ele apenas jogava a culpa em mim dizendo que as fontes estavam erradas por minha culpa, não aguentando mais ouvir ele me criticando saí dali o mais depressa possível.

— Volta aqui ele não vai mais implicar com você.

— Não vou mais fazer isso, a partir de agora você e James são uma dupla, podem ficar com a minha parte do trabalho e dizer pra professora que foram vocês que fizeram.

— Mas você vai ficar sem a nota.

— Não preciso.

— Volta! - Mas quando ela disse isso era tarde demais, eu já havia saído da casa e estava indo em direção á rua a fim de ligar para meu pai me buscar, mas me lembrei que meu celular tinha ficado lá na biblioteca e que agora o único jeito era ir correndo, já estava começando a chover, mas eu chegaria mais rápido do que uma pessoa normal, então estava (quase) tudo certo.   


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Notas finais do capítulo

Bom?



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