Inabalável SARA escrita por tsubasataty


Capítulo 30
2.




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É mais fácil acreditar em monstros lá fora no mundo,

do que aceitar que os monstros de verdade habitam em nós.

 

Nunca na vida Sara tinha passado por uma experiência sequer parecida com aquela. Dois homens desconhecidos, repugnantes e imundos tentando... estuprá-la. Mas ela não iria deixar que eles fizessem o que bem entendessem com ela jamais.

Se não havia armas ao seu redor, Sara seria a própria arma.

Ela tinha aprendido a lutar corpo a corpo com seus companheiros. Era hora de pôr em prática, afinal.

A mulher sabia que estava em desvantagem, e sabia que tinha uma arma apontada diretamente para ela. Porém, no instante em que um dos homens – aquele que parecia ser o líder – estava em cima dela tentando desabotoar as suas calças, o outro sujeito tinha abaixado a arma, achando que nenhuma nova ameaça estava por vir.

Sara, observadora como sempre, não perdeu mais um segundo sequer.

Com as mãos ainda presas, ela usou um de seus joelhos para acertar com todas as suas forças bem o meio das pernas do sujeito acima dela. O homem urrou de dor ao sentir seu membro sendo chutado subitamente. Por reflexo, ele soltou os pulsos de Sara e levou as mãos até o meio das pernas, curvando-se repleto de dor.

Sara aproveitou a chance para sair de baixo dele e dar uma cotovelada certeira do queixo do sujeito, antes de acertar um soco forte em seu olho esquerdo. Diante da bofetada, o homem virou forte a cabeça, seus ossos e músculos da face liberando um som forte de estalo diante do golpe.

Com o canto dos olhos, Sara notou que o segundo homem estava prestes a apontar a arma para ela, e foi então que a mulher empurrou o homem curvado diante dela até ele perder o equilíbrio e cair bem em cima de seu companheiro.

Sara correu na direção do outro homem e chutou sua mão, fazendo a arma voar longe.

Com o coração aos pulos, ela seguiu até a arma caída no chão e pegou o objeto.

— PARADOS! – ela gritou para eles, apontando a arma na direção dos dois homens caídos no chão.

Um deles fez menção de levantar e foi então que ela deu um passo a frente e mirou exatamente nele. A figura levantou os braços e parou de se mover no mesmo instante.

Sara olhava para a arma e os dois intrusos a sua frente. Ao mesmo tempo, sentia seu coração quase sair pela boca e seus braços não demoraram a começar a tremer ligeiramente. A mulher, afinal, nunca precisou usar uma arma como aquela – muito menos apontar o revólver para dois homens desconhecidos a fim de ameaçá-los e, quem sabe, fazer algo muito pior.

Sara engoliu em seco, sem saber como prosseguir. O suor escorria por seu rosto e ela continuava a manter a arma firme, mirando exatamente na direção dos dois desconhecidos.

— Lindinha, você não vai atirar na gente. Você está toda trêmula. – o que havia recebido os golpes de Sara agora ria para ela, desdenhando da arma na mão da mulher.

Ele começou a colocar-se de pé.

— Fique quieto aí! – Sara gritou, mas o homem não deu ouvidos a ela.

Em menos de um segundo, ele correu na direção da mulher e tentou tomar a arma de suas mãos. Sem sequer conseguir controlar seus movimentos, o dedo de Sara escapuliu e subitamente apertou o gatilho. Um som ensurdecedor perfurou os céus.

Sara sentiu seu corpo se arrepiar por inteiro e seus coração quase parar quando ela viu o sujeito a sua frente colocar a mão no peito, num buraco que agora jorrava sangue. Ele tinha os olhos esbugalhados e olhava absorto para Sara. O homem abriu a boca, mas uma quantidade grande de sangue começou a escorrer depressa pelos seus lábios.

O sujeito tossiu, apertando com ainda mais força seu peito e deu um passo para frente, até desabar no chão. Ele caiu morto, bem aos pés de Sara.

— Sua cretina! – o outro homem interrompeu a cena, caminhando apressado na direção de Sara.

A mulher, no entanto, sabia que só tinha uma única opção. Não pensou duas vezes. Enquanto o sujeito se aproximava, Sara levantou a arma outra vez, semicerrou os olhos, fez mira rapidamente e apertou o gatilho. Num segundo, a bala acertou o segundo homem, atingindo-o bem no meio do peito.

Um grunhido animalesco saiu da garganta do sujeito. Ao mesmo tempo, ele fez uma careta de dor e seus joelhos começaram a ceder. Ele conseguiu dar ainda dois passos antes de cair com força no chão, bem em cima do corpo de seu outro companheiro.

Sara olhou para eles, olhou para aquela poça de sangue que começava a se estender embaixo dos dois.

Não conseguiu dizer nada.

Aos seus pés, os dois homens estavam mortos.


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Notas finais do capítulo

AAAAA
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