Inabalável SARA escrita por tsubasataty


Capítulo 14
12.




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Para aqueles que vão à luta, a vida tem um sabor

 que os abrigados jamais conhecerão.

 

Um vento frio golpeava o rosto de Sara à medida que ela avançava pela rua.

Não eram muitos passos; os zumbis congelados estavam logo ali na frente. Mas a mulher seguia devagar, um passo atento de cada vez, pois depois de meses protegida, ela finalmente estava exposta na rua outra vez – e não sabia o que poderia haver escondido por ali.

Alcançou os mortos-vivos em minutos e parou bem em frente a eles, sem saber como proceder. Eram dois zumbis mesmo, completamente congelados ali na neve. Como haviam ficado assim?, Sara pensou consigo mesma. Tinha que haver alguma explicação.

Ela estava com uma faca em cada uma das mãos, e observava atenta aos mortos-vivos. Os dois seres tinham os olhos fixos num ponto ao chão, seus braços estavam inertes e não havia nenhuma boca escancarada na face de ambos. Era a primeira vez que Sara via um zumbi assim, tão... Inerte e paralisado.

Havia, enfim, tomado uma decisão.

Ela não poderia deixar os zumbis ali, tão próximos de sua casa. Por mais que eles estivessem congelados agora, quando a primavera chegasse e o gelo derretesse, eles estariam à solta outra vez. Sara não podia arriscar, deixando que dali a poucos meses aqueles zumbis estivessem livres novamente.

Posicionou a primeira faca.

Pegou um isqueiro e passou a chama por toda a lâmina comprida da faca, deixando o metal bem vermelho antes de seguir adiante. Depois, ergueu a faca quente acima da cabeça do primeiro zumbi e, com a força de ambas as mãos, enfiou de uma vez a faca no crânio do zumbi. A lâmina quente deslizou fácil e, em instantes, o zumbi estava finalmente morto.

Metódica, repetiu o procedimento com o outro zumbi.

Quando terminou, Sara respirou fundo, aliviada.

Foi fácil, ela pensou consigo mesma.

A mulher, mesmo tendo perfurado o cérebro de ambos, não queria deixar aqueles dois seres ali, congelados e em pé no meio da rua. Então, usando toda a força dos músculos de seu corpo, empurrou o primeiro zumbi até ele soltar-se do chão, cair e se espatifar na neve. O barulho do zumbi congelado se quebrando em pedaços foi mais alto do que Sara imaginou. Temeu que aquilo pudesse atrair mais alguma coisa até a sua rua.

Com uma gota de suor escorrendo pelo rosto e uma veia preocupada saltando de sua testa, ela olhou para os dois lados da rua para ver se havia aparecido algo ou alguém. Esperou e nada. Tudo continuou no mais completo silêncio.

Por fim, decidiu então terminar de vez o serviço.

Usou o restante de suas forças para derrubar o outro zumbi no chão, observando aliviada quando pedaços de zumbi e gelo se espalhavam pelo chão. Eles têm corpos tão frágeis, ela pensou consigo mesma, analisando a facilidade com que o corpo dos dois mortos-vivos conseguiu se despedaçar completamente ali na neve.

Terminado o serviço, naquele momento Sara sentiu que precisava voltar para casa – ela não estava certa ainda de que aquele era o melhor momento para explorar o restante da região. Então, deu meia-volta e começou a refazer o caminho até a casa. Foi nesse instante, antes dela dar sequer o primeiro passo, que um som distinto surgiu próximo dela.

A mulher congelou na hora. Arrepiada, só conseguiu focar sua atenção na direção que vinha o som. Olhou para a direita, no fim do quarteirão. Era dali que vinha o som. Como uma sombra, seguiu num silêncio absoluto até ali.

Estava com uma das facas posicionadas na mão quando alcançou a esquina. O som estava próximo, próximo até demais. Sara se preparou; queria surpreender o que quer que fosse aquilo que estivesse vindo em sua direção. Esperou o barulho ficar a poucos metros de distância e foi então que agiu.

Num segundo, com a faca erguida acima da cabeça, saltou até ficar cara a cara com o desconhecido. Suas mãos pararam no ar quando ela se surpreendeu com aquilo que estava a sua frente. Sara abriu a boca, surpresa, entretanto nenhum som saiu.

O ser a sua frente soltou um leve grunhido, pego completamente de surpresa. Era uma mulher que estava ali. Ela tinha as roupas manchadas de sangue e uma espingarda estava presa em seu ombro. Seus olhos se encontraram com os da mulher a sua frente e as duas se observaram por alguns momentos, realmente assombradas.

 – Sara? – a mulher foi a primeira a quebrar o silêncio – Não acredito que te encontrei. Achei que você tivesse fugido daqui.


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Notas finais do capítulo

Eita...!
Quem será?!