— Papaizinho querido, eu vou poder mesmo segurar o meu irmão?
Aproveitando que havia parado naquele exato instante no semáforo, Grissom se virou para encarar no banco detrás de seu carro sua filha que estava muito bem acomodada e protegida em sua cadeirinha vermelha.
— Vai sim, abelhinha linda!
Há coisas de dias atrás, ela veio com esse pedido e obviamente, foi impossível de negar aquilo.
— Oba!
Lis ergueu os braços em comemoração e Grissom sorriu. A alegria e empolgação eram explícitas no rosto angelical de sua menina. E pensar, que quando ela recebeu a notícia dele e de Sara sobre vir um irmão e não a irmã que tanto desejava, Lis ficou claramente decepcionada e triste. Inclusive até chegou a chorar pela não vinda da irmãzinha que já tinha até nome escolhido por ela: Anna, o mesmo nome de uma das princesas de seu filme preferido.
Grissom e sua esposa cortaram um dobrado para fazerem a pequena aceitar a vinda de Daniel. Ela não queria de jeito algum um irmão menino. Repetiu várias vezes isso. Porém, com muita paciência, jeitinho e conversa, os pais aos poucos foram quebrando a resistência da filha.
E como forma de ajudar no processo de aceitação da primogênita em relação ao irmão, o casal fez questão de envolvê-la aos poucos nos preparativos para a chegada do novo membro da família, levando-a sempre quando possível para comprar as coisas para o bebê. Deixavam que ela opinasse e até mesmo escolhesse algo, tudo para fazer a menina 'baixar a guarda'. E isso, lentamente, foi dando resultado já que logo Lis começou pouco a pouco a demonstrar sutis indícios de aceitação à vinda de Daniel, para a alegria de Grissom e Sara.
O casal também chegou a levar a filha em algumas consultas de Sara, principalmente quando tinha ultrassom para que Lis visse o irmãozinho. É bem verdade que ela não conseguia entender as imagens, mas adorava ouvir o som do coração do bebê. Achava engraçado o barulho e ria dele toda vez, fazendo seus pais e o médico experiente se encantarem com sua reação.