Among Walkers escrita por Andressa Badaró


Capítulo 3
Dia 01 - Alanna




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Trabalho no principal colégio público da cidade como professora. Amo o que eu faço e amo meus alunos.

—Bom dia gente! - falei ao entrar nas salas dos professores e peguei um cafézinho.

—Bom dia Alanna. Tá sabendo que vamos ter que tomar uma vacina hoje? - respondeu um dos professores

— Vacina? Pra que? - pior noticia do dia. Odeio tomar vacina desde criança.

— Acredito que seja pra algum vírus de gripe, sei lá. Como estamos convivendo com muitas pessoas todos os dias, somos obrigados a tomar.

Que ótimo.

O sinal bateu e era hora de trabalhar. O dia seguiu normal.

Na hora do almoço todos os professores foram para o ginásio para tomar a tal vacina. Até chegar minha vez eu estava bem nervosa mas até que foi bem rápido e indolor. Antes de sair decidi perguntar a agente de saúde para que servia aquela vacina.

—Foi descoberto um tipo de vírus que é uma mutação mais pesada do vírus influenza. Em alguns estados mais distantes já foram registrados mais de 150 casos. A vacina foi criada com o intuito de evitar que isso se espalhe.

Me senti satisfeita com a resposta dela e prossegui meu dia.

Por volta das 16:00hrs comecei a sentir um mal estar e uma dor de cabeça muito forteentão tomei um remédio e consegui aguentar mais um pouco.

Às 18:00 cheguei em casa e eu só queria saber da minha cama.

—Carlos, cheguei! - chamei pelo meu filho para saber se ele estava em casa.

—Oi mãe. -ele me olhou com estranheza. -Ta tudo bem? Você está muito pálida.

— Só um pouco de mal estar, preciso deitar um pouco. Faz um cházinho pra mim, por favor e depois vai lá pra ficar um pouco comigo. -pedi e ele foi.

Carlos é um amor. Seu pai morreu quando ele tinha 10 anos em um acidente de carro. Isso mexeu muito com ele e ficamos cada vez mais próximos.

Deitei na cama e esperei. Após alguns minutos ele apareceu na porta com um chá e uns biscoitinhos de água e sal para me dar.

—Obrigada filho. - ele veio até o lado da minha cama e deitou. - Como foi a aula hoje?

— A mesma coisa de sempre. -me respondeu desanimado.

—Amanhã eu vou estar de folga, por que você não chama a Rebecca para almoçar aqui depois do colégio? - Carlos e Rebecca são amigos desde pequenos. Quando o pai dele morreu, a participação dela na sua vida ajudou muito a ele se recuperar.

— Ok. -ele pegou na minha mão e fechou os olhos.

Cochilei e não muito tempo depois acordei com um enjoo muito forte então corri para o banheiro.

Sangue.

Era isso que eu via depois que eu tinha vomitado. Sangue por todos os lados. Não muito tempo depois uma dor aguda na minha barriga me fez gritar.

—Mãe? - Carlos apareceu na porta do banheiro e me ajudou a levantar. Nos seus olhos eu pude ver o desespero.

Sem que eu falasse nada ele me pôs na cama, me deu um copo de água e pegou o celular para ligar para ambulância.

—Tá dando ocupado. - ele disse já sem paciência tentando ligar novamente.

Enquanto ele tentava inúmeras vezes ligar, o enjoo subiu novamente a minha garganta e dessa vez não deu tempo nem de ir ao banheiro. O cheiro do sangue impestiava o quarto e minha boca estava com um gosto podre.

Calafrios faziam os pelos do meu braço se arrepiar. Pedi para que Carlos verificasse minha temperatura.

—41,5°C - falou depois do termômetro apitar.

Sua cara era de espanto.

Ele saiu em silêncio e pude ouvir o revirar das coisas no banheiro. Depois de um tempo voltou com um remédio de febre na mão e com os olhos cheios d’água.

Ele estava com medo.

—Fica calmo. Eu vou ficar bem. O enjoo já até passou - menti. Odiava ver-lo daquele jeito.

Ele assentiu e deitou ao meu lado novamente.

—Eu te amo, tá? Não esquece disso. Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. - falei e dei um beijo na sua testa. Senti seu semblante relaxar um pouco.

—Eu também te amo. -ele respondeu e fechou os olhos.

“Amanhã assim que eu acordar eu vou ao médico.Não tenho condições de pegar o carro agora mas provavelmente vou melhorar já que tomei os remédios”, pensei e decidi descansar mais um pouco também.

No meio da madrugada acordei novamente mas algo estava muito errado. Sentia meu corpo tão pesado que quase não conseguia movimenta-lo

Olhei para o lado e vi Carlos dormindo. Com muita dificuldade consegui encostar minha mão na dele.

De repente começou uma dor aguda no meu coração e na cabeça. Minha visão começou a ficar turva e lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Olhei para o rosto de Carlos é só consegui falar uma coisa antes da minha visão escurecer totalmente.

“Me desculpa.”




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do conto :)
Até a próxima!



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