Like a Vampire escrita por NicNight


Capítulo 26
Epílogo- Uma nova história


Notas iniciais do capítulo

OLÁ PESSOAAAL, NÃO SE PREOCUPEM AINDA ESTOU VIVA ♥
Sinto muito pela demora em postar, na última semana estava com enxaqueca e esse capítulo é bem díficil de escrever ♥
Espero que gostem da leitura (Leiam as notas finais, pls)



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Narração Nikki

—EU NÃO ACREDITO QUE ESTÁ NEVANDO!- Acordei num salto assim que ouvi o grito de Lua, vindo do corredor.

Bufei enquanto saía da cama, podendo ouvir um suspiro preguiçoso de Shu, que ainda estava se espreguiçando.

—Quantas horas são pra sua irmã ficar gritando que nem maluca?- O loiro perguntou no meio de um bocejo.

Levemente chocada por ele me ter dirigido a palavra, peguei meu celular e olhei as horas, depois de ter sido praticamente cegada pela luz:

—Dez e meia- Também bocejei- Argh, agora eu tenho que trocar de roupa para ver o que minha irmã está arrumando.

—Ou você pode voltar aqui pra cama e dormir- Ele me respondeu, me fazendo arquear uma sobrancelha pra ele- Está frio lá fora e eu tenho certeza que nenhum de nós dois iria gostar se você ficar doente.

Eu nem pude negar que minhas bochechas ficaram quentes e provavelmente vermelhas após aquela patética demonstração de preocupação

—Deixa eu adivinhar- Eu disse enquanto tirava a regata e a calça do meu pijama de meu corpo, estremecendo com o vento frio que invadiu meu corpo seminu de repente- O sangue dos humanos fica com gosto ruim quando tal humano está doente?

—É claro, qual seria a minha outra preocupação com você que não fosse relacionada ao meu alimento- Ele respondeu, praticamente resmungando. Eu revirei os olhos enquanto colocava minha calça militar de tecido grosso e minha blusa de lã- E pelo que parece, você não se incomoda muito em eu ir te morder agora, Herbert.

Eu revirei os olhos novamente enquanto colocava meu fuzil no buraco de meu cinto. Tinha como ser ainda mais babaca?

—Eu não sei o que você quis dizer com isso, Shu Sakamaki- Eu respondi, me sentando para calçar minhas meias e tênis- Inclusive, por que você está tão comunicativo hoje logo de manhã? Vire pra lá e vá dormir, como sempre!

—Com você trocando de roupa na minha frente?- Ele deu um sorriso pervertido de canto- Duvido muito que você quer que eu durma.

Desde quando esse ser vampiro tem pensamentos pervertidos sobre minha pessoa?

—Eu sempre troco de roupa nesse quarto, Sakamaki- Eu respondi, dessa vez com um pouco menos de paciência- Só que você sempre está muito ocupado dormindo e ouvindo música quando eu faço isso.

—Você quer ouvir a música que escuto para dormir? - Ele perguntou, com um sorriso no rosto e me estendendo um dos seus fones de ouvido. Recuei, desconfiada da tentativa de intimidade súbita- Venha logo, não é como se meu fone de ouvido fosse te devorar.

Ignorando-o, me sentei na cama novamente.

Assim que coloquei um dos fones de ouvido, fiquei absurdamente vermelha e assustada quando ouvi uma onda de gemidos.

Saí de perto de Shu mais rápido que tudo

—Tão assustada? Vai me dizer que nunca ouviu falar disso, garotinha?- Ele ainda sorria ironicamente.

—I-isso não é da sua conta- Eu o respondi, com raiva de mim mesma por ter sido traída pela minha própria voz e meu rosto, ambos exibiam meu nervosismo e vergonha de estar naquela situação- VÁ DORMIR COMO SEMPRE, SHU SAKAMAKI!

—Ah, então você nunca beijou um cara na sua vida...- Quando ele comentou isso, três pensamentos cruzaram minha mente:

Primeiro: Como diabos ele sabia disso?

Segundo: Por que diabos ele se interessa por isso?

Terceiro: Posso dar um soco na cara dele?

Já estressada por conta de seus comentários babacas, fui até a porta e a abri:

—Feliz Natal pra você também, Sakamaki.

Eu já havia até esquecido de Lua até esse ponto

—____________________________________________________________________________

Narração Victoria

Assim que coloquei minhas roupas de inverno, fui animadamente até a cozinha. Nem me preocupei com o fato que meu cabelo ainda estava despenteado e uma bagunça.

Porém eu me assustei assim que cheguei lá, quando vi que Reijii estava concentrado lendo algo e cozinhando.

—Reijii Sakamaki cozinhando biscoitos?- Eu brinquei assim que identifiquei o cheiro- Por essa eu não esperava.

Ele, surpreendentemente, sorriu e respondeu:

—Eu tenho diversos talentos, Senhorita Victoria- Sorri ao perceber que o havia achado em bom humor- Mudando de assunto, quando os convidados chegarão?

—Por “convidados” você quer dizer meu irmão, sua prima, meu pai e os pais das meninas e Yui?- Eu perguntei, recebendo um aceno de cabeça afirmativo como resposta- No ínicio da tarde, pelo que eu sei. Ainda dá pra fazer um ótimo almoço e jantar, então relaxe.

Quando seus olhos voltaram para a massa de biscoitos, percebi uma coisa:

—Hey, você não está mexendo com força o suficiente- Eu disse, o empurrando de leve e mexendo a massa em seu lugar- Você precisa raspar a massa que está presa dos lados também, para economizar massa.

—Eu não imaginei que você sabia cozinhar- Reijii arqueou uma sobrancelha e depois me olhou de cima a baixo- Não é seu estilo, Senhorita Victoria.

—Pare com os comentários ou eu vou acabar me magoando e te deixando cozinhar tudo sozinho- Eu dei um sorriso de canto em direção a ele.

Wow, Reijii Sakamaki e eu podemos interagir sem ele me chamar de delinquente e eu pensar que ele é um babaca.

Comecei a mexer a massa de biscoitos com a maior força que eu podia, sob o olhar levemente curioso de Reijii. Admito: O rapaz até poderia ser o maior cozinheiro daquela casa, mas eu com certeza era a melhor doceira.

Eu conseguia ver pelo canto do meu olho que Reijii estava realmente focado, como se quisesse aprender a cozinhar biscoitos.

O pensamento me fez dar uma risada silenciosa, que foi interrompida pelos passos fortes de um certo alguém que invadia a cozinha.

—Ah, bom dia Nikki- Eu respondi assim que reconheci os cabelos azuis bagunçados e os olhos vermelhos cheios de raiva- O que está te deixando tão irritada logo de manhã?

—Certas pessoas não tem muita noção do que falam- Ela disse, bufando. Mesmo com aquela expressão raivosa, eu ainda podia identificar que suas bochechas estavam levemente vermelhas- Eu preferiria morrer do que ter que aguentar aquele ser por mais uma hora, mas já que eu não posso...

Eu e Reijii nos entreolhamos. Era bastante óbvio que ela estava falando de Shu Sakamaki( também conhecido como seu “noivo”).

—Por que vocês não vão ver sua irmã?- Reijii disse, pegando a colher de minhas mãos- Eu acredito que ela tenha ido ver a neve lá fora.

—Está nevando?!- Eu perguntei, e Reijii concordou com a cabeça- POR QUE VOCÊ NÃO ME DISSE ANTES?!

E então eu saí correndo para o lado de fora da casa,  arrastando Nikki pela mão.

Narração Sofie

Assim que terminei de colocar meu moletom, me dirigi até meu banheiro.

Além de precisar tomar meus remédios, eu estava com tanto sono que apenas uma água fria no meu rosto podia me acordar totalmente. Estranho, porém verídico.

Olhei preguiçosamente para as horas no meu celular: Dez horas e quarenta e cinco minutos. Ok, talvez isso explicasse o motivo do meu sono.

Assim que eu entrei no banheiro, me assustei com a figura de Shu Sakamaki parado ali.

—O que diabos você está fazendo no meu banheiro?- Eu perguntei. Estava chocada por dois motivos: Shu Sakamaki estava acordado e no meu banheiro.

—O banheiro estava aberto, então eu entrei- Ele disse, se sentando na banheira como se fosse a coisa mais comum do mundo. O que não era, já que eu estava ali.

—Você tem um banheiro no seu quarto, por que diabos está no meu?-  A frase soou um pouco mais irritada do que eu esperava, porém ignorei esse fato.

—Eu fiquei sabendo que a genética da sua família era boa- Ele me olhou de cima a baixo de uma forma preguiçosa porém pervertida.

— O que? Eu... Argh, esquece!- Eu bufei, abrindo a porta atrás de mim e saindo do banheiro, só pra dar de cara com Ayato Sakamaki.

Maravilha.

Eu costumo ser a mais calma das irmãs, mas esses dois encontros que eu tive só durante essa manhã estavam acabando com a minha paciência.

—Oy, Chichinasi- Ele resmungou, e em minha mente eu revirei os olhos- O que você estava fazendo com Shu Sakamaki no meu banheiro?

— Seu irmão vem invadir o nosso banheiro e eu sou a que leva sermão?- Eu arqueei uma sobrancelha- Sua lógica está falha, Sakamaki.

—E a sua funciona bem até demais.

—Obrigada- Eu sorri cinicamente.

—Não foi no sentido de elogiar que eu falei isso- Ele revirou os olhos- Você precisa aprender a não me contrariar, Chichinasi. Lembre que se o seu sangue não fosse tão bom, você estaria morta a bastante tempo.

—Que impressionante- Eu respondi, dando de ombros- Se não fosse pelo seu “sangue bom” vampiro, você também estaria morto a muito tempo. Temos muito em comum, não é mesmo?

Ayato dessa vez começou a me olhar, curioso:

—Você é bastante esperta pra uma humana. Bastante atrevida e cínica, também.

—Já me disseram coisas piores, Sakamaki- Eu respondi, o canto da minha boca se levantando- Maluca, irritante, psicótica... A lista nunca para pra mim.

Ele me olhou novamente, como se descobrisse algo importante:

—O “maluca” por acaso é em relação á...

Congelei por alguns segundos. Eu estava indo tão bem, por que logo agora eu tenho que parar?

—Não te interessa, Sakamaki- Respondi friamente, o empurrando pra longe de mim- Não é da sua conta, é um problema meu.

—É claro que é um problema seu- Ayato retrucou, revirando os olhos de forma irritada- Eu não me importo com seus problemas.

Revirei os olhos e, sem dizer mais nenhuma palavra, saí do quarto.

Assim que eu fechei a porta atrás de mim, a campainha tocou e eu desci as escadas correndo.

Narração Sarah

Assim que eu abri a porta, abri um sorriso ao ver que todos que havíamos convidado estavam presentes.

Meu pai, Chronos, Stephan, Yui, Jackson, Lilith e... um outro homem que eu não conhecia.

Espera aí, aquela lá atrás era a Lua?

—Boa tarde irmã!- Jackson foi o primeiro a entrar e me abraçar- Feliz natal pra você!

—Pra você também, Jackson!- Eu o abracei de volta.

—Nossa, e as suas outras irmãs não ganham abraço não?- Ouvi a voz de Victoria lá atrás, ela estava junto de todas as outras meninas.

E os Sakamaki estavam lá atrás, apenas observando tudo acontecer.

Demoramos pelo menos dez minutos cumprimentando todos. Era engraçado depois de tanto tempo vivendo entre vampiros que não nos entendem, passar o natal ao lado de pessoas que nós gostamos tanto.

—Lua, onde você estava?- Nikki perguntou, mexendo no cabelo de sua irmã mais nova- Eu fiquei igual louca te procurando com a Victoria.

—Tá nevando lá fora, eu fui brincar na neve- Lua disse, com um brilho infantil nos olhos e um sorriso de orelha a orelha-  Foi incrível.

—Lilith, quem é esse menino novo?- Marie perguntou,apontando para o homem desconhecido que estava com o braço entrelaçado ao de Lilith.

O tal homem desconhecido era alto, ainda maior do que Jackson. Ele tinha cabelos castanhos até os ombros e olhos da mesma cor. Seu belo rosto era marcado por uma cicatriz e seu corpo musculoso estava coberto por uma roupa social.

Eu praticamente conseguia ouvir os suspiros apaixonados de minhas irmãs misturados com os meus suspiros apaixonados.

—Ele é só... um amigo lobisomem meu, Igor.- Lilith sorriu suavemente, principalmente após os olhos de Victoria brilharem – E também, a família de Igor cuidou de Jackson cuidou dele desde quando ele havia chegado lá.

Por mais que eu confiasse em Lilith, eu tinha quase certeza que ali alguma coisa além de amizade tinha. Meu sentido romântico não falha!

—É um prazer conhece-las, senhoritas.- O tal Igor finalmente falou, fazendo uma reverência em nossa direção- Lilith e Jackson me falam muito sobre vocês, me deixaram curiosos sobre as novas noivas de sacrifício da família Sakamaki.

—Eu não queria falar nada não, mas a gente também tá aqui- Ayato resmungou, recebendo olhares fulminantes de algumas das meninas.

—É um prazer conhecer os cavalheiros também- Igor fez outra reverência em direção aos meninos- Ouvi vários boatos sobre os senhorios, infelizmente a maioria deles não foram coisas muito boas.

—Que triste, nossa priminha não fala bem da gente?~~- Laito disse, um sorriso triste e falso se aparecendo em seu rosto.

—Quando ela tiver alguma coisa boa pra falar sobre vocês, avisem a ela- Marie resmungou, os olhos fuzilando Laito.

Lilith pigarreou:

—Igor tem um presente pra vocês. Infelizmente, apenas para três. Edição limitada.

—Sem problemas!- Lua exclamou- Já podemos escolher quem vai receber: Nikki, Sofie...

—Pera aí, o quê?- Sofie parecia confusa- Por que eu?

—Lua tá certa, independente do que for, vocês duas saberão usar com moderação- Eu disse, acariciando levemente a mão de Sofie- Tá tudo bem, você pode usar seu presente em paz...

Sofie acenou com a cabeça, como se considerasse a justificativa.

—E as duas mais velhas?- Yui perguntou, recebendo uma onda de olhares confusos- Temos uma filha de cada pai recebendo os presentes, não é? Sofie é filha de Ian, Nikki é filha de Chronos... Mas qual das filhas de Stephan vai receber o presente?

Marie e Victoria se entreolharam.

—Eu já vou receber um carro- Marie disse, pegando a chave do carro de seu bolso e girando no dedo- Pode ficar com o presente.

—Tch, vocês fazem fuzuê demais por pouca coisa- Subaru resmungou.

—Na realidade, não é pouca coisa não, Subaru- Lilith disse, sorrindo delicadamente.

—Espera, Marie, você vai ganhar um carro?- Ayato perguntou.

—Teddy te chamou de idiota, Ayato- Kanato respondeu- É claro que ela vai ganhar um carro, ela está com a chave em mãos.

—Inclusive, Marie- Stephan disse, chamando a atenção de todos- Seu carro está lá fora, pode ir ver se quiser.

Marie se levantou, animada. Porém Victoria a puxou de novo.

—Você vai esperar eu ganhar meu presente pra gente ver o seu, irmã- Victoria disse, recebendo um “Ok” irritado vindo de Marie.

Foi a vez de Igor pigarrear, ele então se agachou na frente de Victoria, Nikki e Sofie, que estavam lado a lado.

—Eu andei visitando o Mundo dos Demônios esses tempos- Ele começou, pegando uma caixa grande que estava os pés de Lilith.- E então eu achei isso.

Quando ele abriu a caixa, haviam três ovos grandes e escamosos, de cores diferentes.

—Nossa, são ovos de drakon.- Reijii parecia surpreso- Onde você achou-os?

—Um colega de exploração meu me entregou eles- Igor respondeu- As senhoritas por acaso sabem o que é um drakon?

Todas nós negamos com a cabeça, e Igor suspirou e explicou-nos:

—Um drakon é como se fosse uma grande fênix, é um animal dos demônios que cospe um fogo quase duas mil vezes mais forte do que o fogo normal.

—Os drakons foram desgraçados com o passar do tempo, o último que nasceu foi até mesmo antes de KarlHeinz nascer, e foi do tamanho de um cachorrinho.- Shu continuou- Eu nem mesmo sei porque Igor está dando os ovos pra vocês. Faz anos que uma pessoa não consegue chocar um desses ovos.

Victoria pegou um dos ovos, analisando-o com cuidado.

—Nunca se sabe quando uma pessoa pode ser especial o suficiente pra chocar um ovo de drakon, não é mesmo?- Lilith sorriu de canto, observando enquanto Sofie e Nikki pegavam os outros ovos.

Eu dei um sorriso orgulhoso porém nervoso.

Eu tinha certeza que as nossas irmãs eram essas pessoas.

Narração Marie

—Mas por que não falamos de coisas boas por aqui?- Eu disse, me levantando e continuando a girar a chave do meu carro em meu dedo- Eu quero ver meu presente agora!

Ok, toda aquela emoção dos ovos de drakon tinha sido linda e emocionante. Os ovos são com certeza intrigantes. Mas, sinceramente, todas já devíamos saber que aquilo era uma perda de tempo.

De acordo com Shu, o pai deles não havia nem nascido quando o último ovo de drakon foi chocado. O que provavelmente é a milhões de anos atrás. Além disso, nossa família não tem nada de “especial” o suficiente para chocarmos uma coisa dessas. É praticamente impossível algo assim acontecer!

Além do mais, Victoria agora não teria tempo pra isso, pois teria faculdade. E além de tudo nós somos alimentos pra vampiros. Que droga.

Agora um carro? Isso sim era interessante e útil para o nosso tempo!

—Venha, eu vou te levar até seu carro- Meu pai disse, me pegando pela mão de uma forma delicada.

—Feche os olhos Marie, você não pode ver!- Pude ouvir Lua gritando do meu lado, e eu a obedeci rapidamente.

Eu podia sentir as mãos de Victoria em minhas costas, me empurrando. Ao mesmo tempo, eu sentia o calor das mãos de meu pai envolvendo minhas próprias mãos e me guiando.

Eu consegui escutar a porta se abrindo, e um mutirão de passos atrás de mim.

—Pronto, agora você pode olhar, Mah-chan- Assim que ouvi a doce voz de Sarah, eu abri meus olhos.

Um conversível vermelho! Lindo! Novinho! Pra mim!

Segurando meus gritinhos de alegria, eu abracei meu pai com força:

—Obrigada pai! Melhor presente de todos os tempos!

—Agora eu tenho carona pra ir pra faculdade!- Victoria exclamou e eu tive que morder minha língua pra não falar “Não, você vai a pé” só de brincadeira.       

Passei a mão suavemente pelo capô do carro, sorrindo de orelha a orelha. Desde pequena, um dos meus maiores sonhos fora ter um carro só pra mim, e agora esse sonho estava se concretizando.

Ok, o carro não iria ser só pra mim. Mas mesmo assim, era especial.

—Por favor Marie, me diz que você sabe dirigir.- Ouvi a voz de Sofie, que estava atrás de mim.

—Não, imagina, eu vou bater o carro na primeira esquina que eu encontrar- Eu respondi, com um sorriso de canto irônico, mas parei assim que vi o olhar levemente cínico de Sofie- Ok, estou brincando. Sim, senhora Sofie, eu sei dirigir um carro.

—Não cobre ela de ser uma grande motorista logo de primeira- Lua, com um sorriso grande e sincero no rosto, disse.- Você também nunca dominou um drakon, até onde eu saiba.

—Lua, a gente provavelmente nem vai chocar esses ovos, você sabe disso né?- Nikki resmungou, tirando alguns fios de cabelo que estavam caindo sob os olhos.

—Quem disse que não?!- Victoria praticamente chiou em meus ouvidos.

—Nunca diga nunca, Nikki-chan- Sarah falou, com um sorriso doce sob o rosto.

—É meio lógico que não, Chichinasis- Ayato, de repente, se pronunciou, sob os olhares de todos.

—E eu não lembro quando é que uma de nós pediu sua opinião- Eu disse, arqueando uma das sobrancelhas.

Ayato arregalou os olhos e se afastou de nós, enquanto lua gritava “Wooow”

Segurei a chave do carro com força em minha mão.

Esse novo ano seria diferente, com certeza.

Narração Lua

Após horas de festança, as visitas foram embora( com direito a muitos abraços e reclamações de como o tempo voava) e nós finalmente pudemos ir pros nossos quartos ter uma mais do que merecida noite de descanso.

Assim que eu consegui vestir meu pijama e entrar no caixão confortavelmente, junto de Subaru, eu simplesmente apaguei.

Até onde eu sei, nunca sonhei. Ou pelo menos nunca me lembrei dos meus sonhos. E quando eu lembrava, meus sonhos costumavam ser as coisas mais idiotas do mundo.

Porém, nesse, eu estava em minha antiga casa. Meu pai, Stephan e Ian estavam ocupando os sofás, tomando café. Ian tirou os óculos, embaçados pelo vapor, para limpá-los.

Porém o barulho de uma porta se fechando chamou a atenção dos 3 homens. Em frente á eles, um homem alto, de olhos vermelhos e um cabelo longo e branco, estava parado com um sorriso.

—O que você está fazendo aqui?- Ian perguntou, colocando os óculos no rosto novamente- Nossos assuntos estão encerrados.

—Infelizmente, não estão, Ian Smoth- O homem disse, se sentando ao lado de Stephan- Existe uma outra coisa que eu gostaria de abordar, dessa vez apenas com o Sr. Stephan Duncan.

—O que você quer comigo?- Stephan recuou, se afastando um pouco do homem misterioso.

—Não tema-me, Stephan- O homem misterioso sorriu ainda mais- Estou aqui para falar de sua filha, a mais nova, para ser mais exato.

—O que você quer com a Victoria?- Stephan parou, olhando profundamente nos olhos do homem misterioso- Ela não tem nada que te interessa.

O homem misterioso parou, como se considerasse a afirmação, e então sorriu:

—Oh, na verdade ela tem sim. Tenho certeza que vocês viram os presentes que suas filhas ganharam.

—Você está falando dos ovos de drakon?- Meu pai disse, parecendo automaticamente nervoso- Por que esses ovos te interessam?

—Todas suas filhas são boas meninas, meus homens. - O homem misterioso deu uma risada rouca- Boas até demais, inclusive. Meus filhos com certeza estão surpresos pela perfeita escolhe que meu irmão fez e pela bela criação que os senhores as deram.

—Então, qual é o problema?- Ian perguntou, arqueando uma sobrancelha da forma exata que Sofie e Sarah faziam.

—Tenho certeza que sabem que suas filhas tem capacidade pra serem bem... especiais- Ele então se levantou e começou a mexer nos quadros da parede- Principalmente considerando a origem delas.

—Rei KarlHeinz, Se você está falando sobre Molly- Stephan se levantou com raiva, porém o homem misterioso o interrompeu.

KarlHeinz? Acho que já ouvi esse nome em algum lugar

—Eu nunca disse o nome da falecida Senhorita Herbert, meu caro.- O tal KarlHeinz sorriu novamente- Porém eu acredito que sua filha mais nova seria uma ótima escolha de união, não acha?

A boca de Stephan se abriu e se fechou várias vezes, como se ele quisesse falar porém não conseguisse emitir nenhum som.

—Eu ficarei grato se eu poder ver sua filha no altar com o noivo dela- KarlHeinz disse, com as mãos atrás das costas- Ficarei mais grato ainda se eu puder contar com o poder dela.

E então KarlHeinz desapareceu, deixando pra trás um rastro de poeira que cobriu meus olhos, me fazendo fechá-los.

Assim que eu os abri, eu estava em um lugar diferente.

Um céu vasto e azul, com nuvens brancas, me rodeava. O chão parecia ser de vidro, porém uma árvore grande e sadia crescia no meio.

Era uma macieira, com frutos maduros e vermelhos.

Ao pé dela, estavam sentadas várias meninas. Dentre elas, eu facilmente conseguia identificar Marie, Sarah, Nikki e Sofie- Enquanto as duas últimas se apoiavam uma na outra, as últimas estavam com os cabelos chamuscados e a pele levemente queimada, além do olhar triste no rosto.

De pé, bem em frente dela, estava Victoria. Suas mãos pálidas com dedos finos e um anel brilhante em um deles envolviam uma maçã.

Mais á esquerda, eu conseguia ver quatro meninas desconhecidas. A primeira tinha cabelos e olhos negros, usava um vestido laranja com uma marca de sangue em toda a região de seu ventre.

A segunda, já tinha os cabelos loiros e olhos azuis-oceanos. Uma fumaça saía de seus lábios finos entreabertos.

A terceira tinha os cabelos em cor castanha-clara e os olhos cor de mel cheios de lágrima. Seu vestido rosa estava brutalmente rasgado em algumas partes.

Já a última tinha o cabelo castanho-escuro e os olhos da mesma cor. As longas mangas de seu vestido azul claro estavam manchadas de sangue.

Quando olhei pra cima, vi que uma maçã visualmente apetitosa havia caído em minhas mãos.

Olhei em volta novamente, nada havia mudado.

Foi apenas quando ouvi vozes misturadas, todas uma atrás da outra. Vozes de homens, vários homens diferentes.

Porém todas diziam a mesma palavra:

Eve.”


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Notas finais do capítulo

E assim chegamos ao fim de Like a Vampire ♥
Ou pelo menos dessa temporada...
Sim, eu vou fazer uma segunda temporada! A data de lançamento ainda não está confirmada, mas provavelmente será ano que vem. Mesmo assim, fiquem ligados!