Like a Vampire escrita por NicNight


Capítulo 18
Capítulo 18- Abra os olhos


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo hoje só pra compensar vcs ♥ XD
Espero que gostem, esse capítulo tem altas revelações (ou não)



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Narração Marie

Já era calada da noite quando entramos na biblioteca sem fazer nenhum tipo de barulho. Sim, parecia completamente errado nós enganarmos os meninos desse jeito. Não, nenhuma de nós estava arrependida.

E também, não era a primeira vez que nós fazíamos isso. Lembro-me até hoje da tentativa de fuga. E fora somente uma tentativa , afinal, não passamos nem do portão.

—Então... onde está o livro?- Victoria disse, ou melhor, quase-berrou, e eu tive que tampar a boca dela e fazer um sinal de silêncio.

Deus, por que me dar uma irmã tão exagerada?

—Ele está por aqui- Eu disse, seguindo as coordenadas que Lilith havia me dado a algum tempo atrás.

—Caçada de livros! Vamos começar a sermos aventureiras!-Lua disse, correndo na nossa frente e parecendo muito mais animada do que um ser humano normal estaria ás plenas duas horas da manhã, indo num lugar escondidas e com um risco enorme de ser pega por um bando de vampiros.

Revirei os olhos quando lembrei da minha briga com Reijii. Ou com qualquer um dos garotos que eu simplesmente odiava e queria o mais longe possível de mim.

—Essa é a estante- Eu disse, e comecei a procurar o livro.

Quando eu finalmente o achei, percebi que Lilith não havia mentido sobre sua aparência: Capa aveludada vermelha(os vampiros gostam de veludo vermelho ou é impressão minha?), as páginas pareciam velhas e a escrita que preenchia cada linha de suas páginas era absolutamente perfeita.

—Por que você não lê pra gente?- Sarah disse, já se acomodando numa das cadeiras da biblioteca.

Eu?

Olhei confusa pra de cabelos longos castanhos, que somente sorriu docemente em resposta.

—Ela está certa.- Sofie disse, e acabou sentando num dos braços da cadeira que Sarah estava sentada.- Foi você que teve a ideia, não?

Concordei com a cabeça, e acabei me sentando no chão para ler para minhas irmãs.

Ok, eu assumo. Aquele tempo que eu estive passando tempo com minhas irmãs estava me transformando em uma pessoa muito mais materna. Quando eu percebi, estava protegendo minhas irmãs com garras e dentes, avisando elas a hora certa de deitar, arrumando seus uniformes quando estavam errados, sempre lembrando de carregar um casaco pra todas elas na minha mochila quando íamos pra escola noturna(Porque, por algum motivo, todas elas odiavam os casacos), ficava acordada até tarde conversando com elas quando as mesmas não conseguiam dormir... E agora, eu estava lendo para elas.

Mesmo que essa não fosse realmente a melhor situação pra um “momento fofo de irmãs” eu não posso evitar de pensar em como minha vida melhorou  depois que todas nós nos reunimos.
Quando percebi, Victoria, Lua e Nikki haviam se sentado num sofá ao meu lado. Todas pareciam estar apenas esperando eu começar a leitura.

Pigarreei:

—Bem, vamos começar então- Eu disse, e não demorei muito pra começar a leitura:

“Querido Diário, eu sou  a Lilith.

Pode parecer idiota falar isso, mas hoje é meu aniversário de quinze primaveras. E minha mãe te deu pra mim ,como presente.

Mas, pra ser sincera, presente de aniversário mesmo seria se ela e meu pai parassem de brigar.

Minha mãe, Evie, é humana. Já meu pai, Ricther, é vampiro( Então, prazer, sou meia-humana meia-vampira) e como se não bastasse ele ser vampiro, ele é irmão do rei vampiro(que também é pai de seis filhos, um exagero, não acha?)

Hoje mesmo eu ouvi os dois discutindo bem no café da manhã:

—Diga a verdade. Ao menos uma vez na sua vida- Meu pai berrou pra minha mãe, que o ignorava
—Você é nojento. Individualista. Controlador. Grosseiro. Egocêntrico. Machista. - Ela disse, ainda sem se virar para ele- Mas eu gosto da vida que deu a mim e á minha filha. E acho que você gosta que eu me faça da esposa burra e feliz… Dizem que são os relacionamentos que mais duram.

Ela continuou:
—Caso me ouvisse, notaria que eu posso ser bem inteligente. E eu te garanto que essa garota tem mais coragem do que pode sonhar. Ela merece fugir. Assim como nós dois merecemos ficar.

Deu até um pouquinho de raiva no inicio. Mas eu acho que já me acostumei.

É horrível, apesar de tudo, eu tenho minha vida como humana(já que passo os finais de semana com minha mãe e frequento uma escola humana) e minha vida vampira, já que os meus únicos amigos com quem eu posso brincar sem medo de que eles sejam devorados são os meus primos.

É assim: Meu tio “casou” três vezes. A primeira vez ele casou com uma mulher chamada Cordelia, mas aí ele casou ao mesmo tempo com a Beatrix, e com essa Beatrix teve meus dois primeiros primos: Shu e Reijii. Aí ele teve três filhos com a Cordelia: Ayato, Kanato e Laito, e depois ele casou com a própria prima e teve o Subaru com ela.

E vale lembrar que eu sou dois anos mais velha que o Shu, que é o mais velho de todos eles! Mas mesmo assim, eu não tenho direito ao trono nem a nada, só porque sou mulher. Um absurdo!”

—Tadinha!- Sarah disse, ela parecia realmente chateada com o que havia acabado de ouvir.

—Se tem uma coisa horrível dentro de uma família, é ter que lidar com os pais brigando sem parar- Victoria disse, usando o ombro de Nikki como travesseiro- Pode continuar, Marie.

—Pula algumas páginas- Sarah continuou.

Assenti e pulei algumas páginas, como pedido:

“12 de Dezembro.

Querido Diário.

 

Sabe aqueles dias em que tudo dá errado?

Algumas pessoas pegam chuva quando acabaram de se arrumar toda, algumas perdem um evento importante.

Bom, eu perdi alguém importante pra alguém mais importante ainda.

Enfim, hoje é sexta-feira. Então, eu vim aqui pra casa da minha mãe(afinal, como eu disse lá atrás, eu passo todo final de semana lá) depois da escola. E eu acho que essa foi a pior decisão que eu podia ter feito.

Assim que eu cheguei em casa, achei muito estranho ver que a porta estava destrancada. E achei mais estranho ainda que quando eu gritei que eu estava em casa, ninguém respondeu.

E então eu fui pra cozinha.

Pior decisão número dois.

Eu fui cumprimentada por uma poça de sangue que quase batia em meus pés. Mas o mais aterrorizante não era isso. Eu já estava mais acostumada a sangue do que eu gostava de admitir. E sim de quem era aquele sangue.

A minha mãe estava deitada no meio de todo aquele sangue. Pálida, sem vida, com os olhos abertos olhando para o céu. Ela parecia vazia como se fosse um fantasma.

E o mais aterrorizante nem era isso também. Era quem estava do lado dela.

Meu pai estava ajoelhado ao lado da minha mãe, com uma cara tão indiferente e fria que me deu arrepios.

E essa foi aquela cena de filme: Eu perguntei, chorando, o que ele tinha feito. E ele só respondeu:

—Ela não tem sido uma boa esposa, e nem uma boa mãe, querida Lilith

ELE HAVIA MATADO A MINHA MÃE!

Ele havia matado a minha mãe e ele consegue ficar tão... indiferente?

E eu chorei mais ainda, chamei ele de monstro e ele só me pegou e me colocou no colo como se eu fosse uma bebê.

Afinal, pra ele, eu ainda era.”

Um silêncio reinou a sala.

—Ele... matou a mãe da Lilith- Lua abriu a boca, querendo falar mais, mas nenhum som saía de lá.

—Isso é... horrível- Nikki continuou. Eu olhei por todo o cômodo, todas as meninas pareciam tão chocadas quanto eu estava- Esse tipo de monstro não sabe o quanto é doloroso perder a mãe?

Um silêncio ainda mais aterrorizante reinou a sala.

—Eu...-Comecei-Eu vou pular mais páginas.

’’18 de março.

Eu fugi.

Exato, sem cumprimentos dessa vez. Já vou direto ao assunto: Eu fugi.

Por favor, eu estou prestes a fazer dezesseis anos(sem primaveras dessa vez também) e a vida com o meu pai está cada vez mais insuportável. Ele acha que eu não sei o quanto que ele sai com a Cordelia depois que minha mãe morreu. Eu sei que os dois estão ficando juntos, sei que estão fazendo AQUILO juntos.

Eu sei que não foi uma boa ideia, mas eu contei a KarlHeinz sobre minha situação(menos a parte que envolvia Cordelia, obviamente) e ele me mandou pra Futura Mansão Sakamaki.

Parece que ele construiu uma mansão gigantesca, pra onde ele vai mandar os meninos morarem quando eles forem mais velhos.

E também me explicou as noivas de sacríficio.

Basicamente, uma mulher humana vai ir para a mansão e servir de alimento para os meninos. Até que ela morra.

Isso nas palavras dele.

O que diabos vai acontecer agora?

—Chega- Sofie disse- Vamos parar de ler por hoje.

—Por que?- Victoria perguntou, arqueando uma sobrancelha.

—Eu sei que foi a própria Lilith que nos mandou ler isso. Mas não faz sentido ficarmos lendo sobre a adolescência dela. E sim, a adolescência dela foi horrível, eu admito. Mas simplesmente não é bom pra nossa própria sanidade ler sobre o que a família dos meninos fazia!- Sofie se levantou da cadeira, bagunçando os cabelos cacheados.

Lua levantou a mão:

—Posso fazer uma pergunta?

Todas assentiram com a cabeça.

— O que é o ‘’ISSO’’ que ela falou ali em cima?- A pequena Lua realmente parecia confusa, mas a pergunta nos fez todas irmos de branco para escarlate numa velocidade absurda.

—O isso que o pai da Lilith e a mãe dos trigêmeos faziam é...-Nikki gaguejou, tentando arrumar uma desculpa favorável- Cozinhar biscoitos! Isso! Cozinhar biscoito é o que eles faziam.

—Exatamente...- Sarah sussurrou- Cozinhar biscoitos... É isso que eles faziam...

—Ora, ora, o que temos aqui?- Uma voz masculina desconhecida preencheu o local, e todas nós pulamos de susto ao mesmo tempo.

O homem que estava a nossa frente parecia ser mais alto do que os meninos, os cabelos dele eram do mesmo comprimento que os de Laito, porém os dele eram pretos com uma leve puxada para o verde. Os olhos eram vermelhos e pareciam melancólicos e contentes ao mesmo tempo. Algumas partes de seu rosto estavam queimadas. Ele usava uma roupa completamente preta.

—Ele é um vampiro...- Sofie disse- Garotas, recuem...

—Vocês realmente acham que recuar  vai fazer o destino de todas vocês mudarem?- Ele disse, sorrindo de canto aterrorizantemente.

—E qual é o nosso destino?- Victoria perguntou, parecendo amedrontada.

—O mesmo que o de qualquer mortal: A morte- Ele disse, e de repente, ficou mais frio que eu esperada.

Uma dor intensa me atingiu no peito. Assim, de repente. Tão intensa que eu caí no chão.

—Marie! Você está bem?- Ouvi a voz de Sarah e senti seus braços delicados tentarem me abraçar.

Dei uma choramingada quando aquelas pancadas de dores continuavam.

A minha visão estava começando a falhar. Mas não de verdade, a cada alguns segundos, eu não via as meninas, e sim olhos verdes maldosos no escuro me encarando.

E então tudo ficou escuro.

As únicas coisas que eu consegui escutar depois disso foram alguns choramingos de minhas irmãs sobre ‘’dores no peito’’ que elas estavam sentindo.

E tudo isso ficou mais tenebroso ainda quando, na minha mente, uma mulher apareceu do escuro.

Ela tinha cabelos lilases maiores do que eu sempre poderia sonhar em ter. Sua pele era pálida como giz de quadro-negro, seus lábios roxos e seus olhos verdes se destacavam na brancura de sua pele.

O vestido que ela usava era o mais questionador: Era negro com detalhes roxos, e havia uma rosa branca como um broche na manga esquerda. Mas ele estava quase todo... queimado.

Essa mulher se aproximou mais ainda de mim, e tudo que eu pude ver antes de desmaiar foram seus lábios roxos sorrindo enquanto eu ouvia a voz do homem misterioso:

—Volte, Cordelia...


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