Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 29
Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde gente lindaa!

Cheguei para esse capítulo tão esperado! Agradeço mais uma vez a todas que comentaram nos capítulos anteriores.
No banner de hj temos o nosso linfo Mathew, que hj está fazendo 45 aninhos, e é como vinho Só valoriza com o tempo kkk

No capítulo de hj tem muitas referencias a outros livros nos diálogos e foi um dos que mais amei escrever. Espero que gostem tanto quanto eu! ♥

Obs: Leiam as notas finais pois tenho uma SURPRESA pra vcs.

Boa leitura!



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Duvides que as estrelas sejam fogo,

duvides que o sol se mova,

duvides que a verdade seja mentira,

mas não duvides jamais de que te amo.”

— William Shakespeare

Não foi fácil para Elizabeth convencer sua mãe a emprestar-lhe a carruagem para a viagem até Rosings.

Primeiro a senhora Bennet custou a crer que sua segunda filha iria mesmo atrás do seu ex noivo, pois Elizabeth raramente voltava atrás em suas decisões. Além disso, ela se preocupou pois Elizabeth queria sair de Loungbourn ainda naquele dia, e uma dama viajando a noite era extremamente perigoso e poderia gerar comentários negativos entre os vizinhos. Porém depois de tantas súplicas da parte da filha, ela não teve outra saída a não ser ceder, pois entendeu que Elizabeth estava obstinada. Nenhum argumento ou obstáculo a faria mudar de ideia.  

Ela iria a pé para Rosings se preciso fosse e sendo assim a senhora Bennet viu-se obrigada a emprestar a carruagem.

Era tardinha quando Elizabeth já estava pronta para sair. A senhora Bennet usou de algumas de suas economias para pagar um servo para acompanhar sua filha, pois jamais permitiria que ela viajasse sozinha. Embora ela ainda achasse aquela empreitada uma grande loucura, fez o possível para ajudar e desejou-lhe sorte antes de se despedir.

Agora ali estava Elizabeth, na estrada há mais de três horas. A estrada que ligava Rosings e Loungbourn parecia mais longa e tortuosa do que nunca. Ela sentia suas costas doerem e a cada milha percorrida, cada curva deixada para trás, ela ficava cada vez mais ansiosa.

Contudo, ela dizia para si mesma que aquele esforço valeria a pena. Lembrou-se de uma frase dita por sua irmã Mary: “A distância é curta quando se tem um bom motivo.” Mesmo que o senhor Darcy não a quisesse de volta, a viagem teria valido apenas por ver o rosto dele mais uma vez.

Sua mente era um turbilhão de dúvidas e pensamentos inquietantes. Será que o senhor Darcy a receberia? Aceitaria perdoá-la?

Essas perguntas a atormentavam a todo o instante e ela preferia manter a positividade e  acreditar no que Charlotte lhe disse. O amor dele falaria mais alto e ele a perdoaria. Afinal, se ele a amava tanto quanto dizia e demonstrava, esse amor não morreria assim tão rápido.  

Em algum momento do trajeto, ela chegou adormecer por alguns minutos, mas logo despertava da madorna, permanecendo assim entre o sono e a vigília.

Quando os primeiros raios de sol já adornavam o horizonte, ela pôde ver a casa de Lady Catherine a distância. Sua ansiedade e nervosismo aumentavam cada vez mais conforme a carruagem se aproximava do seu destino. Será que era assim que os homens se sentiam quando pediam as damas em casamento?

Premeditadamente Elizabeth pediu para que o cocheiro parasse antes da entrada da casa, pois não seria nada bom se algum servo de Lady Catherine, ou a própria a visse antes de cumprir seu objetivo de falar com o senhor Darcy.

Embora o sol já tivesse nascido, uma leve neblina ainda cobria os campos. Se sua memória não falhava, aquele era o horário que o senhor Darcy costumava passear, antes do desjejum. Seria vantajoso se ele continuasse com o hábito, pois se assim fosse, ela não precisaria ir até a casa, onde sabia que não seria bem-vinda pela tia dele. Provavelmente Lady Catherine a expulsaria se a visse.

Elizabeth olhou ao redor, decidindo qual direção tomaria primeiro, até que viu o bosque e no mesmo instante recordou-se de que aquele era o percurso favorito do senhor Darcy. Não pensou duas vezes antes de adentrar por aquele caminho.

Ela andava a passos rápidos e olhava atentamente para todos os lados, tamanha era a impaciência que ela tinha para encontrá-lo.

Não pode deixar de achar graça da ironia que havia naquela circunstância, pois, há alguns meses ela evitava aquele trajeto para não ter de encontrar com o senhor Darcy, e agora ali estava ela, embrenhando-se bosque adentro para encontrá-lo, como se sua própria vida dependesse daquilo.

O jogo realmente havia virado.

Depois de andar por alguns minutos, ela ouviu ao longe o som do trote de um cavalo. '‘só pode ser ele’' constatou ela em seus pensamentos e apurou os ouvidos para identificar de que direção vinha o barulho. Não tardou para que ela o visse ao longe.

O senhor Darcy estava concentrado cavalgando então não notou a presença dela. Ela aproveitou o momento para observá-lo por alguns instantes. Ele vestia uma calça de montaria e usava uma capa longa por cima da camisa branca. Os primeiros botões da camisa estavam abertos e seus cabelos estavam um tanto desalinhados, assemelhando-se ao dia em que ele ensinou Margareth a montar.

Era um visual bem informal, poderia até parecer desleixado para um homem da posição dele, mas na opinião de Elizabeth ele estava lindo daquela maneira.

Depois de observá-lo, ela, por fim, tomou coragem de se aproximar e ele só notou a presença dela quando ela estava a poucos metros de distância.

Os olhares de ambos se encontraram e espantou-se ao vê-la. Por alguns breves segundos ele cogitou que a imagem dela era um fruto de sua mente pregando-lhe uma peça.

— Senhor Darcy! — Disse ela e sua voz era ofegante devido a longa e acelerada caminhada que fizera. — Finalmente o encontrei.

Ele ainda a olhava com incredulidade e então desceu do cavalo indo em direção a ela, que também caminhava a passos largos em direção a ele.

Muitas perguntas invadiram os pensamentos do senhor Darcy e quando eles estavam a poucos passos de distância um do outro, ele pode ver melhor o rosto dela. Notou que ela estava bem corada devido ao exercício.  

Isso além de leves olheiras, que o fizeram se perguntar quando ela havia chegado a Rosings. “Será que passou a noite viajando?” Pensou ele.

— Liz... — Ele iria chamá-la pelo apelido, porém refreou-se. Não tinha mais intimidade com ela para chamá-la assim. — Senhorita Bennet. — Falou ele e fez uma curta reverência, conforme a etiqueta exigia.

Eles se olharam por um certo tempo e Elizabeth não sabia ao certo o que deveria dizer primeiro. Ela havia ensaiado um discurso inteiro em sua mente, mas agora parecia que as palavras lhe fugiam. Talvez fosse pela presença imponente dele, ou simplesmente por sua insegurança, ela demorou um pouco até conseguir dizer algo.

— Charlotte contou-me tudo! — Começou ela sem mais rodeios. — E eu precisava lhe agradecer, por tudo o que o senhor fez por nós e também pelo que sei que fez por Jane.

Por um momento ele ficou surpreso com o que ela disse, pois havia sido bem incisivo ao pedir segredo sobre as negociações que fizera com o senhor Collins.

— Em relação a sua irmã, eu não fiz nada a não ser concertar o meu próprio erro. — Disse ele e deu uma pequena pausa. — E sobre o outro assunto, eu achei que poderia confiar na discrição da senhora Collins.

— Por favor não a recrimine. — Elizabeth disse em defesa de sua amiga. — A amizade que ela tem por mim, falou mais alto do que tudo. E além do mais, fui eu quem perguntou a ela sobre a situação de Loungbourn. Tenho certeza de que se eu não soubesse nada por ela, eu teria descoberto de outro modo.

—Compreendo. — Disse o senhor Darcy e ainda mantinha um olhar frio sobre ela. Seguiram-se alguns segundos de silêncio, até que ele voltou a falar. — Bom, se é para isso que veio, eu aceito os seus agradecimentos. Agora, se me permite eu tenho que ir.

Ele virou-se para o lado oposto​, pronto para sair, e doeu em Elizabeth a maneira dura com que ele a olhava e a frieza com que ele lhe falava. Obviamente ela não esperava que ele a recebesse de braços abertos depois de tudo o que ocorreu, porém, ao se confrontar com aquela falta de receptividade a fez ficar ainda mais temerosa sobre o resultado daquela conversa.

Ela perguntou-se, se no fundo ainda existia algum resquício do amor que ele um dia dissera sentir por ela. Elizabeth sinceramente não sabia, mas não iria embora antes de descobrir.

— Por favor espere! — Ela disse antes que ele subisse em seu cavalo e seguisse seu  caminho. — Eu não estou aqui apenas para fazer agradecimentos, senhor Darcy. — Disse e o senhor Darcy parou onde estava e ficou de costas para ela por alguns segundos.

— Então o que está fazendo aqui? — Perguntou ele olhando-a novamente. Um olhar gélido e profundo que a fez estremecer e reunir toda a sua coragem para responder.

—  Eu sei que sente mágoa, ou até mesmo raiva de mim. Eu fui mesquinha e egoísta, não lhe dei sequer uma chance para se explicar. Porém eu sei que agi errado. Por isso é que eu estou aqui. Dividida entre a esperança e a agonia, para implorar pelo seu perdão. — Ela disse e viu a surpresa dele com suas palavras.

Era nítido na expressão dele que ele não esperava por aquilo.

O senhor Darcy podia notar nos olhos dela que seu arrependimento era genuíno. No entanto, aquela observação não o deixou mais alegre ou aliviado, pois a primeira coisa que passou-lhe pela cabeça era que o arrependimento dela era apenas um resultado da gratidão pelo fato de agora ela saber a verdade sobre o fato de ele ter comprado Longbourn e ter consertado seu erro sobre o relacionamento de Charles e Jane.

— Por quê tudo isso agora? — Finalmente ele perguntou.

— Como disse?

— Há um motivo para eu ter pedido discrição para o senhor e a senhora Collins. — Começou ele e parecia muito consternado. — Depois de tudo o passamos, e de tudo o que eu fiz para estarmos juntos, ainda assim nada foi bom o foi o suficiente para que confiasse em mim, ou sequer me concedesse o benefício da dúvida. No primeiro obstáculo você foi embora e deixou tudo para trás. — Disse ele e sentiu sua própria voz falhar alguns tons. —  Se veio até mim pelo fato de eu ter comprado Loungbour, ou por ter consertado meu erro para com sua irmã, saiba que não me deve nada. Eu não quero a sua gratidão. Eu nunca quis ...

— Não é por gratidão! — Ela o interrompeu imediatamente, aumentando significativamente o tom de voz. — É por que eu o amo! E quando eu lhe disse isso no dia do baile, eu estava falando a verdade. — Disse ela, aproveitando para dar uma resposta ao questionamento que ele havia levantado na carta.

— Se me amava, que direito tinha então de deixar-me? — Questionou ele. — Que tipo de amor é esse que foge em vez de lutar?

— Eu tive medo... — Novamente ela o interrompeu e tinha a voz embargada. Se ela realmente queria ter uma nova chance com ele, teria de começar contando toda a verdade. — No dia do baile eu ouvi pessoas falando sobre nós. Falando que eu não era a pessoa certa para me casar com o senhor, e que com certeza o senhor se arrependeria dessa união imprudente. — Falou ela e ele franziu a sobrancelha diante daquela informação que até o momento era totalmente nova. — No mesmo instante eu lutei para não dar vazão aos sentimentos negativos que essas especulações causaram em mim, mas quando eu soube o que houve com Charles e Jane, eu fiquei com medo. Depois da discussão que tivemos eu só conseguia pensar que era uma questão de tempo até o senhor deixar de me amar.

Ele estava estupefato com todas aquelas revelações. Isso explicava a maneira estranha como ela estava agindo durante e depois do baile em Pemberley.

— Meu coração também estava partido quando eu saí de Pemberley, e eu quis voltar no mesmo instante, mas não tive coragem para isso. Quanto mais o tempo passava, mais eu me dava conta do quanto agi irrefletidamente. Então quando eu soube o que fez por minha família, e quando consertou se erro com relação a minha irmã, eu fiquei ainda mais envergonhada pelas minhas ações. Eu deveria ter confiado na força dos seus sentimentos... dos nossos sentimentos... — Corrigiu ela. — Sei que não tenho o direito de pedir-lhe nada depois de tudo isso, mas, ainda assim, eu preciso tentar. — Falou e respirou fundo dando alguns passos em direção a ele, ficando frente a frente. — O senhor pode me perdoar? Poderá me aceitar de volta?

O senhor Darcy a olhava nos olhos e não sabia ao certo como responder. Todos os seus instintos o impeliam a dizer sim, porém uma outra parte dele, sua parte frágil, tinha medo de dizer que sim e acabar se ferindo novamente.

— Você se mostrou uma pessoa inconstante... Como poderei ter certeza de que não partirá novamente diante da primeira dificuldade?

— Senhor Darcy, eu posso ter sido fraca e ressentida, mas nunca fui inconstante. — Disse ela olhando nos olhos dele. — Meu coração é muito mais seu hoje, do que no dia que eu me declarei ao senhor no baile. Suportarei se o senhor me desprezar, mas lhe peço que não duvide da nobreza do meu amor. Se os seus sentimentos por mim não são mais os mesmos, ou não existem mais, por favor acabe com o meu tormento. Diga-me agora e eu me calarei para sempre.

O senhor Darcy a olhava fixamente e os segundo que se passaram foram os mais longos da vida de Elizabeth. Ela sinceramente não sabia que resposta esperar, mas aguardava com expectativa. Aquela resposta definiria o restante de sua vida.

Se a resposta fosse não, ela respeitaria e seguiria em frente, da melhor maneira possível. Porém ela sabia que não seria a mesma coisa e que sua felicidade nunca seria completa se ele não estivesse em sua vida.  

Aquele momento a lembrava do dia em que ela deu-lhe a resposta sobre o pedido de casamento. Mas agora a situação estava invertida. Agora era ela e seu futuro que estavam nas mãos do senhor Darcy.

— Elizabeth, você partiu meu coração de uma maneira que eu nunca pensei que ele pudesse ser partido... — Disse ele ainda olhando nos olhos dela que automaticamente deu um passo para trás, já esperando que o restante da resposta seria uma negativa ao seu pedido de perdão. — Mas creio que eu lhe dei esse direito, quando o entreguei a você.

Aquela resposta a deixou um tanto confusa, mas ele não demorou para continuar falando.

— Eu a perdoo, e aceito de volta... Pois acho que nunca conseguirei lhe dizer que não... — Disse ele e ela sorriu. Um sorriso de alívio, contentamento e felicidade.

Sem pensar em mais nada, ela lançou-se sobre ele e colou seus lábios em um beijo que foi prontamente correspondido. Aquele beijo era diferente de todos os que já haviam provado, pois a saudade que sentiam um do outro fazia tudo ficar mais intenso e urgente.

Elizabeth havia enfeitiçado seu corpo e alma. Lutar contra aqueles sentimentos seria uma batalha perdida e o senhor Darcy sabia disso. Ela era o seu vício e ao beijar os lábios dela e senti-la perto novamente, ele percebeu o quanto sofrera de abstinência.

— Se isso for sonho, eu desejo que nunca me acordem... — Murmurou ela com os lábios ainda encostados nos dele.

— Antes de levarmos isso adiante, preciso que me prometa algo... — Pediu ele afastando-se um pouco para poder olhar nos olhos dela.

— Qualquer coisa. — Elizabeth assentiu prontamente.

— Prometa que de hoje em diante sempre que tiver qualquer dúvida, medo ou insegurança, conversará comigo sobre seus sentimentos? — Perguntou ele.

— Eu prometo. — Ela respondeu olhando nos olhos dele e selou aquela promessa dando-lhe um abraço.

Quanto tempo levaram neste abraço? Nenhum relógio poderia contar esse tempo infinito e breve, mas foi tempo o suficiente para que Elizabeth se sentisse acolhida dentro dos braços dele.

Pela primeira vez em muito tempo, ambos encaravam o próprio futuro com confiança e otimismo. Embora eles soubessem que ainda teriam muitas batalhas para vencer naquele trajeto, agora, mais do que nunca eles tinham coragem e força para lutar contra cada um deles.


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Notas finais do capítulo

É PRA LOUVAR DE PÉ!

Finalmente se acertaram! O que acharam? Pegaram as referências?

Gente, estou feliz e triste ao mesmo tempo, pois estamos nos capítulos finais da fic, acredito que tenhamos mais três capítulos, então para presentear vcs e agradecer pelo carinho que vcs tiveram comigo esse tempo todo, fiz um pequeno vídeo do nosso casal para.

Aqui está o link:

https://www.youtube.com/watch?v=qVEFS2tOntI&t=46s

Espero que gostem. ♥ Aguardo os comentários!



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