Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 27
Arrependimento


Notas iniciais do capítulo

Olá, tudo bem com vcs?

Espero que ainda tenha alguém por aqui depois dessa demora toda.

Primeiramente quero pedir desculpas pela demora. Esses últimos meses foram bem complicados para mim. Passei por problemas pessoais e de doença em minha família e isso me deixou sem tempo e inspiração para escrever.

Eu até tentava escrever, mas sempre sentia que faltava algo, e eu não queria entregar algo incompleto. Decidi escrever apenas quando pudesse entregar para vcs algo que eu realmente gostasse. Ainda não estou muito segura com esse capítulo, pq fiquei muito tempo sem escrever, mas fiz o meu melhor.

Porém em nenhum momento esqueci de vcs e cada comentários e mensagem que mandaram para mim, foram uma motivação a mais para não desistir de escrever.

Obrigada de verdade para quem esperou com muita paciência por mim e espero não me afastar mais desse universo que tanto amo.

Enfim, sem mais delongas, vamos ao capítulo. S2



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Ao entrar em casa, Jane Bennet encontrou sua mãe com os ânimos ligeiramente alterados. Assim que viu sua filha mais velha passar pela porta, a senhora Bennet recebeu-a de maneira mais efusiva que o costume.

A senhora Bennet estava deveras empolgada com a recente visita do senhor Bingley. Como desconhecia o fato de que ele e Jane haviam encontrado-se no jardim, ela apressou-se em relatar à filha todos os detalhes sobre a breve visita do rapaz.

— Minha filha, você precisava ver. O senhor Bingley estava tão bonito. Apreensivo, devo dizer, mas foi muito atencioso e prometeu que jantará conosco. — Disse ela. —  Eu percebi que ele não parava de olhar para a porta. Estava certamente ansioso para que você chegasse. Se ele tivesse ficado mais quinze minutos, vocês teriam se encontrado... — Refletiu a senhora Bennet e Jane apenas sorriu tentando parecer indiferente, já que não queria que sua mãe soubesse que ela havia encontrado com Charles quando ele saía de Loungbourn..

Ela sabia que sua querida e ansiosa mãe criaria grandes expectativas em relação a eles se soubesse. Como eles estavam recomeçando seu relacionamento, Jane não queria que sua mãe pressionasse-os a se casar logo.

A única pessoa para quem ela estava ansiosa para confidenciar tudo era Elizabeth, pois sabia que poderia contar com a discrição de sua irmã.

— Lizzy, poderia vir comigo até o quarto? — Perguntou Jane. — Quero fazer uma limpeza e preciso de sua ajuda para arredar o criado mudo. — Inventou ela para não causar desconfiança na mãe e nas outras irmãs.

Elizabeth, em momento algum desconfiou de sua irmã e prontamente seguiu-a até o quarto. Ao entrarem, Jane trancou a porta e começou a falar com visível empolgação.

— Lizzy, eu preciso lhe contar algo. Se eu não falar, acho que meu coração explodirá de tanta emoção.

— Minha irmã, está se sentindo bem? — Elizabeth perguntou preocupada.

— Me sinto muito bem! Como a muito tempo não me sentia! — Falou Jane sorrindo alegremente. — Eu a chamei aqui para lhe contar algo. Encontrei com o senhor Bingley hoje.

Elizabeth não escondeu sua surpresa e então incentivou sua irmã a prosseguir com o relato.

Jane contou todos os detalhes do encontro e Elizabeth ouviu com atenção, principalmente quando Jane relatou que o senhor Bingley havia sido persuadido a crer na indiferença dela.

Conforme a narrativa de Jane prosseguia, Elizabeth começou a ficar apreensiva, pois esperava que sua irmã já soubesse sobre a influência que o senhor Darcy teve naquela grande odisseia envolvendo o senhor Bingley, porém em nenhum momento da conversa o nome do ex noivo de Elizabeth foi citado.

— Lizzy... Eu me senti muito aliviada por saber que ele sempre me amou. — Disse Jane. — Ele falou que suas irmãs não são favoráveis a nossa união. Certamente foram elas que o persuadiram a crer que eu não o amava. Elas mentiram para mim quando estive em Londres, dizendo que Charles sabia que eu estava lá. Como não percebi isso antes?

Jane não escondia o quanto estava indignada com as futuras cunhadas e o fato de ela em momento algum ter mencionado o senhor Darcy, fez Elizabeth supor que sua irmã nada sabia sobre o envolvimento dele na história toda. Isso a fez se perguntar, por que Charles não mencionou o senhor Darcy? Será que o senhor Darcy teria consertado seu erro, e por isso Charles havia voltado a Loungbourn e pedido a mão de Jane em casamento?

Elizabeth conhecia suficientemente​ os dois cavalheiros para acreditar que sim.

O senhor Bingley confiava quase que cegamente nas opiniões de seu amigo, e dadas as circunstâncias, o senhor Darcy era o único capaz de consertar aquele engano. Elizabeth reconhecia que embora seu ex noivo fosse um homem orgulhoso, ele sabia admitir quando errava e também corrigia seus erros quando os cometia.

— Lizzy será que é possível morrer de felicidade? — Jane perguntou sorrindo, despertando Elizabeth do seu devaneio.

— Não, por favor não morra! Não posso imaginar o que seria de mim sem minha querida irmã mais velha. — Brincou Elizabeth segurando a mão de Jane entre as suas. — Além do mais... A felicidade e o amor não nos fazem morrer. Nos fazem querer viver, da maneira mais intensa possível. — Falou Elizabeth e não pode deixar de se lembrar dos momentos felizes que passou em Pemberley.

Jane olhou nos olhos de Elizabeth e percebeu o semblante pensativo de sua irmã. Ela interpretou aquele olhar como de tristeza e naquele momento ela sentiu-se mal.  

— Elizabeth... Me perdoe... Eu não queria deixá-la triste...

— Jamais diga isso minha irmã. — Elizabeth a repreendeu. — Ver o quanto está feliz, me fortalece.

— Mas eu queria tanto que você estivesse tão feliz como eu.

— Minha querida... Eu jamais poderei ser feliz como você. Jamais terei a sua felicidade, enquanto eu não tiver a sua bondade. — Elizabeth falou com sinceridade e Jane riu.

Ela notou que Elizabeth aos poucos voltava a ser a mesma moça espirituosa que sempre foi. Sua irmã sempre fora forte nas adversidades e Jane a admirava por isso, mas ela também reconhecia que por trás daquela força, estava escondido um coração partido. Elizabeth não era mais a mesma desde que chegou de Pemberley.

Jane sabia que Elizabeth não gostava de falar sobre esse assunto, então apenas abraçou sua irmã como sinal de seu apoio e amizade. Depois disso, continuaram conversando por mais alguns minutos, até chegar a hora do jantar.

Quando chegou a hora de dormir e Elizabeth pôde ficar sozinha com os próprios pensamentos, ela inevitavelmente começou a pensar no senhor Darcy e se perguntar se ele havia ou não influenciado ou não no retorno do senhor Bingley.

Embora sua mente lhe dissesse que aquele assunto não competia a ela, ao mesmo tempo ela sabia que não conseguiria sossegar enquanto não descobrisse a verdade.

(...)

Ao longo da semana, não houve um dia sequer que Elizabeth não pensasse no senhor Darcy.

Embora as visitas do senhor Bingley fossem cada vez mais frequentes, Elizabeth ainda não havia tido chance de conversar com ele a respeito das dúvidas que tinha, e a cada dia que passava ela ficava ainda mais sedenta por respostas.

No entanto, logo a chance que ela precisava surgiu.

Em uma das visitas que o cavalheiro fez a Loungbourn, ele chegou um pouco mais cedo que o de costume, e Jane ainda não estava pronta para recebê-lo. Elizabeth prontamente se colocou à disposição para fazer companhia para o seu futuro cunhado, até que Jane se arrumasse.

Seria a oportunidade perfeita para perguntar a ele sobre o senhor Darcy e sanar de uma vez por todas a dúvida que não a deixou dormir direito durante aquela semana. Ela teria pouco tempo até que Jane aparecesse, mas fazendo as perguntas certas, seria tempo o suficiente.

O senhor Bingley também gostou da oportunidade de estar a sós com Elizabeth, pois não tinha mais falado com ela desde que ambos se encontraram em Pemberley. Charles queria muito desculpar-se com ela, pois sentia-se culpado pelo término do noivado de Elizabeth e o senhor Darcy.

Sendo assim, antes que Elizabeth lhe dissesse qualquer coisa, ele se apressou em falar o que queria.

— Senhorita Elizabeth, sei que já nos encontramos mais de uma vez desde que a senhorita partiu de Pemberley, mas ainda não tive ocasião oportuna para expressar meus sinceros pedidos de desculpas. — Falou Charles abaixando a cabeça devido ao constrangimento e culpa que sentia. — O senhor Darcy é o meu melhor amigo, de toda uma vida, e você também se tornou uma amiga querida. Não sabe como é esmagador ver que ambos estão sofrendo por minha causa.

Elizabeth ficou realmente comovida com aquele pedido inesperado de desculpas. Ela não pensava que o senhor Bingley sentia-se tão culpado assim. Afinal, ele foi apenas um vítima de toda aquela trama e não fez nada de errado quando lhe disse a verdade.

O fato de ele sentir culpa diante de uma situação como aquela, só provava o quão bondoso, e quão merecedor ele era do coração e amor de Jane.

— Senhor Bingley, o senhor não precisa se desculpar. Nada do que aconteceu em Pemberley foi culpa sua. — Disse ela em um tom amigável.

— Mas se eu não tivesse lhe dito nada, talvez tudo tivesse sido diferente...

— Por favor não se martirize com isso. — Pediu ela. — Eu não o culpo por nada do que aconteceu.

— É difícil não me sentir mal, por ver que duas pessoas que me são caras estão sofrendo. — Falou ele. — Então, se houver algo que eu possa fazer... Qualquer coisa para ajudar, diga-me que eu o farei. — Ofereceu ele e Elizabeth não hesitou em fazer-lhe as perguntas que tanto queria.

— Bom... Há algo que eu gostaria de perguntar. — Começou ela. — O que aconteceu em Pemberley, depois que eu fui embora?

O senhor Bingley franziu o cenho por um momento, pois não entendeu como a resposta para aquela pergunta seria de ajuda, porém, se era o que Elizabeth queria saber ele responderia.

— Depois que a senhorita partiu, o senhor Darcy entrou em estado de profunda melancolia. Trancou-se em seu escritório e não recebia ninguém, nem mesmo Georgiana. — Falou ele e Elizabeth podia imaginar perfeitamente aquela cena. — Porém, depois de algumas horas, ele me convocou para ter com ele a sós.

— O que ele queria? — Elizabeth perguntou impaciente pela resposta.

— Ele esclareceu que havia se enganado em relação aos sentimentos de Jane, e pediu perdão por tal equívoco. — Respondeu o senhor Bingley. — Por fim, incentivou-me a seguir meu coração, e foi o que fiz.  Por isso voltei a Netherfield com minhas esperanças renovadas e pedi a mão de sua irmã em casamento.

— Eu fico muito feliz que tenha tomado essa iniciativa. — Disse Elizabeth. — Mas e o senhor perdoou o senhor Darcy, depois desse grave equívoco?

— Sim. — Charles respondeu sem titubear. — Não posso negar que em primeiro momento fiquei magoado, principalmente por ter perdido tanto tempo. Porém, reconheço que tudo que ele fez foi pensando no meu bem estar. — Falou ele com sinceridade. — Além do mais, o senhor Darcy me deu conselhos que em nada teriam​ me afetado se eu fosse um pouco mais firme em minhas convicções. Boa parte de todo esse engano, é minha responsabilidade.

Elizabeth admirou-se com a postura do senhor Bingley, tanto por reconhecer sua parcela de culpa, como pela sua capacidade de perdoar e não guardar rancor. Mesmo sendo um dos mais afetados por aquele engano todo, ele agia de forma calma e compreensiva.

"Essas são qualidades que me faltam." Pensou ela. “Se eu não tivesse agido de maneira tão intempestiva, certamente tudo seria diferente.”

Estava mais do que claro que ele nunca agiu por maldade. E o fato de ele ter pedido desculpas ao senhor Bingley, evidenciava ainda mais a nobreza de seus sentimentos.

Constatar isso fazia Elizabeth pensar cada vez mais em quanto foi injusta demais em suas ações para com ele.  Diante desses pensamentos, Elizabeth sentiu algumas lágrimas molharem seus olhos.

— Eu sinto muito senhorita Elizabeth. — Falou o senhor Bingley, sem saber muito como agir naquela circunstância. — Falei algo que a magoou? —  Disse oferecendo-lhe um lenço que carregava em seu casaco.

— Não. O senhor não fez nada. — Disse ela e logo levantou-se. — Obrigado por ter me contado tudo. Minha irmã em breve descerá para recebê-lo. Com licença. — Ela disse fazendo uma pequena reverência e saiu dali apressadamente.

Antes mesmo de chegar ao seu quarto, Elizabeth Bennet deu vazão ao choro.

Um choro de saudade e arrependimento, por ter deixado para trás o homem mais digno que ela conheceu e o único homem que ela amou. Mas o que mais esmagava seu coração, era pensar que agora, era tarde demais para se arrepender.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?

Eu tinha dito nas notas finais do cap passado que Elizabeth receberia uma visita... o senhor Bingley não é a visita que eu estava falando, é que precisei dividir o capítulo para não ficar confuso... mas o próximo ela receberá uma visita decisiva!

O próximo capítulo será postado daqui a pouco ❤️



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