Uma Senhora Para Pemberley escrita por AustenGirl


Capítulo 24
Uma Nova Realidade


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente. Finalmente cheguei para mais um capítulo.

Quero começar agradecendo a quem comentou e sempre está incentivando. Vocês são demais.

Inclusive quero aproveitar para agradecer a TheKenway que recomendou a fic e eu dedico esse capítulo a vc! Obrigado mesmo! ♥

Sobre o capítulo de hj, ele está um pouco mais "parado", é o que eu chamo de capítulo de transição, mas ele é importante para direcionar para os futuros acontecimentos.

Enfim, vou parar por aqui antes que a nota fique maior que o capítulo kkk

Uma boa leitura pra vcs ♥



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Já era noite quando Elizabeth e sua família finalmente chegaram a Londres.

Embora o coração dela ainda estivesse apertado e volta e meia ela sentisse vontade de chorar devido aos recentes acontecimentos, Elizabeth procurou manter o controle sobre si mesma e agir da maneira mais racional possível.

Como um modo de aplacar a dor, ela dizia a si mesma, que o senhor Darcy e ela, não eram as primeiras​ e muito menos as últimas​ pessoas​ a sofrer por um relacionamento que não dá certo. Elizabeth também não queria deixar seus tios preocupados com ela. A sua vida precisava seguir em frente, mesmo que ela ainda não soubesse o que o "em frente" reservava para ela.

Sendo assim ao chegar em casa, a primeira coisa que Elizabeth fez foi ajudar sua tia a preparar os banhos para as crianças, bem como ajudou a providenciar o jantar para todos.

Durante a janta ninguém falou uma só palavra sobre as coisas que ocorreram em Pemberley. Isso foi um alívio para Elizabeth pois mesmo que fossem eventos recentes, seria melhor que eles fossem deixados para trás o quanto antes, para o bem de todos.

Após a refeição todos se recolheram para dormir.

Ao ficar sozinha em seu quarto, Elizabeth pegou novamente a carta do senhor Darcy em suas mãos e passou os olhos por ela. Nem precisou ler pois as palavras escritas nela estavam como que marcadas em sua mente e ela provavelmente não as esqueceria. 

Tudo estava tão confuso e bagunçado. Elizabeth sempre pensou que o amor era suficiente para manter uma relação a salvo e assegurar a felicidade de um casal, porém agora ela via que não era assim. Mesmo o amor mais forte pode sucumbir às dúvidas e diferenças. 

Além de amar era necessário algo mais. Naquele instante, ela começou a questionar quantas variáveis ela e o senhor Darcy deveriam ter mudado para o resultado deles fosse diferente.

Depois de algum tempo pensando ela guardou a carta em seu baú de objetos pessoais. Dentro dele já estava o lenço do senhor Darcy que Elizabeth guardou como recordação há tempos atrás. Eram muitos objetos que ela tinha que lhe lembravam o seu ex noivo. Lenço, livro, anel e carta... Cada um lhe trazia uma lembrança diferente e de momentos diferentes.  

Depois de fechar o baú ela se deitou em sua cama, mas não tinha sono. Nos poucos momentos em que conseguia dormir​, ela sonhava com o senhor Darcy e acabava acordando novamente.

Depois de uma noite longa e insone, ela pôde ver os primeiros raios de sol iluminando o quarto e decidiu que deveria levantar. Assim como fazia logo que se mudou para Londres, procurou ajudar nas tarefas da casa. Isso era bom para ela, pois além de sentir-se útil, era um modo de manter sua mente ocupada.

A senhora Gardiner percebeu a movimentação em casa e ao notar que Elizabeth já estava de pé, aproveitou que as crianças ainda estavam dormindo para conversar com sua sobrinha com mais tranquilidade.  

Elizabeth estava na sala de refeição arrumando a mesa para o desjejum quando a senhora Gardiner apareceu.

— Não precisava ter acordado tão cedo. — Falou a senhora chegando perto da moça. — Por que não descansa mais um pouco?  

— Não estou cansada. — Falou Elizabeth dando de ombros e continuou fazendo o serviço.

— Você nem mesmo dormiu, não é mesmo? — Perguntou a senhora e Elizabeth assentiu. — Imaginei. — A senhora Gardiner respondeu e sentou-se em uma das cadeiras.

— Quer um chá?  

— Eu aceito. — Disse a senhora Gardiner. — Mas só se você me acompanhar. 

Elizabeth hesitou por alguns instantes, porém logo aceitou. Serviu o chá para as duas e enquanto sua tia tomava generosos goles ela apenas bebericava a bebida e isso não passou despercebido aos olhos da senhora Gardiner.

— Elizabeth, eu sei que está passando por um momento difícil... Então quero que saiba que não estou aqui para julgar sua decisão ou exigir explicações, mas eu preciso dizer que preocupo muito com você. — Disse ela olhando nos olhos de sua sobrinha. — Desde que saímos de Pemberley, você não disse uma só palavra sobre o que ocorreu. Eu preciso saber como está. 

— Se eu disser que eu estou bem, eu mentiria​. — Disse Elizabeth depois de pensar por um tempo. — Mas não é necessário tanta preocupação. Sei que vou ficar bem. Já passei por situações piores. — Ela respondeu prática.

— Eu sei que sim. A conheço o suficiente para saber o quanto é forte, mas quero que saiba que não está sozinha. — Disse ela e colocou sua mão sobre a de Elizabeth em um sinal de conforto.

— Muito obrigado, minha tia! — Elizabeth agradeceu. — Se não fosse pelo apoio que vocês têm me dado, eu não sei o que seria de mim...

As duas ficaram em silêncio por alguns segundos e entre um gole ou outro de chá a senhora Gardiner resolveu abordar um outro assunto que também a preocupava 

— Lizzy, eu sei que todos esses acontecimentos ainda são muito recentes, mas você já pensou no que fará agora? Quais são seus planos? 

Elizabeth respirou fundo e realmente não sabia como responder. No dia anterior o que ela queria para o seu futuro era casar-se com o senhor Darcy e ter uma família com ele, e agora ao fim do dia tudo estava acabado e ela ainda não se sentia preparada para fazer novos planos. 

— Não é uma decisão que precisa tomar agora, no entanto eu quero que pense com cuidado. — Disse a senhora Gardiner. — Tanto se decidir ficar aqui em Londres conosco, como se decidir voltar para Hertfordshire com sua família, saiba que poderá contar com nosso apoio. 

Elizabeth não havia se questionado sobre isso ainda. 

Embora estivesse triste com respeito ao término do seu relacionamento com o senhor Darcy, ela sabia que esse acontecimento resultaia em muitas outras mudanças em sua vida, mas ela ainda não sabia quais deveriam ser seus próximos passos. 

Deveria permanecer em Londres com seus tios ou voltar para Loungbour com suas irmãs e mãe? Naquele mesmo momento passou a pesar os prós e contras envolvidos naquela decisão.

Uma parte dela gostaria de voltar a Loungbour, pois além de estar com sua família, ela estaria bem longe do senhor Darcy e qualquer coisa relacionada a ele. Seria mais fácil esquecer de tudo estando longe. Porém ela sabia que se estivesse com sua mãe e irmãs, não poderia contar com a aprovação de todas elas, pois principalmente sua mãe exigiria explicações sobre o término do noivado e ficaria desapontada. Provavelmente Jane seria a única que entenderia seus motivos e a apoiaria.

Outra parte dela gostaria de continuar com seus tios, pois ela se sentia a vontade com eles. Desde que saíram de Pemberley, em momento algum houve cobranças ou questionamentos, pois eles estavam dando a ela o espaço que ela precisava. No entanto, ela sabia que se ficasse em Londres, estaria mais próxima do senhor Darcy, já que com muita frequência ele ia até a cidade devido aos negócios.  

Outro ponto que também passou pela mente de Elizabeth foi a questão financeira. O fato de que ela não estava mais comprometida com o senhor Darcy provavelmente afetaria a decisão do senhor Collins de deixar a família dela em Loungbour. 

Nesta presente situação, seria prudente​ que ela voltasse ao posto de governanta e assim poderia ajudar sua mãe e irmãs em sentido financeiro, caso elas precisassem encontrar uma nova casa.

Esse motivo, foi o que pesou mais na sua escolha. Não sabia se sua tia a aceitaria novamente como governanta, mas independente disso, em Londres haviam mais oportunidades para moças como ela conseguirem um emprego digno. 

— Tia, eu creio que na presente circunstância, será melhor que eu permaneça em Londres. — Disse ela. — Serei de mais ajuda para minha família se ficar aqui e trabalhar do que se eu voltar para casa. — Concluiu ela e sua tia sorriu.

— Eu admiro sua abnegação, Lizzy. Mas creio que neste momento você deveria pensar um pouco mais no que será melhor para você. — Disse a senhora Gardiner. — Se me permite, eu gostaria de dar-lhe um conselho. — Falou ela e Elizabeth a olhou prestando máxima atenção nas palavras dela. — Seria melhor se você voltasse para Loungbour. Não precisa ser definitivamente, se não for de sua vontade, mas talvez devesse voltar, para conversar com sua família, sobre tudo o que aconteceu.

— Eu não sei se estou pronta para voltar, tia. — Disse Elizabeth. — Quando eu rejeitei o senhor Collins, minha mãe ficou furiosa. Jurou que nunca mais falaria comigo, mas não foi tão difícil suportar a fúria dela, pois meu pai me apoiava e eu nunca amei o senhor Collins, mas agora... — Disse ela e deu uma curta pausa, pois sua voz falhou. — ... Agora eu sei que será mil vezes pior, pois minha mãe nunca entenderá os motivos de eu ter terminado um noivado com o homem que... Com o homem que eu amo! 

— Sua mãe pode não entender seus motivos, mas e você? Você os entente?

— Minha mente entende, mas meu coração não. — Disse Elizabeth. 

— Por isso eu acho que deveria voltar. Tire um tempo para descansar e se recompor. Além do mais, não acha que será melhor se sua mãe souber de tudo por sua própria boca em vez de terceiros? Notícias como essa se espalham rapidamente. 

Ao ver por esse ângulo ela tinha de reconhecer que sua tia tinha razão. Mesmo que ela não fosse para Loungbour, isso não impediria que sua mãe e irmãs soubessem do término do seu noivado. Se elas soubessem por meio de outros, seria um golpe ainda maior. 

Neste meio tempo as crianças acordaram e elas precisaram interromper o assunto, mas Elizabeth​ continuou a ponderar sobre as palavras de sua tia. 

Ainda pela manhã ela preparou um banho para si e ao mergulhar seu corpo na tina de água e de alguma forma milagrosa esperava que aquele banho morno pudesse, além de lavar seu corpo, lavar todas as suas ansiedades​.

Esse milagre não ocorreu, mas o lado bom foi que ela conseguiu chegar pensar e tomar uma decisão. Escolheu seguir o conselho de sua tia e voltar a Loungbour, mesmo que temporariamente. Ela não sabia se estava preparada para os questionamentos de sua mãe, mas cedo ou tarde ela teria de se explicar. E não seria justo que sua mãe e irmãs soubessem do término do noivado dela por carta ou pela boca de outra pessoa. 

Ela nem havia desfeito a bagagem desde que chegara de Pemberley, então tudo já estava pronto para viajar novamente. Assim, antes de comunicar sua decisão aos seus tios ela resolveu que aproveitaria para conversar com Margareth e Beth primeiro. 

Desde que saira do cargo de governanta, ela não teve oportunidade de conversar com as meninas sobre o assunto. Talvez agora nem fosse mais necessário tocar no assunto, já que haviam grandes chances de ela voltar para o cargo em um futuro próximo, mas, ainda assim, ela sentia a necessidade de explicar a elas o que estava acontecendo e o que faria.

Ela foi até o quarto das meninas e Beth estava deitada na cama enquanto Margareth lia para ela. As duas receberam Elizabeth no quarto com um abraço apertado e ela não pode deixar de sorrir com a atitude delas.

— Eu estou lendo para a Beth. Quer ouvir também. — Perguntou Margareth apontando para o espaço vazio na cama ao lado de sua irmã.

— Eu adoraria... Mas antes eu gostaria de conversar com vocês. — Disse Elizabeth sentando-se na cama e as meninas sentaram-se ao lado dela.

Elas a olhavam com curiosidade e Elizabeth pensava em uma maneira de começar aquele assunto.

— Bom, primeiro eu quero dizer que eu as amo muito. São meninas exemplares, e eu me orgulho muito de vocês...

— Está se despedindo de nós? — Perguntou Margareth rápida e certeira. 

— Sim. — Disse Elizabeth olhando para a pequena. — Eu vou ir a Loungbour por alguns dias. Eu preciso conversar com minha mãe e irmãs sobre as coisas que aconteceram e decidir o que farei da minha vida depois. 

— Não vai mais voltar? — Beth perguntou.

— Eu não sei. — Respondeu Elizabeth. — É provável que sim, mas eu realmente não sei.

— Se voltar,  será nossa governanta novamente? — Perguntou Margareth e Elizabeth ficou surpresa com o fato de a menina saber que ela não era mais governanta. 

— Como sabe que não sou mais a governanta? 

— Eu ouvi. — Explicou a menina e encolheu um pouco os ombros, com medo de alguma reprimenda. — Quando viajamos para Pemberley, eu ouvi quando contou ao senhor Darcy que não era mais nossa governanta. Pensaram que eu estava dormindo, mas eu não estava. 

— Por que não me disse nada? — Perguntou Elizabeth e estava admirada com a astúcia da garotinha. 

— Na hora eu fiquei brava e triste, mas então eu vi que não era culpa sua e que estava triste também. Depois o senhor Darcy disse que você não era mais nossa governanta, mas continuava sendo nossa prima e isso ninguém poderia tirar de nós. Eu gostei disso. — Falou ela e Elizabeth sorriu. — Eu gosto mais de ter uma prima, do que de ter uma governanta. — Confessou ela e Beth balançava a cabeça em concordância. 

— Eu fico contente em saber. — Elizabeth falou emocionada com as duas crianças e as abraçou junto de si. — Deveriam ter me contado que já sabiam de tudo...

— É que eu até tinha esquecido... — Margareth falou. — 

— E agora você não vai mais se casar com o senhor Darcy? — Beth perguntou e Elizabeth respondeu fazendo uma negação com a cabeça.

— É uma pena. Eu gosto dele. — Margareth falou e logo ficou envergonhada com o que disse. — Mas eu não gosto muito, só um pouco. — Ela tentou concertar achando que Elizabeth ficaria brava, porém ao contrário disso, Elizabeth ficou contente que a menina gostasse do senhor Darcy.

— Maggie, o senhor Darcy e eu não vamos mais nos casar, mas isso não significa que você não possa gostar dele. Ele é um bom homem... — Começou ela, porém acabou deixando a frase morrer. Se começasse a falar sobre o senhor Darcy naquele momento, não teria como controlar seus ânimos. 

Depois de encerradas as explicações, Elizabeth enfim despediu-se das crianças e depois dos seus tios. Foi inevitável não sentir-se triste com a despedida, pois apesar das circunstâncias tristes que a levaram a mudar-se para Londres, Elizabeth viveu bons momentos ali com os tios e as crianças. 

A convivência com eles foi um verdadeiro bálsamo em meio a muitas coisas ruins que aconteceram em sua vida nos últimos meses.

No dia seguinte, ao raiar o dia, ela partiu rumo a Loungbour acompanhada de um servo de confiança do seu tio.

Chegava o momento de Elizabeth encarar a sua nova realidade.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam?

Aguardo as opiniões de
vcs! ♥



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